quinta-feira, setembro 21, 2006

Ex-ministro Lobato acusado formalmente em Timor

21/09/06, de Ana Dias Cordeiro, no Público:

O ex-ministro do Interior de Timor-Leste Rogério Lobato foi formalmente acusado pelo Ministério Público de Dili por alegada distribuição de armas a civis e tentativa de revolução, disse fonte sob anonimato à Lusa. De acordo com a mesma fonte, e ainda com base nas acusações feitas durante os incidentes de Maio em Timor, “vão prosseguir” as investigações ao ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Este foi acusado por Vicente Railós, ex-membro da guerrilha, e que em Maio liderava um grupo armado, de ter ordenado a distribuição de armas e a eliminação física de adversários políticos, dentro e fora da Fretilin.

A notícia surge quando crescem suspeitas de que o Presidente, Xanana Gusmão terá tido, no auge da crise, uma ligação privilegiada com o major Alfredo Reinado, que liderou a contestação a Alkatiri.

As suspeitas contra Xanana, escreve o prestigiado jornalista australiano e autor de vários livros sobre Timor John Martinkus, têm por base o depoimento escrito de um chefe operacional da polícia preso na sequência dos incidentes de Maio, Abílio Mausoko Mesquita. Este assinou um papel, que entretanto veio a público, no qual diz que Xanana Gusmão lhe terá ele próprio dado ordem para atacar a casa do Chefe de Estado-Maior, Brigadeiro Taur Matan Ruak.

Este depoimento terá sido escrito na prisão de Becora (onde Abílio Mesquita se encontra preso) e entregue à embaixada dos EUA em Dili de forma a garantir com segurança a sua libertação, escreve ainda Martinkus. A ver verdadeiro, “envolve o Presidente naquilo que foi efectivamente um golpe militar para criar as condições para a demissão do então primeiro-ministro de Timor-Leste legítimamente eleito, Mari Alkatiri”, continua o jornalista no site New Matilda.

A notícia surge depois de o jornal The Australian escrever que Xanana pagou parte das despesas de alojamento de Alfredo Reinado, durante a crise. Xanana Gusmão tem permanecido em silêncio e mesmo restringido o habitual contacto com figuras da oposição para tentar apaziguar a situação ainda instável no país, nota Martinkus, que chama a atenção para o facto de também os comentadores australianos, que na altura privilegiaram a “leitura simplista” de que Alkatiri e Lobato engendraram a crise, se remeteram agora a um “silêncio embaraçado”.

Depois de ter sido um dos protagonistas na contestação que forçou a demissão de Alkatiri, o major Reinado foi preso por posse ilegal de armas, em Julho. Fugiu, e de local desconhecido, continua a reclamar a demissão do Governo agora liderado por José Ramos-Horta. Em declarações ontem divulgadas pelo seu gabinete, Ramos-Horta voltou a dizer estar disponível para se demitir, se o Presidente, Xanana Gusmão, lho pedir.

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31 comentários:

Anónimo disse...

É importante ter presente o que recentemente foi escrito num Jornal em Portugal, que de certa forma vai ao encontro dos meus últimos comentários, que não devem agradar muito aos australianos e a alguns timorenses:
“……NÃO ENTENDEM ESSAS PESSOAS QUE APENAS ESTÃO A INVIABILIZAR UM PAÍS? A HIPOTECAR O SEU FUTURO E O FUTURO DOS SEUS FILHOS? A SEMEAR O SOFRIMENTO, A MORTE E A DESTRUIÇÃO? E QUE OS MOTIVOS INVOCADOS SÃO GRATUITOS, PRIMÁRIOS E INCONSEQUENTES? …..NÃO ENTENDEM ESSAS PESSOAS QUE UM ESTADO, PARA SUBSISTIR, PRECISA DE (UM MÍNIMO DE) PAZ, LEI E ORDEM? QUE A VIOLÊNCIA APENAS GERA MAIS VIOLÊNCIA?.....”;

Este vosso servo acrescenta: NUNCA HAVERÁ DESENVOLVIMENTO SEM SEGURANÇA E QUE PARA OS TIMORENSES VIVEREM EM SEGURANÇA O PAÍS TERÁ DE SE DESENVOLVER DE FORMA SUSTENTADA E SEM INTERFERÊNCIAS EXTERNAS QUE CONDICIONEM A VONTADE NACIONAL!

Assim, tudo o que se tem passado recentemente justifica perfeitamente o comentário efectuado no seu excelente Blog, que fico satisfeito estar a incomodar e por isso aqui reitero apesar de alguns “chicos espertos” timorenses e internacionais terem a mania que são donos da verdade e que os outros são todos um cambada de estúpidos e ignorantes! ATENÇÃO AO VELHO DITADO “ VERDADE É COMO O AZEITE, VEM SEMPRE AO DE CIMA”. Conheço em detalhe todos os pormenores da actual crise politico-militar e, por isso, o tempo vai encarregar-se de me dar razão como, aliás, aconteceu até à data com os tristes desenvolvimentos desta crise, que só aconteceu porque os timorenses estão desavindos desde há muitos anos (os intervenientes sabem do que falo). Julgo que seria importante na actual conjuntura dar algum destaque a este comentário (não tiro nem uma virgula):

O que se passa em Timor é um escândalo e uma vergonha patrocinada pelo PR e seus amigos australianos (através de alguns pontas de lança como a sua linda e simpática mulher bem conhecida do também seu especial amigo RH!!!!! e do distinto chefe de gabinete, AP, que tem feito toda a ligação com a oposição e também os amigos australianos – será preciso relatar em pormenor todos os passos que tem dado?) com a utilização e manipulação de Reinado e companhia o que não dignifica o Estado de Direito e a imagem do país e dos timorenses perante a Comunidade Internacional. Já não existe a mesma onda de solidariedade e respeito pelos líderes timorenses, que demonstram não merecer o seu povo nem o sacrifício de todos os que lutaram pela independência. Será que o PR, RH e os restantes intervenientes no golpe institucional ainda não perceberam que podem existir provas muito grave e comprometedoras? E que estão a ser usados pelos políticos do país dos “cangurus” com apoio dos “cowboys”? O PR deixou de estar lúcido e hipotecou todo o crédito e prestigio internacional e mesmo a nível nacional!!! Quando se aperceberem já será tarde porque os australianos vão descartá-los ou fazê-los desaparecer…. Existem de facto essas provas, pois não são apenas os australianos com capacidade de trabalhar “underground”, que serão entregues no momento, local próprios e instâncias internacionais adequadas para evitar manipulações, tendo em vista o processo de impunidade em curso com o patrocínio de alguns responsáveis do sistema judicial e das NU, que também terão de prestar contas!! Já foram enviadas algumas das provas para a sede da ONU, através de canais especiais.

