sexta-feira, junho 09, 2006

Dos leitores

"...A verdade é como o azeite vem sempre ao de cima, mas as mentiras (os tais 56, 60 e mais) já contribuíram para que muitos timorenses sejam hoje deslocados no seu próprio país, a viverem em campos de acolhimento quando podiam estar a viver nas suas casas se mentiras e boatos não tivessem provocado toda esta agitação social. "


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6 comentários:

Anónimo disse...

Não foram nem mentiras nem boatos o que esteve na origem do que aconteceu. Foram factos! A quantidade de asneiras e manobras - inclusivé com o PR fora do país - foram claríssimas direcções que os responsáveis políticos adoptaram! Agora as coisas vêm de mentiras? De boatos? De rumores? Deve haver mais que motivos que afinal, esses sim teimam em não aparecer à luz do dia, claramente explicados por quem os deveria mostrar. Veremos ainda a que conclusões chegarão. O azeite vem sempre ao de cima sim senhor, mas mantenham a distância pois o azeite rege-se por leis físicas (será que é assim?) enquanto que a História vem sempre escrita em prol do que interessa a alguns... seja qual for aqueles que a escrevem. O mais medonho é saber que afinal as pessoas têm cabeça para pensar enquanto que o azeite não tem problemas desses... essa comparação é fraca. Acaso vieram ao de cima os crimes cometidos pela Fretilin em 75? Não, não virão nem interessa. Mas realmente sem justiça nunca a coisa irá ao sítio... mas como dizia um respeitado historiador: "... ainda está muita gente viva..." ora não havendo total JUSTIÇA estão à espera que respeitem os detentores do PODER por decisões que não cairam bem? A ver vamos, assim espero.

Anónimo disse...

Ref: Post "Dos leitores
"...A verdade é como o azeite vem sempre ao de cima, mas as mentiras (os tais 56, 60 e mais) já contribuíram para que muitos timorenses sejam hoje deslocados no seu próprio país, a viverem em campos de acolhimento quando podiam estar a viver nas suas casas se mentiras e boatos não tivessem provocado toda esta agitação social. "

O/a anónimo/a das 12:48:48 AM certamente desconhece alguns factos recentes ... nomeadamente o Relatório Final da CAVR onde os crimes cometidos pela Fretilin estão expostos ao pormenor.

A própria Fretilin os admitiu - antes da divulgação feita pela CAVR. Voltou a admiti-los, também publicamente na Audiência Pública Nacional, transmitida em directo pela Radio e pela Televisão de Timor-Leste, nos dias 15 a 18 de Dezembro de 2003. Aconselho a leitura do Relatório da CAVR.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, a politica de reconciliação foi iniciada pelo então Comandante Supremo das Falintil, Kay Rala Xanana Gusmão, em 1984. Esta não visava a reconciliação com a Indonésia - como as pessoas hoje tendem a pensar - mas sim a reconciliação interna entre timorenses devido ao processo vivido a partir de 1974-1975 e continuado durante a luta de libertação - com muito menor intensidade mas com cicatrizes ainda por sarar. O próprio Comandante Supremo reconheceu publicamente os erros que cometeu enquanto membro da Fretilin e por se sentir também responsável pelos erros da organização a que pertencia.

Os crimes cometidos não foram, nem estão a ser, encobertos.

Como é que pode falar em factos (início do seu comentário) quando nada há a prová-los, quando a própria pessoa que afirma existirem dezenas de mortos enterrados numa vala comum, se recusa a apontar a localização da mesma ‘ por medo de lá ir’? Medo com 2000 militares estrangeiros no território, alguns dos quais a proteger e a manter armados aqueles que fazem estas alegações? Se exigem que seja feita uma investigação ... seja feita! Mas para a fazer, não basta alegar, há que demonstrar.

