quarta-feira, setembro 06, 2006

O governo Australiano insiste na presença militar independente em Timor-Leste

Tradução da Margarida.
wsws.org
Por John Roberts e Peter Symonds
5 Setembro 2006

Tensões políticas regressaram à superfície outra vez em Timor-Leste, quando Canberra, no início da sua intervenção militar em Maio, procurou consolidar a influência Australiana em Dili contra os seus rivais, particularmente o antigo poder colonial, Portugal.

O Ministro dos Estrangeiros Australiano Alexander Downer voou para Timor-Leste no Domingo a seguir à “fuga” em 30 de Agosto do líder amotinado Major Alfredo Reinado e outros 56 da prisão de Dili. Reinado, que recebeu treino na Austrália, iniciou os confrontos violentos que deram o pretexto para o destacamento de tropas Australianas em Maio. Ele e os seus colegas presos segundo relatos saíram da cadeia pelo portão principal no meio de um distúrbio de diversão.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta criticou publicamente os militares Australianos por falharem em providenciar a segurança adequada. “Estou pessoalmente admirado porque é que apesar dos nossos repetidos pedidos para estarem fora da prisão forças estáticas isto não foi feito,” disse à ABC radio na última Sexta-feira. “Assumo que as forças Australianas... sendo especialistas em segurança, pensaram que isso não era necessário, apesar de termos repetidamente pedido.”

O Primeiro-Ministro Australiano John Howard imediatamente descartou a sugestão de que as tropas Australianas foram responsáveis pela fuga da prisão. Downer, que estava previsto encontrar-se ontem com Ramos-Horta, o Presidente Timorense Xanana Gusmão e o Ministro dos Estrangeiros Indonésio Hassan Wirajuda, declarou que “os Timorenses têm de aceitar as responsabilidades dos seus próprios assuntos”.

A sensibilidade de Canberra sobre o papel das tropas Australianas segue-se a desacordos no Conselho de Segurança da ONU sobre a liderança de um contingente internacional de segurança em Timor-Leste. o Secretário-Geral da ONU Kofi Annan apoiado por Portugal, China e três outros membros da força de intervenção liderada pelos Australianos—Nova Zelândia, Malásia e as Filipinas—propuseram que todos os polícias e militares fossem postos debaixo do comando da nova Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT).

O governo Howard, contudo, pediu que as forças militares se mantivesses sob controlo Australiano. De acordo com o Sydney Morning Herald, o embaixador Australiano Robert Hill disse no Conselho de Segurança que a ONU se devia concentrar “nos papéis que pode desempenhar eficientemente, tais como providenciar uma presença de policiamento e ajudar a construir instituições Timorenses, e deixar o papel militar à força multinacional liderada pela Austrália.”

A insistência de Canberra numa presença militar independente visa defender os interesses económicos e estratégicos Australianos no pequeno e empobrecido Estado, e acima de tudo a parte de leão das reservas de petróleo e de gás no Mar de Timor. A sua intervenção em Maio não teve nada a ver qualquer preocupação com o aperto dos Timorenses, mas foi guiada por preocupações crescentes com as ligações com Portugal, China e outros países do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.

Das 2,300 tropas e polícias estrangeiros correntemente em Timor-Leste, cerca de 1,500 soldados e 200 polícias são Australianos. O resto é da Malásia, Nova Zelândia e Portugal. No debate no Conselho de Segurança os USA, Grã-Bretanha e Japão juntaram-se à Austrália e empurraram uma resolução em 25 de Agosto, autorizando uma componente civil de 1,608 polícias por seis meses com a possibilidade de mais extensões. Por defeito, as forças militares permanecem sob controlo Australiano.

Relevando o carácter neo-colonial da operação Australiana, o delegado do Brasil na ONU Piragibe Tarrago expressou preocupação durante o debate sobre “uma tendência para transferir as responsabilidades das Nações Unidas para países individuais. Enquanto tal expediente pode ajudar em emergências, acarreta muitos riscos, que vão duma associação das Nações Unidas com compensados ‘protectorados’ ... a prejudicar a imagem da ONU... como um fornecedor imparcial de assistência.”