Francamente não está em causa o dever, muito menos o direito, de se tomar firme partido nesta triste e selvática crise politico-militar em que não se olharam a meios para atingir os fins! Eu próprio apesar de dúvidas que subsistem, não me isento de ter opinião e já transmiti a quem de direito tudo o que sabia com as respectivas provas. Este Blog pode incomodar muita gente, mas tem a virtude de permitir a expressão de opiniões, que devem ser respeitadas e não atacadas de forma suspeita e pouco democrática por alguns dos comentadores, que estão perfeitamente cristalizados. Em verdadeira democracia não existe nada tão perigoso como a falta de opinião esclarecida e empenhada. A grande questão que se coloca é muito objectiva! É simplesmente a de saber se a indesmentível e indisfarçável coerência ideológica com que se organizam os campos de opinião numa questão que, na sua essência, pouco tem de ideológico não revela antes de mais uma preocupante facilidade de alinhamento preconceituoso dos políticos e pseudo-intelectuais timorenses. E sobretudo uma perigosa carência de verdadeiros livres-pensadores na sociedade timorense actual. A mim, tanto e tão espontâneo maniqueísmo deixa-me preocupado enquanto cidadão do mundo (como dizia Sócrates, o filosofo) e da lusofonia.

Convém acentuar, que existem muitas instâncias que nos querem por detrás de actores visíveis. ASSIM, RECUSAR TOMAR PARTIDO PELAS FACÇÕES OU INTERVENIENTES DESTA CRISE SIGNIFICA: NÃO TOMAR PARTIDO PARA TOMAR O VERDADEIRO PARTIDO – PELA PAZ E PELAS FORÇAS DA VIDA.

Em síntese e para terminar, podemos dizer que TERÁ DE SER O POVO TIMORENSE, ATRAVÉS DE UMA EFECTIVA MOBILIZAÇÃO NACIONAL E VERDADEIRO SENTIDO DE CIDADDANIA E PATRIOTISMO, a proceder com urgência a uma verdadeira triagem daqueles que não interessam ao país e a encontrar a solução justa e adequada, QUE NÃO PASSE APENAS PELAS VISÕES LUNÁTICAS E UTÓPICAS, DO PR E SEUS AMIGOS, RELACIONADAS COM A FAMOSA BANALIZAÇÃO DA “RECONCILIAÇÃO”, FECHANDO OS OLHOS À JUSTIÇA, TENDO EM VISTA A TOTAL IMPUNIDADE DOS VERDADEIROS RESPONSÁVEIS! NÃO HAVERÁ VERDADEIRA RECONCILIAÇÃO SEM APLICAÇÃO DA JUSTIÇA E DA LEI.
(Convém lembrar o que já foi referido por alguém: “…na questão da reconciliação, sobressairá sempre a permanente duvida sobre a força rectificativa do resultado alcançado. A reconciliação deixa efeitos retroactivos que a seu tempo se farão sentir – isto se não for alcançada com o caminho da justiça e da paz…” Parte dos actuais problemas em Timor estão relacionados com a deficiente gestão do processo de reconciliação conduzido por Xanana!
Este vosso servo continua a acompanhar a situação com muita atenção e voltará a dar notícias. CHACAL

Anónimo disse...

Eu bem que tinha dito que as acusacoes seriam feitas depois de a Comissao Independente de Inquerito dar a conhecer os resultados das investigacoes. Bem! tenho que admitir que ai falhei um pouco porque os resultados ainda nao foram entregues aos orgaos competentes, mas o certo eh que as suas conclusoes ja devem ser mais ou menos conhecidas para quem esta dentro da situacao e a sua publicacao ja nao tarda.
Agora pimba!! ai esta a acusacao formal contra o RL e as investigacoes sobre o MA ainda vao prosseguir a espera de um momento mais oportuno para se proceder a uma acusacao formal tambem.
Nao ha pressa nenhuma especialmente quando ainda existe muita tensao em Dili.

Anónimo disse...

eis mais um artigo sobre os acontecimentos em Timor-Leste:
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Uma nova fase na crise de Timor Leste
por Tom O'Lincoln [*]
A fuga em massa da cadeia de Becora de Dili abriu uma nova fase na crise de Timor Leste.

Em 30 de Agosto, Alfredo Reinado, uma figura chave da rebelião que deitou abaixo o governo de Alkatiri, escapou pelo portão juntamente com mais 56 prisioneiros. Até isto acontecer, o pequeno e esgotado país parecia estar a estabilizar lentamente, depois de um conjunto de ataques internos e pressões australianas terem derrubado o governo acossado do primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Reinado, que tem três 'X' tatuados na nuca à semelhança da personagem machista do cinema Xander Cage, apelou a uma revolução de "poder popular". Este apelo tem naturalmente uma certa aceitação numa população que enfrenta uma miséria prolongada, em que grande parte dela continua a viver em campos de refugiados.

Outro rebelde, Vicente da Conceição, ou "Railos", fugiu para as montanhas ocidentais uns dias antes para evitar ser preso.

