quarta-feira, maio 31, 2006

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"Paul Kelly, no The Australian, assume os verdadeiros interesses do governo australiano, no qual diz:"It is a highly political intervention in its impact, atmospherics and consequences.

It transcends the domain of law and order and penetrates to East Timor's poiltical crisis. In this sense Australia is operating as a regional power or a potential hegemon that shapes security and political outcomes".

Podem consultar este artigo:

em:http://www.theaustralian.news.com.au/story/0,20867,19313329-601,00.html. "

1 comentário:

Anónimo disse...

Porque me parece um artigo revelador, tomei a liberdade de o traduzir:

Paul Kelly: Uma mostra de poder
A intervenção da Austrália em Timor-Leste não é somente militar, tem profundas consequências políticas
31 de Maio de 2006

A verdadeira natureza da intervenção da Austrália em Timor-Leste tornou-se aparente: esta intervenção é simultâneamente militar e política. O propósito inicial foi responder à crise de segurança em Timor-Leste, aceitando o convite do seu Governo e restaurar a lei e a ordem. Mas está não é somente uma intervenção militar.
É uma intervenção altamente política no seu impacto, atmosfera e consequências. Transcende o domínio da lei e da ordem e penetra na crise política de Timor-Leste.
Neste sentido a Austrália está a operar como um poder regional ou uma força hegemónica regional que molda saídas políticas e securitárias.
Esta linguagem é inaceitável para muitos. Contudo é a realidade. É um novo campo de experiência para a Austrália. Estamos a evoluir como um poder regional e a descobrir os riscos e os dividendos no exercício desse poder. Tomámos a completa responsabilidade da lei e da ordem em Timor-Leste e a sua luta doméstica pelo poder está a ser conduzida contra o apoio não declarado da nossa pressão.
Pelo final da semana passada ministros seniores do Governo de Howard sabiam que a crise política de Timor Leste estava a atingir um climax. O Presidente Xanana Gusmao queria forçar a demissão do Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, visto correctamente como o arquitecto de muitos dos problemas actuais.
Durante os últimos dois dias Timor-Leste tem estado preso numa versão da crise política e constitucional que a Austrália teve em 1975, acentuada pelo colapso da ordem e das instituições do estado. Com Alkatiri a recusar-se demitir, Gusmao pediu conselho legal sobre os seus poderes constitucionais para demitir o Governo.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros Jose Ramos Horta disse ao seu parceiro Australiano, Alexander Downer, na semana passada que era improvável que Alkatiri sobrevivesse como Primeiro-Ministro. Downer não foi o único notável Australiano a quem Ramos Horta passou esta mensagem. Nas notícias da ABC das 7.30 na segunda-feira à noite Ramos Horta deixou cair publicamente Alkatiri, dizendo que o Governo em Dili "raramente funcionava" e que "tanta gente queria que o PM [Alkatiri] saísse ". Alkatiri inicialmente opôs-se à intervenção militar Australiana e só relutantemente concordou com a intervenção militar de tropas estrangeiras.
Apesar das tropas Australianas serem neutras entre as partes em conflito no terreno, o governo de Howard está longe de ser neutro entre os políticos em conflito na capital. A intervenção Australiana tem consequências políticas profundas para as políticas de Timor-Leste. A óbvia preferência da Austrália, no desenrolar da crise, é para o remoção de Alkatiri de Primeiro-Ministro e uma vitória politica para Gusmao e Ramos Horta.
Desde o início da intervenção Australiana que John Howard tem criticado publicamente a qualidade da governação de Timor-Leste. Howard tem repetido esta crítica em virtualmente cada ocasião. No domingo passado ele disse ao programa da ABC Insiders que o país não tem sido bem governado e que a “coisa importante” era como os seus políticos principais "se relacionam uns com os outros nos dias e semanas que aí vêm". Apesar da critica de Howard ser colectiva, aplica-se, em particular a Alkatiri como o líder do Governo.
