quinta-feira, agosto 17, 2006

Timor ainda com medo de ataques

Tradução da Margarida.

Herald Sun
Jerry Norton, Reuters

Agosto 16, 2006 12:00am

Mais de 100,000 Timorenses ainda estão nos campos, com medo de ir para casa, quatro meses depois de violência e derramamento de sangue terem agitado a capital Dili.

Rodeada por tendas apertadas num campo de deslocados, Rosa Soares, 29 anos, espera que os líderes reconciliem as suas diferenças para que se sinta suficientemente segura para regressar a casa com os seus dois filhos.

Apesar da chegada no final de Maio duma força internacional com militares e polícias de 2500 elementos, alargadas pilhagens e fogos postos continuaram durante semanas e ainda ocorrem.

Alguns dos deslocados voltaram para casa, mas outros estão relutantes.

"Estamos à espera que os grandes de abracem que se sentem juntos e discutam entre eles, para depois nos sentirmos seguros,"disse a senhora Soares no Campo Don Bosco, num complexo de instituições Católicas.

Mas as raízes da violência são complexas.

Muita está relacionada com diferenças entre as regiões leste e oeste de Timor-Leste.

"Se voltarmos para casa, temos medo do que as pessoas possam fazer à noite. Provavelmente vamos estar mortas, vão-nos matar," disse a senhora Soares.

"Mesmo entre os grandes há uma separação entre as pessoas do leste e do Oeste," disse.

O homem cujas políticas muitos acusam de ter despoletado a violência, Mari Alkatiri, saiu do cargo de primeiro-ministro em Junho.

Mas as acusações ainda voam no parlamento e o processo de levar à justiça os envolvidos nas desordens ainda tem muito para andar.

Os que estão nos campos dizem que a noite ainda é perigosa em Dili e nas aldeias próximas.

"Fora do campo à noite, há gente a atirar pedras uns aos outros e a perseguirem-se uns aos outros," disse Martino Doutel, 30 anos.

Alguns nos campos não têm casas para onde regressar.

Madalena Carvalho, 28 anos, partilha uma tenda com as suas quatro crianças, o seu marido e a mãe. A sua casa na aldeia de Baru foi queimada e pilhada.

"Mesmo se voltarmos para casa não temos nada em que nos apoiar. Tudo está destruído, os nossos animais (também). A única coisa em que nos podemos apoiar é ficar aqui," disse.

Adriano de Jesus, um co-ordenador do campo, disse: "O Governo tem um plano para reconstruir todas as casas mas ainda está em processo . . . assim não sabemos quando começará."

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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