quinta-feira, agosto 17, 2006

Identidade Cultural Timorense

Do Timor - um Blog do Publico.pt:


Na primeira página do diário STL, a manchete de um dia da semana passada referia a frase do Primeiro-Ministro proferida numa visita à GNR que “se não fosse Portugal, não seríamos hoje independentes”.

Noutra ocasião e mencionando a GNR, o ministro do Interior, Alcino Baris, esclareceu que a sua presença, a par das outras forças internacionais, resultou de um pedido das autoridades timorenses.

Pertinente, sem dúvida, o esclarecimento dos dois governantes, agora que os comentários negativos sobre a intervenção portuguesa em Timor começaram a fazer-se ouvir mais amiúde. O desconhecimento da História a que se junta a conduta leviana, irreflectida de um grupo de pessoas interessado em manter a insegurança parece estar na origem da contestação.

É pertinente que se esclareça particularmente a geração mais nova que nasceu no tempo da ocupação que a luta pela independência não se fez apenas dentro do território. Contou com os timorenses que viviam no estrangeiro, melhor, que foram obrigados a procurar nova forma de vida lá fora – Portugal, Austrália e alguns PALOP - e, sobretudo, importa dizer que não fomos apenas nós, timorenses, que lutámos por ela. Tivemos muitos apoios e Portugal está, sem dúvida, à cabeça dos países que nos ajudaram a conseguir a independência, ainda que se saiba que havia alguns interessados em entregar o ouro ao bandido.

Mas, porque desses fracos não reza a História, é melhor que se deixe bem adormecida a sua triste e também leviana intervenção e ignorá-los até porque no cômputo final, Portugal saiu a ganhar e os timorenses sabem-no bem. Não passou assim tanto tempo sobre os acontecimentos de 1999 e as imagens da solidariedade portuguesa ainda estão bem presentes!

Porquê o descontentamento timorense? Sem aprofundar muito, se houvesse uma lista, dela constaria, entre muitos outros pontos, a difícil situação económica do país, a consequente precariedade das condições de vida e a altíssima percentagem de desemprego que incide justamente sobre os jovens.

Quem hoje contesta a presença portuguesa do país conhece apenas superficialmente a História mais recuada de Timor. No tempo da Indonésia, só a história deste país tinha importância. Portugal era o país então apontado como a potência colonialista que havia deixado Timor-Timur sem estradas, sem energia eléctrica, subdesenvolvido.

Por outro lado, a potência ocupante empenhava-se esforçadamente para que os timorenses mais jovens se convencessem de que sempre haviam feito parte da grande nação indonésia, apenas dela se afastando por causa de Portugal.

Educados no sistema indonésio, falando fluentemente o bahasa indonésio, gozados também pela qualidade menor das suas licenciaturas – ficou conhecido o ilustrativo epíteto sarjana supermin atribuído por Mari Alkatiri - e ignorando completamente a língua oficial consignada na Constituição, o português, esses jovens têm grandes dificuldades para singrar profissionalmente.
Pecando pela ligeireza de raciocínio, ou olhando só para a causa mais próxima, são justamente esses jovens que durante o tempo da ocupação indonésia foram os seus mais ferozes detractores e que tardam em falar português – também porque ninguém cuidou da sua integração no novo Timor, o da independência - que contestam a presença da GNR.

Talvez por isso fosse também indispensável – a par do que aqui se chama “socialização” -, sensibilizar esses jovens para a importância essencial da identidade cultural de um país. Timor-Leste tem uma cultura própria, rica. É um país cheio de tradições. Tem História. Mas isso também as mais de duas dezenas de províncias indonésias têm e por isso a Indonésia fala da “unidade na diversidade” do país!

O que torna Timor-Leste distinto, são dois componentes basilares que fizeram de nós diferentes dos timorenses do outro lado da ilha, o Loromonu de Timor, o Timor indonésio, a província de Nusa Tenngara Timur. Não fosse a língua portuguesa e a Religião Católica em que a nossa identidade cultural está alicerçada e seríamos hoje e sem contestação parte integrante da Indonésia!

Angela Carrascalão

25 comentários:

Anónimo disse...

E se nao fosse o teu irmao e outros a armarem-se em carapaus de corrida, e depois a assinarem a Integracao de Timor na Indonesia, nao estariamos no cagacal que estamos hoje!
VETERANO

Anónimo disse...

