sexta-feira, julho 07, 2006

Exagerando a brincadeira com os locais de Dili – as tropas australianas recuaram


Tradução da Margarida:

Na manhã de Quarta-feira, 21 de Junho 21, 2006, um destacamento das tropas Australianas aquarteladas no complexo da Educação Não-Formal em Vilaverde em Dili, impediram o pessoal do Ministério da Educação de hastear a bandeira de Timor-Leste, e por sua vez, hastearam a bandeira Australiana.

O destacamento dos soldados Australianos, pernoitavam no complexo, que continuava a operar como uma instalação de educação.

Tanto o pessoal do Ministério como as pessoas que vivem perto do complexo expressaram o seu choque com o facto da proibição de hastearem a sua bandeira.

Esses protestos chegaram aos ouvidos do comando Australiano, porque no dia seguinte, 22 de Junho, o destacamento pegou nos seus sacos e partiu do complexo.

A foto junta que eu tirei mostra a bandeira e o local.

Peter Murphy

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10 comentários:

Anónimo disse...

Esta notícia não tem nada de extraordinário. A falta de respeito é inata dos que se vêm como mais poderosos.
Não foi isto mesmo que fizeram em 1945 aquando da rendição dos japoneses em Díli?
Se não tivesse sido Salazar a pressionar os americanos condicionando a utilização da base de Santa Maria nos Açores, Timor teria ficado como protectorado Australiano logo nessa altura.

E foram timorenses quem arreou a bandeira australiana e hasteou a portuguesa, porque o governador português tinha fugido, como aliás voltou a fazer em 1975, depois de deixar a FRETILIN apoderar-se das armas do exército (de vendilhões) português.
Nem a UDT nem a FRETILIN estão isentas de culpa naquilo que foi o percursor de toda a desgraça que ainda hoje se abate em Timor-Leste.
E as contas de 1975 ainda não estão fechadas. Desengane-se quem pensa que em Timor as coisas se esquecem assim.
Pois é!

Anónimo disse...

Esta atitude de hastear a bandeira da Austrália em um prédio público de TL só faz crescer a antipatia pelo governo australiano e seus súditos. Creiam, o tiro sai pela culatra.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

O que é de lamentar não é a postura da austrália... em nada é surpreendente.

o chocante é o silêncio do Chefe de Estado o que leva a concluir que a austrália actua de acordo com o que lhe foi pedido ou no minimo de acordo com o que lhe é permitido.

O envolvimento de timorenses na entrega da soberania é que é chocante!

Anónimo disse...

POR FAVOR PRESIDENTE XANANA

PELO QUE PASSOU, POR AQUILO QUE DEFENDEU E CONTINUA A DEFENDER QUE É TIMOR NÃO DEIXE QUE SE TRANSFORME NUM HAITI

Anónimo disse...

Nao diga tolices sobre os Carrascaloes, pois nao sao tao ricos como muita gente julga.

Se estao calados e porque ja fizeram o trabalho de chamar a atencao a UNTAET, a Australia, ao Presidente Xanana Gusmao e ao proprio governo liderado pelo Dr. Mari Alkatiri, pelo que ia mal em Timor.

Ninguem lhes deu importancia! E as consequencias estao a vista!...

Anónimo disse...

Xanana é manipulado... penso que é obvio. Obvio é também por quem.

Anónimo disse...

Existem fugas de informacao nos corredores do governo de que muitos milhoes de dollares do petroleo tem vindo a ser depositados em contas bancarias no estrangeiro (incluindo indonesia) ao longo dos ultimos anos. Esta questao esta agora a comecar levantar serias preocupacoes a nivel ministerial.
De nao esquecer esta tambem a grande controversia que rodeou a conta bancaria aberta nos estrangeiro pelo segundo governo de transicao no tempo da Untaet para se fazer os depositos dos iniciais receitas de petroleo.

O desconhecimento publico dos tres signatarios da conta tinha ja sido levantado no parlamento e os proprios deputados da fretilin queixavam-se entao nao saber quase nada sobre esse assunto e a pedir mais esclarecimentos ao governo que permaneceu em silencio por um prolongado periodo de tempo antes de ser forcado a esclarecer a situacao. E tambem de notar a polemica que rodeou a forcada resignacao da entao ministra das financas, Ana Borges, por esta ser critica de algumas iniciativas do proprio governo.

