quinta-feira, julho 27, 2006

Matan Ruak disponível para responder a MP sobre morte polícias

Díli, 27 Jul (Lusa) - O brigadeiro-general Taur Matan Ruak informou qua rta-feira o Ministério Público timorense de que está disponível para declarações no âmbito do processo relacionado com a morte de 10 polícias, após o inquérito militar em curso, disse hoje à Lusa fonte militar.
Fontes contactadas pela Lusa, judicial e militar, coincidiram que aquel e oficial, comandante das forças armadas de Timor-Leste, recebeu cinco perguntas do Ministério Público no âmbito do processo relacionado com os acontecimentos d o passado dia 25 de Maio, em plena crise político-militar, quando militares abri ram fogo sobre uma coluna de dezenas de polícias, desarmados, que estavam acompa nhados de oficiais e polícias das Nações Unidas.

Na ocasião, 10 polícias morreram e outras 28 pessoas ficaram feridas, e ntre as quais dois polícias da ONU, um filipino e um paquistanês.

O Ministério Público facultou ao brigadeiro-general Taur Matan Ruak a p ossibilidade de responder por escrito, tendo este oficial retorquido, por escrit o, que está a decorrer um inquérito interno a nível das forças armadas timorense s, e que depois responderá às cinco questões colocadas.

Os contornos violentos da crise em Timor-Leste começaram em finais de A bril e prolongaram-se pelos meses de Maio e Junho, com um saldo de cerca de 30 m ortos, dezenas de feridos e cerca de 150 mil deslocados em campos de acolhimento distribuídos pelo país.

A fonte judicial contactada pela Lusa salientou que o Ministério Públic o "abriu vários processos, relacionados com os actos de violência registados ent re o dia 28 de Abril e o dia 25 de Maio".
Dias depois do tiroteio, em declarações à Lusa, o coronel português Fer nando Reis, destacado em Timor-Leste, em missão da ONU, disse que na origem do c aso esteve o "descontrolo de um militar".
O militar português, conselheiro especial que chefia o Grupo de Treino Militar e Aconselhamento (MTAG), esteve no centro das operações de rendição daqu eles polícias, tendo liderado a coluna apeada que estava a ser transferida para as instalações da ONU em Díli.

Em contacto telefónico feito pela Lusa em Maio, a partir de Lisboa, Fer nando Reis assegurou que o derramamento de sangue teve como causa "o descontrolo de um militar, logo seguido de mais dois", que se cruzaram com a coluna e abrir am fogo.

Fernando Reis explicou que "ninguém mandou desarmar ninguém, os polícia s desarmaram-se livremente. Foram eles que mandaram uma mensagem à UNOPOL (força de polícia das Nações Unidas em Timor-Leste) a dizer que queriam render-se, por que não conseguiam contactar o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, comandante da s forças armadas timorenses, F-FDTL".
Uma vez que "havia cinco polícias da UNOPOL naquele comando e para evit ar mais mortes e conseguir parar o tiroteio" o coronel Fernando Reis afirmou que expôs "a situação, que já era militar" a Sukehiro Hasegawa, o chefe da missão d a ONU em Timor-Leste.

Depois de ter falado também com o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, F ernando Reis deslocou-se "com dois militares do MTAG" ao comando da polícia, ond e estabeleceu diálogo com o oficial da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

"Perguntei se sempre queriam render-se", disse Fernando Reis à Lusa. "E expus as condições: quem se quer render, deixa a arma num carro que trouxemos e tem de vir comigo. Quem não quiser entregar a arma, fica cá e sujeita-se".

O militar português referiu que, entretanto, "chegaram colegas da UNOPO L e mesmo os mais renitentes seguiram o conselho. Foi tudo voluntário. A UNOPOL não obrigou ninguém a render-se".

Foi organizada uma coluna apeada, que seguiria atrás do militar portugu ês até às instalações da ONU em Díli.

"Eram cerca de 80 homens, formados a três e, aos lados coloquei viatura s para proteger de qualquer incidente", relatou Fernando Reis.

A coluna deparou-se, num cruzamento, "com três ou quatro militares" e, segundo Fernando Reis, elementos da UNOPOL e do MTAG adiantaram-se para lhes ped irem que se afastassem.
Foi aí que "um deles perdeu o controlo e atirou em alguém e isso foi um momento crítico". Em vão, tinha Fernando Reis pedido que "não corressem e não r espondessem a provocações". De seguida, "outros dois soldados abriram fogo".

Fernando Reis disse ter ido no encalço dos três soldados que haviam dis parado e levou-os ao quartel onde se encontrava Matan Ruak.