Não gosto de ler comentários como o de Veterano. Afastam-se do assunto principal e são um rastilho para vir a resposta e a contra-resposta, etc, etc., numa espiral de discussão infindável. Todos conhecemos a História recente de Timor (de 1975 para cá). Muitas pessoas cometeram erros, de que certamente já se arrependeram, mas o que é certo é que não podemos voltar atrás.

Sobre o artigo publicado, acho que fala de um problema real e importante. Timor-Leste é um país jovem e tudo o que afecta os jovens afecta o país. A geração dos 20-30 anos, especialmente, foi sacrificada durante 24 anos pelos indonésios, que fizeram um meticuloso genocídio humano e cultural. Raro é o jovem que não tenha perdido um parente, muitas vezes o pai ou a mãe.

Depois de fazerem desaparecer a família, trataram de destruir as línguas, os costumes, as festas, as culturas agrícolas, os animais... e também a História luso-timorense, muito incómoda para os indonésios. Por isso, esses jovens não têm memória. É como uma amnésia colectiva. Não sabem quem são porque não conhecem o seu passado. Para muitos deles, o passado começa só em 1975 e o futuro não existe.

Os portugueses (tirando os tais fracos de que não reza a História) sempre estarão ao lado dos timorenses, ajudando-os dentro das suas modestas possibilidades. No meio do turbilhão de interesses em que Timor-Leste está envolvido, essa é umas das poucas certezas que podemos ter.

Anónimo disse...

Nao foram os jovens sem memoria que arranjaram esta embrulhada toda que se passa actualmente em Timor! Foram os tais que ja estao arrependidos e talvez com memmoria a mais, que ainda nada aprenderam! Esta gente quer o poder a todo o custo! Para eles o resto nao conta!
Veterano

Anónimo disse...

Ou se calhar os menos jovens que nunca se arrependeram e que seguindo essa mesma linha, pretendiam eternizar-se no poder.
Não esqueçamos a profecia de Alkatiri: "Só a FRETILIN pode criar a estabilidade e a instabilidade".

Tanto pode que criou.

Anónimo disse...

Veterano

Como Jovem, que nunca sai de Timor, apenas quero dizer te que foram todos culpados (os Partidos).
Pelas vossas teimosias e asneiras, a nossa geracao de 1975 para ca, perdemos a oportunidade de estudar e gozar como tiveram, mas sim tivemos que pagar pelas vossas asneiras com a nossa Juventude e alguns ate a propria vida.

UDT cometeu erro e tambem a Fretelin.

A UDT comecou criando panico e refugiados e a Fretelin respondeu e levou quase o povinho todo ao mato para la sofrer e morrer.

A UDT matou assim tambem como a Fretelin.

Por favor, nao apontem o dedo a ninguem, trabalham para construir um novo Timor melhor, so assim poderao recompensar a nova geracao por aquilo que fizeram em 1975.

A unidade faz a forca! E um Timor melhor!

Anónimo disse...

Mas afinal o essencial do que refere Angela Carrascalão não foi comentado!

A visão parece ser muito realista e com o seu sentido feminino e timorense levantou a questão mais importante de Timor-Leste...o seu FUTURO.

Não é possivel construir um PAÍS sem contar com a sua população do amanhã (que neste caso é de hoje).

Essa é a chave do PROBLEMA IMEDIATO DE TIMOR-LESTE. Sem a participação activa, entendida, consentida, partilhada, assimilada, de toda a juventude continuará a destabilização, as casas continuarão a ser queimadas a troco de bagatelas, as pedras serão atiradas contra qualquer e qualquer coisa com raiva, o mêdo pairará sobre os espíritos, o inconformismo terá sempre lugar, a angustia da incerteza apertará cada vez mais as gargantas secas, a fome morderá mais um dia os magros estômagos.

Haverá soluções criativas (dos adultos responsáveis) capazes de impulsionar e dirigir as sinergias desperdiçadas apontando-as para algo útil e compensador.
Mobilizem-se os jovens,dêem-lhes tarefas comunitárias de utilidade pública;actividades físicas e desportivas controladas; actividades culturais (musica, artes gráficas, etc), isto é OCUPEM-NOS UTILMENTE....JUNTEM-NOS...FALEM-LHES....EXPLIQUEM-LHES...POTENCIEM-LHES O QUE TÊM DE MELHOR...A SUA GENEROSIDADE!!!
e acima de tudo, EDUQUEM-NOS mas comecem JÁ!!!!!!!

Com os Diabos...será tão dificil assim traçar um plano estratégico (governo!) e aplicá-lo aos jovens???