Alkatiri tem sido um inepto e desastroso Primeiro-Ministro. Para além dos problemas economicos, sociais e de governação de Timor-Leste, Alkatiri, juntamente com o seu Ministro de Defesa Roque Rodrigues, foi o responsável por despedir um terço do exército, e portanto por precipitar a crise. Ele detesta intensamente a Australia e nunca se preocupou como PM em visitor este país, apesar do papel pivot da Austrália no nascimento e no futuro de Timor-Leste.
Um dos fundadores da Fretilin, Alkatiri passou o tempo da ocupação pela Indonésia no exílio em Mozçmbique. A sua experiência tem sido bastante distante da de Gusmao, que actuou como comandante da resistência antes de ter sido capturado e aprisionado pela Indonesia em 1992.
No governo fracciosado de Timor Leste, Gusmao e Ramos Horta são pro-Australianos e conhecedores de como se trabalha com. Em contraste o Governo de Howard Government vê Alkatiri como um pro-Marxista anti-capitalist do estilo dos anos 1970s e desconfiado da pratica democrática.
A decisão inicial Australiana sobre o pre-destacamento foi tomada por Howard, Downer, o Ministro da Defesa Brendan Nelson e o Vice- Primeiro- Ministro Mark Vaile em 11 de Maio. E isso foi baseado numa recomendação do Chefe das Forças de Defesa Angus Houston e foi ditada unicamente por assuntos de segurança. Mas à medida que os eventos se seguiram, a segurança no terreno em Timor-Leste tornou-se uma função da sua crise política.
Foi dito ao Governo de Howard antes do Congresso da Fretilin 10 dias atrás que o Embaixador de Dili nos USA, Jose Luis Guterres, tinha os números para depor Alkatiri. Mas tais predições não se confirmaram, com Alkatiri ultrapassando facilmente os seus oponentes rejeitando o voto secreto.
Desde esse momento que Downer julgou correctamente que a situação de segurança em Timor-Leste se deterioraria.
Quando Ramos Horta disse a Downer na semana passada que a Australia devia intervir, Downer respondeu-lhe que a Australia precisava de uma carta de pedido assinada pelo Presidente, Primeiro-Ministro e Presidente do Parlamento. Australia não podia tolerar que a sua intervenção fosse autorizada somente por um dos lados o que poderia comprometer a legitimidade de todo o exercício.
Contudo enquanto Alkatiri teve que concordar com a intervenção da Australia ele sobreviveu até agora, à pressão colectiva contra ele para se demitir. Gusmao hesitou quanto à opção da demissão. A Constituição de Timor-Leste (como muitas das tolices de governação dessa nação) é baseada no modelo Português. O conselheiro legal de Gusmao duvidava que ele tivesse esse poder constitucional.
A Secção 112 da Constituição de Timor-Leste diz que o presidente pode demitir o primeiro-ministro se é necessário "assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas ". Há interpretações conflituosas dessa secção. Gusmao estava ao corrente do precedente na história de Portugal quando o seu presidente pode usar o seu poder de demissão em tal situação. Masos sinais vindos de Dili ontem sugerem que Gusmao provavelmente evitará recorrer à demissão.
A saída política final desafia a predição. Mas um compromisso possível envolve a sobrevivência de Alkatiri (outra vez), a demissão de dois dos seus leais ministros, Rodrigues e o Ministro do Interior Rogerio Lobato, ficando Gusmao com a responsabilidade das Forças Armadas e da policia. Isso será um avanço. Mas o veneno político das políticas de Timor-Leste só se intensificará com Alkatiri seguramente a tomar um papel Ainda maior contra a Austrália.
Entretanto o governo de Howard desenha uma estratégia dupla, militar e civil, para o futuro de Timor Leste. A estratégia militar é para a coligação liderada pela Australia permanecer no local. A Australia não quer entregar o papel militar para a ONU ou para qualquer outra nação. Para o papel político, contudo, a Australia quer ver a política de Timor-Leste reforçada por dentro, por outras nações ou por uma outra força política da ONU.
No lado civil, a Austrália procura uma nova resolução da ONU que invista uma maior responsabilidade da ONU para as infraestructuras civis de Timor-Leste.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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