terça-feira, novembro 07, 2006

De uma leitora

Margarida deixou um novo comentário sobre o post "XANANA GUSMÃO ESCREVEU HOJE NO "JORNAL NACIONAL DIÁRIO" A PARTE 1 DA TEORIA DAS CONSPIRAÇÕES":

Total “falta de honestidade política” e “um insulto às mentes comuns de cidadãos comuns” é o que é esta terceira versão (só este ano!) de provocação deliberada contra instituições democráticas e democratas Timorenses escrita pelo Xanana Gusmão.

E basta reparar na desonestidade desta frase dele “Fui um dos defensores desta ideia (novas eleições em 2002) e por uma razão muito simples! As eleições de Agosto de 2001, foram para o quadro de uma Assembleia Constituinte”. Esta frase é desonesta porque o que ele defendeu publicamente em 31 de Dezembro de 2000 – isto é somente a 8 meses das eleições para a Constituinte – foi precisamente o contrário.

Como Presidente do CNRT/CN disse ele então na mensagem de Ano Novo ao povo Timorense:

“(...) O resultado das eleições ditará a composição da Assembleia Constituinte e pode mesmo ser uma referência para formação do governo. Consequentemente, os partidos políticos podem (ou não) ser chamados a debater isto e a nomear membros do governo. Esta é a maneira como os Timorenses se estão a preparar para gradualmente receber a transferência da responsabilidade até à independência, incluindo ao nível ministerial.

Do mesmo modo, a Assembleia Legislativa, como um órgão eleito que emerge da Assembleia Constituinte, ganhará maior experiência e também iniciará a sua actividade legislativa na corrida para a independência.
Esta é a nossa perspectiva para a preparação dos Timorenses para a independência, a todos os níveis da governação. Pode ser que haja maneiras melhores. Entendemos as eleições, como o ponto focal deste processo político porque conferirá legitimidade aos actos políticos.(…)
.

Assim, a partir de Janeiro, os Timorenses, partidos políticos, políticos e intelectuais devem iniciar debates profundos sobre a estrutura de Governo ideal (i.e, o mínimo necessário) para assegurar que não herdemos estruturas extremamente pesadas que não são eficientes e, acima de tudo, não são sustentáveis. Estes debates devem também incluir as questões da centralização e descentralização. (...) “
http://www.canb.auug.org.au/~wildwood/JanNewYear.htm

Aliás, também na Conferência de Apoio a TIMOR-LESTE que se realizou em Bruxelas, em 5 e 6 de Dezembro de 2000, o mesmo Xanana, aí também defendeu: “ (...) Eleição da Assembleia Constituinte, precedida por uma campanha eleitoral; (…) Proclamação da Constituição de Timor Lorosae e transformação da Assembleia Constituinte no Parlamento Nacional; (…) Nomeação do Governo de Unidade Nacional, tomando em consideração a composição do Parlamento Nacional. (…)”
http://www.canb.auug.org.au/~wildwood/Brussels.htm

Como dizemos por cá, cesteiro que faz um cesto faz um cento. Se o Xanana mente com quantos dentes tem sobre esta questão, que até está registada em discursos à nação e perante os dadores internacionais com muitíssimo mais facilidade e se quaisquer escrúpulos mente sobre o que bem entende.

Mas o que mais me chocou neste panfleto de mais de 37 mil caracteres, é nem se ter lembrado que dezenas de milhares de Timorenses estão à chuva em campos de deslocados! É isto um PR? Não, não é.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, Margarida. Xanana disse isso em 2000, mas foi antes de saber quem é que ia ganhar as eleições...

Anónimo disse...

Concordo consigo. Afinal o Xanana depois de a Fretilin ter ganho as eleições mudou de ideias e tem estado desde então a manobrar na sombra e a aldrabar pela calada, contando histórias à sua maneira, intrigando e dividindo. Que tristeza ver um PR a agir assim, cheio de ódios e de ressentimentos.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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