Falta de dinheiro??? Segundo o PM Ramos Horta o orçamento será muito generoso este ano. Este parece ser um dos melhores investimentos!

Faltam ideias e vontate de dar a volta por cima de tudo isto. Estão a pensar em alguém para encabeçar isto????

Anónimo disse...

Para mais ha sempre uns dinheirinhos emprestados que em vez de serem usados na construcao de hoteis (de estrelas que mais parace nao ter teto) poderia ser usado em programas como o mencionad, para a juventude.

Anónimo disse...

"Porquê o descontentamento timorense? Sem aprofundar muito, se houvesse uma lista, dela constaria, entre muitos outros pontos, a difícil situação económica do país, a consequente precariedade das condições de vida e a altíssima percentagem de desemprego que incide justamente sobre os jovens."
dito por: Angela Carrascalão

Não preciso ir mais longe, nem se produzir mais alguns quilómetros de relatórios sobre a situação e a pobreza de Timor.

A chamada socialização falhou, ou deixou de ser feita nomeadamente ao nível dos jovens?
Que socialização foi preparada ou indicada para os jovens adultos e jovens adolescentes?

A juventude é a temperatura de um País, quando a juventude arrefece o País bate os dentes de frio... podemos aqui substituir o arrefece, por abandonada, entregue à sua sorte, sem prespectivas de futuro ...

Defacto este alerta da Angela é na sua simplicidade, um dos maiores problemas de Timor Leste, que urge equacionar e encontrar saídas.

Um País não se faz em cinco anos, é preciso saber esperar por dias melhores.

A juventude está preparada para esperar? com todos os aliciantes de um mundo melhor pela informação que colhe do dia a dia, pelas comunicação sem fios e peias, pelos contactos com o mundo, Díli é uma cidade cosmopolita ...pelo o aliciamento dos descontentes e com fins inconfessáveis dos despeitados.

É por isso que os tais "grandes" que na sua simplicidade a Rosa indicou se tem que entender políticamente e abraçar ... na situação actual, o lema deverá ser "todos por um País e um País para todos".

Sem uma visão nacional e uma reconciliação verdadeira não é possível pensar Timor Leste, por isso é preciso que "os grandes" deêm o exemplo e mostrem ao País, nomeadamente aos jovens que pode haver futuro ... isto tem que ser feito e depressa.

Senhores, que importa um orçamento generoso, se o grau de realização é o que é? Pensem nisto!...

Não se iludam, pois o dinheiro é um meio irracional e importante, mas não faz por si, um País, o País é feito e construindo pela inteligência, poder, força e a vontade das suas gentes, jovens, adultos e seniores ... ficamos assim.

Malai X

Anónimo disse...

Oh Veterano
Afinal es veterano de que? Talvez so pela idade. Entao a tua idade parece ter enquistado o teu cerebro que ja nao funciona. E o figado tambem ja nao, Sentes-te frustrado? Mete mais uma rolha. Nao conseguiste fazer nada? Culpa tua apenas porque es burro. Ate o Abilio Osorio que e burro conseguiu ser Governador e rico.

Anónimo disse...

Anonimo das 9:50:32:
Ai esta o que dizes "ate o Abilio Osorio que e burro conseguiu ser governador e rico". Tambem os burros da tua laia que ja deviam ter um bocado de vergonha querem continuar a serem ricos a custa do pobre Timorense! Voces eram os protegidos dos colonialistas, tinham os melhores trabalhos no funcionalismo publico, gamavam a torto e direito, deram cabo de Timor em 75 e estao a dar cabo agora com a ganancia de serem governantes! Nao me sinto frustrado de nada pois nao sou politico, nunca o fui e nem quero ser! Politicos porcos so os da tua laia e feitio, sem escrupulos, sem respeito por ninguem fazem tudo o que puderem por terem a ganancia de ser o Sr Ministro. Ministros falhados serao todos voces elite mestica sem honra alguma. Estas habituado a meter rolhas? As de garrafao?
Veterano

Anónimo disse...

Desculpe la Exmo. Sr. Veterano. Mas essa sua embirradela com os "mesticos" e pouco dignificante da sua pessoa e ja esta a comecar ser insultuoso demais.

Porque e que o malai Azul nao controla estes tipos de comentarios racistas e xenofobos? Afinal este blog e para promover o debate construtivo a bem de Timor ou e mais um espaco para a dissiminacao do racismo e xenofobia?