Na mesma altura em que Reinado desapareceu, a multi-cultural TV [1] da SBS da Austrália passou um documentário criticando grandes buracos na história que nos serviram sobre a queda de Alkatiri:

A crise começou com a rebelião das forças de segurança, seguida por violência de grupos organizados. A causa profunda foi a pobreza, mas os principais media australianos culparam logo o primeiro-ministro Alkatiri, cujo verdadeiro crime era ter feito frente a Canberra nas negociações sobre o petróleo e o gás. Depois descobriram o "carismático" Reinado. Este chefiou um grupo armado revoltoso que entrou em confronto com os militares, mas que afirmou estar a agir em auto defesa.

Depois o programa da TV Four Corners acusou Alkatiri de organizar um esquadrão de morte contra os seus opositores. Railos declarou que tinha sido ele a chefiar este esquadrão da morte. As acusações condenatórias forçaram à demissão de Alkatiri, após semanas de resistência.

Agora os jornalistas do Dateline, David O'Shea e John Martinkus desmontaram toda esta narrativa. E estes tipos são credíveis. O'Shea esteve com Reinado nas montanhas quando ele combateu contra os militares pela primeira vez e depois quando aceitou ser preso. Martinkus tem feito a cobertura de Timor Leste nos últimos dez anos.

O'Shea e Martinkus demonstraram que foi Reinado quem atacou primeiro os militares (O'Shea viu-o) e que Railos, acusado de organizar o esquadrão de morte para Alkatiri, esteve na verdade a combater ao lado das pessoas que supostamente devia "matar". Curiosamente Railos deu a volta na tomada de posse do susbtituto de Alkatiri, Ramos Horta, e tem sido visto em casa do Presidente Gusmão, outro opositor de Alkatiri. [2] A versão estabelecida, cozinhada para legitimar o derrube do primeiro-ministro, está cheia de buracos.

Em seu lugar começam a aparecer outros padrões. Fazendo parte da campanha contra Alkatiri, o político da oposição Fernando Araújo afirmou que a sua família tinha sido ameaçada. Talvez fosse verdade – Timor Leste é hoje um lugar violento e caótico. O Partido Democrático ajudou a coordenar as manifestações anti-Alkatiri – isto só por si podia ser apenas a democracia a funcionar, embora com alguma ajuda das tropas australianas... mas vejam quem foi que também ajudou. Um deles foi Rui Lopes, que O'Shea e Martinkus dizem que "ficou rico através da sua estreita ligação com Kopassus, as conhecidas Forças Especiais Indonésias". Outro foi Nemécio de Carvalho, antigo líder de uma das piores milícias que aterrorizaram os timorenses em 1999.

Uma outra força que pressionou a queda de Alkatiri foi a hierarquia da Igreja, e não foi só a rezar. "Fontes fidedignas no alto comando do exército disseram à Dateline que foram aconselhados pessoalmente por dois padres a expulsar Alkatiri". Mas há mais:

No final de 2005, o chefe das forças armadas, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, e o tenente-coronel Falur Rate Kaek foram abordados por dois líderes timorenses acompanhados de dois estrangeiros em duas ocasiões diversas. Os quatro também pediram ao exército, ou FFDTL, para derrubar o primeiro-ministro Alkatiri.'

Aqui os testemunhos são pouco claros. Os estrangeiros eram americanos ou australianos? Ninguém tem a certeza. Alkatiri não pode provar que houve uma conspiração generalizada contra ele. Diz apenas: "Não há provas. Mas o único primeiro-ministro do mundo que na verdade me 'aconselhou', cito, a demitir-me, foi o primeiro-ministro da Austrália".

Parece que à medida que avançam as investigações sobre os acontecimentos dos últimos meses, as únicas personagens que aparecem como culpados são Reinado e Railos. Mário Carrascalão, outro político da ala direita, queixou-se de que "Railos sente-se frustrado. Forneceu informações para ajudar a resolver o problema e agora querem prendê-lo". [3]

Canberra acabou por obter o que queria quando José Ramos Horta substituiu Alkatiri. Horta é um paladino do neoliberalismo e dos investidores estrangeiros: declarou há pouco tempo que "a Austrália não pode estar sempre a ser filantrópica em tudo o que faz por Timor Leste". Isto a respeito dos depósitos de petróleo e gás situados entre os dois países, sobre os quais a Austrália tem sido totalmente impiedosa nas negociações.

Mas, a partir da fuga da prisão, de que parece terem uma parte da culpa – supostamente deviam estar a guardar o exterior da cadeia – as forças australianas começaram a sofrer uma pressão política maior.

Em Julho o antigo ministro do interior Rogério Lobato acusou-as de infringirem os direitos humanos quando lhe apreenderam carregamentos de armamento, dizendo que elas tinham utilizado a força e não tinham nenhum mandato. Em 28 de Agosto, o chefe da academia da polícia de Timor Leste, Júlio Hornai disse ao jornal The Age que os polícias australianos o tinham obrigado a despir a farda em público. Em 22 de Agosto atiradores de pedras feriram sete polícias australianos, e no início de Setembro, uma multidão agrediu polícias australianos após um confronto de rua. Até a primeira dama pró-australiana, Kirsty Sword Gusmão, diz que os australianos estão afastados da população e "têm muito pouco conhecimento local". [4]

Entretanto, desmoronou-se a tentativa já antiga das Nações Unidas para encobrir os abusos sexuais feitos pelo seu pessoal civil e à paisana em Timor Leste. A verdade veio ao de cima. [5]

Dado o crescente desagrado com a presença estrangeira, dado que a Fretilin ainda se mantém a organização política mais forte do país, e dada a fuga de Reinado e Railos para as montanhas com espingardas e manifestos, com 100 mil pessoas em campos de refugiados, também se exerce alguma pressão sobre Horta para ser mais do que um fantoche do imperialismo. Esta pressão tomou forma naquilo que um importante correspondente sediado em Nova Iorque chamou de "tom agressivo anti-australiano" e até de "crítica venenosa" na reacção à fuga da cadeia. Relacionadas com isto, embora de forma imprecisa, estão as exigências para que as forças australianas se submetam ao controlo das Nações Unidas. [6]

O que falta é um significativo movimento político de esquerda que oriente as raízes do conflito. Sem ele, o descontentamento popular pode ser canalizado para apoiar Reinado, ou a ala direita, ou grupos perigosos como os 30 mil fortes grupos de artes marciais que pululam em Timor Leste.

