quarta-feira, outubro 04, 2006

De um leitor

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA A MORRER...

Lamentavel, caro Horta!

Não sei se o honoravel primeiro-ministro Horta se recorda do MNF, mas estou em crer que sim e até que lutou contra esse Movimento empoeirado, bacoco, folclórico e de cariz absolutamente fascista.

Passo a explicar:

Desde Salazar e até Caetano existiu uma organização denominada Movimento Nacional Feminino - constituido por umas senhoras parasitas e muito bem postas, regra geral mulheres de ricos industriais, oficiais do exército, marinha, força aérea, GNR, PSP, PIDE/DGS, Legião Portuguesa, etc.

Tudo e todos que aquele abjecto regime sustentava e que o sustentava eram militantes activos desse Movimento.

Imensas vezes ouvi José Ramos Horta expressar a sua discordância em relação ás iniciativas das senhoras desse Movimento em Timor da era colonial.
Isto porque as senhoras movimentistas estavam a dar rebuçados com uma mão, enquanto os maridos davam porrada e exploravam as populações colonizadas e os oprimidos da "metrópole".

José Ramos Horta era contra estas operações de hipocrisia e/ou de tapar o sol com a peneira.

Na época José Ramos Horta era jovem, estavamos nos anos 60/70, e era um assumido resistente ao colonialismo e a toda a irracionalidade que o sustentava.

Muito mais poderia dizer em abono da coragem e inteligência do José Ramos Horta dessa altura e do prazer que me dava conversarmos e convivermos, em muitos finais de tarde, no Jardim do Palácio das Repartições, com uns quantos amigos de confiança à nossa volta. Tudo isto apesar de eu ser um elemento do exército colonialista, que por vezes dava cabo da cabeça aos meus superiores hierarquicos e ao baloufo inspector Lourenço da PIDE/DGS.

Nesses anos, vi então um jovem de Timor que me transmitia a convicção de que iria muito mais além e participaria na construção da sua Pátria e num melhor futuro para todos os timores.

Não me enganei no seu caracter lutador e na sua abnegação em prol de Timor independente.

Tenho, ainda, muita esperança em Ramos Horta... e só espero que ele "acorde" das patacoadas que está a cometer.

Oh Zé, dar uma refeição aos meninos depois de limparem as praias?

Comunicados só em inglês? Assesores de imprensa, ou lá o que fôr, que não sabem português nem tetum?

E mais umas quantas que agora menciono mas que não percebi...

O MNF também fazia essa das refeições sobre vários pretextos.

Porque não dar trabalho aos familiares dessas crianças e pagar-lhes o salário com que alimentarão os filhos?

Vá, amigo, vamos lá reanimar o José Ramos Horta que citei. Lutar para que a miséria de ideias e acções de certos governantes e figuras preponderantes não acrescentem mais miséria àquela que o povo de Timor Leste há muito está a viver.

Sei que, umas vezes "se é preso por ter cão e outras por não ter" mas o Horta que conheci então tinha sabedoria, imaginação e coragem para fazer muito melhor.

Muito obrigado por tudo até agora, muito obrigado por aquilo que espero que de bom vai acontecer a Timor Leste.

Mário Motta.

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2 comentários:

Anónimo disse...

O Primeiro-Ministro da República Democrática de Timor-Leste tem um assessor que não fala nenhuma das línguas oficiais do país: o tétum e o português?
O Presidente da República Democrática de Timor-Leste retirou os filhos da Escola Portuguesa de Dili, onde aprendiam tétum e português?
A escolha de Mascarenhas Monteiro para novo representante do Secretário-Geral da ONU levantou reservas porque é oriundo de um país lusófono?
Não há coincidências. Os sinais dados pela liderança máxima timorense são muito claros!
Acho que está chegada a hora de Portugal abandonar a República Democrática de Timor-leste à sua sorte. Se querem ficar na órbita australiana, que fiquem, mas que não continuem a pedir ajuda financeira a Portugal. Apesar de ser um país pobre a atravessar uma crise económica, Portugal é o principal doador de Timor-Leste, onde tem enterrado milhões e milhões de dólares.

Anónimo disse...

Concordo de princípio!

Mas... e se o POVO não estiver de acordo?

Será justo? O futuro australiano com os exemplos dos aborígenes, da Papua e das Ilhas Salomão serão de seguir? Ficarão em "boas mãos"?

Responda quem souber!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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