Significantemente, o Primeiro-Ministro de Timor-Leste Ramos-Horta opôs-se ao empurrão da Austrália para manter uma força militar independente. Ramos-Horta esteve ao lado da intervenção Australiana e teve um papel chave nos esforços de Canberra para desalojar Alkatiri. Depois de Alkatiri ter resignado em fim de Junho, o governo de Howard não fez segredo no seu apoio a Ramos-Horta, que tem uma longa associação com Canberra, como o substituto preferido.

As manobras correntes de Ramos-Horta reflectem a situação política extremamente instável em Dili. Alkatiri foi forçado a resignar mas o seu partido, a Fretilin ainda tem uma maioria no parlamento e virtualmente todos os lugares no governo. Apesar de ter sido empurrado para trás pela intervenção Australiana, Portugal retém fortes laços políticos na sua antiga colónia, particularmente no interior da Fretilin.

Ramos-Horta parece estar a tentar jogar em ambos os lados do tabuleiro — pressionando pela aprovação parlamentar do acordo de petróleo e gás do mar de Timor que beneficiará Canberra, e, ao mesmo tempo, argumentando contra uma presença militar independente Australiana para manter o apoio da Fretilin e de Portugal. O seu questionamento a Canberra sobre o falhanço das tropas Australianas para evitar a fuga da cadeia coloca outro ponto de interrogação sobre o papel destas.

A “fuga” de Reinado será mais um factor de desestabilização. Ligar-se-á sem dúvida com outros partidos de linha dura contra a Fretilin e outras milícias, que apoiaram a intervenção Australiana, como um meio de não só expulsarem Alkatiri, mas o governo da Fretilin na totalidade. Numa entrevista na TV na última Sexta-feira, Reinado descreveu Ramos-Horta como fraco e culpou o seu governo pela continuação da violência em Dili.

Reinado estava preso com acusações de tentativa de homicídio e posse ilegal de armas. Antes da sua fuga, outra figura líder da violência em Maio, Vicente da Conceição, também conhecido como “Railos”, escapou-se para as montanhas quando o Gabinete do Procurador-Geral estava prestes a emitir uma ordem para a sua prisão com acusações de armas. Mesmo apesar de Railos ser obviamente hostil a Alkatiri, a sua queixa sem fundamento de que Alkatiri o tinha autorizado a formar um “esquadrão de ataque” para matar os opositores da Fretilin foi a acusação central da campanha de Canberra para derrubar o antigo primeiro-ministro.

Em Dili, gangs de jovens conectados com os opositores da Fretilin atacaram outra vez campos de deslocados. Na última Sexta-feira 300 criminosos invadiram um campo perto do centro da cidade. Quatro pistoleiros abriram fogo com pistolas da polícia e uma espingarda automática, ferindo pelo menos oito pessoas, duas seriamente. José Sousa-Santos, um jovem trabalhador, disse no Sydney Morning Herald do fim-de-semana que gangs de jovens desempregados envolvidos em violência em Dili estavam a ser manipulados para propósitos políticos e criminosos. “Os miúdos são um bem muito comprável,” disse.

No meio desta crescente instabilidade, a visita do Ministro dos Estrangeiros Australiano Downer visa salvaguardar os interesses de Canberra e pressionar o parlamento de Timor-Leste para dar um pontapé de partida imediato à exploração de petróleo e gás do Mar de Timor.

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17 comentários:

Anónimo disse...

O "BURUM KAKATUA" eh mesmo burro e ignorante. E burro porque nao sabe que nao eh "BURUM" mas sim "BURUNG". Eh ignorante porque nao sabe que todos os timores sao mesticos. Os ascendentes dos actuais timorenses sao malaios, africanos, portugueses, laocianos, chineses etc. De raca pura so mesmo o "Burro kakatua" que pensa ter saido da b arriga do foho ramelau ou ser filho de um chimpanze, mas dos puros. Acabe la com essa mania dos mesticos. Se calhar, a teoria de Darwin prova ser verdadeira atraves deste produto da evolucao dos macacos.