É verdade que para algumas pessoas as coisas estão melhor com Horta. "Os homens de negócios dizem que agora as autorizações são emitidas em horas e não em dias, os contentores movimentam-se mais rapidamente nos portos e a corrupção parece estar contida". [7] O governo está a esforçar-se para ir ao encontro das necessidades do capital.

Entretanto, 100 mil deslocados continuam a viver em tendas, e está a chegar a estação chuvosa que vai transformar tudo num verdadeiro inferno.

Notas
[1] Transcrição da SBS Dateline, "East Timor - Downfall of a Prime Minister," 30 August 2006. This is the source for everything not otherwise footnoted. Available at news.sbs.com.au/dateline/ .
[2] Parece que o gabinete do presidente também pagou a conta de um hotel a Reinado a primeira vez que ele fugiu. Mark Dodd, "Claim That President Paid Major's Hotel Bill," The Australian, 12 September 2006.
[3] Lindsay Murdoch, "Timor Faces New Rebellion," The Age, 2 September 2006.
[4] John Stapleton, "Forces Must Know the People," The Australian, 4 September 2006.
[5] Ver Lindsay Murdoch, "UN Acts to Stamp Out Sex Abuse by Staff in East Timor," The Age, 30 August 2006.
[6] David Nason, "Venom Threatens Separate Mission," The Australian, 4 September 2006. Como sugerem as acusações dos abusos, as Nações Unidas não são obrigatoriamente uma melhoria.
[7] Murdoch, "Timor Faces New Rebellion."

[*] Tom O'Lincoln é activista de esquerda desde 1967, na SDS alemã, em UC Berkeley, e durante muitos anos em Melbourne Austrália. É autor ou editor de cinco livros sobre história e política australianas (Into the Mainstream: The Decline of Australian Communism; Years of Rage: Social Conflicts in the Fraser Era; United We Stand: Class Struggle in Colonial Australia; Class and Class Conflict in Australia; e Rebel Women in Australian Working Class History), e mantém o sítio web Marxist Interventions: www.anu.edu.au/polsci/marx/interventions/ . Tom é membro da Alternativa Socialista.

O original encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/olincoln120906.html .
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a tradução deste artigo encontra-se em http://resistir.info/

Anónimo disse...

Estas aldrabices todas ja cheiram mal

Anónimo disse...

ROgerio....se tama kadeia karik keta haluha atu bolu mos ALKATERI BIN LADEN tamba se la iha nia atu hamaluk o entaun o sei toba malirin......imi nain rua ne khan HOMO

Anónimo disse...

=em português=

O PM DEVE SER MAIS CAUTELOSO NAS SUAS DECLARAÇÕES , DIZ A FRETILIN

COMUNICADO À IMPRENSA

Quinta-feira, 21 de Setembro de 2006


O partido no governo, FRETILIN, emitiu um comunicado à imprensa relembrando que apenas o partido com a maioria no Parlamento tem o direito de escolher o Primeiro-Ministro do país.

“Em termos constitucionais, o Primeiro-Ministro não é escolhido pelo Presidente”, disse o porta-voz da FRETILIN, Cipriana Pereira - deputada e membro da Comissão Política Nacional do partido.

“Queremos relembrar à todos que o Primeiro-Ministro é escolhido democraticamente pelo partido que ganha as eleições, obtendo a maioria de assentos no Parlamento ”.

A Sra Cipriana respondeu às declarações à imprensa do Primeiro-Ministro, Ramos Horta, em que este firmou que as pessoas poderiam escrever ao Presidente da República se quisessem candidatar-se ao cargo de Primeiro-Ministro.

“O Primeiro-Ministro deveria ser mais cauteloso nas suas declarações”, disse Cipriana. “Na qualidade de Primeiro-Ministro, Ramos Horta deve ajudar as pessoas a compreender a Constituição da RDTL . Este tipo de declarações pode fazer com que as pessoas fiquem confusas.”.

A Sra Cipriana disse ainda: “O cargo de Primeiro-Ministro é um dos mais importantes no país. Este não é um cargo que pode ser assumido através de cartas dirigidas ao Presidente ou pelo Presidente . A FRETILIN, o partido com maioria no Parlamento Nacional deu o seu aval para que o Sr. Ramos assumisse o cargo de Primeiro-Ministro.

“É um desrespeito ao Parlamento e aos eleitores sugerir formas de escolha do Primeiro-Ministro que sejam contrárias à Constituição da RDTL”.

“Timor-Leste é actualmente um país independente e democrático”, disse a Sra. Cipriana. “No nosso país, os lideres não tomam decisões entre eles”. Esta seria uma política antiga – a política do colonialismo e de ditadura. Nós lutamos pela democracia para que o povo possa escolher os seus líderes. Os líderes não escolhem a si próprios, não escolhem um ao outro”.

“Nós compreendemos a frustração do Primeiro Ministro em relação aos seus opositores”. Muitas pessoas têm tempo para falar mas não para trabalhar. Trata-se de um trabalho difícil, o de construir um novo país, reconstruir um país. O destino deste país está nas mãos do povo , e todos aqueles que assumem cargos governamentais, têm de ajudar as pessoas a compreender e assumir o novo sistema - democracia”.


Contacto:
Em Dili:
Cipriana Pereira + 670 7242114. A Sra Cipriana Pereira é membro do Parlamento Nacional e da Comissão Política Nacional do Comité Central da FRETILIN ( fala tétum/português)

Na Austrália:
Alex Tilman, porta-voz da FRETILIN em Melbourne ( 0419 281 175 )

Sahe da Silva, porta-voz da FRETILIN em Sydney ( 0414 807 824 )

=em inglies=

PM should choose words more carefully, says FRETILIN.

Media Release

Thursday, September 21, 2006

Timor-Leste’s governing party, FRETILIN, today issued a reminder that only the party with a majority in parliament has the right to choose the country’s Prime Minister.

