segunda-feira, novembro 20, 2006

Depoimento do missionário mineiro

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Edgard é único brasileiro a morrer no Timor Leste e o primeiro estrangeiro desde abril, quando se iniciou a crise político-militar no país. A casa de Edgard já tinha sido atacada no dia 26 de maio e sua moto, roubada.

Na ocasião, ele fez o seguinte relato na lista de discussão e para o site Crocodilo Voador: "No dia 26, quando tentaram entrar em minha casa, eu pensei que não sairia daqui vivo. Eu sentei em uma cadeira e fiquei olhando para a porta, esperando o momento que quem estava tentando arrombar a porta conseguiria entrar. Não tinha nada a ser feito, eu não poderia ligar para ninguém. Quem seria louco de entrar no meio de um conflito de gangues para salvar um amigo?

Quando meu telefone tocou, eu nem esperei a pessoa do outro lado falar o que queria, contei tudo que estava acontecendo e ouvi a Anabel (outra missionária evangélica) falando para eu ficar calmo que ela iria ligar para o embaixador. O mais estranho de tudo é que a Elisama, tinha esquecido o telefone em casa e a Anabel fez uma ligação errada para o telefone da Elisama, que por ela ter esquecido, estava comigo. Minutos depois, a Anabel me retornou falando que a embaixada não poderia me ajudar, pois não tinha mais policiamento na cidade, mas que se eu tivesse coragem de sair de dentro de casa, ela viria me buscar."

Desde o início da crise, o número oficial de mortos é próximo de 50. Cerca de 2 mil casas foram incendiadas e, no pior momento, 160 mil pessoas abandonaram seus lares para se refugiar em escolas, igrejas e até praças. Edgard vinha trabalhado, com outros missionários brasileiros, junto a esses refugiados.

Em um e-mail enviado para a jornalista que escreveu este texto - e que era amiga pessoal dele - o missionário confessou: "Nesses dias eu tenho sentido medo. Determinadas circunstâncias me assustam, mas estou com pessoas que pensam o tempo inteiro em servir ao próximo, o que me motiva a continuar aqui e ajudar de alguma forma."

A pequena comunidade brasileira de Díli está consternada e em estado de choque. A população brasileira no Timor costumava ser de cerca de 200 pessoas, número que foi reduzido com a saída do Exército Brasileiro, um contingente fixo de 50 militares em 2004. A maior parte é constituída de missionários, católicos e evangélicos. Estes últimos representam a maioria, com cerca de 50 pessoas, conforme a época.

Fonte:Word News Network
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2 comentários:

Maracuja Maduro disse...

E assim nós vamos sofrendo.

O meu peito doi!
de amargo e solidão
de saudade,
de amor,
de desespero,
saudades
paz perdida
Meu peito doi!

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Anónimo disse...

Apresento a todos os meus amigos brasileiros que estejam a trablhar em Timor, como missionarios catolicos ou evangelistas, professores etc. bem como ao Senhor Embaixador os meus sentidos pesames pela morte de um compatriota deles.
Igualmente expresso a minha mais profunda indignacao aos crimonsos perpetadores da morte de alguem que esteve a servir a nossa nacao.

Como timorense sinto-me envergonhado de tudo o que esta a acontecer em Timor a partir de Abril deste ano.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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