Nao estou a acusar ninguem mas da me a entender que o que se desconfiava a longa data possa estar prestes a ser revelado uma vez que as Alkatiri ja nao controla o acesso a informacao no seio do governo.
Vou esperar serenamente sem fazer qualquer acusacao.

Anónimo disse...

Anónimo das 12:02:30 AM: parece que já dá de barato que afinal os tais 60 mortos e o "esquadrão" já passaram à história e agora retomam-se historietas anteriores que a Helem Hill se deu ao cuidado de investigar e também concluiu que não tinham base. Percebe-se a táctica. Ir sempre mantendo o Alkatiri sob suspeita e para tal é necessário ir mandando sempre mais m**** para o ventilador, i.e. os media. Desta vez é para o The Age, o The Australian, a ABC ou ficam-se só pelo timor-online?

Anónimo disse...

Mas voce sabe quem e a Hellen Hill? Ela nao e ninguem, nada no mundo academico da australia donde ele vem. Se for alguma coisa e uma "unreconstructed communist" altamente tendenciosa pela fretilin. Ela foi a Timor em 1974 por um breve periodo atraida pelas tendencias marxistas-leninistas da fretilin e acabou por escrever um livro sobre a fretilin que tanto admira. Ficou com uma fixacao da fretilin desde a sua formacao e foi inclusive a Mocambique e visitou essa quinta dos galos e coelhos que o Xanana mencionou no seu discurso. Suas proprias palavras.
E Hellen Hill fazer investigacoes? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAAHHAAHAHH.........................

Os esquadroes, 60 mortos vao ser investigados. Esperemos serenamente pelos resultados ou nao e isso que costuma aconselhar? Mas essa historia dos milhoes e muito interessante e se houve alguma altura em que se pudesse averiguar as verdades e agora. Porque os "duros" ja nao controlam o governo e nem a informacao. Vamos esperar. OK?

Anónimo disse...

BANDEIRA AUSTRALIANA E GOVERNADOR FERREIRA DE CARVALHO

Assim se vê o respeito que a Austrália, representada pelo seu exército, tem pela bandeira nacional de um país estrangeiro, ainda por cima nesse mesmo país.

"o destacamento pegou nos seus sacos e partiu do complexo." Mas tirando isso, não se ouviu falar mais do caso. Obviamente, os autores de tal acção grave ficaram impunes.

"o chocante é o silêncio do Chefe de Estado". Até hoje não tenho notícia de qualquer reacção do chefe de Estado timorense, nem de qualquer pedido de desculpas dos australianos. Essa passividade perante os australianos é um facto e é chocante.

Por último, um desmentido do que afirmou aqui o leitor "Rai Timor". Escreveu ele:

"Não foi isto mesmo que fizeram em 1945 aquando da rendição dos japoneses em Díli?
(...)
E foram timorenses quem arreou a bandeira australiana e hasteou a portuguesa, porque o governador português tinha fugido"

Já não é a primeira vez que leio esta calúnia. Em memória da sua honestidade e integridade, devo esclarecer que o governador Ferreira de Carvalho nunca, em circunstância alguma, abdicou das suas funções nem fugiu de Timor. Só deixou Timor a 8 de Dezembro de 1945, 5 anos e 7 meses depois de ter chegado e um dia depois de ter entregue o governo ao seu sucessor, Óscar Ruas. Essa história da bandeira é fruto da imaginação de alguém, pois a bandeira australiana nunca foi hasteada em lugar da portuguesa, no Timor Português.

A rendição japonesa às autoridades portuguesas foi efectuada em 5 de Setembro de 1945, sem a presença de qualquer representante oficial australiano. Portanto, esta história da bandeira australiana nunca poderia ter acontecido. O episódio da rendição está amplamente documentado em profusa bibliografia. Mais tarde, a pedido das autoridades australianas, foi enviada uma pequena delegação para supervisionar os termos da rendição. Citando um jornalista australiano de nome Wallis, Geoffrey Gunn diz que se tratou "de um acto «breve e simples, realizado em frente do desembarcadouro, onde estava içada a bandeira portuguesa»"

O único fundo de verdade desta história é o facto de a população timorense ter aprovado a restauração da administração portuguesa, ao contrário do que se passou na metade holandesa da ilha, onde os japoneses foram recebidos como libertadores e os holandeses alvo de perseguições.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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