Anónimo disse...

Sim o problema é com o FUTURO e só pode estar nas nossas mãos Timorenses, não esquecendo dos nossos amigos de sempre. A construção de um País leva tempo, exige esforço, sacrifício, sabedoria, a paciência que é uma virtude, a persistência, harmonia, concórdia; só assim construiremos o futuro do nosso País. Alguns pensam que por terem lutado ou participado de alguma maneira nessa luta, hoje ficariam de braços cruzados a espera que os tão esperados benefícios da independência caiam do céu ou que alguém abra a caixa de pandorra para tudo aparecer num ápice!
A nossa luta entrou decididamente numa nova fase, pós-99. Ontem foi a luta armada, a clandestina, a diplomacia dinâmica e militante em prol da libertação da Pátria. Hoje a luta é pelo trabalho árduo na agricultura, na pesca, na construção de infrestruturas, no saneamento básico, na educação, pela melhoria da saúde de todos nós, na preservação do meio ambiente, no Turismo, pela nossa afirmação cultural (nas suas variadas vertentes: a pintura, a dança, o teatro, a música, a poesia, a moda, a escultura, a literatura, a melhoria e promoção da nossa culinária… pela mudança das mentalidades, pela reposição dos valores do Respeito, Honra e Dignidade) numa palavra, a produção de cérebros e a consequente produção de riqueza favorecendo o bem estar de todos nós.
Permitam-me que faça aqui a citação do pensamento de alguém cujo nome não me lembro neste momento:
“Há homens (e mulheres, claro!) que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida. Esses são os imprescendíveis” e acrescentaria, são os excepcionais, os exemplares mestres da Vida!

Anónimo disse...

Os que lutam
"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."

(Bertold Brecht)

Anónimo disse...

Lutaram toda a vida = Xanana
Lutaram um dia = Mari Alkatiri. Entretanto foi para Moçambique não teve tempo para mais.

Anónimo disse...

Obrigado Margarida por me ter feito lembrar o autor do pensamento que coloquei mais acima. Obrigado mais uma vez.

Anónimo disse...

Para o anonimo das 9:04:28AM...
Por esta ordem de ideias o Xanana deixou de lutar quando se entregou aos indonesios e foi para Salemba, desdes que se casou com a australiana e se acomodou no cargo de PR e nada fez ate agora senao politiquices,aliando-se aos desordeiros, vigaristas, traficantes, tarados e assassinos!

Anónimo disse...

E mesmo quando Xanana esteve em Salemba nao foi ele que continuou a comandar a luta? Nao sabe? Pergunte ao Taur Matan Ruak quem esteve firmemente no comando?
Alias nao fosse o Xanana estar a comandar a luta, os Indonesios nunca teriam saido de Timor porque Taur Matan Ruak estava prontinho para dar aos indonesios a desculpa que eles queriam para ficar. A ilusao de uma guerra civil se o Taur desobedecesse as ordens de Xanana para nao engajar o inimigo em combate armado. Sorte foi o Taur ter acatado as ordens do seu Comandante Kay Rala Xanana Gusmao.

Nao me venha e dizer que o Comando da luta passou a ser do Mari Alkatiri. Nao seja ridiculo anonimo das 11:01:48 AM.

Anónimo disse...

Nota: o periodo a que me refiro no comentario acima das 12:24:46 PM foi imediatamente apos o referendo quando o caos reinou em Timor.

Anónimo disse...

Quem aguentou os seus homens no terreno foi Taur Matan Ruak, nao foi nenhum Xanana! Quando nao sabemos das coisas nao falemos sobre elas. Ou foi a Ana Gomes que lhe passou essa informacao?

Anónimo disse...

A posicao de nao responder as provocacoes dos militares indonesios e suas milicias foi decidida e assumida logo apos os disturbios violentos provocados pelos soldados indonesios e milicias pelo Comando das Falintil dirigido pelo Comandante Taur Matan Ruak. A informacao que corria de que as Falintil estavam nos arredores de Dili prontas a actuar fazia parte da nossa campanha psicologica entao concebida. As \'ordens\' que vindos na altura de Salemba para nao reagir correspondia apenas a posicao ja assumida antes por Taur Matan Ruak. Os colaboradores de Xanana e ele proprio estavam mais preocupados em transmitir a imagem de que ele continuava a comandar! Foi a unica da razao de ser da \'ordem\'!

Anónimo disse...

Anonimo das 2:48:45 PM e 4:28:58 PM.

