domingo, junho 11, 2006

Dos leitores

Poderão dizer o que quiserem.

Disseram que os GNR são “pontapeadores de cabeças”.

Poderão sentir que – realmente – não fizemos muito pelas colónias.

Escreviam que apenas tínhamos uma estrada em Timor… é verdade. Só esqueceram um pequeno pormenor – é que as estradas que tinhamos em Portugal nem eram melhores nem muitas mais comparadas às necessidades.

Não apoiámos a invasão Indonésia. Não fizemos acordos petrolíferos com eles enquanto os Timorenses morriam pela independência.

Sentem os Timorenses esta aversão para com os ex-colonizadores?

Sentem distância relativamente aos Malae de 20.000km mais além? Ou sentem distância relativamente aos Malae do lado?

Agora…

Quando se montou evacuação, quando se pretendia pôr toda a gente para fora… sabem quantos Portugueses abandonaram voluntariamente o famoso Dili em conflicto?...

Nenhum.

Enquanto se passeava nas ruas assistindo ao queimar de casas, óculos de sol e automáticas em mão vendo algo que não diz respeito durante uma semana – os GNR (os famosos pontapeadores) começam a fazer o seu trabalho.

Prender quem queima e destrói em falta de uma polícia efectiva.

Não se pinta o português com intenções de boa vontade e de companheirismo – obviamente, estados não fazem favores nem aos seus próprios cidadãos.

Contudo – um visto para nacionalidade entre as duas nações – marca a diferença de distância.

Quem está realmente mais longe?

As distâncias – meus queridos Aussi – medem-se por dentro.

Não é só que se apostem carros e motas em Díli pela selecção portuguesa durante o Europeu.

Não é só que se encontrem gentes de idade que – orgulhosos – mostram os documentos antigos de nacionalidade Portuguesa como mostra de orgulho durante uma ocupação ignorada pela Austrália.

É que – no fundo – as distâncias vêem-se por dentro.



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8 comentários:

Anónimo disse...

Diak

Anónimo disse...

Portugal mobiliza apoios para missão da ONU

OGoverno português está a fazer uma corrida contra-relógio no sentido de angariar apoios para as suas propostas de solução do conflito em Timor-Leste. O Conselho de Segurança das Nações Unidas começa na terça-feira a debater a situação e o ministro português dos Negócios Estrangeiros tentará, já amanhã, no Luxemburgo, sensibilizar os seus homólogos europeus.

A reunião no grão-ducado destina-se a preparar a cimeira europeia de 15 e 16, mas Freitas do Amaral aproveitará a ocasião para tentar obter o apoio da União de modo a conseguir maior envolvimento das Nações Unidas no processo de pacificação e reconciliação em Timor-Leste.

A missão do ministro português visa, em especial, a posição a tomar pelos cinco Estados membros com assento no Conselho de Segurança: Reino Unido e França (membros permanentes), e Dinamarca, Eslovénia e Grécia (eleitos por dois anos).

Em discussão no Conselho de Segurança estará essencialmente o grau de envolvimento das Nações Unidas. De acordo com um documento confidencial australiano (ontem revelado pelo DN), o Governo de Camberra entende que a construção do Estado timorense falhou e que as autoridades de Díli não estão em condições de recuperar o controlo da situação. Por isso, defendem que a ONU deveria liderar politicamente o processo nesta fase. Isso incluiria, por exemplo, a substituição do aparelho judicial timorense, recorrendo a juízes e advogados estrangeiros, além da possibilidade de colocar um oficial estrangeiro a comandar a polícia timorense.

Numa fase prévia, a da estabilização do território, a Austrália defende que as forças envolvidas deveriam manter-se sob controlo do contingente internacional já presente em Timor (o que significa o comando de Camberra), colocando de fora as Nações Unidas.

Em oposição, Portugal defende a criação de uma força de capacetes azuis, sob comando directo da ONU.

Uma das interrogações fulcrais neste momento respeita à posição que adoptará o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense. Ramos-Horta vai participar na reunião de terça-feira e as autoridades portuguesas admitem que ele se incline para as posições australianas.

O Conselho de Segurança vai debater um relatório do secretário- geral, Kofi Annan, sobre a futura presença da ONU em Timor-Leste, em substituição da actual missão, cujo mandato, entretanto prolongado por um mês, termina no dia 20.

O texto de Kofi Annan tomará como base o relatório elaborado pelo enviado especial, Ian Martin - que já chefiara a missão da ONU encarregada da preparação do referendo que conduziu à independência do território, em Agosto de 1999 -, e deve propor um aumento da presença das Nações Unidas, em polícias e militares.

Diário de Noticias

Simbelmune disse...

Só para postar o resto do artigo que enviei gostosamente para o "timor-online" e que, aparentemente, não chegou por falhas no sistema de correio (não quero pensar que foi simplesmente cortado por censura - já la vai o tempo das PIDE em Portugal e arredores):

"Quando todos os interesses na zona se evaporarem, quem ficará?

Se todo o petróleo se esvaísse e o comunismo fosse tão bem aceite como o capital-neo-liberalismo – quem ficaria?

Se o Islão fosse visto com a mesma condescendência que o catolicismo romanizante – quem ficaria?

Quando já não houver governos a pagar ONGs para os representar no terreno – quem permanece?

Hoje Portugal é um mal menor para o povo Timorense.

Mas – no fim – só ficarão aqueles que amam, os que estão perto… por dentro.


Agora – um apelo à lusofonia de terras entre Minho e mar:

Não pensem que se luta pelo orgulho português encarando o Australiano pintado nas notícias.
Como nós – há gente que critica duramente a actuação do seu próprio governo e que mexe as mãos fazendo algo para ajudar, além de estadismo ou crítica gratuita.