“Under the constitution, the Prime Minister is not the choice of the President”, said FRETILIN spokesperson Sra. Cipriana Pereira, MP, a member of FRETILIN’s National Political Commission.

“We want to remind everybody that the Prime Minister is chosen democratically, by the party which wins the majority of seats in the Parliament at the election.”

Sra Pereira was responding to comments by Prime Minister Jose Ramos-Horta, who issued a media statement today telling people that they could write to the President if they want to be Prime Minister.

“The Prime Minister should choose his words more carefully,” Sra Pereira said. “As Prime Minister, Mr Ramos-Horta needs to help the people understand the constitution. To say things like this could confuse the people.”

Sra Pereira continued: “The job of Prime Minister is one of the most important jobs in the country. This is not a job that can be passed around with letters to and from the President. FRETILIN, the majority party in the Parliament, has agreed to give Mr Ramos-Horta the job of Prime Minister.

“It is disrespectful to the parliament and the voters to suggest ways of choosing the PM that are contrary to the constitution.”

“East Timor is an independent democratic country now”, said Sra Pereira. “This is not a country where leaders decide everything among themselves. That is the old politics – the politics of colonialism and dictatorship. We have fought for this democracy, so the people have the right to choose their leaders. The leaders do not choose themselves, they do not choose each other.

“We understand the Prime Minister’s frustration with his opponents. Many people have time to talk, but not to do the work. It is difficult work, to build a new country, to reconstruct a country. But the people are the leaders now, and everyone who holds an official position has to help the people learn the new system of democracy.”


Contact:
In Dili:
Cipriana Pereira + 670 7242114 . Sra Pereira is a Member of the National Parliament and of FRETILIN’s National Political Commission. (speaks Tetum/Portuguese)

In Australia:
Alex Tilman, FRETILIN’s spokesperson in Melbourne (0419 281 175)

Sahe da Silva, FRETILIN’s spokesperson in Sydney (0414 807 824)

=em têtum=
PM devia hili liafuan ho kuidadu, dehan FRETILIN
KOMUNIKADU BA IMPRENSA
Partidu ukun nain iha Timor-Leste, FRETILIN, ohin hateten hodi fo hanoin katak partidu maioritariu iha Parlamentu Nasional maka iha direitu atu hili (indigita) Primeiru-Ministru ba nasaun ne’e.

“Tuir Konstituisaun RDTL nian, Primeiru Ministru la’os hili husi Prezidente Repúblika”, hateten porta voz FRETILIN nian Senhora Cipriana Pereira, deputada, no nudar membru ba Komisaun Politika Nacional partidu nian.

“Ami hakarak fo hatene ba ema hotu katak Primeiru-Ministru hili demokratikamente, husi partidu nebe manan maioria kadeira iha Parlamentu Nasional, liu husi eleisaun”.

Senhora Pereira hatan ba komentariu husi Primeiru-Ministru José Ramos Horta nebe fo sai deklarasaun husi media ohin, hateten ba ema katak sira bele hakerek ba Prezidente Repúblika bainhira hakarak sai nudar Primeiru-Ministru.

“Primeiru-Ministru devia hili lifuan ho kuidadu,” hateten Senhora Pereira. Hanesan Primeiru-Ministru, Senhor Ramos-Horta tenki fo hatene ba ema atu kompreende Konstituisaun. Koalia hanesan ne’e bele halo fali konfusaun ba povu”.

Senhora Pereira hatutan:”kargu Primeiru Ministru nian hanesan servisu ida nebe bot tebes iha nasaun. Ne’e la’os kargu ida nebe bele haruka surat ba mai husi Prezidente Repúblika. FRETILIN, partidu maioritariu iha Parlamentu, simu nó fo ba Senhor Ramos-Horta atu kaer knaar núdar PrimeiruMinistru.

“ Se buka fó dalan nebé la tuir Konstuituisaun RDTL nian atu hili Primeiru Ministru, ne hatudu katak la respeita Parlamentu Nasional no votantes sira nia hakarak”.

“Timor-Leste rai ida independente ona no demokrátiku”, hateten Senhora Pereira. Ne’e la’os nasaun ida nebé lideres sira deside buat hotu-hotu tuir sira nia hakarak deit. Ne’e politika antigu nian – politika kolonialismu no ditadura. Ami halo funu atu hari’i demokrasia, nune povu iha direitu atu hili sira ninia lideres. Lideres sira ne’e la hili sira nia a’an rasik, sira labele hili malu deit.
“Ami komprende katak Primeiru-Ministru iha frustrasaun ho ema sira nebé halao hahalok hasoru nia. Ema barak iha tempu atu koalia, maibé la halo servisu. Ne’e servisu ida susar, atu hari’I nasaun foun, no hari’I hikas nasaun. Maibé, destinu rai ida ne’e nian, iha povu nia liman, nune sira nebe kaer ukun, tenke ajuda povu hodi komprende sistema foun - demokrasia”.

Kontaktu:

Iha Dili:

Cipriana Pereira + 670 7242114. senhora Preira membru Parlamentu Nasional nomos membru Komisaun Politika Nasional FRETILIN nian.

Iha Australia:

Alex Tilman, Porta voz FRETILIN iha Melbourne (0419 281 175)

Sahe da Silva, porta voz FRETILIN iha Sydney (0414 807 824)

Anónimo disse...

Maluk sira hotu Maluk membros Fretilin nian
Iha 1989, ha’u iha Ainaro, ha’u simu surat ida husi Rogério Lobato, acusa sira hotu iha liur, katak sira la halo buat ida, dehan mos katak funu hotu tiha, hotuhotu tenki simu justiça popular. Rogério mak fo hatene mai ha’u, iha surat né, katak Mari Alkatiri hakiak hela coelho no manu iha Maputo.
Ha’u simu, iha 1990, surat ida husi Ramos-Horta oferese-an atu sai nudar ha’u nia representante espesial no representante CNRM nian iha liur. Ha’u subar hela iha Becora, ha’u hakerek ba nia, katak ha’u hatán, maibé tenki tuir prinsipius no orientasoens politicas nebé CNRM nian, no haktuir ha’u nia liafuan. Nia mos hatán fila fali, hodi dehan katak nia mos ‘sai husi Fretilin’ atu serbi ba funu. Se maluk sira la fiar karik, husu ba Ramos-Horta.