Ve-se nestas ocasioes quem esta e quem nao esta inteirado dos assuntos menos conhecidos de Timor. Se tiver oportunidade perguntem directamente ao Taur Matan Ruak que ele nao pode negar. O Taur Matan Ruak estava ligado ao mundo atraves de comunicacoes via telefone satelite. As contas eram enormes, como podem imaginar, mas as despesas foram bem justificadas.

Foi em 1999 quando Taur Matan Ruak estava pronto a responder a violencia e crimes contra a populacao que ele teve uma conversa telefonica de muita tensao com Xanana Gusmao. Em tom de discusssao Taur Matan Ruak dizia nao poder aguentar mais testemunhar impavido as mortes e destruicao causados pelos indonesios e milicias e Xanana igualmente aos gritos tentava impor a sua autoridade a Taur Matan Ruak dizendo que se era ele o Comandante em chefe das Falintil deveria ser respeitado como tal. Pediu que Taur nao mobilizasse as Falintil contra os indonesios porque era isso que os indonesios estavam a espera. Os indonesios ja cantavam para o mundo inteiro que a violencia era entre os timorenses mas isso nunca foi acreditado pela comunidade internacional por nao haver grandes confrontos armados visiveis (na realidade houve alguns).
Depois de muita gritaria e tensao o Taur Matan Ruak submeteu-se a autoridade de Xanana mas disse a Xanana que ele teria que assumir as responsabilidades por essa decisao e por tudo o que resultaria dela o que o Xanana aceitou.

Isto nao encontram em nenhum livro. Teriam que estar a par desses acontecimentos na altura ou entao aranjarem maneira de ouvirem isso da boca dos proprios ou outros que estavam presentes e podem verificar o que digo.

Mas ha mais historias que muita gente nao sabe acerca do legendario Xanana e de como ele estava disposto a regressar a Dili e morrer la nao tivesse sido....
Ainda se lembram que quando os indonesios decidiram libertar Xanana Gusmao disseram que iam entrega-lo a responsabilidade da missao da ONU em Dili que nessa altura ja estava completamente cercada por milicias no recinto da UNAMET em matadouro? Era um plano para o eliminar, no entanto....

Se alguem sabe desta historia por favor nao faca cerimonias e conte a. Se ninguem neste blog sabe e quer ouvir diga alguma coisa.

Anónimo disse...

Ainda me lembro, por intermedio da "caixa" que costumamos mandar as coisas ao mato, que os da FALINTIL, naquele momento, ja estavam em Dili, a populacao estava confiados neles. Tambem sabemos que eles nao interferiram nada devido das ordens do XANANA para nao dar a imagem ao mundo que era uma guerra civil.

Concordo perfeitamentet com o/a escritor/a acima.

Gracas a Deus, agradeco ao Xanana e Taur Matan Ruak por ter atuado bem feito neste caso, senao, nos, os refugiados, que naquele momento estavamos "bem" controlados pelas milicias, de certeza, era uma morte certa para todos nos.

Anónimo disse...

Anónimo das9:04:28 AM: por certo que não conhece a biografia de Mari Alkatiri. Leia então s.f.f.:

NOTAS BIOGRÁFICAS DE
Mari Bim Amude Alkatiri
Primeiro-Ministro

2002- presente
nascido a: 26 de Novembro de 1949
O Primeiro-Ministro Mari Alkatiri nasceu a 26 de Novembro de 1949, em Díli, Timor-Leste. Cresceu em Díli, Timor-Leste com os seus irmãos e irmãs, 10 no total. Ele passou a sua vida adulta dedicado a demonstrar a injustiça da ocupação indonésia a esta pequena nação e a corajosa luta do seu povo pela independência e liberdade. Dr. Alkatiri teve uma dedicação inabalável para com o seu país, para com os seus homens e mulheres, apoiado pela solene fé que um dia, justiça haveria de ser feita. Ele abordou líderes de opinião da comunidade internacional, incluindo grupos de pressão na Organização das Nações Unidas durante vários anos antes de o mundo começar a dar atenção. Utilizou a sua experiência e perícia de advogado para contribuir para a ideologia e objectivos da FRETILIN, apresentando o caso repetidamente na ONU para que o sofrimento de Timor-Leste, que tinha sido ilegalmente ocupado, se mantivesse vivo na memória da ONU. Trabalhando com os seus colegas dentro e fora de Timor-Leste, o Dr. Mari Alkatiri demonstrou claramente a sua devoção para com a liberdade do povo da sua terra.

