sábado, maio 27, 2006

São seis e trinca e cinco

Continua tudo calmo.

Agora é que é.

Até já.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nao esta tudo calmo...
Fui por um aviso na parede a dizer que o teste que tinha marcado com os alunos fica adiado ate a situacao estar mais calma, para a possibilidade de alguns aparecerem apesar de tudo... Havia la um aluno, que tinha atravessado a cidade inteira a pe para vir fazer o teste! Enquanto estava a conversar com ele passou um grupo de cerca de 20 rapazes macassais armados com catanas, paus e fisgas (um trazia 2 catanas, presumo que para aumentar o efeito aterrorizador) que deambulam agora pelas ruas a roubar, a amedrontar a populacao e a bater em gente das areas do ocidente do pais. O aluno, que ja tinha sido apanhado antes por um grupo que queria bater-lhe, estava compreensivelmente com receio de voltar para casa, mas tinha que o fazer porque pretendia ir refugiar-se junto da familia na montanha. Fui portanto leva-lo a casa na minha motorizada. As ruas parecem calmas, mas o desmembrar da policia permitiu que passasse a existir um clima de impunidade para todos os bandidos de Dili . Os bandidos das regioes do leste consideram-se mais invulneraveis ainda, e consideram-se neste momento donos das ruas (eles andam a dizer que a destruicao da PNTL feita pelas FDTL e uma vitoria "da gente deles" contra "os outros" (que sao os que nasceram nas areas mais ocidentais).
Passei pela marginal, em direccao a Pertamina. Vi tipos desses a passearem-se, e mesmo a minha frente vi dois rufias armados com facas a derrubarem um individuo de motorizada e a roubarem-lhe a motorizada enquanto "esgrimiam" as facas na direccao da vitima, que fugiu a correr.
Voltei pela estrada que vem de Comoro/Fatuhada. Ha muita gente sentada na beira da estrada ao pe da embaixada australiana, porque se sentem mais seguros ai. Vi dois timorenses armados com metralhadoras ligeiras em Mandarim-Fomento (perto do monumento dos Pramuka, na area do mercado dos tais), um de cada lado da estrada, vestidos com camuflados, presumo que sejam FDTL.
A presenca dos militares australianos pela cidade parece estar a acalmar a situacao de confronto entre tropas ou policias regulares (nao se tem ouvido tiros), mas o massacre de policias feito pelas FDTL deu carta branca para os bandos de rufias fazerem o que quiserem. Os policias que restam tentam ser o mais discretos possivel, vestem a civil, mantem as armas com eles mas escondidas, passam pela casa de familiares para comer alguma coisa muito rapidamente e fogem novamente porque se sabem perseguidos (e porque a sua presenca poe em risco as casas dos familiares).
E precisa com urgencia a intervencao da GNR para dispersar os bandos de ladroes-rufias-incendiarios que andam pelas ruas.

Anónimo disse...

Ah! E tudo isto foi para ai ha uma hora atras

Anónimo disse...

Espero que estejas bem e que tudo melhore rapidamente.
Abraço,
AF

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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