Aliás, este último mês tem tido profícuo em alegações de diversa natureza ao Senhor Primeiro Ministro de Timor-Leste. Alguns leitores e comentaristas deste Blog têm, inclusivamente, dirigido acusações diversas a outros leitores e comentaristas de ‘defesa’ excessiva do Primeiro Ministro.

Confesso que nunca fui simpatizante da Fretilin – nem de qualquer outro partido político em Timor-Leste. Contudo, por uma questão de honestidade intelectual e perante os factos históricos, não se pode deixar de reconhecer o papel desempenhado pela Fretilin. Sem a organização e determinação da Fretilin, não teria havido luta de libertação em Timor-Leste. Esta afirmação é reconhecida por todos os intervenientes históricos em Timor-Leste, incluindo o actual Presidente da República, que foi militante e membro do Comité Central da Fretilin até à segunda metade da década de 80.

Acredito que a Fretilin, tal como os restantes partidos em Timor-Leste, têm um papel a desempenhar na construção de uma cultura democrática em TL. Pena é que os restantes partidos não tenham correspondido ao apelo dirigido e inúmeras vezes repetido pelo PR Xanana Gusmão após a dissolução do CNRT em Abril de 2001, de se organizarem, estruturarem e as suas lideranças estudarem, aprenderem de forma a prepararem-se enquanto oposição sólida e credível. O próprio Presidente Xanana Gusmão, ainda enquanto Presidente do CNRT/CN, contactou e apresentou pedidos ao NDI e ao IRI (respectivamente, Instituto do Partido Democrata e do Partido Republicano dos EUA) para apoiar esse processo de organização dos partidos de oposição. Ambos os Institutos acederam e, desde finais de 2001 têm prestado todo o tipo de apoio aos partidos habitualmente designados de oposição – até na elaboração dos estatutos destes partidos!

Lamentavelmente, pelo que é possível observar através do seu desempenho político no Parlamento Nacional e na acção política de oposição ao Governo, não é visível que tenham aprendido ou estudado aquilo que o PR considerava essencial para se tornarem oposição credível, isto é, uma alternativa de governação.

O que temos visto são manobras políticas – algumas delas, a acontecer em qualquer país europeu já teriam sido objecto de processo em tribunal – feitas pelas costas com a cobardia típica de quem joga sujo por falta de capacidade de se opor frontalmente com factos.

Mesmo não sendo simpatizante da Fretilin, e não partilhando de simpatia – ou de antipatia – pelo Senhor Primeiro Ministro, torna-se difícil não suspeitar de tantos ataques e jogos sujos. As alianças que surgem nos ataques também fazem pensar qualquer observador da situação que se vive em Timor-Leste. Mal termina um ataque ao PM e a situação acalma, surge logo um novo ataque. O mais recente ataque parece-me quase anedótico: o PM a ordenar a morte de opositores, denunciada por um grupo à comunicação social australiana, cujo líder afirma não ter cumprido o objectivo, se apresenta estranhamente com comportamentos em tudo iguais às milícias timorenses de 1999 (lembram-se das imagens da RTP das milícias a “festejar” com tiros para o ar? Não são certamente ex-Falintil, pois estes aprenderam uma regra de ouro na luta armada: não desperdiçar nem uma bala!), sem nunca dar um dado factual – data do tal encontro em casa do Senhor PM, datas e factos relativas aos momentos em que recebeu, e como, as ordens, etc. – atiram-se nomes para o ar, acusa-se leviana e impunemente ... sem consequências!

Acredito que justiça será feita, como afirma o/a anónimo/a ... o que aliás, em Timor-Leste, é por si só uma questão complexa que terá de ser aprofundadamente reflectida num futuro próximo e tem sido motivo de frequente debate em TL e entre a comunidade internacional. Está-se a construir um Estado de Direito mas o sector da Justiça continua a viver contradições que serão difíceis de suplantar e equilibrar: o processo de reconciliação nacional e o processo de reconciliação com a Indonésia; timorenses que exigem o cumprimento de um sistema de justiça formal, timorenses que aceitam a aplicação de um sistema de justiça tradicional ... actos passíveis de serem classificados como crime (nomeadamente a violação de mulheres e de raparigas/crianças ou o assassinato de alguém) que não são punidos mesmo não tendo sido objecto de amnistia, pequenos delitos (furto para dar de comer a um filho) que são objecto de julgamento e pena de prisão ....