O Dr. Alkatiri completou a sua educação primária e secundária em Díli. Finalizou a sua educação superior em Angola e Moçambique. Formou-se como 1970 na Escola Angolana de Geografia e mais tarde formou-se também em Direito Constitucional e Internacional pela Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, Moçambique.

Leccionou Direito Constitucional Privado e Público e Direito Constitucional, trabalhando de 1992 a 1998 como Consultor Legal Sénior, num Gabinete de Advocacia em Maputo. Foi um consultor para em Direito Internacional Público e Direito Constitucional para o Parlamento Moçambicano entre 1995 e 1998, e um membro do grupo que elaborou a reforma legislativa sobre Empreendedorismo em Moçambique. O Dr. Alkatiri iniciou um mestrado sobre "Direito Consuetudinário de Timor-Leste - a sua relação com a Lei Formal", sendo o seu mestrado interrompido com o seu regresso a Timor-Leste a 13 de Outubro de 1999.

Antes da sua partida para Angola, o Dr. Alkatiri deu início à sua actividade na luta pela independência em Janeiro de 1970 através da criação de um grupo clandestino de cidadãos timorenses denominado "Movimento para a Libertação de Timor-Leste". É o único membro vivo deste groupo. Após a Revolução em Portugal a 25 de Abril de 1974, o surgimento de um ambiente aberto e livre que permitiu estruturar partidos políticos e organizações em Timor-Leste. A 20 de Maio de 1974, o Dr. Alkatiri tornou-se o co-fundador da ASDT "Associação Social Democrata Timorense". Foi nomeado como o Adjunto do Secretário-Geral da Associação.

Os acontecimentos políticos durante 1974 determinaram a transformação da ASDT (uma associação política) na FRETILIN (uma frente política), a 11 de Setembro de 1974. O Dr. Alkatiri foi um membro fundador da FRETILIN e, como membro do seu Comité Central tornou-se o Secretário Adjunto para Assuntos Internacionais da Frente. O Dr. Alkatiri foi eleito Comissário Político Nacional pelo Comité Central em Outubro de 1975.
As regulares incursões militares das Forças Armadas Indonésias pela fronteira de Timor-Leste em 1975 deram origem a vários desenvolvimentos políticos em Timor-Leste, incluindo a criação da "Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste", FALINTIL, a 20 de Agosto de 1975.

O Dr Alkatiri co-organizou as FALINTIL e é um dos dois últimos elementos vivos do grupo organizador.
Previamente aos eventos que levaram à invasão e subsequente ocupação de Timor-Leste, o Dr Alkatiri foi nomeado pela FRETILIN para participar na campanha para mobilizar a comunidade internacional contra a potencial invasão. Ele visitou oito nações africanas em procura de apoio e aquando do seu regresso ao país a 23 de Novembro de 1975, o Dr Alkatiri foi nomeado Presidente da Comissão que tinha como papel elaborar a Constituição de Timor-Leste como um prelúdio da Declaração da Independência.

A FRETILIN declarou a independência do país a 28 de Novembro de 1975, e proclamou a formação da República Democrática de Timor-Leste. O Dr. Alkatiri foi nomeado como Ministro Sénior e Plenipotenciário para os Assuntos Políticos.
Como directa consequência das incursões e infiltrações fronteiriças, deparado com a iminente invasão do país pelas forças militares indonésias, o Vice-Presidente e Primeiro Ministro de Timor-Leste, Nicolau Lobato, pediu ao comité central da FRETILIN para enviar uma delegação para o estrangeiro para mobilizar a comunidade internacional e tentar evitar a invasão. O Dr. Alkatiri foi um membro desta delegação que deixou o país a 4 de Dezembro de 1975 (três dias antes da invasão acontecer). Ele foi um dos três líderes timorenses no último voo para fora de Timor-Leste antes da invasão. O voo foi organizado por David Scott AO, fundador da Community Aid Abroad. Como Chefe do Departamento Externo da FRETILIN, o Dr. Alkatiri esteve sito em Moçambique até 1999.

A primeira experiência no estrangeiro do Dr. Alkatiri como Chefe da Delegação Externa da FRETILIN foi em Dezembro de 1975 no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que subsequentemente adoptou uma resolução para condenar a Timor-Leste por parte da Indonésia.

