sexta-feira, junho 16, 2006

APELO

Senhor Presidente da República, Senhor Primeiro-Ministro,

Chega de passividade. Está na altura de utilizar uma força de intervenção equipada e preparada em toda a cidade.

Em conjugação com as forças militares, que devem fazer o perímetro de segurança exterior das zonas de intervenção, a GNR deve poder deslocar-se e intervir em qualquer zona e situação que requeira o seu perfil.


GNR em toda a cidade, já!


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25 comentários:

Anónimo disse...

Timor Leste tem vindo a ser permanentemente roubado, não encontro outra palavra mais adequada, pela Austrália.
Porquê ainda tantos cuidados para não ferir a susceptibilidade do "país amigo"?!
Será um pacto de conveniências?!
Porquê o silêncio sobre a actuação dos militares australianos?!
Porque é que a GNR não é utilizada?
Onde está o PR e o PM desse País?!
Para quê tanto tempo gasto em redefenir o comando das forças de segurança?!
Tantas e tantas as perguntas?!
Mais perguntas ainda terão as centenas de famílias que sofrem e não se conseguem fazer ouvir porque o "projecto de construção da nação da ONU no país cultivou uma liderança cuja autoridade e poder deriva da sua relação com a comunidade internacional mais do que com o seu próprio povo. O resultado final é o espectáculo bizarro de antigos líderes de guerrilha como o Presidente Timorense Gusmão, que resistiu durante décadas às forças armadas Indonésias, agora a suplicar por tropas estrangeiras e à ONU para re-ocupar o país que ele tanto lutou para libertar"

Anónimo disse...

O Matan Ruak é quem deveria assumir o Comando das forças militares internacionais ou ele já foi destituído do seu cargo?

Anónimo disse...

Com tanto tempo para tomarem decisões ainda chegamos às eleições de 2007 e o Reinado ainda está em Maubisse ccoordenado com os australianos a assistir a destruir o país. E os coitados dos GNR já sem aquele aspecto todo catita pois nessa altura já devem estar acontados num sitito tão longinquo que nem lâminas para fazer a barba vão poder comprar.

Anónimo disse...

Sobre a lentidão de decisões não posso deixar de acrescentar que me pareceu bizarro que os orgãos de soberania numa situação de crise tão grave demorem 2, 3 dias a agendar reuniões, que chegaram a ser adiadas e que sábado, domingo e noite continuem a ser sagrados. Ninguém trabalha.

Anónimo disse...

Mas é lógico que o PR quando anunciou no Parlamento Nacional o desdobramento das forças internacionais apenas lançou um aviso aos australianos:
Vá lá despachem-se que já não têm muito tempo para actuar.
Um Chefe de Estado toma a decisão, a seguir dá a ordem e assegura-se de que le está a ser cumprida e só depois faz o anúncio público.

Anónimo disse...

A GNR quer actuar.
O Governo e o Povo Português querem ajudar Timor através da actuação da GNR.
O Parlamento Nacional reflecte a vontade do Povo e quer a GNR a actuar em Dili.
O Povo Timorense votado ao abandono sente uma única alegria nos últimos meses - a chegada da GNR portuguesa.
Afinal quem é que não quer que a GNR actue?
Afinal quem é que não quer ajudar o povo timorense?

Anónimo disse...

Enquanto o povo procura alimento para a próxima refeição, a oposição timorense continua preocupada em derrubar o PM, o PM a "aguentar-se", o ministro da Defesa a fazer visitas no interior do País, o PR num encontro em Bali, o pouco que resta da cidade de Dili já vai ficando para a história que vai ser contada não se sabe bem como, já que é a Policia Federal australiana que vai fazendo a recolha das provas conforme foi "orgulhasamente" anunciado pelo Sr. Hasegawa por sua vez elogiado pelo governo timorense no Conselho de Segurança da Onu.
Começo a ter dúvidas se a culpa é dos australianos.

Anónimo disse...

Enquanto os timorenses se entretinham entre si ofendidos uns com os outros o golpe foi sendo planeado e agora porque demoram tanto tempo para se organizarem e para tomarem decisões o País vai perdendo a soberania.

Anónimo disse...