O comandante das forças armadas timorenses "pediu desculpa, mandou cham ar os três militares" e, à frente do coronel português, anunciou-lhes que iriam "ser punidos".
"Acredito no general Matan Ruak, que é um homem de honra e de palavra", comentou Fernando Reis, que pela própria narrativa dos factos, considerou que " não faz sentido nenhum dizer que o episódio teve alguma intervenção política".

"Incidente lamentável", assim classificou Fernando Reis o episódio, "de vido ao descontrolo de um militar. Não houve ninguém a dizer àquele louco para a brir fogo. Foi uma situação imprevisível, de alguém que, na altura, se descontro lou".

A Lusa contactou quarta-feira o brigadeiro-general Taur Matan Ruak a qu em solicitou um comentário sobre a iniciativa do Ministério Público.

"Não faço comentários à imprensa", foi a resposta do oficial timorense.
OM/EL.

27 comentários:

Anónimo disse...

margarida:

Este artigo chega e sobra para desmascarar as suas anteriores manipulacoes e tentavidas desajeitadas de querer insinuar que o massacre dos policias nao tinha sido da autoria das F-FDTL.
E evidente que nao foi o caso de a margarida nao saber (porque a propria margarida diz estar a par da situacao e nao podia desconhecer um incidente que mereceu tanta atencao e chocou o mundo) mas sim uma tentativa descarada de atirar areia para os olhos de outros leitores menos informados.

conselho: Nao vale a pena espernear-se mais com justificacoes pateticas porque so lhe vai piorar a imagem

Anónimo disse...

Eu tinha presente o texto da Lusa com as declarações de Fernando Reis. Vocês então é que acusavam o Alkatiri de ter dado ordens para as F-FDTL atacarem a PNTL, lembram-se? Eu própria, na altura me utilizei da discrição do Fernando Reis para desmontar as vossas atoardas. É que este texto agora da Lusa "recuperou" extractos doutro texto da Lusa da altura desse acontecimento que foi, salvo erro a 24 ou 25 de Maio. Esta descrição do que então se passou é que foi constantemente negada por vocês. Mas de qualquer modo em parte alguma do texto está escrito que estes soldados eram regulares ou irregulares, por isso repito-lhe o que lhe disse anteontem, esperemos que a Comissão de Inquérito tire as suas conclusões. Mas folgo ver que afinal deixaram cair mais uma acusação contra o Alkatiri... que ele tinha dado ordens à F-FDTL para disparar contra militares e contra polícias.

Anónimo disse...

Mas que resposta mais descaradamente patetica. Eu tinha lhe dado um conselho para nao tentar justificar essa sua distorcao desenvengonhada dos factos. Nao ouviu e agora so fez foi enfiar o barrete.

Anónimo disse...

é assim é que o pais que nos temos....nada tudo é possivel qualquer dia torna se como o pais das bananas

Anónimo disse...

Anónimo das 9:29:27 PM: fraquita resposta, né? Fundamente lá então.

Anónimo disse...

anonimo9:31:13 PM fala como deve ser na fala como as pessoas malucos ok...

Anónimo disse...

Mas entretanto eu posto essa notícia da Lusa que está no arquivo do Timor-online de 26 de Maio:

Sexta-feira, Maio 26, 2006
Militar que abriu fogo sobre polícias desarmados vai ser castigado

Díli, 25 Mai (Lusa) - O militar timorense que abriu fogo sobre uma coluna de polícias, enquadrados por oficiais das Nações Unidas que tinham negociado previamente a rendição dos agentes da força de segurança timorense, vai ser castigado, disse fonte castrense à Lusa.

A fonte, que solicitou o anonimato, acrescentou que o acto do militar timorense, que foi seguido por mais três efectivos das forças armadas de Timor-Leste, "poderia ter resultado num massacre".

A coluna, dirigida pelo coronel Fernando José Reis, oficial superior português e responsável pela componente militar da UNOTIL, dirigia-se desarmada e a pé para as instalações das Nações Unidas, na sequência de negociações em que participou o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, comandante das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F- FDTL).

Face ao cerco a que estavam sujeitos cerca de 80 agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), no Quartel-General da corporação, em Caicoli, já com feridos no interior das instalações, o coronel Fernando Reis contactou o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, que deu de imediato ordens para que se observasse um cessar-fogo.

Este cessar-fogo deveria permitir que os agentes da PNTL, desarmados, enquadrados pelos polícias da ONU, e o coronel Fernando Reis, chegassem em condições de segurança às instalações da UNOTIL, a algumas centenas de metros.