Num quadro destes, a impunidade torna-se um sentimento que encoraja a perpetração de actos passíveis de incriminação penal ... sabem que não haverá punição ... porque não cometê-los?

Acresce a este cenário aquilo que tantos membros do clero timorense consideram ser um problema sério em Timor-Leste: a ausência de princípios e de valores éticos e deontológicos a reger as relações sociais e políticas. Inúmeros membros do clero timorense consideram primordial e prioritário o empenhamento da Igreja Católica nesta acção de ‘recuperação de valores e de princípios’ (não exclusivos do cristianismo, mas comuns a todas as religiões mundiais) que reverta a mentalidade existente da resolução de problemas através do recurso à violência. No entanto, e lamentavelmente, parte do clero timorense, prefere envolver-se nas disputas políticas próprias das organizações partidárias do que dedicarem-se à sua missão evangélica, ao ensino a que se comprometeram, nomeadamente em 1999, e à acção com vista a reverter a mentalidade prevalecente, essencialmente, entre os mais jovens.

Receio que em Timor-Leste, neste último mês, se tenha invertido a situação: atiram-se alegações/proferem-se acusações e depois fica-se a aguardar que o ónus da prova recaia sobre o acusado!!!!!! O ónus da prova recai sobre quem acusa! Não se queira inverter o que não é invertível!

Ao terminar, permitam-me acrescentar o sentimento de tristeza que sinto por ver o Ministro de Estado Ramos-Horta – que tanta admiração tem merecido de tantos portugueses pelo papel insubstituível que desempenhou e justamente reconhecido com o Prémio Nobel – a prestar-se a desempenhar o papel chocante de incoerência que revela há um mês: moderador e facilitador de ‘reconciliações’, acusador do Governo de que faz parte (como assim? Não se demite porquê?) ... até onde irá?

IC

Anónimo disse...

Anónimo das 12:48:48 AM: Sobre as questões que levanta remeto-o para o extracto do discurso do PM de Timor-Leste na sessão de abertura da
REUNIÃO DE TIMOR-LESTE COM OS PARCEIROS DE DESENVOLVIMENTO, Hotel Timor, Díli, 4 de Abril de 2006

“(…) Posso pois dizer com indisfarçável satisfação que, ao longo destes anos, o Governo tem sido fautor de estabilidade. Ainda que haja quem, ciclicamente, procure atacar a sua imagem, e as senhoras e os senhores possam começar a considerar pitoresco virem às conferências de doadores, engalanadas com agitação nas ruas, mais ou menos provocada, na verdade, essas pessoas que se escudam anonimamente nas massas que se manifestam, algumas fora da lei, parecem desconhecer que mais do que prejudicar o Governo legítimo do seu país afectam a imagem que Timor-Leste dá de si ao mundo.

E esse é um malefício que não pode ser contabilizado nas urnas eleitorais. É um mal que afecta antes de mais os cidadãos deste país, os tais menos favorecidos para os quais canalizamos a política do nosso Governo: os mais pobres. É que com desacatos levados a cabo por grupos de marginais, aproveitando situações políticas eventualmente empoladas, há sempre quem, na ausência de uma visão integrada dos problemas, possa ficar com dúvidas e na dúvida prefere não vir investir, não vir cooperar, não vir fazer turismo a Timor-Leste.

Em suma, somos nós todos enquanto povo que perdemos pela acção desses poucos que procuram desestabilizar o país, provocando o medo nas populações com menos acesso à informação. Quero apenas em relação ao caso contíguo com a reunião de Timor-Leste com os parceiros de desenvolvimento deste ano, a questão da saída de 591 militares das F-FDTL, dizer que o princípio que prevaleceu foi o da legalidade e o da disciplina.