Se o PR e o PM timorenses a quem está atribuido a liderança da GNR portuguesa entende que não é precisa o melhor é o Governo Português retirar a GNR de Timor. Ou vamos continuar a pactuar com as posições apalhaçadas do PR e PM timorenses?

Anónimo disse...

Estou de acordo. Se a vontade dos responsáveis timorenses é permitir aos australianos uma nova ocupação quem é Portugal para contrariar a vontade dos orgãos soberanos de Timor?

Anónimo disse...

É visivel que o PR é pro-australiano. Os discursos são comovedores e na realidade o que faz para travar o "plano" australiano?

Anónimo disse...

O Xanana é ingénuo ou um génio?
Vamos ver.
Pena é que a destruição continue e os apelos da população continuem a ser gritos de silêncio.
É triste, muito triste ver um povo que não confia nos seus lideres.
Os interesses internos e externos movimentam-se, organizam-se, atacam e contra-atacam.
Hoje tenho mais lágrimas para chorar pelo POVO DE TIMOR do que em 1999 porque não há nada mais triste do que um povo deixado ao abandono pelos seus próprios irmãos.

Anónimo disse...

A mitica dignidade do povo timorense mistura-se com a poeira das suas casas agora improvisadas. Já não têm força para reagir, lutar contra um inimigo que não conhecem. Apenas sabem, por entre as lágrimas, que ninguém nada faz para impedir os australianos de nada fazerem.

Anónimo disse...

Um dia talvez os avós, os pais que tanto sacrificio fazem para educarem as crianças lhes contem que a "elite" timorense é mais arrogante e distante do povo do que foram os ocupantes indonésios ou os colonialistas portugueses.

Anónimo disse...

Os negócios, a corrupção o venderem-se a interesses externos, a ausência de fiscalização do funcionamento das Nações Unidas, da Administração Pública provocou o nascimento de uma nova classe rica timorense e o enriquecimento de alguns internacionais que são tão ou ainda mais corruptos.
Os sinais externos de enriquecimento repentino são evidentes. Ninguém quer saber.
E fica o povo que vê, que sabe e que nada pode fazer contra o aparecimento desta arrogância até aqui desconhecida naqueles que ontem eram seus irmãos.

Anónimo disse...

Talvez Malai Azul se aumentares um pouco mais o tamanho das letras consigas ser ouvido.

Anónimo disse...

Tradução;

Revista dos Media Diários (site da UNOTIL)
Quarta-feira, 24 de Maio de 2006

Reportagens dos Media Nacionais

Tiroteio em Fatu Ahi: 2 pessoas mortas, 8 feridas

De acordo com relatos, duas pessoas foram mortas e oito feridas ontem no seguimento do tiroteio entre o grupo do Major Alfredo e as F-FDTL em Fatu Ahi, Becora.

O porta-voz do Conselho de Ministros, Antonio Bianco disse ontem aos media que o incidente ocorreu depois de os renegados terem emboscado membros das F-FDTL que regressavam ao quartel em Metinaro depois de terem levantado os seus salários no banco local, o Banco Ultramarino em Dili. Os renegados mataram 2 F-FDTL, e feriram 8 pessoas que estão agora hospitalizadas. Um membro do grupo de Alfredo também foi ferido e está agora no Hospital de Aileu. Em resposta à questão se o Governo de Timor-Leste precisa de tropas internacionais para acalmar a situação, Bianco declarou, “A situação está sob controlo e a PNTL manterá a segurança nas 24 horas para que as pessoas não entrem em pânico”, apelou Bianco.

Noutro artigo, o STL relatou que o mercado Taibessi foi outra vez queimado por pessoas não identificadas, e de acordo com o relato, muitos jovens foram para o mercado bloqueando a estrada com tambores e madeira.

Em relação com o incidente de Becora incidents, a F-FDTL capturou dois suspeitos alegadamente pelo seu envolvimento directo. (STL, TP, DN)

O Estado está consciente da situação: Lu Olo

O Presidente do Parlamento Nacional Francisco Lu’Olo Guterres sublinhou que o Governo e o Estado estão conscientes da situação corrente e estão a tomar a iniciativa para resolver o problema. Guterres apontou que além doutros problemas que se levantam, o último incidente com o grupo de Alfredo é uma das preocupações para as quais o Governo ainda tenta encontrar uma solução.