Anónimo disse...

Para trás o racismo!Acho que o Burum (Burung) Kakatua é da família de Hitler. Raça pura. E deve de estar com Le Pen de França: o racismo está com a extrema-direita. Podemos estar na presença de um burum kakatua fascista, da extrema-direita europeia.
Como é Burum, não deve ser europeu branco ou negro. Não defende a negritude de áfrica. Se não é branco ou negro, que cor será a do Burum? Resposta: cor de burro quando foge.

Anónimo disse...

Anicleto Neves no suprise.


ABC Online, Australia - 'Death threats' forced Reinado to flee
A non-government organisation in East Timor claims former rebel leader Alfredo Reinado was subject to repeated death threats in jail.

Reinado is one of 57 prisoners who escaped last Wednesday from Dili's Becora jail.

None of the escapees has been recaptured.

Justice advocate Aniceto Neves, who visited Reinado several times in jail, says he was driven to escape for fear of his life.

"Some people tried to kill him during the time in the cell - this is the main reason," he said.

"If there is no intent to attack him, to kill him, why [has] Alfredo Reinado escaped from the jail."

Mr Neves says the East Timor Government has failed to provide proper security in the jail.

"It is because of the conflict based on the west and east," he said.

"It is the main reason why some of the wardens was trying to attack him during the time in the prison."

Anónimo disse...

Na verdade Timor Leste precisa mais de um arquitecto que de um general ... um arquitecto cria, planeia e constrói o oposto do general não cria, só defende e guarda os acessos ao petróleo, usa caro armamento... e justifica a existência pelos conflitos que se geram.
Por favor, exigam e procurem muitos arquitectos, não façam o jogo daqueles que fazem o mundo com os generais ... esses necessáriamente defendem outros e superiores interesses - os seus e não os de Timor Leste.
A situação é muito séria e de bom senso escolher soluções e apoios que contribua para fortalecer Timor Leste ... é notório que os aussies possuem uma estratégia e essa é militar, directiva, comercial e educacional - são generais e não arquitectos que falam.
A situação recomenda que não se ofendam entre vós antes procurem o entendimento ... é urgente ... criarem valor e pensar bem ...

Anónimo disse...

ARQUITECTO VS GENERAL
Na verdade Timor Leste precisa mais de um arquitecto que de um general ... um arquitecto cria, planeia e constrói o oposto do general não cria, só defende e guarda os acessos ao petróleo, usa caro armamento... e justifica a existência pelos conflitos que se geram.
Por favor, exigam e procurem muitos arquitectos, não façam o jogo daqueles que fazem o mundo com os generais ... esses necessáriamente defendem outros e superiores interesses - os seus e não os de Timor Leste.

CULTURA CANGURU
A situação é muito séria é de bom senso escolher soluções e apoios que contribua para fortalecer Timor Leste ... é notório que os aussies, na ocupação de socorro possuem uma estratégia militar, directiva, comercial e defensiva da cultura canguru - são generais em campanha e não arquitectos que falam.
A situação recomenda que se entendam e não se ofendam entre vós ... é urgente ... pensar bem e se transformarem em arquitectos na criação de bens e valores ... na defesa da vossa cultura de libertação pela cimentação dos vossos valores da dignidade e da resistência aos acenos neo-colonialistas.

Anónimo disse...

seja arquitecto ou general, todos eles roubam!!!

Anónimo disse...

Se todos eles roubam, como quer o senhor que continuemos a conversa?
Sera que os padres nao roubam?

Anónimo disse...

O "burro kakatua" eh o Fote Make Riba, Ze Cinico entre os varios pseudonimos que este macaco usa. Faz um milhao de comentarios e nao diz quase nada. Alias, diz muito sobre a sua propria pessoa, porque grande frustrado ignorante eh o que ele eh assim como acerrimo defensor do Mari.

Nao admira nada que as coisas tivessem chegado onde chegaram. Talvez tivesse sido um dos "conselheiros" do Mari e que agora perdeu o tacho porque o "mestico" do Horta agora eh o PM.

Anónimo disse...

