sexta-feira, setembro 29, 2006

East Timor shock as new UN chief changes his mind

Sydney Morning Herald - September 29, 2006


Lindsay Murdoch

THE man appointed by the United Nations Secretary-General, Kofi Annan, to head a new mission in East Timor has decided not to take the job, in a setback for plans to help the country recover from months of violence.

Antonio Mascarenhas Monteiro, a former president of Cape Verde, who originally accepted the job earlier this month, has changed his mind, which will leave the UN mission in East Timor leaderless for weeks as international police and troops struggle to curb gang violence in the capital, Dili.

The mission is also under pressure to move quickly to help organise national elections scheduled for April.

The mission approved by the UN Security Council in August has been without a leader since it formally assumed responsibilities in East Timor almost a month ago. Japan's Sukehiro Hasegawa, who had led the former UN mission since 2004, has already left the country.

The new mission will consist of 1600 international police, including 130 Australians, and about 500 UN civilian personnel. Hundreds of Australian troops will also remain in the country.

Mr Monteiro told the UN this week that he decided not to take the job because of opposition to his appointment in Dili.

He told a news conference in Cape Verde, an island state in the North Atlantic and former Portuguese province, that he knew there were some "reservations" about his appointment in East Timor and "I was no longer interested in serving there".

"The functions of a representative of the UN Secretary-General in East Timor are very broad and must be exercised with the goodwill of all parties involved," Mr Monteiro said.

"It is better to stand down now than to create problems later on, especially in view of the complexity of the situation in East Timor."

Some of East Timor's leaders are known to have questioned Mr Monteiro's appointment, partly because of a perception that he would favour interests aligned with "lusaphone" (Portuguese-speaking) countries such as Portugal, Mozambique, and Angola.

Critics of East Timor's deposed prime minister, Mari Alkatiri, have often accused him of pursuing Mozambique-type Marxist policies; Mr Alkatiri spent years in exile in Mozambique and Angola.

Another criticism of Mr Monteiro was that he was a poor speaker of English and many of East Timor's young people cannot speak Portuguese, even though it is one of the country's formal languages.

Some leaders are known to be disappointed that Mr Annan did not select an experienced UN administrator for the job, as he did in 1999 when he appointed the Brazilian Sergio Vieira de Mello, who served in the country until May 2002. Mr de Mello was killed in a bomb blast in Iraq in late 2003.

A UN spokeswoman in Dili said last night that she had not been told when a replacement for Mr Hasegawa would be appointed.

In the meantime Finn Reske-Nielson, the UN's humanitarian co-ordinator in East Timor, would stand in as Mr Annan's special representative, she said.

5 comentários:

Anónimo disse...

Tradução:

Choque em Timor-Leste quando o novo chefe da ONU mudou de ideias
Sydney Morning Herald - Setembro 29, 2006

Lindsay Murdoch

O homem nomeado pelo Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, para liderar uma nova missão em Timor-Leste decidiu não aceitar o cargo, numa derrota de planos para ajudar o país a recuperar de meses de violência.

António Mascarenhas Monteiro, um antigo presidente de Cabo Verde, que anteriormente, mais cedo neste mês tinha aceitado o cargo, mudou de ideias, o que deixará a missão da ONU em Timor-Leste, sem líder durante semanas quando polícias e tropas internacionais lutam para baixar a violência de gangs na capital, Dili.

A missão está também sob pressão para se mexer rapidamente a ajudar a organizar as eleições nacionais marcadas para Abril.

A missão aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em Agosto tem estado sem líder desde que formalmente assumiu responsabilidades em Timor-Leste já há quase um mês. Sukehiro Hasegawa do Japão, que liderava a antiga missão da ONU desde 2004, já deixou o país.

A nova missão consistirá de 1600 polícias internacionais, incluindo 130 Australianos, e cerca de 500 civis da ONU. Centenas de tropas Australianas também ficarão no país.