Major Alfredo não está a contribuir para a nação

O Ministro e porta-voz da Presidência do Conselho de Ministros, António Bianco, disse aos media na terça-feira que a declaração do Major Alfredo Reinaldo teve um impacto negativo no povo e que ele não está a contribuir para a nação. Bianco disse que a declaração está a contribuuir para criar o pânico entre a população que está a fugir das suas casas. Na terça-feira, Reinaldo alegadamente pediu à população para se distanciarem de Dili se se sentirem inseguras.

O Diário Nacional relatou que Bianco disse que o Governo está pronto a participar no diálogo que está a ser organizado pelo Presidente da República. De acordo com Bianco, representantes dos quatro órgãos de soberania, incluindo a igreja, a sociedade civil e outras organizações participarão no encontro.

O Timor Post relata que o diálogo vai em frente apesar do tiroteio na Terça-feira entre membros das Forças Armadas e os Major Tara e Markus do grupo de Alfredo e os peticionários. (STL, DN, TP)


Regional Media Reports

Batalha de armas em Dili

Hoje dispararam-se armas entre facções militares rivais à volta dum quartel nos subúrbios a ocidente de Dili, em Timor-Leste. Funcionários da ONU preocupados na arruinada capital elevaram o nível do seu alerta de segurança quando o Presidente Xanana Gusmão ordenou às forças do govero para perseguirem os renegados. Pelo menos um soldado pró-governamental foi ferido no confronto de hoje e estava a ser submetido a uma operação de emergência para remover estilhaços do pescoço.

Residentes aterrorizados fugiram do subúrbio exterior de Tasi Tolu dizendo que havia um tiroteio intenso entre os soldados pró-governamentais e as tropas rebeldes. Foi o segundo dia consecutivo de violência que apanhou o pequeno país. Uma trabalhadora de ajuda internacional Nata Andjaparidze disse que ela e o seu marido ficaram presos em casa quando a luta irrompeu pelas 7am (0900 AEST) de hoje.

"Não foi uma simples troca de tiros. Foi mais intenso. Estavam a usar metralhadoras e granadas," disse. "Só conseguimos sair da área num intervalo do tiroteio de cerca de cinco minutos." Ela e dois outros residentes disseram que a luta começou depois de forças rebeldes não identificadas descerem das montanhas para atacar uma base militar do governo (FDTL) em Tasi Tolu.

As forças armadas para perseguirem os rebeldes

A base foi onde foram montadas operações contra uma facção dissidente das forças armadas que provocou distúrbios em 28 e 29 de Abril onde morreram cinco pessoas. Muita gente fugiu da área hoje com os pertences que conseguiram carregar; outros ficaram separados quando as forças armadas bloquearam uma estrada para a cidade Liquica, no oeste.

Ontem dois homens – um soldado pró-governo e um soldado renegado – foram mortos e seis soldados do governo ficaram feridos quando a luta se reacendeu nas franjas do leste dos montes em Dili. Gusmão disse que as forças armadas perseguiriam os ex-soldados desorganizados nos montes que cercam a capital e que atacaram as tropas do governo um dia antes.

A Associated Press relata que Gusmão identificou o renegado Major Alfredo Reinado como liderando a revolta. "O povo de Timor-Leste não aceita o ataque do Major Alfredo Reinado aos nossos soldados," disse Gusmão aos repórteres antes de se encontrar com outros oficiais do governo no Palácio Presidencial. "Persegui-lo-emos para acabar com a violência."

O pessoal não-essencial da embaixada vai sair

A Austrália está a evacuar funcionários públicos não-essenciais, O Primeiro-Ministro em exercício Peter Costello disse hoje. Durante a noite o governo actualizou o seu aviso de perigo para Timor-Leste, onde renovados distúrbios ontem levaram à morte de duas pessoas e ao ferimento de seis outras. Tropas e polícias Australianas estão prontas para seguirem para Timor-Leste para ajudar a aquietar o desassossego, se lhe for pedido pelo governo da nação.