Em determinada altura do trajecto, quando a coluna passou defronte de um grupo de quatro militares das F-FDTL, um destes alçou a arma e visou o grupo de 80 agentes da PNTL.

Ao abrir fogo, o seu comportamento foi seguido pelos restantes três militares, que provocaram de imediato sete mortos e 16 feridos.

Dos 16 feridos, três viriam a morrer já nas instalações da UNOTIL.

Além dos polícias, foram ainda feridos dois polícias da ONU, um filipino e outro paquistanês.
Contactado de imediato e informado do sucedido, o brigadeiro- general Taur Matan Ruak "apresentou desculpas pelo sucedido e deu ordens para que fosse desarmado o militar que tinha iniciado os disparos", garantindo que o mesmo iria ser castigado pela violação do acordo de cessar-fogo alcançado com o coronel Fernando Reis.

"Aquando dos disparos, o oficial português e os seis agentes da PSP, entre os quais o subintendente Nuno Anaia, estiveram debaixo de fogo, mas nenhum deles ficou ferido. Os únicos oficiais da ONU feridos foram os polícias filipino paquistanês", precisou a fonte contactada pela Lusa.

Transportados os feridos para o hospital Nacional Guido Valadares, ficaram cerca de 70 agentes da PNTL refugiados na UNOTIL, onde ainda se encontram, para garantia da sua segurança, disse a fonte.
EL.

Anónimo disse...

Ah afinal a Margarida sabia, só estava a atirar poeira para os olhos da gente com aquela história de terem sido os homens do Reinado.
O bicho cometeu crimes, mas não foram estes.

Anónimo disse...

concordo plenamente que seja emvestigado ao TAUR MATAN RUAK pq foi ele é qoe mandou disparar kontar policias.

Anónimo disse...

Anónimo das 10:37:23 PM: não percebeu mesmo o que eu tinha escrito já ontem?

Anónimo disse...

Nem preciso de argumentar de maneira fundamentada os comentarios da margarida porque os proprios sao sobejamente suficientes para a desmascarar. Hehehehe...

Anónimo disse...

Só que o que a Margarida escreveu ontem foi o oposto do que escrevei há 2 dias atrás noutro comentário.

Contorcionismos da Ortodoxia ML.

Anónimo disse...

Anónimo das 1:40.!8 AM: que tal provar a parvoice que disse? Ou não estará também você a precisar de aprender a ler português?

Anónimo disse...

margarida: acho que não vale pena envolver-se em "diálogo" com este bando de idiotas, que pelos vistos não sabem sequer o que andam cá a fazer.

Não fundamentam nada do que escrevem, são só mínimo provocadores iguais aos que desfilaram pelas ruas de Díli a clamarem "Alkatiri komunista", ridículos e completamente vendidos a uma causa que eles próprios desconhecem.

Não perca o seu tempo, obrigado pelo seu bom trabalho.

Anónimo disse...

Se este blogue não estivesse a sofrer de parilisia cerebral ia mesmo à procura. Mas assim não dá.

Então não se lembra de insinuar que teriam sido homens do Reinado a fazerem-se passar por militares da FDTL que dispararam sobre os polícias desarmados, rendidos e escoltados por polícias da UN?

Depois, ontem, vem dizer que não estava provado se eram militares regulares ou irregulares. Hoje já foi recuperar um post de 26 de Maio que não deixa dúvidas. O que é que você anda a fumar?

Anónimo disse...

Meus senhores reparem bem que o que está aqui em causa não é o que a margarida disse ou deixou de dizer.

Os senhores continuam a ter a atitude de crianças a quem se desvia a atenção com rebuçados, e como não têm capacidade de argumentação e fundamentação partem para cima da margarida, que tem feito um óptimo trabalho.

Se tiverem a paciência de se debruçarem honestamente sobre os factos, verão que o incidente foi fruto de uma desinteligência (e acreditamos que assim seja) de quem comandava a coluna dos elementos da PNTL que se tinham rendido e os fez circular frente às instalaçóes das FDTL.

Anónimo disse...

Tem feito óptimo trabalho? Qual trabalho? Deturpa e distorce tudo!
Traduz e não apresenta a fonte.
Seja o que for que aconteça em Timor, é para derrubar o Alkatiri.
5.000 manifestam-se para apoiar Xanana, são pagos, estão vendidos, estão enganados.
4.000 fazem um comício em Metinaro, é um grande comício, vivo e participado.

Mas ela pensa que somos todos ceguinhos ou quê?

Primeiro insinua que quem matou os polícias foram homens do Reinado, no dia seguinte estavam com os militares mas não "ficou provado" se eram regulares ou irregulares, agora bota o post de há 2 meses, que sim que até o Taur ia castigá-los.

