sábado, agosto 19, 2006

Conselho da ONU dividido nos planos de manutenção de paz em Timor-Leste

Tradução da Margarida.

18 Agosto 2006 22:21:51 GMT
Fonte: Reuters

Timor-leste: construção de nação

Mais por Irwin Arieff

Estações Unidas, Agosto 18 (Reuters) – Um Conselho de Segurança dividido da ONU na Sexta-feira adiou por uma semana uma decisão sobre como estruturar uma nova missão de manutenção da paz em Timor-Leste a seguir à violência em Maio que matou pelo menos 20 pessoas.

Una resolução adoptada por unanimidade pelas 15 nações do Conselho estende até 25 de Agosto o mandato da missão existente da ONU. Sem a votação, o mandato teria expirado no fim do dia.

O Secretário-Geral Kofi Annan recomendou mais cedo neste mês o destacamento de cerca de 2,000 polícias e tropas da ONU como parte da nova missão.

Receberia as obrigações de manutenção de paz duma força internacional liderada pelos Australianos enviada para restaurar a paz no mais novo Estado da Ásia depois duma vaga de confrontos e de ataques incendiários.

Mas o embaixador Australiano Robert Hill disse ao Conselho na Segunda-feira que o seu país quer reter o controlo da componente militar das forças, e que também assumiria o custo.

Vários membros do Conselho endossaram essa ideia mas outros opuseram-se, incluindo os membros permanentes China, França e Rússia, que defenderam uma força da ONU, disseram diplomatas.

Os membros do Conselho então concordaram a dar a si próprios uma outra semana para atingirem um consenso, e espera-se que o Japão proponha uma nova proposta de resolução no princípio da próxima semana, disseram.

Timor-Leste mergulhou em violência depois do então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri ter demitido 600 soldados das suas forças armadas de 1,400 elementos por motim quando protestaram sobre alegada discriminação contra soldados do oeste do país.

Um novo governo foi nomeado há um mês.

Uma antiga colónia Portuguesa a 1,300 milhas (2,100 km) a leste da capital da Indonésia Jakarta, Timor-Leste foi ocupada pela Indonésia no fim de 1975. Tornou-se independente em 2002 depois de ter sido governada pela ONU durante dois anos e meio a seguir a um referendo pela independência em Agosto de 1999.

Capacetes azuis da ONU estiveram activos no país durante os anos da administração da ONU, mas o Conselho de Segurança ordenou que a missão fosse gradualmente reduzida depois da independência. A violência de Maio apressou os funcionários da ONU a alertar dos riscos potenciais de terminar com operações de manutenção da paz cedo demais.

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8 comentários:

Anónimo disse...

Todos os orgaos de informacao tem insistido, deliberadamente no erro, quando dizem que foi o PM Alkatiri que demitiu os 600 soldados das FFDTL. A expulsao ou demissao desses soldados foi da responsabilidade total e exclusiva do Comandante das mesmas Forcas. Nao podia ter sido de outra forma pois e' da sua (comandante)competencia. E' lamentavel quando orgaos de informacao, normalmente crediveis, sem terem investigado sobre o assunto tambem participam na campanha contra o ex-PM. Sera que todos estao envolvidos nesta conspiracao que levou ao golpe que culminou com a exigencia por parte de Xanana Gusmao na demissao de Mari Alkatiri? E' simplesmente vergonhoso!

Anónimo disse...

Anónimo das 10:41:41 PM: compreendo perfeitamente a sua indignação, não há praticamente cão nem gato que não venha com a treta dos 600 despedidos/demitidos pelo antigo PM, mas só fazia um reparo. De facto a decisão foi - e bem! - do Comandante-General das F-FDTL, mas a responsabilidade foi dos próprios. Eles é que tiveram várias oportunidades para reconsiderar e voltar e recusaram-nas todas. Não deram ouvidos a ninguém, e o que fizeram só podia ter tido o desfecho que teve. Gostava de ver como é que os Australianos resolviam o problema de soldados seus entrarem em greve com o abandono dos quartéis... por alegadas discriminações sobre promoções!

Anónimo disse...

Margarida!
Mandavam-nos enfileirar a GNR.

Anónimo disse...

Se calhar os Australianos começavam por não ter a origem do problema. Logo, não teriam 1/3 dos efectivos a abandonarem as fileiras.
O que me admira é a falta de espírito crítico de tanta gente que bota aqui escritura.

E a coisa é tão simples quanto isto, quase 1/3 dos efectivos de um exército abandonam as fileiras descontentes com aquilo que sentem como discriminação no seio da instituição militar a que pertencem.
Num país onde os níveis de desemprego são o que se sabe, prescindem de um salário certo ao fim do mês por dá cá aquela palha?

Ninguém se interroga o que poderá ter levado quase 600 militares a abandonarem as fileiras?

Cambada de grunhos.

Anónimo disse...

Anónimo das 9:16:58 AM: a questão não é se os de fora se interrogaram ou não, a questão é que os baptizados de peticionários (pelo Xanana) tiveram várias comissões para os ouvir e nunca se dignaram lá ir a essas comissões explicar concretamente as queixas que alegadamente tinham. Nem à comissão das Forças Armadas, nem à Comissão dos Notáveis. E andaram nessas cenas desde Janeiro. Mas você acabou por reconhecer o meu ponto, que é que nenhumas forças armadas dignas desse nome aceitava uma situação semelhante, e acrescento que na maioria dessas forças armadas teriam que responder em Tribunal Militar, não se ficavam só pela demissão.

Anónimo disse...

Eu não reconheci coisa nenhuma do seu ponto, até porque é disparatado. Deixe-se lá de retórica Cunhalista. Onde é que eu reconheci o seu ponto? Tenha decência.

Claro que a questão, que você não quer ver por sectarismo cego, é interrogarmo-nos, o que os terá levado a abandonar as fileiras.

Tudo o resto são consequências.

Repito: "Num país onde os níveis de desemprego são o que se sabe, prescindem de um salário certo ao fim do mês por dá cá aquela palha?"

Se calhar o caso era bastante sério. Se calhar quem teria que responder em tribunal, foi quem criou a situação que os levou a abandonarem as fileiras.

É que se fossem 2 ou 3, ou mesmo uma dúzia, podia pensar-se em inveja ou falta de disciplina. Agora, quase 1/3 dos efectivos e ainda por cima quase todos Loromunos, só um imbecil não se interroga sobre as razões de fundo.

Imbecil que apoia cegamente tudo o que sejam orientações de um partido. Como se o partido, qualquer que ele fosse, tenha de ser considerado sacro-santo e infalível.

Essa época já passou, felizmente para o mundo (quase todo, restam alguns poucos ditadores)

Anónimo disse...

O mundo está cheio de ditadores, mas eles, também, ganharam mais juízo. Ou ainda não terá ouvido que hoje em dia só se fala de democratas e "never" dos ditadores, apenas quando tal convém a "democratas" a distanciarem-se de outros "democratas"?

Anónimo disse...

Anónimo das 10:14:54 PM: sabe quantas centenas de milhões de dólares é que a Austrália já recebeu indevidamente da exploração do petróleo e do gás do Mar de Timor? Sabe quanto é que mais pode continuar indevidamente? Sabe em quantos milhões é que já foram “prejudicados” pela duríssima negociação com o Alkatiri? Então faça s.f.f. as contas e diga-me só s.f.f. se pagamentos mesmo a 600 (que não foram, muitos já há meses tinham desistido das F-FDTL), não são peanuts?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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