O Sr Monteiro disse à ONU esta semana que decidiu não aceitar o posto devido a oposição para a sua nomeação em Dili.

Disse numa conferência de imprensa em Cabo Verde, uma ilha Estado no Atlântico Norte e uma antiga província Portuguesa, que soube que havia algumas "reservas" em Timor-Leste sobre a sua nomeação e "não estava mais interessado em servir lá ".

"As funções de um representante do Secretário-Geral em Timor-Leste são muito amplos e devem ser exercidos com a boa vontade de todas as partes envolvidos," disse o Sr Monteiro.

"É melhor sair agora do que criar problemas mais tarde, especialmente tendo em vista a complexidade da situação em Timor-Leste."

Sabe-se que alguns dos líderes de Timor-Leste questionaram a nomeação do Sr Monteiro, parcialmente por causa da percepção de que favoreceria interesses alinhados com "lusófonos" (países que falam o Português como Portugal, Moçambique, e Angola.

Críticos do deposto primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, acusaram-no muitas vezes de seguir políticas marxistas do tipo de Moçambique; o Sr Alkatiri passou anos no exílio em Moçambique e Angola.

Uma outra critica ao Sr Monteiro foi que fala pobremente o Inglês e muitos jovens de Timor-Leste não sabem falar Português, mesmo apesar de ser uma das línguas oficiais do país.

Sabe-se que alguns líderes estão desapontados por Mr Annan não ter seleccionado para o posto um administrador da ONU com experiência, como fez em 1999 quando nomeou o Brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que serviu no país até Maio de 2002. Mr de Mello foi morto numa explosão bombista no Iraque em 2003.

Uma porta-voz da ONU em Dili disse na noite passada que não lhe disseram quando será nomeado o substituto de Mr Hasegawa.

Entretanto Finn Reske-Nielson, o coordenador humanitário da ONU em Timor-Leste, manter-se-à como especial representante de Mr Annan, disse.

Anónimo disse...

É como se vê. Cada país defende os seus interesses. Até aqui nada de novo.

Cabe à CPLP fazer exactamente o mesmo.

Infelizmente, também aqui, é o que se vê.

E depois admiramo-nos de quê?

Sérgio Vieira de Melo fez um trabalho importante em Timor. Mas não esqueçamos que, como funcionário da ONU tinha as suas ambições pessoais.
E tudo fez para que o português só fosse uitlizado pela ONU em Timor, depois de estar escrito no projecto de Constituição. Até lá, o recrutamento de pessoal privilegiava o inglês e o Indonésio.

Ser Brasileiro era secundário.

Anónimo disse...

Tem toda a razão o leitor das 6:57:14 AM. Aliás em entrevista que deu ao Expresso em 24 de Junho deste ano, assim respondia a Ministra Ana Pessoa:

"(...) Expresso - Os critérios de avaliação para o recrutamento de funcionários, polícia, militares, não foram logo um factor de tensão? Há pessoas que foram excluídas porque não falavam português...


Ana Pessoa - É absolutamente falso, aconteceu mesmo o contrário. Quando eu era ministra da Administração Interna do governo de transição, a UNTAET lamentava-se de não encontrar timorenses qualificados para ocupar lugares na administração pública e fui assistir às entrevistas de selecção. Verifiquei que eram feitas em inglês ou em bahasa indonésio. Explicaram-me que o inglês era a língua de trabalho da ONU. Respondi: 'então contratem intérpretes. Não estão a recrutar funcionários para a ONU mas sim para o Estado timorense, cujas línguas oficiais são o tétum e o português. Saber inglês pode ser uma habilitação suplementar, nunca um critério de selecção. A maioria dos timorenses não fala inglês e muitos não dominam português, porque durante a ocupação indonésia falar português era ser conotado com a guerrilha, dava direito a ser preso, torturado, morto. Até hoje, só se exige o tétum e só recentemente começou a exigir-se provas de português. No meu ministério, só aceito documentos em tétum ou em português. Se vierem em inglês ou em bahasa, voltam para trás. (...)"

http://timor-online.blogspot.com/2006/06/entrevista-expresso-ana-pessoa.html

Anónimo disse...