O orgulho português não se salva no fetiche másculo de armas a entregar como tampouco se salva na defesa das quinas atrás de um couro em campo relvado.
O orgulho português salva-se quando se exige melhor qualidade para os serviços a que – constitucionalmente – temos direito.

Salva-se quando sabemos exigir qualidade nas nossas vidas para além das primeiras companhias e das quintas dos famosos.

Salva-se quando exigimos justiça social, quando salvaguardamos as tradições portuguesas do assalto anglosaxónico – SE, E SÓ SE – sentirmos que temos algo positivo a contribuir para o bem-estar comum… global.

Por isso – irmãos de sangue – olhemos para o nosso nariz, para o nosso olho, e vejamos se há lá algum cisco a apontar antes de ver traves algures.

Lembrem que temos Lages à muito.
Que cedemos à OTAN à muito.
Que nos vendemos a postas às medidas comunitárias à muito.
Que somos campo de férias para o mesmo “turismo internacional” que – agora – queremos rebater.
Que temos quota-parte de responsabilidade pela desorganização Timorense, visto nunca termos formado quadros de raiz que fossem viáveis como governo próprioquando tivemos oportunidade.

Se fizermos o trabalho de casa, talvez sim – depois – possamos dar algo a alguém.

Por enquanto – a vã glória de mandar – seria um fracasso total.
Nada podemos ensinar lá fora – a Mauberes ou “Aussis” – se nada temos cá que sintamos ser verdadeiro e verdadeiramente “nosso” para se partilhar.

Como dizia um Peça algures no tempo…
Já agora – vale a pena pensar nisto.

Mas – realmente – a forma como somos recebidos pelos Timorenses, leva-me a crer que somos um mal menor.
E que eles também sabem disto."

Obrigado.
Daniel Almeida Pinto

Anónimo disse...

Daniel Almeida Pinto, fale por si! Não tenho essa visão nem dos portugueses, nem Portugal.
Temos muito verdadeiramente nosso e muito para partilhar. O que não podemos nem devemos partilhar, é complexo de inferioridade e de auto flagelação, que muito portugueses, como é o seu caso tem.

Problemas meu caro amigo, todos os países tem, mesmo aqueles que tem meios que nos não temos.

Houve erros que foram cometido com Timor, assim como o foram os outros países de expressão portuguesa. Mas qual foi o pais colonizador que não os cometeu?

Qunato ao que podemos fazer por Timor? Podemos não ter os meio que os australianos, mas podemos concerteza fazer mais por Timor e pelos Timorenses do que os Australianos, até porque os portugueses tem realmente vontade de ajudar, e pelo que se tem visto dos australianos, as intenções deles são outras. Olhe leia a noticia que alguém colocou ai em cima, e por ai vê-se quais são as intenções de Portugal e quais são as intenções da Australia.

Simbelmune disse...

Repito a intenção do post acima. Enviei um post completo, do qual foi apenas referido metade. Se avaliar o texto completo vai entender que não há "sentimento de inferioridade", mas apenas a vontade de repôr a verdade do texto integral que enviei para o Timor Online com total boa vontade. Não pretendo entrar em questões que tendem a flamejar e inflamar ânimos. Cada qual tem o seu trabalho - e já temos muitos no terreno para puxar brasa a sardinha própria (tal como a Austrália e outros países assim o têm). Repito - sinto que Portugal é um mal menor para Timor e que os próprios Timorenses o sentem igualmente.
Bem haja

Anónimo disse...

QUE GRANDE PULHICE ESTA.O QUE E VOCES TODOS PRETENDEM EM PUXAR A BRASA A VOSSA SARDINHA?JA DISSE VARIAS VEZES E MANTENHO:
NESTE MOMENTO TIMOR PRECISA DE TODOOOOOOOS.SE PORTUGAL NAO DESSA A SOLA EM 75 TIMOR NAO ESTARIA NESTAS CONDICOES.NAO ERAM NECESSARIOS OS AUSSIES.NAO TINHAM MORRIDO CENTENAS DE MILHAR.NAO HAVERIA A DOENCA INDONESIA DO OAN ROKO.NAO TINHAMOS SIDOS ESCORRACADOS DA NOSSA PATRIA.OS QUE CONTINUAM A PUXAR A BRASA A SUA SARDINHA NAO SAO MAIS DO QUE TACANHOS DE MENTE MICROSCOPICA QUE NAO ENXERGAM MAIS DO QUE UM PALMO A FRENTE DOS OLHOS.SAO SERA ESTA A RAZAO PELO QUE O "POVO" DE TIMOR CONTINUA A SOFRER?
IMI SIRA NEBE HIA TEMPO BARAK LA HATENE HALO DIAK BA TIMOR ITA NIAN
RAI, DIAK LIU ATAMA LIMAN FUAN BA FATIN NEBE LORON SE NAKUKUN.
UM GRANDE ABRACO DE SAUDADES
MAU DICK

Anónimo disse...

Se aí nevasse fazia-se aí ski. Aí não neva mas há tropas estrangeiras a protegerem bandidos armados, desertores e golpistas que abertamente advogam a dissolução do Parlamento Nacional e a demissão do Governo.

É preciso que as tropas estrangeiras regressem para a sua terra e que seja uma força da ONU a zelar para que a normalidade constitucional e a vontade dos cidadãos se mantenha e o povo possa com normalidade manifestar-se como previsto em 2007.

Anónimo disse...

Nao uma ocupacao ignorada, mas apoiada e financiada em tempos pela Australia. Esquecem e dao culpa a outros, mas no fim quando se fala da Australia, falase da mesma merda dantes como agora.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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