Mr Costello disse que o staff não-essencial da comunidade estavam a deixar o país. "estamos a avisar agora os Australianos que se já estão em Timor-Leste devem considerar a partida, as pessoas do comunidade do governo que são não-essenciais estão a fazê-lo," disse no parlamento.

"Arranjos estão a ser organizados para proteger a segurança dos Australiano." A Austrália há quinze dias atrás pôs navios de guerra e tropas em standby, mas Timor-Leste ainda tem de pedir ajuda. Espera-se que o governo de Timor-Leste pergunte hoje se quer a ajuda Australiana.

A ONU eleva a classificação da segurança

As Nações Unidas que ajudaram à reconstrução de Timor-Leste depois de se separar do domínio Indonésio em 1999, elevou hoje a sua classificação de segurança. Restringiu as viagens do seu pessoal e confinou o pessoal não-essencial e os seus dependentes às suas casas. Também lhes foi ordenado para fazerem as malas e que estivessem prontos para uma possível evacuação.

Anis Bajwa o chefe em exercício da missão da ONU disse que o território mudará da fase um do preventivo estado de alerta para a fase dois, que restringe os movimentos do pessoal da ONU. Entretanto, partes de Dili não afectadas pelas lutas nos subúrbios estavam movimentadas hoje. Cerca de metade das lojas de Dili estavam abertas e havia tráfico nas suas ruas.

No subúrbio de Taibesse, atingido pelos incendiários ontem, vendedores estavam a limpar e a levar os escombros. Muitos residentes de Dili estavam a manter-se vigilantes em relação às montanhas que rodeiam a capital. Estradas e pistas através dos montes fornecem estradas de fuga para muitos, mas são também usadas pelas facções renegadas. - AAP

Chefes de Segurança Australiana discutem Timor-Leste

Os chefes de segurança nacional da Austrália encontraram-se na noite passada, aumentando a possibilidade das tropas poderem em breve serem mandadas para Timor-Leste depois de renovada violência ter deixado uma pessoa morta e cinco feridas. Alegadamente polícias militares rebeldes abriram fogo contra tropas do governo num distrito a leste da capital, Dili.

Oficiais dizem que os polícias eram liderados pelo Major Alfredo Reinaldo que deixou o seu posto no mês passado para apoiar os protestos de 500 soldados despedidos. Quatro pessoas foram mortas e centenas de Timorenses do Leste fugiram das suas casas quando os protestos se tornaram violentos. Ontem, uma pessoa foi morta e pelo menos cinco feridas quando os polícias militares rebeldes abriram fogo no leste da capital.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, encontrou-se com ministros seniores e o chefe das Forças Armadas e da polícia para discutir a crise. O Presidente Xanana Gusmão disse que cancelou planos para viajar à China no Domingo, em parte devido ao desassossego. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália Alexander Downer diz que a Austrália está pronta para ajudar com tropas se o Governo de Timor-Leste e a ONU requisitarem assistência.

Mr Downer diz que uma comissão independente que investiga as queixas dos soldados precisa de voltar rapidamente ao trabalho para que a violência não escale. A Austrália há várias semanas atrás moveu navios, meios aéreos e algumas tropas para as suas águas do norte para permitir uma resposta rápida se lhe for pedido que assista em Timor-Leste.

A Força de Defesa de Nova Zelândia diz que tem cerca de 30 tropss em standby no campo militar de Burnham para ir para Timor-Leste. O Lieutenente Coronel Mike Shatford diz que é uma precaução para o caso de serem requisitados para responderem rapidamente.

Falando antes de relatos dos últimos distúrbios, disse que é necessário um pedido do Governo de Timor-Leste antes das tropas serem destacadas. Ser-lhes-ão dadas avisos de 48 48-horas se lhes pedirem para ir. O jornalista do SBS David O'Shea estava a entrevistar um soldado rebelde nos monte imediatamente fora de Dili quando rebentou o tiroteio ontem.

