domingo, setembro 17, 2006

Segundo jornal australiano, Xanana acusado de golpe contra Alkatiri

17 de Setembro 2006

O presidente Xanana Gusmão é acusado de instigar a crise em Timor-Leste e poderá ter estado envolvido no derrube do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri – noticiou ontem o jornal australiano ‘The Age’, que cita declarações de um responsável da Polícia timorense, actualmente detido. Na notícia, sob o título ‘Alegação de que Gusmão ordenou os dias de raiva em Díli’, são citadas declarações de Abílio Mesquita (‘Mausoko’), antigo vice-comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) no distrito de Díli, segundo o qual Xanana Gusmão lhe terá ordenado que atacasse a casa do brigadeiro-general Taur Matan Ruak, comandante das Forças Armadas timorenses.

Xanana é acusado de ter instigado a violência que, em Maio, contribuiu para a resignação – cerca de um mês depois – de Mari Alkatiri, como parte de um plano que incluiu pelo menos uma reunião na residência do presidente, em Balibar, em Março. A notícia tem por base declarações alegadamente proferidas por Mesquita em Bécora (Díli), na sequência da sua detenção, em 19 de Junho, por militares australianos.

Nessas declarações, que o jornal refere terem sido escritas na prisão de Bécora e entregues na embaixada dos EUA em Díli, “como um meio para Mesquita garantir a sua libertação”, o antigo quadro da PNTL refere que “durante o confronto entre a PNTL e as F-FDTL [Forças Armadas] quem ordenou o tiroteio contra a casa do brigadeiro Matan Ruak foi o comandante supremo, o senhor Xanana”. Segundo o jornal, Mesquita terá informado previamente Matan Ruak e quatro comandantes das Forças Armadas das ordens que o presidente lhe deu.

Além disso, Mesquita refere que informou ainda o responsável da missão da ONU em Timor, Sukehiro Hasegawa, que “o visitou na cadeia”, e a quem denunciou repetidamente o alegado envolvimento de Xanana na crise. Ainda de acordo com o ‘The Age’, também o actual primeiro-ministro, José Ramos-Horta, foi informado quando, alegadamente, visitou Mesquita na prisão, a 13 de Agosto. O jornal acrescenta que, se for verdade, as declarações implicam Xanana num golpe armado para derrubar Alkatiri, “devido às suas alegadas simpatias comunistas”.

Mesquita está ainda preso em Bécora, de onde o major revoltoso Alfredo Reinado e 56 outros prisioneiros fugiram a 30 de Agosto. Recorde-se que o CM noticiou a 1 de Junho que Portugal tinha sido informado sobre uma aquisição excessiva de armas por parte do governo timorense.

Paulo Madeira com agências.

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6 comentários:

Anónimo disse...

ESte texto é do Correio da Manhã.

Anónimo disse...

Abilio Mausoco ou Abilio Audian como e conhecido nao passava dum ganster de Bairro virado policia e agora acusa o Presidente Xanana como se a palavra dele tivesse mais credibilidade. E claro Malai Azuis e margarida dos canaviais etc saltaram logo para a carroca a vender o peixe. Como tudo isto e ridiculo.

blog Warrior

Anónimo disse...

hehehe

o que dizer do Railos? um anjinho, nao?

Anónimo disse...

"Abilio Mausoco ou Abilio Audian como e conhecido nao passava dum ganster de Bairro virado policia e agora acusa o Presidente Xanana como se a palavra dele tivesse mais credibilidade"

Rai Los não é flor que se cheire e no entanto a sua palavra foi suficiente para que Xanana exigisse a demissão de Alkatiri...

Anónimo disse...

A Embaixada de Portugal em Timor confirmou ter enviado essa informação ao MNE português em devido tempo.
Falta saber onde páram essas 8.000 armas.

Anónimo disse...

Sim! Queremos saber onde param esses milhares de armas ilegais. O mais certo eh que ja se encontram todas em "boas" maos de "pisteiros".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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