Anónimo disse...

Foin daudauk né, reunião iha Baukau, balun dehan nunè: ‘Xanana, nuné duni, iha funu, fahe ita, funu hotu tiha mos fahe nafatin ita’.
Ha’u compreende liafuan ‘fahe’ nia sentido. Nia sentido katak, ba sira politico no matenek boot sira né, lolós, povo ne tenki tama tomak ba Fretilin, Polícia, FDTL, funcionários, bisnis, suco, aldeia, karau, nehek, ai, du’ut, buat hotuhotu tenki tama iha Fretilin. Timor-Leste mak Fretilin, Fretilin mak Timor-Leste. Labele iha tan buat seluk, labele iha tan ema seluk. Né mak explika katak ‘Xanana fahe Timor’, tamba né, ‘Xanana mak tenki tun’. Temi hanesan fali, ha’u hakarak ukun to’o tinan 50 nia laran.
Balun, uluk, iha 1991, ha’u hasoru sira iha Dili, fo parabéns mai ha’u, tamba hasai estratégia política nebé los, iha 1986, hodi hamoris CNRM. Ohin, hetan ona cadeira iha Governo, hodi hein, aban bain rua, sai Ministro, dehan fali ona katak, ha’u fahe Povo.

Anónimo disse...

"A Sra Cipriana respondeu às declarações à imprensa do Primeiro-Ministro, Ramos Horta, em que este firmou que as pessoas poderiam escrever ao Presidente da República se quisessem candidatar-se ao cargo de Primeiro-Ministro.

“O Primeiro-Ministro deveria ser mais cauteloso nas suas declarações”, disse Cipriana. “Na qualidade de Primeiro-Ministro, Ramos Horta deve ajudar as pessoas a compreender a Constituição da RDTL . Este tipo de declarações pode fazer com que as pessoas fiquem confusas.”."

Dizem as más línguas que Ramos Horta falou assim porque ele próprio foi escolhido pelo Presidente...

Anónimo disse...

Ola!Margarida, Malai Azul me disse que voce cheira muito mal como aldrabices.

Anónimo disse...

Los duni anonimo 9:00:00 AM. Si Roger tenki lori katuas BIN LADEN,ferik AMADA fuk bo'ot hanesan durhui no ferik Ana bitu'uk.
Sira pasangan serasi lho!! Depois sira sei halo tan festa aniversario iha neba..... hafoin sira nia lacaios ba simu doce restu liu husi valeta koak. ai midarrrrrrrrrrrrrrrrrr!

Anónimo disse...

Agora tem que saber a ligasaun entre os mlais da alfandega e o rogerio. Estavam todos na festa. Porqueh? Sao compinchas das armas! As armas sairam da alfandega!!!!!!!

Anónimo disse...

"Dizem as más línguas que Ramos Horta falou assim porque ele próprio foi escolhido pelo Presidente..."

Pelo que entendi, esta Senhora dava a entender que se Ramos Horta era PM, foi porque foi indigitado pela FRETILIN.

Anónimo disse...

A coisa está a ficar mais complicada... politicamente meus caros à FRETILIN já não se conseguem retirar culpas globais pelo desgoverno evidente. Os culpados são os que estavam no Poder e não aqueles que nada têm.

Pela própria boca morre o "peixe". É evidente que com eleições toda a prepotência de qualquer Estado se justifica. Foram eleitos? Sim, no objectivo e nas condições de continuidade passando de AC para PN! Tão engraçado e até aceite por todos... vejam no que dá.

Depois essa posição de sobranceria de um poder quase absoluto sobre as coisas, gentes e paisagem é evidentemente um suicídio por parte dessa suposta maioria (que diga-se melhor, se trata do aparelho partidário).

Está claríssima a distância da FRETILIN ao povo por muito que ela (como simbologia e interveniente na luta) tenha participado, também.

Mas desculpem, quem elaborou a estratégia? Não, não foi a FRETILIN. A FRETILIN elaborou e elabora um espaço de completo desespero, manipulativo, no passado, neste presente e claramente cheio de nota como é (até parece o Capital) no próximo futuro. E, como se habituou a dizê-lo, sem ela não haverá estabilidade em Timor-Leste!

É isso mesmo que se está a verificar, ao mais alto nível. Do próprio Parlamento, deixem-se lá de tretas. Essa capa democrática fica-vos muito mal. Aliás faz-vos até demasiado mal.

Tudo farão para se manterem no Poder, como tudo fizeram no passado em que apenas se juntaram à mudança porque só assim é que alguma vez a voz se poderia tornar "clara" no exterior e assim as vontades mudaram e ajudarem! Foi ou não foi? E se lá estava a igreja foi porque houve essa mudança - e essa mudança não é Vossa!! Não, tiveram de a aceitar porque viram que só assim era possível libertarem-se!

E agora? Vão continuar a bater na mesma tecla? Até quando? Sabem onde se situam? Pelos vistos muito bem o sabem, mas são casmurros.

Se não se voltarem a unir a coisa não vai lá ou melhor, vai, mas da pior maneira possível e essa já basta - manter deslocados dezenas de milhares de pessoas; manter na miséria os restantes, ficando apenas uma elite com a cabeça fora de água deve ser na verdade algo de que se devem orgulhar bastante os políticos timorenses bem como os seus aprendizes! Boa sorte então!

Anónimo disse...

Quem de propósito atropela uma pessoa, é o responsável pelo atropelamento dessa pessoa e consequentemente, desse crime.

Exactamente o mesmo acontece com quem de propósito atropela, sabota o funcionamento de uma qualquer instituição ou governo. É o responsável pelas consequências desses atropelos e sabotagens.