Mr O'Shea diz que estava a falar com o polícia militar renegado Major Alfredo Reinado quando rapidamente se encontrou numa batalha com os soldados de Timor-Leste nos montes acima do empobrecido distrito de Becora. Depois do tiroteio, Mr O'Shea disse por telemóvel que não estava ferido e que estava a subir a montanha longe do combate para regressar a Dili. Disse à ABC que ambos os lados em confronto desejam que sejam mandadas tropas estrangeiras para Timor-Leste para estabilizar a situação.

"Os refugiados e os soldados rebeldes com quem estive hoje, ambos esses grupos estão a pedir os peacekeepers Australianos," disse. "Eles não têm confiança que este assunto possa ser resolvido pela polícia ou pelos militares ou por algum dos políticos de aqui." O Departamento dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Austrália elevou a conselho de viagens para Timor-Leste no despertar da violência renovada.

Os Australianos estão a ser avisados a não viajarem para Timor-Leste por causa do que o Departamento descreve ser uma situação de segurança extremamente perigosa. Os Australianos que já estão no país estão a ser apressados para considerarem partir. O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comércio da Nova Zelândia aconselha contra qualquer viagem de turistas e pessoal não-essencial para Timor-Leste. (newswire.co.nz)

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/82f97e5149a375d149257178003ecea3?OpenDocument

PS: este é parte do apanhado da imprensa que está no site da UNOTIL referente ao dis 24 de Maio de 2006. Tinha pensado só traduzir partes, acabei por pôr na totalidade (faltam as duas últimas peças que ainda não traduzi, mas vou fazê-lo) porque é um documento altamente indiciador dos esforços da Austrália e da Nova Zelândia para forçarem o convite para a sua entrada em Timor-Leste.

Anónimo disse...

Tradução;

Os dois últimos textos que estão na Revista dos Media Diários (site da UNOTIL)
Quarta-feira, 24 de Maio de 2006


Timor-Leste: É tudo por causa do petróleo – outra vez

O Governo Australiano parece ter perdido, pelo menos agora, nas suas tentativas para desestabilizar Timor-Leste e impor um governo mais ao gosto de Howard, Downer e dos seus aliados. O Congresso da Fretilin que reuniu na semana passada manteve Mari Alkatiri como Primeiro Ministro do governo de Timor-Leste. Ele ganhou um desafio que estava a emergir de José Guterres que era o representante de Timor-Leste na ONU e o Embaixador nos USA.
Alkatiri era um homem que Alexander Downer adora odiar e a quem tratou com desprezo durante as negociações sobre os direitos do petróleo no Timor Gap. Foi uma exibição repugnante do forte a tentar impor a sua vontade a uma nação mais pequena.
Downer disse a Alkatiri na altura: “A sua reclamação [aos direitos do petróleo] vão quase até Alice Springs. Pode reclamá-la para sempre que não me ralo … Nós somos muito duros. Não nos ralamos se der informação aos media. Deixe-me dar-lhe uma lição em política – não uma oportunidade.”
Apesar disso, Timor-Leste conseguiu forçar o governo Australiano a concordar com uma divisão de 50/50 e isto tem de ser creditado à persistência de Mari Alkatiri e do Ministro dos Negócios Estrangeiros José Ramos-Horta.
A rapidez com que o Governo Australiano despachou navios de guerra cheios de tropas pesadamente armadas para as águas de Timor-Leste a pretexto de notícias de um distúrbio em Dili indica que o Governo Australiano sabia dos desenvolvimentos adiantadamente.
A cobertura dos media favorável dada a José Guterres que desafiou Alkatiri para o cargo de Primeiro Ministro mostra que as agências Australianas podem também ter estado envolvidas no plano para retirar ou para depor Alkatiri.
José Guterres e os seus apoiantes são consistentes em apelar às “forças internacionais” para tomarem conta dos negócios do país. The Australian (19/5/06) relata: “Soldados rebeldes nos montes à volta de Dili disseram à ONU ontem que somente ficariam satisfeitos com uma força internacional de capacetes azuis que tomasse conta dos negócios do país”.
Um líder das forças rebeldes disse que “a violência abismará o país a não ser que outras nações entrem. Este é um problema militar, não é um problema civil”.
Estas exigências não são consistentes com queixas anteriores que as tropas tinham sido discriminadas e que estavam insatisfeitos com o seu tratamento, com os seus pagamentos e condições.
Nos reparos ao Congresso da Fretilin o contestador José Guterres deixou claras as suas credenciais anti-comunistas ao reclamar que a eleição de Alkatiri por braço no ar era antidemocrático. “Eu não acredito e eu não partilho métodos Leninistas e Comunistas de eleição para líderes nacionais”, disse. A assinatura de tais reparos não se perdeu em Canberra ou Washington e confirma que Mr Guterres é o homem deles!
A questão real mantém-se, a do petróleo. A possessão de recursos petrolíferos está-se a tornar um prémio crescentemente valioso. Para as grandes companhias petrolíferas e para os governos que as apoiam, a possessão por um pequeno país como Timor-Leste com um governo que tenta fazer alguma coisa para os pobres do seu país é um anátema.
Os Australianos dão conta de que desde que a Fretilin ganhou as eleições em 2002 “controla a maioria da economia do país e o mercado do emprego, bem como os contratos para a sua reconstrução”.
É expectável que o governo Australiano e os media continuarão a sua campanha para desacreditar o governo de Timor-Leste. Pode-se não ter ouvido ainda o último recado das forças militares que estão “lá em cima nas montanhas” e sob a liderança desses que querem trazer forças do exterior para ajudá-los a arrebatar o controlo do governo de Timor-Leste e a introduzir políticas mais aceitáveis para os governos dos Australianos e dos USA.
O futuro envolvimento da Austrália e se mais “distúrbios” estão a ser arranjados será indicado pela rapidez com que a Austrália retirará os seus navios de guerra e tropas das águas de Timor-Leste. (The Guarding, (Australian)

