sexta-feira, junho 23, 2006

Bispo de Díli defendeu demissão de Mari Alkatiri



Díli, 23 Jun (Lusa) - O bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva, defendeu hoje na capital timorense que o primeiro-ministro Mari Alkatiri "deve ouvir a voz do povo e apresentar a demissão".

D. Alberto Ricardo falou à Agência Lusa à saída de um encontro, a seu pedido, com o presidente da República Xanana Gusmão a quem pediu para não se demitir.

"Vim pedir ao Sr. Presidente para não se demitir e ele respondeu- me que vai esperar mais algum tempo", disse.

Numa mensagem quinta-feira ao país, Xanana Gusmão anunciou que resignará hoje do cargo, se o primeiro-ministro e líder da FRETILIN, Mari Alkatiri, não se demitir.

Questionado sobre a concentração de milhares de pessoas junto ao Palácio do Governo e Parlamento, o bispo de Díli saudou essa iniciativa, que disse representar a vontade de mudança.

No Palácio das Cinzas, sede da presidência da República, encontram-se neste momento o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa José Ramos Horta e Sukehiro Hasegawa, representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste.

EL.

6 comentários:

Anónimo disse...

Ah pois... kem estava à espera ke um deles hoje resignaria... enganou-se!!!
Timor no seu melhor.
"Vim pedir ao Sr. Presidente para não se demitir e ele respondeu- me que vai esperar mais algum tempo", disse (Bispo de Díli).
Claro, ke kuando o Xanana diz ke resigna já tem o cenário preparado.
As manifestações irão durar o mais ou menos tempo ke as últimas da igreja católica???... talvez "...mais algum tempo"

Anónimo disse...

Durarão certamente o tempo que for necessário para o Governo perceber o que de facto esteve a fazer na crise que não resolveu.

O povo se vier à rua, perguntava eu, o que vai continuar a fazer o Goveno e durante quanto mais tempo vai o mesmo andar em zig-zag? Fez o mesmo com o demite não demite dos ministros.

O suicídio político da FRETILIN está em marcha. Os senhores do Poder não suportam de facto perdê-lo na rua. Mas digam lá que outra solução haverá tamanha é a insistência daqueles que o querem a todo o custo, sim com base Constitucional e tudo, sem sem alguma razão sobre a realidade que já antes decorria....

Xanana, na minha opinião até aguentou foi tempo a mais.

Xanana estamos contigo. De facto basta pensar pois não são precisas armas, canhões ou bombardeiros pois o homem é imprescindível pois só ele consegue pensar. E continua igual a si próprio o que é certamente ainda mais desconcertante inclusivé para muita gente e muitos sistemas! Vamos lá a ver e esperar que tudo corra pelo melhor.

Anónimo disse...

O poder tal como se conquista, também segue o mesmo caminho para cair... é o povão ... que alguns dizem burro.
Mas mais burro é quem não sabe ler os sinais a tempo e controná-los e antes insiste em atravessar a barreira a todo o tempo.
É uma questão de aprendizagem! mas terrívelmente dura e injusta.

Anónimo disse...