Os governos da Fretilin e os seus deputados saíram da vontade da maioria dos Timorenses que nela votou. Então, há cinco anos, na sua maioria resistentes. Agora, em 2007, muitos resistentes mas felizmente também muitos jovens que desses tempos de escravidão terão algumas lembranças e vivências.

Qualquer Timorense tem o direito de contribuir para a escolha dos seus governantes e deputados. Em 2007 terá também o direito de, escolhendo a Fretilin, contribuir para a punição dos criminosos que atropelaram e sabotaram, despudoradamente, sem qualquer consideração pelas dezenas e dezenas de milhares que cinco meses depois ainda vivem ao relento.

Anónimo disse...

ESTA SITUACAO DA FRETILIN SER GOVERNO ESCOLHIDO PELO POVO....POR ANALOGIA COMO DIRIA O MEU PROFESSOR ENGENHEIRO HONRADO GOMES E COMO UM INDIVIDUO FAZER UM CURSO DE ENFERMAGEM E SER NOMEADO MEDICO. TER UM CURSO DE DESENHO ARQUITECTURAL E SER NOMEADO ARQUITECTO, TER UM CURSO DE LIMPA POCILGAS E SER NOMEADO DOUTOR VETERINARIO, QUERER SER PARTIDO UNICO PARA GOVERNAR 50/100 ANOS E CHAMAR-SE DEMOCRATICO.

Anónimo disse...

1 - Reza assim o preâmbulo da Constituição da RDTL:

"(…) Assim, os Deputados da Assembleia Constituinte, legítimos representantes do Povo eleitos a 30 de Agosto de 2001,

Alicerçados ainda no acto referendário de 30 de Agosto de 1999, que, concretizado sob os auspícios da Organização das Nações Unidas, confirmou a vontade autodeterminada de independência;

Plenamente conscientes da necessidade de se erigir uma cultura democrática e institucional própria de um Estado de Direito onde o respeito pela Constituição, pelas leis e pelas instituições democraticamente eleitas sejam a sua base inquestionável;

Interpretando o profundo sentimento, as aspirações e a fé em Deus do povo de Timor-Leste;

Reafirmam solenemente a sua determinação em combater todas as formas de tirania, opressão, dominação e segregação social, cultural ou religiosa, defender a independência nacional, respeitar e garantir os direitos humanos e os direitos fundamentais do cidadão, assegurar o princípio da separação de poderes na organização do Estado e estabelecer as regras essenciais da democracia pluralista, tendo em vista a construção de um país justo e próspero e o desenvolvimento de uma sociedade solidária e fraterna.

A Assembleia Constituinte, reunida na sessão plenária de 22 de Março de 2002, aprova e decreta a seguinte Constituição da República Democrática de Timor-Leste:

2 – E acaba assim a Constituição:

Artigo 167.º
(Transformação da Assembleia Constituinte)
1.A Assembleia Constituinte transforma-se em Parlamento Nacional com a entrada em vigor da Constituição da República.
2.O Parlamento Nacional tem no seu primeiro mandato, excepcionalmente, oitenta e oito Deputados.
3. O Presidente da Assembleia Constituinte mantém-se em funções até que o Parlamento Nacional proceda à eleição do seu Presidente, em conformidade com a Constituição.

(…)
Artigo 170.º
(Entrada em vigor da Constituição)
A Constituição da República Democrática de Timor-Leste entra em vigor no dia 20 de Maio de 2002.

Aos 22 de Março de 2002, a Assembleia Constituinte da República Democrática de Timor-Leste, eleita em 30 de Agosto de 2001, aprovou a presente Constituição, a qual vai ser assinada pelos seus oitenta e oito Deputados:
(...)"

Anónimo disse...

BAMIJA!
VOLTO JA.

Anónimo disse...

A constituicao esta tem deficiencias e por isso tera que ser revista substancialmente assim que possivel.

Anónimo disse...

Artigo 155.º
(Aprovação e promulgação)

1.As alterações da Constituição são aprovadas por maioria de dois terços dos deputados em efectividade de funções.
2.A Constituição, no seu novo texto, é publicada conjuntamente com a lei de revisão.
3.O Presidente da República não pode recusar a promulgação da lei de revisão.

Artigo 156.º
(Limites materiais da revisão)

1.As leis de revisão constitucional têm que respeitar:
a)A independência nacional e a unidade do Estado;
b)Os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos;
c)A forma republicana de governo;
d)A separação dos poderes;
e)A independência dos Tribunais;
f) O multipartidarismo e o direito de oposição democrática;
g)O sufrágio livre, universal, directo, secreto e periódico dos titulares dos órgãos de soberania, bem como o sistema de representação proporcional;
h)O princípio da desconcentração e da descentralização administrativa;
i) A Bandeira Nacional;
j) A data da proclamação da independência nacional.
2.As matérias constantes das alíneas c) e i) podem ser revistas através de referendo nacional, nos termos da lei.

Anónimo disse...

Pelo menos já aprendeu a não dizer que foi aprovada pelos 88 deputados. Já é um avanço civilizacional desta tamagoshi.

Depois ao transcrever os limites materiais da revisão, mostra ao mundo, a iniquidade desta Constituição neste aspecto.

Só através de referendo se pode mudar a bandeira nacional (copiada da da FRETILIN).

Está vedada a reposição da verdade quanto à data da independência nacional. Que efectivamente foi o dia 20 de Maio de 2002 e porque resultou de uma consulta (referendo) a todo o povo que assim se pronunciou.

Porque todos sabemos que em 1975 foi apenas uma manobra da FRETILIN para buscar apoio externo. O povo não foi consultado. E como tal, não foi uma declaração de independência legítima. Foi um abuso proporcionado pela força das armas. Contra o qual qualquer verdadeiro democrata se deve insurgir. Não resultou de nenhum movimento de libertação que tenha lutado contra o colonialista.
Aproveitaram-se da debandada dos cobardes governantes portugueses e como a FRETILIN ficou fiel depositária das armas e do material de guerra do exército português, espalhando o terror e o assassinato generalizado, impôs essa farsa de independência que aliás não foi reconhecida em lugar nenhum excepto no Maputo do Samora Machel.

