quinta-feira, junho 22, 2006

Ex-ministro do Interior está a ser ouvido por um juiz

Díli, 22 Jun (Lusa) - O ex-ministro do Interior de Timor-Leste Rogério Lobato está a ser ouvido a seu pedido no Tribunal Distrital de Díli, num processo em que é acusado de distribuição de armas a civis, disse hoje à Lusa fonte judicial.

Rogério Lobato é acusado de ter distribuído armas a grupos de veteranos da resistência e um processo de averiguações a esse respeito foi instaurado terça-feira pelo ministério público.
Desde então Rogério Lobato manteve-se em casa à espera de ser ouvido, beneficiando da protecção dos militares australianos.

As principais acusações foram feitas por Vicente da Conceição "Railos", militante da FRETILIN e veterano da luta da resistência, que acusa o primeiro-ministro Mari Alkatiri de ter dado ordens a Rogério Lobato para constituir grupos civis armados com a missão de eliminar adversários políticos do chefe do governo.

Mari Alkatiri já negou por diversas vezes as acusações de que é alvo, considerando que se trata de uma campanha para fragilizar o governo e a FRETILIN para as eleições de 2007.
Rogério Lobato abandonou o governo timorense um dia depois do presidente da República, Xanana Gusmão, ter sugerido ao primeiro- ministro a demissão dos ministros do Interior e da Defesa.

Os dois ministros em causa demitiram-se sendo substituídos por José Ramos Horta, que passou a acumular a pasta de Negócios Estrangeiros com a do Interior, e por Alcino Baris, que passou de vice- ministro para titular da pasta do Defesa, lugar deixado vago por Roque Rodrigues.
EL.

3 comentários:

Anónimo disse...

"O problema que Timor-Leste está a passar é que se tornou uma república arquista, sem passar por uma interligação dos seus dirigentes para com os problemas e necessidades do seu povo.
Como o principal problema desse país é a extrema miséria em que o povo vive, onde a maioria da população ganha menos de 1 dólar por dia, o que os dirigentes nacionalistas deste ou qualquer país teriam de fazer de imediato era tentar aumentar essa quantia para pelo menos 5 dólares por dia.
Como?
A questão é tirar a quem tem para distribuir a quem não tem.
Como neste caso quem tem é o Estado, porque a iniciativa privada é pouco importante neste momento para a economia de Timor-Leste, e o Estado é detentor de quase toda a riqueza, basta à classe política ganhar menos para a distribuição de renda se tornar mais equilibrada.
Outro factor importante e de um despesismo imenso, são os cooperantes, a minha opinião é que se outros países querem ajudar Timor-Leste cooperando, no caso de Portugal, dando cursos para professores Timorenses de Português, terão de ser esses países que querem cooperar, que terão de pagar aos seus cooperantes, Timor-Leste, como país subdesenvolvido, apenas terá de pagar com o agrado e o respeito dos Timorenses e nada mais, noutra fase de desenvolvimento do País, voltar-se-á a ponderar no assunto e pedir dividendos, porque todos sabemos que não há almoços grátis.
Outro pormenor, quanto ganhará um deputado em Timor?
E Xanana Gusmão?
Será que Timor tem necessidade da existência de um parlamento como aqui é regra na Europa?
Não pode o povo eleger delegados que o representem, sem necessidade de eleições?
Porque tem este modelo de "Democracia" ocidental ser exportado para países que estão a começar uma nova experiência existencial autónoma.
A passagem de duas colonizações (a Portuguesa e a Indonésia) deveria ter despertado nos dirigentes de Timor-Leste um sentido de Pátria e uma compreensão das diferenças culturais dos seus cidadãos.
Primeiro de tudo ter-se-ia de salvaguardar e conseguir a unificação de um estado multicultural e isso não passa por arquismos, mas sim por múltiplos anarquismos, locais (em cada região) e depois nacionais.
O que proponho é reuniões de cidadãos (tribos, neste caso) que debatam abertamente os problemas que são realmente importantes para eles.
O Estado, porque existe, deveria ser o regulador e organizador de todas essas reuniões, até os cidadãos Timorenses se organizarem e criarem a sua própria ideia de Estado, ou de Nação, arquista ou anarquista conforme se viesse a propor.
Quando os cidadãos timorenses tiverem o poder de decidir o que realmente desejam então poder-se-iam organizar em Estado como melhor o acharem.
Até lá a função do Estado seria a de distribuir os apoios internacionais o mais igualitariamente possível. Quando numa sociedade em construção o estado adquire demasiados poderes torna-se uma ditadura como em Cuba em que Fidel Castro, reina num país em que povo está na miséria, mas ele é detentor das maiores fortunas do mundo (segundo a revista Forbes).
O estado só é necessário quando faz alguma coisa pelos seus cidadãos, quando deixa de fazer e apenas faz enriquecer alguns à sua custa, o estado deixa de fazer sentido e isto é válido em qualquer parte do mundo.
Penso, por fim, que a Língua Portuguesa poderá e deverá ter um papel unificador em Timor-Leste, muito maior do que qualquer força da GNR.
Se estes requisitos não forem preenchidos o que acontecerá é Timor tornar-se um estado mais da Austrália e criar com isso mais um foco de conflito na região, com a Indonésia, especialmente por causa do petróleo."

Manuel Pedro

Anónimo disse...

Meu caro Manuel Pedro,

Vocês desculpe-me a sinceridade mas há muito tempo que não me ria tanto ao ler a sua prosa. Até porque ela está cheia de erros e, por isso, parte de pressupostos errados.
Um deles? Os cooperantes são pagos pelos respectivos países, sim! Timor Leste não gasta um tostão com eles!
Pelo contrário, alguns haverá que contribuem para o desenvolvimento do país quer com o seu trabalho quer com os seus impostos, por exemplo.
E essa do aumentar o rendimento das pessoas distribuindo o dinheiro do Estado? Importa-se de concretizar mais a sua ideia (como fazer?) e fazer a sugestão directamente ao Primeiro-Ministro e à Ministra do Plano e das Finanças?

Anónimo disse...

Meu caro Eduardo Lobão,
V. anda a precisar de férias! Ora releia o último parágrafo desta notícia? V. trocou as funções deles! O Alcino Báris é Ministro da Defesa? Só se houve uma remodelação governamental de ontem para hoje...
Talvez seja mais uma das invenções do Xanana

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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