Ele vai levá-los a castigo sim, porque é um homem honesto e íntegro. Faz o favor de ser meu amigo desde os nossos 10 anos de idade. Ok?

E ele sabe onde eles estão resguardados em Lospalos.

E não os apresenta agora, porque quer que tenham um julgamento justo e imparcial, coisa que neste momento não é possível. Eram logo linchados.

Já todos sabemos que foi um ajuste de contas de um soldado por conta do que alguns actuais PNTL ex-polícias da indonésia lhe fizeram à família. E depois os outros dois assustaram-se e começaram também a disparar.

É difícil perceber isto?

Não, não iam nada à frente das instalações das FDTL. Um pelotão das FDTL é que tinha cercado o QG das PNTL. O argumento é queriam apreender o armamento para que este não fosse distribuído/roubado.
Se sim, se não, não sei isso.

E porque Taur é um homem íntegro, com um carisma impressionante e que sempre esteve ao lado de Xanana no mato quando foi decidido despartidarizar a luta armada, é que o governo tardava em indigitá-lo para que o Presidente lhe desse posse como CEMGFA.

Por isso o Roque Rodrigues, logo em 2000 mudou-se para a casa onde vive o Taur em Lahane, junto ao Hospital. Para o controlar e porque assim se sente mais seguro.
Mudou-se o Roque e amiga. A portuga que com ele vive ou é casada, sei lá. Uma tipa do PC com ar asqueroso que lhe traduz para inglês os discursos enquanto ele bota faladura. Pelo menos fala em português.

Ainda em Novembro passado estava o Roque em Maputo no restaurante Escorpião da feira popular em grande galhofa com um grupo enorme. Tem lá negócios, disse-me uma pessoa lá no restaurante. Ora se há-de ter.

Um dia, quando isto tudo passar e muita água tiver passado debaixo da ponte, o Taur há-de contar o que sabe. E sabe muito, sabe o que se passa em cada aldeia.

Dá-me azia ler aqui coisas de pessoas que nem desconfiam o que é Timor, ou só conhecem de se andarem a passear nos corredores do palácio do governo e das fofocas do café do Hotel Timor, que botam postas de pescada.

Se querem ler de alguém que não está há muitos anos, mas fez por peceber Timor, leiam o que escreve o João Paulo Esperança. Não é no Hotel Timor, em vila verde ou no Sagres que se conhece Timor ou os timorenses.

E muito menos se percebe o que se está a desenrolar. É preciso ir muito atrás no tempo. Isto está tudo ligado.
Todos os actores, de todos os quadrantes fizeram parte do mesmo grupo de estudantes do Liceu ou do Seminário. São quase todos da mesma idade e geração. Conhecem-se de miúdos. Díli até 1975 era pouco maior que um bairro de Lisboa. Toda a gente se conhecia. E no conceito alargado de família dos timorenses, mais coisa menos coisa é quase tudo parente.

E estando no Sudeste asiático já deviam ter percebido que muito pouco do que parece, é!

Chega, desisto. Não querem lá ver que isto tem contornos semelhantes a 1975? Só que os tempos e as circunstâncias são outros e os resultados não podiam ser os mesmos, claro.
Os australianos? Claro, aproveitaram para tratar da vidinha, ora se não. Mas não foram só eles. Quem roubou, ou mandou roubar a documentação sobre os episódios do Setembro negro de 1999? Quem roubou ou mandou roubar os registos de propriedade?
Foram os Australianos?

Há muito mais perguntas que certezas, para haver tanto imbecil a fazer afirmações disparatadas.

Anónimo disse...

Anónimo das 4:23:11 AM: muito interessante em ter puxado esse tal João Paulo Esperança para a conversa. O tal que participou na Convenção de Peniche em que foi formalizada a criação do CNRT como um dos delegados da UDT, e que alegadamente cessou a actividade ou envolvimento na politica desde que chegou a Timor já lá vão uma meia dúzia de anos. O tal teórico das elites e da criação de uns tantos colégios com ensino de excelência.

Mas voltando à vaca fria, depois de tantas certezas da sua parte sobre o que aconteceu nesse incidente com a PNTL, poderá então esclarecer-nos como se compreende a insistência na tal Comissão Internacional de Inquérito também para esclarecer esse incidente?

E já agora é capaz de nos explicar o seu critério para contagem das multidões que o faz ver a dobrar (pelo menos) os manifestantes pró-Xanana e menos de metade (pelo menos) os pró-Fretilin?

Anónimo disse...