É claro que este artigo, assim que constitucionalmente possível, tem que ser revisto. Em última análise nenhuma Constituição pode ficar blindada à modernização por todo o sempre.

Isto e outros aspectos que tornam a construção da democracia impossível em Timor, como por exemplo, os poderes do Presidente. Seja qual for o Presidente, como é óbvio.

E de uma penada acabar com o nome FALINTIL na designação das ofrças armadas de Timor. Chega de meter FRETILIN em tudo o que é coisa ou ser em Timor. Só faltou escrever na Constituição que passavam a designar-se Forças de Defesa Revolucionárias..... vontade não deve ter faltado mas a vergonha impediu-o.

Anónimo disse...

Então como o povo Angolano, Moçambicano, São-tomense, Guineense, Cabo-verdiano, já para não falar do Brasileiro e do Norte-americano “não foi consultado”, presume-se que as respectivas declarações de independência são ilegítimas, pela lógica deste “teórico”. Como aliás, também a portuguesa, não consta que o Afonso Henriques tivesse consultado fosse quem fosse a não ser os “cruzados” a quem pediu uma ajudinha para pela “força das armas” conquistar o seu reino.

E quanto às Constituições e suas “blindagens” parece que o “teórico” também se esquece que a dos Norte-americanos já está há mais de 200 anos sem qualquer “modernização”, excepto numa tantas emendas como por exemplo a proibição do álcool e posteriormente a sua autorização outra vez…

Anónimo disse...

Só se consegue lembrar dessa emenda?
Comece lá pela primeira emenda, talvez a mais importante.

E quanto às independências, como é óbvio, mistura alhos com bugalhos.

Que têm as independências de Angola, Guiné e Moçambique que ver com as de São Tomé e de Cabo Verde?
Acaso têm percursos históricos em comum?

Se soubesse mais um bocado da história de Portugal, saberia que o governo português traiu o compromisso que estabeleceu com os Cabindenses. Que como sabe não têm nada a ver com Angola. E sempre reclamaram autonomia em relação a Angola ainda esta era província ultramarina portuguesa.

Acaso nestas últimas havia movimentos de libertação em luta pela independência?

Ou esta foi imposta a esses povos sem ninguém lhes perguntar nada?

Tal como em Timor. Agora pergunto eu, que legitimidade tinha a FRETILIN para declarar a independência em nome do povo?
Não havia mais partidos e com calendário independentista diferente?
Porque havia a FRETILIN de ter legitimidade popular para tal?
Com base em quê?
Sabe dizer?
Que me lembre, na altura também a UDT preconizava a independência de Timor. Mas pretendia uma prazo alargado, exigindo que Portugal durante esse tempo, formasse quadros para efectivamente poderem governar o país independente. E acho que tinham todo o direito de o exigir. E Portugal tinha a obrigação de o fazer. Ao fim de 400 anos de presença, não deixou quadros locais capazes. Como se viu e vê.

Anónimo disse...

A Margarida continua convencida que sabe tudo. Ninguem a mete na ordem? Eh mesmo um papagaio de repeticao! Nao evoluiu nada.

Anónimo disse...

É tão clássico dizer-se que os povos não estão "ainda" preparados para a independência ou para a democracia. Era o mesmo que Marcelo Caetano repetia por aqui nas vésperas do 25 de Abri, lembra-se? Tal como é clássico esse apelo a "meter na ordem" os discordantes. Há quem nunca aprenda que "não há machado que corte a raiz ao pensamento. Porque é livre como o vento, porque é livre".

Anónimo disse...

margarida
vossemece nao e discordante. vossemece nao quer ninguem que discorde de si, seu relogio de repeticao. so quer fretilin e mais nada!!

Anónimo disse...

"Não há machado que corte a raiz ao pensamento. Porque é livre como o vento, porque é livre".

Isto escreveu e musicou o meu camarada Fernando Lopes Graça, cujo centenário de nascimento estamos a comemorar.

Anónimo disse...

Fernando Lopes Graça tinha mais razão que o seu partido lhe reconhecia.

Por não haver machado que corte a raíz ao pensamento, é que os regimes de partido único como o de Salazar e os do bloco de Leste se foram.

E assim que a repressão abrandar em Cuba, também este se vai.

E por isso também a FRETILIN ou muda, ou vai pelo mesmo caminho.

Porque não há machado que corte, a raíz ao pensamento.

Anónimo disse...

"É tão clássico dizer-se que os povos não estão "ainda" preparados para a independência ou para a democracia."

Mas quer a margarida dizer que Timor estava preparado para a independencia em 1975??? Esta fulana esta louca ou que???
Ja em pleno seculo 21 ainda eh o que eh e esta palerma quer dizer que em 1975, practicamente sem qualquer tipo de quadros, ja Timor estava preparado para a independencia?

Ve-se mesmo que nao sabe nada de Timor ou eh guiada pelo vontade radical de apoiar tudo que eh fretilin. Deve estar a falar de um Timor de outro planeta qualquer de onde ela vem. Nao eh o planeta terra nao! Isso nao!

Anónimo disse...

Não estava Timor, como não estava nenhuma outra Província Ultramarina.

Mas a pressa em agarrar o poder e começar a sacar era mais que muita. Não só dos próprios como dos países "amigos" que os apoiavam.
E os resultados estão à vista.
Fartaram-se de melhorar em todos os aspectos.
E não digam que foi por causa das guerras. A Guiné não teve guerra civil até há poucos anos e é o que se vê.

Teriam feito bem melhor em preparar uma transição pacífica, menos traumática, aproveitando os quadros existentes em vez de os escorraçar, para formar mais, etc...

Mas os países "amigos" não podiam esperar.

Com amigos destes, para que precisavam de inimigos?

Anónimo disse...

É por isso que agora querem o padrinho australiano a mandar na vossa terra? Shame on you!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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