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

PRESS RELEASE

Timor-Leste pede apoio internacional
Tendo em conta a situação de violência que se tem vivido nesta quarta-feira, 24 de Maio, em Díli, que se traduziu em confrontos entre elementos das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e militares amotinados, o Governo de Timor-Leste, com o apoio do Presidente da República, Xanana Gusmão, e do presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres "Lu'Olo", requereu aos governos da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal o envio urgente de forças militares e policiais, de forma a repor-se o mais rapidamente possível a ordem pública, o respeito pela lei, a normalidade e a estabilidade, tão necessárias ao desenvolvimento do país.
O pedido de ajuda internacional justifica-se face ao clima de medo que os militares amotinados estão a conseguir criar na população e à evidente dificuldade revelada pelas F-FDTL e pela Polícia Nacional de Timor-Leste de porem cobro por elas próprias a situação que se tem vivido na capital nos últimos dois dias, aliada à grande vontade de evitar derramamento de sangue.
O auxílio internacional foi requerido através de cartas enviadas aos chefes de Governo daqueles quatro países, assinadas pelo Presidente da República, o presidente do Parlamento Nacional e o primeiro-ministro.
À Austrália e à Nova Zelândia, o Governo pediu o envio de militares para trabalharem com as F-FDTL. Aos governos da Malásia e de Portugal foi requerido que enviem para Timor-Leste forças especiais de polícia para auxiliarem e formarem a PNTL. No caso de Portugal trata-se de uma repetição do pedido efectuado recentemente junto do primeiro-ministro português, para o envio de uma companhia da GNR, cuja missão seria dar formação à Unidade de Intervenção Rápida da PNTL, permanecendo no país até à realização das eleições do próximo ano.
O pedido aos quatro governos foi feito a título bilateral, sem prejuízo de, em breve, Timor-Leste requerer as Nações Unidas um suporte multilateral desta acção. Tal deveu-se à necessidade de acelerar a eficácia da resposta.
O Governo aguarda com serenidade a resposta dos nossos amigos, na certeza de que estes não virarão as costas ao povo de Timor-Leste.
Numa reunião, esta manhã, com o Presidente da República e o presidente do Parlamento Nacional, o chefe de Governo fez o ponto da situação sobre os confrontos em Díli, reiterando a necessidade de se utilizar as F-FDTL para controlar a situação, tendo esta posição merecido o apoio do Chefe de Estado e do presidente do Parlamento Nacional.
Díli, 24 de Maio, 2006

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/82f97e5149a375d149257178003ecea3?OpenDocument

Anónimo disse...

