quinta-feira, junho 15, 2006

American Doctor Feels Pain of East Timor

Niagara Gazette
15.06.2006
By ROD McGUIRK The Associated Press
DILI, East Timor

Dan Murphy came to help East Timor's people as they built a nation, and watching the country's return to violence and chaos has been painful.

The Iowa-born doctor opened a medical clinic in Dili in 1999, at the height of the scorched-earth aftermath of East Timor's independence ballot. It has given him a unique vantage point to follow the country's progress after decades of Indonesian rule.

"I used to say things have improved; I'm not doing any more bullet wounds," the lanky 61-year-old told The Associated Press while examining a patient for a chest complaint. "But now we've seen more bullet wounds over the last couple of weeks, so that's a little bit disconcerting."
Murphy wears a baseball cap as he sees patients in his clinic, now the busiest in East Timor with 300 patients a day.

Despite his relaxed demeanor and informal bedside manner, Murphy has been dismayed as violence surged in the last month with clashes between dismissed soldiers and loyalist forces that gave way to gang warfare. At least 30 people have been killed and tens of thousands have been forced to flee.

The University of Iowa graduate hopes the violence is an aberration, but he can't be sure.
"I wish that this hadn't happened. This is a big setback for East Timor," said Murphy. "When you know the people, it hurts. These are people who have suffered enough."

"It's painful because you hope that doesn't become an established pattern," he said.

Murphy gave up his medical practice treating heroin addicts, immigrant factory workers and other poor patients in Cedar Falls, Iowa, in 1998 after the fall of Indonesian dictator Suharto gave him hope for change in East Timor, an Indonesian province since a bloody invasion in 1975.
His charity Bairo Pite Clinic was built in a neighborhood razed by the retreating Indonesian military and their proxy militias in a frenzy of violence after the U.N. independence ballot in 1999.

The neighborhood has been hit hard by the recent violence, much of it between gangs of young men from the country's east against those from the west.

The government's response to the crisis has also pitted President Xanana Gusmao against Prime Minister Mari Alkatiri, as many have blamed the prime minister for sparking the violence by firing 600 soldiers who claimed discrimination and later took up arms.

Murphy believes the regional divides in East Timor are no more bitter than petty parochial rivalries around the world.

But he suspects that the tensions have been exploited for political purposes. And he also believes the oil and natural gas reserves under the sea bed between East Timor and Australia partly explain the international interest in finding a solution.

"Oil drives everybody," Murphy said.

The doctor chooses not to blame any individual, but he says the country needs good leadership to keep the violence from becoming an intractable problem.

"We want East Timor to be an example for the rest of the world of how people can get along," Murphy said. "That's the dream of people like me who come into a place like this."

© 2005 Associated Press.

1 comentário:

Anónimo disse...

Doutor Americano sofre por Timor-Leste
Niagara Gazette
15.06.2006
By ROD McGUIRK The Associated Press
DILI, Timor-Leste

Dan Murphy veio ajudar o povo de Timor-Leste quando construíam uma nação e ver o regresso do país à violência e ao caos tem sido doloroso.

O doutor nascido em Iowa abriu uma clínica médica em Dili em 1999, no ponto alto do período de terra queimada que se seguiu à votação pela independência de Timor-Leste. Isso deu-lhe um ponto de vantagem único para seguir os progressos do país depois de décadas sob as ordens dos Indonésios.

"Costumava dizer que as coisas tinham melhorado; Já não tratava mais nenhumas feridas por balas," contou o magro de 61 anos de idade à Associated Press enquanto examinava um doente com dores no peito. "Mas agora vimos mais feridas por balas nas duas últimas semanas, o que é um tanto desconcertante."
Murphy usa um boné de baseball quando examina os seus doentes na sua clínica, agora a mais ocupado em Timor-Lesye com 300 pacientes por dia.

Apesar do seu comportamento relaxado e o modo informal de atender os doentes, Murphy tem estado espantado com o surgimento da violência no último mês com choques entre soldados despedidos e forças leais a que se seguiram lutas de gangs. Pelo menos 30 pessoas foram mortas e dezenas de milhares foram forçadas a fugir.

O graduado da Universidade de Iowa tem esperança que a violência seja uma aberração, mas não pode ter a certeza.
"Desejava que isto não tivesse acontecido. Isto é um grande recuo para Timor-Leste," disse Murphy. "Quando se conhece as pessoas, isso dói. São pessoas que já sofreram bastante."

"É doloroso porque esperamos que não se torne um padrão estabelecido," disse.

Murphy desistiu da sua prática médica de tratar viciados de heroína, trabalhadores fabris imigrantes e outros pacientes pobres em Cedar Falls, Iowa, em 1998 depois da queda do ditador Indonésio Suharto lhe dar esperança para a mudança em Timor-Leste, uma província Indonésia desde a invasão sangrenta em 1975.
A sua instituição de caridade, a Clínica Bairo Pite foi construída num bairro arrazado pelos militares indonésios em retirada e pelas suas milícias numa fúria de violência depois do voto pela independência em 1999.

A vizinhança tem sido bastante atingida pela violência recente, muita da qual entre gangs de jovens do leste do país contra os do oeste.

A resposta do governo à crise tem também picado o Presidente Xanana Gusmão contra o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, enquanto muitos têm culpado o primeiro ministro por ter detonado a violência ao despedir 600 soldados que reivindicavam descriminações e mais tarde pegaram nas armas.

Murphy acredita que as divisões regionais em Timor-Leste não são mais amargas do que as mesquinhas rivalidades paroquiais de todo o mundo.

Mas ele suspeita que as tensões têm sido exploradas para fins políticos. E também acredita que as reservas de petróleo e de gás debaixo do fundo do mar entre Timor-Leste e a Austrália explicam parcialmente o interesse internacional em encontrar uma solução.

"O petróleo excita toda a gente," diz Murphy.

O doutor escolhe não culpar ninguém, mas diz que o país necessita duma boa liderança para evitar que a violência se torne um problema sem remédio.

"Queremos que Timor-Leste seja um exemplo para o resto do mundo em como as pessoas podem conviver," diz Murphy. "É o sonho de pessoas como eu que vieram para um lugar como este."

© 2005 Associated Press.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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