Pois claro, tinha que ser. Como é que não me fui lembrar dessa mancha no CV dele? Ainda se tivesse sido como delegado da FRETILIN, já as opiniões dele teriam outra consideração.
Tem toda a razão. É a cor do cartão partidário que dá neurónios às pessoas (você deve ser a excepção que confirma a regra). E a ausência de cartão partidário gera uma desconfiança ainda maior.

A Comissão vai esclarecer as circunstâncias, como é óbvio. Então se a polícia portuguesa apanhar um individuo que cometeu um assassínio, não tem que ser elaborado o respectivo inquérito? E não tem que ser arguido? Não se faz investigação? É botá-lo na cela e atirar fora as chaves, como um seu camarada aventou num comentário ontem, onde incluia todos os líderes da oposição?

Olhe, os 5.000 pró-Xanana fui buscar a este post do Malai Azul http://timor-online.blogspot.com/2006/06/dos-leitores_115113672039109331.html

Os 4.000 pró-Alkatiri, foi deste take da Lusa, reproduzido neste blogue: http://timor-online.blogspot.com/2006/06/lusa_115158183269960487.html

Eu tenho memória e não invento nem distorço os acontecimentos, como você fez com o assassínio dos polícias.

E como nem é nada tendenciosa já queria cortar pelo meio os apoiantes que não gosta e multiplicar por dois os que gosta.

E como se não bastasse, um camarada seu ainda tem a lata de dizer que estes são timorenses patriotas e não rapazes e vadios.

A seguir vem o quê? Que os polícias morreram, mas ficaram pouco mortos, os FDTL é que morreram e ficaram muito mortos mesmo.

Eu sei o que lhe ensinam no partido até à exaustão: uma mentira contada mil vezes torna-se numa quase verdade.

Mas essa técnica já não pega há dezenas de anos.
É que agora já não dá para apagar os registos anteriores que poderiam comprometer. Quando era tudo em papel.....podia-se queimar e destruir, agora...

Anónimo disse...

Só gostava de referir como testemunha ocular que fui, que o anónimo das 4:23:, devia ter mas era juízo, porque factualmente os polícias foram mortos quando passaram em frente as instalações das FDTL, e senão acredita vá verificar onde se celebrou uma cerimónia em sua memória ou melhor onde ainda, a rua que actualmente ainda se encontra "cortada"

Anónimo disse...

Anonimo das 7:56:22 AM: O primeiro link que indicou remete para um texto de um leitor de 24 de Junho que diz:”5000 pessoas nao representam o povo de Timor-Leste , senhor Bispo de Dili.Serao estas as mesmas pessoas que apoiaram a manifestacao da Igreja em Abril 2005? Pelos vistos, as tacticas mudaram mas o objectivo e o mesmo: remover o governo constitucional.”

O segundo remete para um texto da Lusa de 29 de Junho onde se pode ler” Fontes militares internacionais disseram à Lusa que os manifestantes, q ue se fazem transportar em cerca de 200 viaturas, entre camiões de caixa aberta, carros particulares e pequenos autocarros, totalizam quatro mil, mas José Reis garantiu que o número "varia entre 10 mil e 15 mil".

Hoje tem estado aqui todo o dia o texto do Loro Horta que diz “O seu poder ficou vivamente demonstrado quando foi capaz de mobilizar 10,000 apoiantes para marcharem em Dili no dia da resignação de Alkatiri. Isto aconteceu apesar da forte intimidação contra os membros do partido e do facto de nessa altura Alkatiri ter ficado crescentemente isolado no seio do seu próprio partido. Em contraste, os soldados rebeldes só conseguiram juntar uns meros 2,000 manifestantes.”

E diz você que eu é que sou tendenciosa… não deve ter espelhos em casa pois não?

Anónimo disse...

Se calhar a contabilidade das viaturas é mais fiável, não?
A garantia do José Reis tem uma variabilidade quase 50%, não desconfia?
E nestas coisas você acredita em fontes internacionais que contaram as viaturas ou no membro da direcção do partido que convocou a manif?

É como a contabilidade das greves.

Anónimo disse...

Mas porquê e para quê dar tanta importância a uma comuna revisionista?
Margarida, volte para casa, para a soeiro P Gomes, tá?
Não percebeu que os timorenses estão fartos da vossa lenga lenga?

Anónimo disse...

Anónimo das 11:12:49

Talvez seja isso que aqules que inicialmente "conceberam" todo o plano o tivessem feito para precisamente desacreditar o Taur Matan Ruak, a sua autoridade e todo o exército? Não terá sido você um daqueles que caiu nessa armadilha?