Quando os Estados têm tropas profissionais, o respeito pela disciplina e pela lei no seu seio tem ainda de ser maior do que naqueles em que o serviço militar é obrigatório, como se o respeito pela instituição fosse a dobrar: o voluntariado das pessoas revela-se na sua adesão livre ao serviço militar mas também no respeito pelas regras em uso no seu interior. A partir do momento que alguém que aceita estes princípios deixa de os cumprir, não há outra forma de os considerar senão fora da instituição, desvinculando-os. Isto não invalida que não se procure, com tempo, resolver os problemas que alegadamente estiveram na origem do seu descontentamento. Mas essa é outra questão.

É a questão do direito de cada cidadão à defesa do seu bom nome e das suas razões. Neste caso específico, reconhecemos que de facto existem problemas de natureza institucional que iremos enfrentar e resolver. (…)”
http://www.pm.gov.tp/port/speech4april.htm

E lembro-lhe que nas eleições de 2001 os eleitores timorenses “julgaram” a Fretilin dando-lhe 57,37% dos votos e por isso hoje a Fretilin detém a governação do país e a maioria da Assembleia Nacional.

IC: muito obrigada pela excelente análise que fez e que revela o seu profundo conhecimento de TL. E na mouche quando aponta: “O ónus da prova recai sobre quem acusa! Não se queira inverter o que não é invertível!”.

Anónimo disse...

master and lord Mari Bin Laden Alkatiri as the your master butchery have been orchestred genocide plan to kill the whole East Timor People by distribuited the all weaponary and ammunitions from ETNP commanded by irrational so called inland ministry the famous skandalous Rogerio Tiago Lobato.
Where are now the almost three thousands rifles imported from Malasia, China and Cuba for defending the puppet government interests in East Timor Soil??? The above mentioned weaponary not now are in the hands of the supporters of the infame leader Alkatiri with aim to kill people that not accept their system of the brutality and savagery towards the East Timor People governation by immoral leader named Alkatiri till today???

All of you, those pro-Alkatiri should be quite now dogs and do not appear in this forum in very hysterik way to blame for australian forces are wrong doing with concerning the security task forces to be done for East Timor People.

We, the real genuine Maubere People, have to thanksgiven to the Australian Authority and Army Forces that are now accomplish their task force to give good assistance to the poor and weakness people of East Timor, but not defending the butchery leadership of Alkatiri and Luolo.

You gays the atheist, herejes, materialist followers of the your political father "Darwin" gonna to the hell, because our people would like prevail their culture and identity as the real People in their real nation East Timor.

Long Life to Heros Commanders Alfredo and other Comrades, real defenders of the Maubere People interest in east Timor Land, but not defending the psychopata and paranoid leadership dominated by irrational ones namely butcheries Alkatiri and Luolo. No longer Maubere People will destroy all infames clikes of the Alkatiri and Luolo. Their days in fact are counted now by the People Power and they will removed in very ashammed way from leadership of East Timor's People and Nation.

Anónimo disse...

No início desta crise lembro-me de ver no telejornal da RTP uma professora portuguesa da cooperação, em Dili, a explicar a indisciplina que reinava no quartel do Reigado e de dizer que ele arrogantemente nunca pôs os pés em qualquer aula de português. Pela amostra aí em cima parece que também pouco frequentou as aulas de inglês na Austrália.

Anónimo disse...

Ba maun ka alin, tiu ka avo anonimo nebe uza liafuan tolok hau husu boot atu konsidera ema seluk nia dignidade.
Ita boot bele hatoo ita nia opiniaun maibe ho respeito ba ema seluk.
Iha nee ita diskute ho ulun malirin no argumentu fundamentadu iha ambiente debate livre, nakloke ho sivilidade.

HanoinTokBa

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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