Quinta-feira, Junho 22
Timor Leste: à beira do abismo
A crise em Timor-Leste é grave, muito grave. Timor Leste pode estar à beira de ver a sua independência comprometida, e desta vez irreversivelmente, se o Presidente da República cumpre a ameaça de se demitir por o Primeiro Ministro teimar em agarrar-se ao cargo e não assumir pessoalmente as pesadas responsabilidades que lhe cabem nesta crise.
A FRETILIN, partido maioritário e vanguarda incontornável em Timor Leste, não pode mais tolerar este impasse: deve parar de acenar com compromissos que sabe insustentáveis e que só aumentarão os tremendos custos já impostos ao povo e mais fazem perigar a soberania e independência por que tantos timorenses pagaram com a vida. Os militantes de base da FRETILIN sabem, melhor que ninguém, que só o Presidente Xanana Gusmao, democraticamente eleito, mantem ainda autoridade e a confiança do povo. Só ele pode ser garante da salvação e unidade nacionais.
Não, não se trata de Timor Leste ser um Estado falhado, como sustentam certos sectores australianos, americanos e outros que sempre tentaram controlar Timor, por considerações estratégicas e outras relativas ao domínio dos seus importantes recursos de gás e petróleo. Sem dúvida, o acordo petrolífero que o Primeiro Ministro Mari Alkatiri negociou com a Austrália, com êxito, instigou esses sectores a retaliar, recorrendo a todos os expedientes e pretextos para fazer Timor Leste aparecer como condenado à falência. Assim como já tinham incentivado a Indonésia a invadir em 1975, estes sectores nunca deixaram de contar com as dissensões entre os timorenses e nunca deixaram, portanto, de as alimentar. Mas a triste verdade é que esta crise, decerto estimulada e aproveitada por actores externos, é sobretudo da responsabilidades dos governantes timorenses que cometeram sérios erros - e ao cometê-los fizeram o jogo de quem sempre souberam querer inviabilizar a independência do seu país.
Eu estou convencida de que Mari Alkatiri é sério. E de que em muitos e fundamentais aspectos foi um bom governante de Timor Leste (desenganem-se os que pensam que ele ainda governa ou poderá voltar a governar...). Mas noutros e também fundamentais aspectos Mari Alkatiri errou clamorosamente. Esses seus erros geraram a actual crise.
O maior dos erros do Primeiro Ministro Alkatiri foi ter incluído no seu governo Rogério Lobato, um homem perigoso, com conhecido passado criminal, que acirrou fricções, desconfianças e clivagens e tornou as relações com o Presidente e a Igreja ainda mais difíceis, sobretudo desde que em 2005 ordenou à Polícia que carregasse a tiro sobre homens, mulheres e crianças que aos milhares se concentravam junto à residência episcopal em Dili, em triste enfrentamento a pretexto das aulas de religião e moral (felizmente que o Comandante Paulo Martins se recusou a cumprir a ordem que teria resultado num banho de sangue). Há muito que se sabia que Rogério Lobato estava a aproveitar-se da supervisão da Polícia e dos contratos de equipamento da Polícia para armar milícias privadas e fomentar a divisão "lorosae -loromunu" (ele poderia tornar-se o braço armado dos loromunus, explicaram-me membros do Governo em Dili recentemente). Todos os Ministros o sabiam. E o Primeiro-Ministro também: conversamos várias vezes sobre aquele inquietante personagem, a última ainda há semanas, já a crise estava instalada.. Mari Alkatiri julgaria porventura que, tendo-o por perto, melhor o controlaria. Como eu repetidamente avisei, acabaria antes refém dele.
É isto que Mari Alkatiri, como verdadeiro patriota e homem de Estado, não pode deixar de reconhecer, demitindo-se sem tardar mais. Para viabilizar uma solução pacífica e política da crise, que a sua obstinação tem prolongado, pondo o país à beira do abismo. Para não ficar com a responsabilidade histórica de enterrar a independência de Timor Leste ou de, no mínimo expôr o seu sofredor povo a mais um doloroso e prolongado conflito.

Ana Gomes
Amiga do povo de Timor Leste
[Publicado por AG] 22.6.06
"só o Presidente Xanana Gusmao, democraticamente eleito, mantem ainda autoridade e a confiança do povo. Só ele pode ser garante da salvação e unidade nacionais."

"...Mari Alkatiri errou clamorosamente. Esses seus erros geraram a actual crise."

"É isto que Mari Alkatiri, como verdadeiro patriota e homem de Estado, não pode deixar de reconhecer, demitindo-se sem tardar mais."

"Para não ficar com a responsabilidade histórica de enterrar a independência de Timor Leste ou de, no mínimo expôr o seu sofredor povo a mais um doloroso e prolongado conflito."
Ana Gomes

VIVA XANANA GUSMAO
VIVA RAMOS HORTA
VIVA OS BISPOS DE TIMOR
VIVA O POVO MAUBERE

PATRIA, POVO!!

Anónimo disse...

info. dos corredores do poder

Mari Alkatiri JA ACEITOU RESIGNAR-SE!!!

Viva Kay Rala Xanana Gusmao
Viva Ramos Horta
Viva os Bispos de Timor
Viva o Povo Maubere
Viva a Restauracao da Democracia

Anónimo disse...

5000 pessoas nao representam o povo de Timor-Leste , senhor Bispo de Dili.
Serao estas as mesmas pessoas que apoiaram a manifestacao da Igreja em Abril 2005? Pelos vistos, as tacticas mudaram mas o objectivo e o mesmo: remover o governo constitucional.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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