Anónimo disse...

Anónimo das 11:12:49, e se isto que o Anónimo das 6:32:09 AM sugere é verdade, se você caíu nessa armadilha, acho que não tem que continuar preso a ela nem tem que ter qualquer tipo de lealdade com quem o enganou. Asneiras todos fazemos na vida e se as reconhecemos e emendamos criamos condições para tocar a vida para a frente. E isto é que é preciso, tocar a vida para a frente, para um futuro mais pacífico.

João Paulo Esperança disse...

"muito interessante em ter puxado esse tal João Paulo Esperança para a conversa. O tal que participou na Convenção de Peniche em que foi formalizada a criação do CNRT como um dos delegados da UDT, e que alegadamente cessou a actividade ou envolvimento na politica desde que chegou a Timor já lá vão uma meia dúzia de anos. O tal teórico das elites e da criação de uns tantos colégios com ensino de excelência"

Minha cara Margarida,
nao sei quem e, e nem sequer me interessa sabe-lo, mas gostaria de perceber o que tem contra a criacao de elites com capacidade para assegurar o futuro do pais... Ou acha que Timor ficara melhor se tiver que contar para sempre com batalhoes de assessores malais (azuis, vermelhas, cor-de-rosa ou as pintinhas multicores) como algumas que escrevem blogs com todas as respostas e todas as certezas sobre quem sao os anjos imaculados e os bichos papoes?
E achei piada ao seu "alegadamente"...

João Paulo Esperança disse...

Fui acusado ai algures pelos comentarios deste blog de ser neo-colonialista e adversário do poder popular por causa desta minha frase, aí citada: “Aqueles que não vêem uma única coisa positiva na experiência colonial deverão considerar a colonização de Timor Oriental pelos portugueses como exemplar, já que primou pela ausência e pela pouca interferência nas estruturas sociais e culturais timorenses.” Noutro comentario qualquer do mesmo blog “acusavam-me” ainda de ser um teórico da formação de elites. Analisemos então estas “acusações”, num espírito construtivo para ajudar alguns espíritos mais confundidos a verem a luz.
Quando se debate o colonialismo aparecem frequentemente os zelotes convencidos de que são donos da verdade, fanáticos dispostos a passar por cima de todos os factos que dificultem a adequação das suas teorias e grelhas de análise. Há uns de um lado a defender o nacionalismo serôdio das potências coloniais e a sua missão civilizadora atribuída directamente por Deus e “o fardo do homem branco”, e há os que estão do outro lado e que defendem a pureza igualitária imaculada dos povos oprimidos e a sua cultura superior própria de um Éden onde não havia injustiça antes da chegada do pérfido europeu. Estes são os teóricos d”o remorso do homem branco”, como explica Pascal Bruckner.
Vejamos o que dizem sobre esta questão dois académicos prestigiados da área dos estudos timorenses, Geoffrey Stephen Hull, Ph.D, da University of Western Sydney, e Adérito José Guterres Correia, M.A., da Universidade Nacional Timor Lorosa’e e sub-director do Instituto Nacional de Linguística, num livro que ambos escreveram e que recomendo a todos os cooperantes que trabalham com seriedade em Timor ou por Timor:

“Nu'udar ita hatene, prosesu istóriku ida-ne'ebé ita bolu naran kolonializmu iha aspetu barak. Ema polítiku sira temi beibeik kona-ba aspetu aat ka negativu kolonializmu nian, n.e. nasaun ida hadau nasaun seluk, hanehan populasaun mahorik hodi susu rain ne'e nia bokur no rikusoin tomak. Maibé ema matenek sira rekoñese mós kolonializmu nia aspetu di'ak ka pozitivu oioin, liuliu troka kulturál. Kontaktu ho ema raiseluk sira fó mós ba ema rai-na'in sira leet atu aprende buat barak, la'ós de'it hadi'a sira-nia teknolojia, maibé mós leet atu haluan no haburas sira-nia matenek.
Liuhosi kolonializmu portugés iha Timór, hanesan kolonializmu olandés iha rai-Indonézia, ema mahorik sira iha Nusa-Lubun Malaiu tama ba kontaktu ho kultura rai-Europa nian no mós ho matenek internasionál. Lia-tetun no lia-malaiu simu hosi lia-portugés ka lia-olandés termu tékniku, abstratu no modernu rihun ba rihun. Tan ne'e, lia-malaiu no lia-tetun hetan sorte atubele fahe lisuk rikusoin intelektuál boot ne'ebé naklekar hosi rai-Europa ba mundu tomak.” (página 95)

O livro chama-se “Kursu Gramátika Tetun – Ba Profesór, Tradutór, Jornalista no Estudante-Universidade Sira” e foi publicado em Díli, em 2005, pelo Instituto Nacional de Linguística (sairam duas edições, estou a citar a que tem prefácio do então Primeiro-Ministro, Dr. Mari Alkatiri).
Vou traduzir o excerto, para aqueles malais teóricos do poder popular que em Timor só falam com as elites e cujo contacto com o povo se limita a “Mana, kafé ida, mas tem que ser curto, escaldado e bem tirado!”.