Em 1977, o Dr. Alkatiri foi nomeado Ministro para as Relações Externas do Governo da República Democrática de Timor-Leste no exílio. De 1975 a 1982, o Dr. Alkatiri participou em todas as sessões da Quarta Comissão da Organização das Nações Unidas.
Em 1982, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou uma Resolução solicitando ao Secretário Geral para "iniciar consultas com todas as partes de modo a procurar meios para alcançar uma solução compreensiva para o problema de Timor-Leste e para que se pudesse proceder ao relatório para a Assembleia Geral (Resolução 37/30 de 23 de Novembro de 1982). O Dr. Alkatiri participou em todas as rondas de consultação convocadas pelo Secretário Geral da ONU e de 1983 em diante, em todas as sessões da Comissão da ONU para os Direitos Humanas relacionadas com Timor-Leste. Liderou também a delegação de Timor-Leste durante a Conferência Ministerial do Movimento Não-Alinhado em 1985 e em numeroso eventos internacionais onde a causa de Timor-Leste era abordada. No início dos anos 90, o formato do processo de consultação foi alterado, com a criação de conversas trilaterais entre a ONU, a Indonésia e Portugal (o poder administrativo de jure em Timor-Leste). O Dr. Alkatiri participou activamente neste processo e também no Diálogo "Um Timor-Leste Abrangente" patrocinado e mediado pela ONU e que teve inicio em 1995.

Em 1994, o trabalho diplomático desempenhado pelos representantes da resistência no estrangeiro foi reconhecido como um dos três componentes decisivos da luta pela libertação (juntamente com as frentes armadas e clandestinas). O Dr Alkatiri foi nomeado como um dos quatro membros da Comissão Coordenadora da Frente Diplomática.

Como parte dos grandes ajustamentos à Resistência iniciada em meados dos anos 80, a Resistência reestruturou a sua organização para se tornar a "Convenção Nacional Timorense na Diáspora" em Abril de 1998. O que deu origem ao estabelecimento do Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT) - uma organização mãe de todas as organizações políticas para a independência. O CNRT adoptou a "Magna Carta", um documento que delineava o futuro de Timor-Leste. Este documento foi apresentado à comunidade internacional como sendo a visão da "Resistência" para o futuro do novo Estado de Timor-Leste. O Dr Alkatiri foi o autor do documento. Durante a convenção ele foi eleito membro da Comissão para a Política Nacional do CNRT.
Em Agosto de 1999, o Dr. Alkatiri foi nomeado pelo Presidente do CNRT, Xanana Gusmão, para se encarregar das questões ligadas ao Mar de Timor em nome da Resistência. Sob a sua orientação, o Acordo do Mar de Timor (mais tarde o Tratado do Mar de Timor) foi negociado com sucesso com a Austrália), com uma distribuição na percentagem de 90:10 em favor de Timor-Leste.

Sob a liderança do Dr. Alkatiri, Timor-Leste negociou os termos para a exploração do campo Bayu-Undan com a ConocoPhillips, um grande investidor no Mar de Timor, assegurando assim para Timor-Leste uma receita estimada nos 3 mil milhões de dólares norte-americanos durante os próximos 17-20 anos. Tem também mantido uma forte posição na em garantir a delimitação das fronteiras marítimas permanentes de Timor-Leste. Uma fronteira permanente é vista pelo Dr. Alkatiri como uma parte integral do direito de Timor-Leste à auto-determinação, do mesmo modo que a fronteira terrestre define o território. Mais importante ainda, fronteiras permanentes irão permitir com que Timor-Leste tenha acesso aos recursos do Mar de Timor, permitindo assim com que Timor-Leste se desenvolva e supere os formidáveis desafios sem estar dependente de auxílio externo.

O Dr. Alkatiri foi o Coordenador Adjunto do Conselho Presidencial da FRETILIN entre Agosto de 1998 e Abril de 2001. Foi também membro do Comité Nacional Consultativo (CNC) de Timor-Leste em 2000. Em Setembro de 2001, o Dr. Alkatiri foi nomeado Ministro Chefe do Segundo Governo de Transição e Ministro da Economia e Desenvolvimento. Aquando do Dia da Restauração da Independência a 20 de Maio de 2002 - o Dr. Alkatiri foi nomeado Primeiro Ministro e Ministro do Desenvolvimento e Ambiente da República Democrática de Timor-Leste. Ele é o Presidente da Mesa da Comissão Nacional para o Desenvolvimento e redigiu o Plano Nacional de Desenvolvimento.
Sob a liderança do Dr. Alkatiri, durante os primeiros dois anos de independência Timor-Leste tornou-se membro do Fundo Monetário Internacional, da Organização das Nações Unidas, Banco Mundial e Banco Asiático de Desenvolvimento. Timor-Leste é membro das Nações de Africanas, das Caraíbas e do Acordo Comercial ACP-EU. É também membro da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Timor-Leste possui o estatuto de observador no Fórum das Ilhas do Pacífico (PIF) e na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Timor-Leste excedeu as expectativas dos parceiros de desenvolvimento na área da gestão económica, reduzindo e controlando o défice orçamental. O Dr. Alkatiri incutiu uma firme política de transparência e responsabilidade a todos os níveis do Governo. Iniciou o programa da Governação Aberta em Janeiro de 2003, que percorreu quase todos os distritos com resultados positivos.

