quinta-feira, dezembro 14, 2006

Polícia da ONU preparou plano prevenção incidentes com deslocados

Díli, 14 Dez (Lusa) - A UNPOL (polícia da ONU) preparou planos de contingência para responder sexta-feira a eventuais incidentes provocados pelo fim da ajuda humanitária às dezenas de milhar de timorenses que se encontram em campos de acolhimento, disse hoje fonte policial.

Aqueles deslocados encontram-se desde Junho em campos improvisados distribuídos pela cidade e sexta-feira é a data limite anunciada pelo governo para que os ainda cerca de 23 mil a 25 mil timorenses que permanecem nesses campos os abandonem.

A porta-voz da UNPOL, comissária Mónica Rodrigues, disse à Lusa que o "planeamento de operações para precaver todas as situações que possam ocorrer" está relacionado com o facto do governo ter anunciado que a partir do dia 15 de Dezembro cessarão todos os apoios aos que não queiram regressar voluntariamente às suas áreas de residência ou queiram reinstalar-se nos campos provisórios já criados.

Em causa estão sobretudo quatro dos campos: os situados defronte do Porto de Díli, defronte da Missão da ONU (UNMIT), no interior do Hospital Nacional e junto ao Aeroporto Internacional Nicolau Lobato.

A ajuda providenciada pelo governo, agências do sistema da ONU e por organizações não-governamentais vão desde a assistência alimentar, ao fornecimento de água e electricidade, e incluem a garantia de transporte e a entrega de materiais de construção para recuperação ou reconstrução das residências dos deslocados.

No auge da crise político-militar iniciada em Abril, o total de deslocados ascendeu a cerca de 180 mil pessoas, mas parte significativa já abandonou os campos de acolhimento, mantendo-se naquelas condições, somente em Díli, cerca de 25 mil pessoas.

No interior do país estão registadas cerca de 70 mil pessoas.

O prazo dado pelo governo foi justificado pelo primeiro- ministro José Ramos Horta para prevenir a oclusão de epidemias provocadas pelo início das chuvas, que este ano, embora com atraso relativamente ao habitual, já se fazem sentir.

A comissária Mónica Rodrigues acrescentou à Lusa que a situação de segurança em Díli tem sido "relativamente calma, com significativa redução de incidentes reportados".

No período de 05 a 12 deste mês, a UNPOL acorreu a 185 casos de incidentes, a maior parte dos quais, 113, dizem respeito a confrontos e apedrejamentos entre grupos rivais, e contra viaturas.

Quinze situações de controlos ilegais de trânsito e nove casos de disparos com armas de fogo, foram igualmente referenciados naquele período.

Desde a chegada, a 25 de Maio, das tropas e polícias internacionais enviados pela Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal - a pedido das autoridades timorenses, para repor a ordem pública -, foram registadas 1147 detenções, 486 das quais desde o passado dia 25 de Agosto, quando a UNMIT iniciou o mandato conferido pelo Conselho de Segurança da ONU.

EL-Lusa/Fim
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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