“Como sabemos, o processo histórico a que chamamos colonialismo tem muitos aspectos. Os políticos mencionam muitas vezes os aspectos maus ou negativos do colonialismo, como a ocupação de uma nação por outra, e o espezinhamento dos seus habitantes para sugar todos os recursos e riquezas dessa terra. Mas as pessoas inteligentes também reconhecem aspectos bons ou positivos do colonialismo, principalmente ao nível das trocas culturais. Os contactos com gente de outras terras permitiram também às populações autóctones aprenderem muitas coisas, não apenas melhorando a sua tecnologia, mas dando-lhes também oportunidade de alargar os seus horizontes intelectuais e culturais.
Através do colonialismo português em Timor, bem como do colonialismo holandês na Indonésia, os habitantes do Arquipélago Malaio entraram em contacto com a cultura europeia e com a ciência internacional. A língua tétum e a língua malaia receberam do português e do holandês milhares de termos técnicos, abstractos e modernos. Por isso, o malaio e o tétum tiveram sorte em poderam partilhar riquezas intelectuais importantes que se espalharam da Europa para o mundo inteiro.” [o sublinhado é meu].

Em relação ao outro assunto, a ideia de ter algumas escolas de qualidade para formar elites não é obviamente minha, é muito antiga. Penso que a educação devia chegar a todos, mas não construo castelos no ar, porque vivo no Timor real. Ainda anteontem em Liquiçá um professor do ensino pré-secundário (7º ao 9º ano) me dizia que não tinham professores suficientes na escola dele para ensinar em português (apesar de serem essas as instruções oficiais) e que os poucos que tinha havido eram de lorosa’e e tinham fugido para as suas regiões de origem com medo de ataques. De resto, a Dona “margarida” [a tal senhora que me fez as acusações], se morar agora em Díli, ou vier a morar, vai pôr os seus filhos na Escola Portuguesa (para elites) ou continuará adepta de uma educação igual para toda a gente e de maneira coerente matriculará as suas crianças numa escola como a 28 de Novembro? E dou o exemplo da Escola 28 de Novembro por duas razões: 1) tem um nome revolucionário; 2) os seus filhos poderão talvez, com sorte, vir a ter a oportunidade de ver as massas populares em acção, e participar até nos acontecimentos, já que essa escola tem no seu palmarés ter sido o ponto de partida dos motins infanto-juvenis de 4 de Dezembro de 2002. Agora sem ironia, não há nada que distinga especialmente esta escola, e os jovens delinquentes pirómanos poderiam ter surgido de outra qualquer, como mostra a última vaga de incêndios nestes meses recentes. Timor tem uma percentagem muitíssimo grande da população constituída por crianças e jovens, que na maioria vão para a escola sem outra perspectiva que não seja vir a conseguir um “padrinho” que arranje um lugar na função pública ou então um emprego como “segurança”, eufemismo local para indivíduos contratados para dormir em frente à porta dos malais e endinheirados. Quase não há sector privado, faltam cá ainda “capitalistas”, “burgueses” e outros “inimigos das classes populares” que possam finalmente dinamizar a economia e arranjar mercado de trabalho para esta malta toda, recrutando mão-de-obra usando como critério o mérito individual do candidato. Há demasiados jovens cuja única forma de sobressair perante os seus pares é “armarem-se em galo de combate”.
Existem por outro lado muitos malais internacionalistas que ganham muito, compram nos supermercados produtos importados (até a hortaliça que comem vem da Austrália), mandam a maior do dinheiro que ganham para as suas contas bancárias nos países de origem, e são paladinos do poder popular e do anti-neo-colonialismo!
O corpo docente das escolas timorenses tem pouca formação, há grande falta de livros, a maior parte das pessoas fala ou compreende pelo menos algum português mas não o suficiente para ler nessa língua, os hábitos de leitura são de resto quase inexistentes, em qualquer idioma... O aluno médio termina a escola secundária com uma deficiente preparação de base que não lhe permite frequentar as universidades portuguesas, por exemplo. Por isso é que me parece não apenas importante, mas crucial, para o futuro do país que surjam algumas escolas de qualidade superior para a formação dos quadros que irão tomar conta do país daqui por uns anos. Neste momento há demasiadas instituições e estruturas do Estado que dependem ainda do trabalho de assessores internacionais para funcionarem, se não tivermos algumas escolas de excelência estaremos pior daqui por vinte anos.
Para as pessoas que andam à procura de cartões partidários para decidir se uma ideia é válida ou não, permito-me invocar aqui uma personalidade que certamente não irão atacar. Conheci na Guiné-Bissau quadros guineenses que deviam a sua educação e o seu sucesso como intelectuais aos esforços de Amílcar Cabral, que, há mais de três décadas, andava às vezes pelas tabancas da Guiné a procurar crianças com melhores resultados escolares para pedir aos pais delas que o deixassem mandá-las para uma escola-piloto numa base do seu movimento na Guiné-Conacri, para serem formadas e poderem servir no futuro o seu país. Alguns desses quadros eram provenientes de famílias muito humildes de camponeses ou vaqueiros (os seus irmãos continuam ainda a viver nas tabancas dos antepassados) e nunca teriam podido explorar todo o seu potencial se não tivessem tido a oportunidade de entrar numa escola de qualidade.
Não vão ser as massas de camponeses analfabetos que irão tomar conta das universidades, dos ministérios, dos bancos, das empresas, das companhias de telecomunicações, electricidade, água... Também não vão poder ser muitos dos alunos que actualmente chegam ao ensino superior em Timor. Há que deixar de ter medo das palavras, o país precisa de elites, de indivíduos bem formados – por muito que isso seja difícil de perceber para uns quantos líricos teóricos do poder das massas populares que andam por aí. No romance “Mayombe”, do escritor angolano Pepetela, há um personagem, chamado Mundo Novo, que também defende esse tipo de ideias. Diz ele:

“(...) Como se fosse possível fazer-se uma Revolução só com homens interesseiros, egoístas! Eu não sou egoísta, o marxismo-leninismo mostrou-me que o homem como indivíduo não é nada, só as massas constroem a história. Se fosse egoísta, agora estaria na Europa, como tantos outros, trabalhando e ganhando bem. Porque vim lutar? Porque sou desinteressado. Os operários e os camponeses são desinteressados, são a vanguarda do povo, vanguarda pura, que não transporta com ela o pecado original da burguesia de que os intelectuais só muito dificilmente se podem libertar. Eu libertei-me, graças ao marxismo.(...)”.

Na época os “intelectuais revolucionários desinteressados” tinham que abdicar dos empregos bem pagos na Europa, felizmente agora para os “malais desinteressados adeptos do poder das massas” existem ajudas de custo, e bar do Hotel Timor, e salários milionários na ONU ou na cooperação bilateral, e viagens a Auckland, Hong Kong, Bali, etc... Eu ganho mais do que a maior parte dos timorenses (e menos do que a grande maioria dos malais), mas não sou hipócrita. Enfim, na sequência das reflexões e debates no livro há um outro personagem, Sem Medo, que mais à frente diz:

“(...) É que, nos nossos países, tudo repousa num núcleo restrito, porque há falta de quadros, por vezes num só homem. Como contestar no interior dum grupo restrito? Porque é demagogia dizer que o proletariado tomará o poder. Quem toma o poder é um pequeno grupo de homens, na melhor das hipóteses, representando o proletariado ou querendo representá-lo. A mentira começa quando se diz que o proletariado tomou o poder. Para fazer parte da equipa dirigente, é preciso ter uma razoável formação política e cultural. O operário que a isso acede passou muitos anos ou na organização ou estudando. Deixa de ser proletário, é um intelectual. Mas nós todos temos medo de chamar as coisas pelos seus nomes e, sobretudo, esse nome de intelectual. Tu, Comissário, és um camponês? Porque o teu pai foi camponês, tu és camponês? Estudaste um pouco, leste muito, há anos que fazes um trabalho político, és um camponês? Não, és um intelectual. Negá-lo é demagogia, é populismo. (...) Mas começa-se a mentir ao povo, o qual bem vê que não controla nada o Partido nem o Estado e é o princípio da desconfiança, à qual se sucederá a desmobilização. (...) Como todos os do teu grupo, pensas que se não pode dizer a verdade ao povo, senão ele desmobiliza-se.(...)”

Sou da opinião que – enquanto o português não é dominado por muitos alunos – o romance de Pepetela “A geração da utopia” devia ser traduzido para tétum e tornado leitura obrigatória nas escolas todas do país.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.