E o Malai Azul pelos vistos apaga comentarios que alegadamente sao insultuosos (talvez por serem verdades mas incovenientes) mas fica satisfeito que o seu blog seja usado para fomentar o racismo como esse "burum kakatua" faz.

Boa Malai Azul! Pelos vistos fomentar o racismo entre os timorenses eh uma daquelas coisas que se alinham com aquilo em que voce acredita e por isso nao apaga.

Anónimo disse...

Isto está bonito!...

Anónimo disse...

Bonito, baixo bonito e alto nervoso ... òh amigo o Reinado está a monte e parece que armado e não sei se amado por alguma donzela, será isto que desejam para Timor Leste?

Anónimo disse...

Vocês querem ver que o Xanana ainda vai ter que se juntar de novo com as verdadeiras FALINTIL?

É que não tou a ver o Alkatiri a formar algo semelhante... não tem capacidade e nem quer... ele sempre disse que não é culpado de nada, que nada sabe sobre essas coisas de "esquadrões", de compra de armamento não registado... não tem culpa de que outros façam isso por ele ou pelo partido... isto está complicado mesmo.

Com tanta instabilidade o que será de uma eventual campanha elitoral para 2007? Será que vamos começar a voltar a sentir as ameaças dos monolíticos da política? Outra coisa não se espera, tamanhas as certezas.

Mas já agora, para que precisaria de ameaçar (como sempre o fez) um partido que tem a vitória assegurada para 50 anos? Há coisas que não entendo...

Anónimo disse...

Depois de ler os comentarios acima lembro-me agora de afirmacoes produzidas anos atras pelos padres Domingos Soares (Maubere) e Constancio Gusmao. O Burun Kakatua nao sera um deles?

Anónimo disse...

Mas ó Burum kakatua és mestiço de malai mutin ou malai metan? Ou china, ou aborigena, ou indochines,ou indonesio ou malaio? Timor foi sempre ponto de migrações.
Burum gostes ou não gostes, somos todos mestiços, pá!

Anónimo disse...

Membro Parlamento Joao Gonsalves ho Leandro Isac, ida Ulun Parabola , ida ibum kakehe. Lia fuan sai mai ne hanessa anim deit. Issin la iha, messak lia fua fuan mamuk. Sira nain rua hatene mak kassa ossan deit. Leandro hadomi ossan liu fali nia fen e Joao Gonsalves hakarak hassai vantagem deit hussi ita nia rain. Nia ho nia familia fa'an rai iha Taibessi agora fa'an tan kintal Mascarenhas. Uluk fa'an tiha ona, agora hadau fila fali atu fa'an tan dala ida afoin lori halai ossan ba moris diak iha rai liur.

Anónimo disse...

Membro Parlamento Joao Gonsalves ho Leandro Isac, ida Ulun Parabola , ida ibum kakehe. Lia fuan sai mai ne hanessa anim deit. Issin la iha, messak lia fua fuan mamuk. Sira nain rua hatene mak kassa ossan deit. Leandro hadomi ossan liu fali nia fen e Joao Gonsalves hakarak hassai vantagem deit hussi ita nia rain. Nia ho nia familia fa'an rai iha Taibessi agora fa'an tan kintal Mascarenhas. Uluk fa'an tiha ona, agora hadau fila fali atu fa'an tan dala ida afoin lori halai ossan ba moris diak iha rai liur.

Anónimo disse...

Traducao do texto do anonimo anterior...
Os membros do Parlamento Joao Goncalves e Leandro Isac, um tem cabeca de Parabola, o outro tem boca ventoinha. Quando abrem a boca saem palavras como o vento.. Nao tem subatancia, sao vazias de conteudo. Os dois so sabem cacar dinheiro. Leandro ama mais o dinheiro do que a sua propria mulher e Joao Goncalves so quer tirar vantagens da nossa terra. Ele e sua familia venderam um terreno em Taibessi, agora venderam tambem o quintal Mascarenhas. Ja tinham vendido estes terrenos no passado, agora rehaveram e querem voltar e vender e levar o dinheiro para irem viver para o estrangeiro.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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