A Tamagoshi deu-me razão. Vai cair um Santo do altar.

Como vê, eu procuro ser isento. Não emprenho pelos ouvidos, porque como timorense que assitiu a muitas coisas sei muito bem o que se passou, como, quando e por quem.

E mantenho tudo o que disse até aqui. A FRETILIN (a sua liderança)é a grande culpada do que se está a passar.
Em vez de criar um clima de distenção (que os resultados eleitorais permitiam com facilidade), não resistiu à tentação de se tornar omnipresente, omnisciente e dona de Timor.

Muita gente que fez parte da frente clandestina, não lutou nem se sacrificou durante anos para isso. E naturalmente, aproveitam as brechas que as lutas internas da FRETILIN criaram.

Eu não estou a fazer juízos de valor se o fizeram da melhor ou da pior maneira. Como dizia Lavoisier, a natureza tem horror ao vácuo. E a luta pelo poder dentro da FRETILIN dividiu as forças da autoridade ao ponto de as desintegrar. Até mesmo as FDTL foram arrastadas incialmente para essa mesma luta.

A partir daqui, perante a ausência de autoridade e de ordem, ficaram criadas as condições para agentes internos e externos causarem o caos que se assiste.

Tivesse a FRETILIN resistido a esta tentação totalitarista de se eternizar no poder, para o que, dedicou mais esforço a apoderar-se do aparelho do estado que a resolver os problemas prementes da população, e nem tenho dúvidas que nas próximas eleições mantinha a maioria absoluta sem precisar de mescambelhices.

Alguém tem dúvidas de que se as forças de segurança não tivessem sido manipuladas por facções do poder se teriam mantido coesas e funcionais?

E que se tivessem deixado as FDTL em paz, em vez de as quererem tornar o braço armado do partido (para o que foi necessário segregar os que não fizeram parte da luta armada original), alguma vez teriam sido manipuladas como foram?

tirando os assuntos do petróleo e da recusa de endividamento, a liderança da FRETILIN não cuidou de governar o país, independentemente dos números que apresentem em termos de escolaridade e saúde.
Os professores, são os que existiam no tempo da indonésia e os médicos são cubanos alugados a Cuba. As infrastruturas de educação e saúde foram na maior parte reabilitadas pela ONU e por cooperações bilaterais.

Quanto ao estímulo à geração de emprego sustentado, que só é possível através da iniciativa privada, limitaram-se a criar dificuldades. e quando as dificuldades burocráticas não chegavam, ainda era preciso contribuir para o 20 de Maio, para o aniversário do partido, etc...

Quem não sabe o que era preciso fazer para ter o passaporte? Toda a documentação exigida pela Lei, situação perfeitamente enquadrada na Lei e ainda era preciso um requerimento ao Ministro da Justiça. Que ele mantinha sem decisão até se ir falar com ele e passar-lhe um envelope. Houve quem se sujeitasse e houve quem se recusasse. Claro que estes últimos levaram muito mais tempo até verem a situação resolvida.

Estenda-se isto a todos os sectores do estado e expliquem como é possível haver desenvolvimento para os mais pobres e desprotegidos.

O comportamento dos funcionários é perfeitamente decalcado do tempo da indonésia.

E depois admiram-se da insatisfação geral?

E querem que a população se queixe a quem?

Agradeçamos pois à liderança da FRETILIN, a criação das condições para toda esta desgraça.

Relembro, para cada acção há uma reacção de igual intensidade em sentido contrário.

Anónimo disse...

PSSSSSTTTTTTTTT!

ESPERO QUE AA MARGARIDA NAO LEIE O COMENTARIO DAS 10.07.16PM.

ISSO NAO PODE SER VERDADE.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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