Foi concedido ao Dr. Alkatiri o prémio 'Lifting up the world with a Oneness' - durante a sessão 58 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque a Outubro de 2003. Outros recipientes incluem Nelson Mandela, o Papa João Paulo II, Madre Teresa e Mohammad Ali.

http://www.pm.gov.tp/port/biography.htm

PS: como vê já anda nestas andanças desde 1970. Não é preciso amesquinhar uns para fazer brilhar outros. Melhor seria se se valorizasse o real contributo de cada um.

Anónimo disse...

Esqueceram-se de incluir "24 anos como adminitrador da quinta dos animais em Maputo" (galinhas e coelhos)

Com tantas galinhas sera que nao podia ter mandado alguns "ovos" para aliviar as carencias dos guerrilhiros que davam a vida pela independencia?

Anónimo disse...

A quinta de que fala era o Centro de Produção“Ai Sirimou” o qual foi estabelecido com apoio das autoridades Moçambicanas e da Igreja Católica de Moçambique. As autoridades Moçambicanas estabeleceram um contrato com a Fretilin na concessão temporária de um terreno de cerca de 200 hectares. A Igreja Católica Moçambicana apoiou com dois tractores e respectivas alfaias agricolas, os quais foram entrgues pessoalmente pelo Cardeal de Maputo. Graças a este equipamento pudemos iniciar com os trabalhos no Centro. Mais tarde foram adquiridos e oferecidos diverso equipamento agricola., instalado o sistema de rega e efectuada a vedação.
Corria junto aos terrenos do Centro de Produção (CP) um braço de Rio que o alimentava. No inicio da década de 80 grassava uma longa seca no Sul de Moçambique e graças a esse braço de Rio o CP era dos poucos da zona que não foi muito afectado. Nessa altura o CP “Ai Sirimou” tornou-se muito conhecido porque era praticamente o único que abastecia a cidade de Maputo com horticolas, frangos, ovos, coelhos e carnes. O Centro produzia também gado de corte, gado leiteiro, caprinos e suinos.
Era Director do Centro o Dr. Augusto Yap, economista e já falecido, e Director de Produção era o Eng Isidoro da Costa.
O Centro de Produção funcionava como uma autêntica Empresa: dispunha de um corpo de gestores que incluia a área contabilistica e os setores técnico de produção e de tratamentos fitosanitários, de assistência veterinária e de comercialização. Para além de técnicos Timorenses, empregava também técnicos e trabalhadores sazonais Moçambicanos. Outros Estudantes Timorenses davam o seu apoio semanal ao trabalhos do Centro. Lembro-me que muitos cooperantes estrangeiros, particularmente os nórdicos e alguns portugueses residentes, se juntavam a nós nos trabalhos de colheita. Nos últimos anos de seu funcionamento o Centro foi dirigido pelo Dr. Filipe Bernardino Vilela, médico Veterinário, Timorense ainda radicado em Moçambique.
O Centro recebia ainda visitas de algumas individualidades moçambicanas. Lembro-me que em duas ocasiões um alto funcionário da ONU, o Dr. José Campino, visitou o Centro acompanhado de Ramos Horta.
Com a instabilidade e insegurança que se vivia na zona onde estava localizado o CP “Ai Sirimou”, resultante da guerra civil que se fazia sentir em Moçambique nessa altura, não foi possível continuar a trabalhar.
Nós os Timoreneses e militantes da Fretilin residentes na época em Moçambique, estamos muito orgulhosos de termos gerido o Centro, trabalhado no Centro e nele termos ganho alguma experiência da vida.
Se alguém estiver interessado em plantar abóboras, estou disposto a ajudá-lo a instalar uma Quinta de Abóboras.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.