Lembremo-nos que no comunicado de 08 Junho 2006, do MINISTRO RAMOS-HORTA, às tantas ele dizia que:

“O que foi acordado hoje numa reunião presidida por mim e com a presença dos Embaixadores e Comandantes das quatro forças incluindo GNR, foi: o objectivo a longo prazo (e aqui a longo prazo significa dias ou semanas) é que a GNR opera como uma força de intervenção táctica em toda a cidade de Díli; de imediato, respondendo a um apelo feito pelo Presidente da República e Governo Timorenses, a GNR operará numa zona exclusiva de operações que cobre a zona da ponte e ribeira de Comoro; (…)”

Relembro que ele escreveu: "e aqui a longo prazo significa dias ou semanas". Ora Sr. Ministro já passaram 8 dias, isto é mais de uma semana. Vão-se passar mais quantos dias ou semanas, antes de a GNR poder operar, sem empecilhos, em toda a cidade de Dili?

Anónimo disse...

Vamos fazer este apelo atraves da RTTL? Ja estamos fartos! Ha algo por tras disso tudo? Porque nao se tomam decisoes?

Anónimo disse...

TVTL... então mas agora vão pedir apoio para divulgarem isso? Não se esqueçam do resto que também merece ser divulgado. E será que a TVTL já tem o apoio que lhe é devido por parte do Estado? Então mas esse calcanhar de Aquiles da difamação não era para "auto-censurar" a liberdade de imprensa? Com prisão e tudo... como os ventos mudam. Tá confuso. Acalmem mas é a situação que a borrada está feita antes. Peçam mas é à TVTL para mostrar mas é a vergonha em que se encontra o povo, para se ver como a classe política resolve agora os problemas que tem a braços. Ao fazerem isso conseguem também certamente fazer umas peças sobre os "turistas" australianos que andam no terreno. Não vai ser fácil "usar" a imprensa para máquina de propaganda. Mas pode-se sempre tentar. Em qualquer outro país é prato do dia, porque é que há-de ser diferente em Timor-Leste?

Anónimo disse...

Como podem pensar que 120 GNR poderao resolver todos os problemas de Timor-Leste? Muita presuncao. Reconhecemos o bom trabalho que fizeram em 2000 mas a situacao agora e diferente. Que a GNR comece por demonstrar que tem Comoro sob controle e que os seus habitantes ja conseguem dormir descansados em suas casas sem receios. Se fizerem isso terao o meu respeito e serei a primeira a dar Vivas. Uma Timorense

Anónimo disse...

It has to be noted that in contrast to the anti-democratic and unconstitutional tone and manner in which the cirtics of the government have behaved (burning cars, government buildings, smasshing the goverment main office and burning and destrying homes and property of those whose only apparent sin is being associated with the public administration, Fretilin or the government) that for at least one week now, illegally placed signs criticising the Government and the Prime Minister, which comprise one of the most bizzare and absent demonstartions (if not to say lazy) initiated by the infamous Angela Freitas from Partido Trabalhista, have remained untouched despite all good reason for them being removed, including legal reasons in that they breach the law on public dcemonstrations on a number of grounds.

It illustrates a high level of tolerance, respect and openness on the part of the government for no matter how small and in this case absent a minority to express their democratic rights. Such respect which has never been afforded to either the government or the Prime Minister.

Let these signs remain there I say as a testament to this value held for democracy as well as minority parties, in this case one which could not even have one member of parliament elected at the first elections.

Anónimo disse...

Tenho uma ligeira suspeita que na TVTL, neste momento, é capaz de já não ser possível emitir qualquer coisa que possa pôr em causa o comando militar australiano.

É bem possível que à semelhança do que se tem passado noutros orgãos e instituições do estado, o invasor já tenha tomado conta do local.

Anónimo disse...

Oh.... a sério? Então e o Parlamento? Não terão coragem? E se não for nada disso? Vai ser um problema medonho. É que se os tipos se vão embora o Xanana bate com a porta e depois o pessoal vai pedir equílibrio a quem? A Nosso Senhor? À Virgem? A Fátima? Não há de facto maturidade política. Há quem diga que de facto gaveriam que se fazer um limpeza.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.