quinta-feira, junho 08, 2006

Jun 8, 2006

Australia's ambassador to the United Nations expects the world body to send a police force to East Timor, but not immediately.

Porquê?!

Australia and East Timor have asked the UN Security Council to send peacekeepers to restore security following a rebellion by renegade soldiers.

Ambassador Robert Hill says the plan at the moment is to "give the existing force a greater police capability".

However he says with the collapse of local police in East Timor, there is a much stronger argument for the next UN mandate to include that capability.

Mas a Fretilin diz que não...

Horta admite substituir Alkatiri como PM se tiver o apoio FRETILIN

Díli, 08 Jun (Lusa) - O dirigente timorense José Ramos-Horta manifestou -se hoje disponível para substituir Mari Alkatiri como primeiro-ministro se tive r o apoio da FRETILIN, o partido no poder em Timor-Leste.

Em declarações à RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa timorense disse que "aceitaria um tal fardo" se for necessário.

"Obviamente que sim. Se houver necessidade de eu ser chamado a assumir um tal fardo aceitaria enquanto timorense", afirmou.

No entanto, Ramos-Horta sublinhou que a possibilidade de vir a substitu ir Mari Alkatiri depende da FRETILIN, partido de que não é militante.

"Repito muito claramente, muito claramente, que qualquer alteração na a ctual equipa governamental deve vir da FRETILIN que detém a maioria nacional, qu e detém a maioria do parlamento", frisou.

Contactado telefonicamente pela Lusa em Díli, o primeiro-ministro timor ense e líder da FRETILIN entendeu não tecer qualquer comentário às declarações d e Ramos-Horta.

Em declarações à Lusa, o presidente da FRETILIN, Francisco Guterres "Lu -Olo", considerou que uma eventual demissão de Mari Alkatiri constituiria uma violação da Constituição timorense.

"Devo dizer que a substituição, a demissão do actual primeiro-ministro só se pode fazer por violação à Constituição e às lei vigentes", disse Francisco Guterres "Lu-Olo".

O também presidente do Parlamento Nacional lembrou que Mari Alkatiri "ainda não terminou o seu mandato".

"Não se fez uma substituição a meio do mandato", frisou.

As próximas eleições legislativas em Timor-Leste estão previstas para o primeiro semestre de 2007.

Francisco Guterres "Lu-Olo" sublinhou ainda que a posição da FRETILIN sobre a questão é "muito clara".

"O partido continua a defender a Constituição e defende o actual primeiro-ministro", garantiu.

"No segundo congresso da FRETILIN [realizado entre 17 e 20 de Maio], el e [Alkatiri] foi reeleito secretário-geral com maioria qualificada dos delegados ", disse, referindo-se aos 97 por cento dos votos conseguido pelo actual líder d o partido, alcançados numa votação de braço no ar.

"Todos devíamos tomar consciência disso", acrescentou.

A demissão de Mari Alkatiri tem sido exigida por militares rebeldes e e lementos da oposição como forma de pôr termo à crise no país, mas o primeiro-ministro só admite deixar o cargo se for esse o desejo da FRETILIN.

PR/EL/PNG.
Lusa/Fim

GNR com comando exclusivo em bairro de Díli, actuação será alargada

Lisboa, 08 Jun (Lusa) - Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Adm inistração Interna asseguraram hoje que a GNR vai ter o controlo exclusivo do ba irro de Comoro, em Díli, durante uma fase transitória, e que a sua área de actua ção será progressivamente alargada.

"Foi possível concluir um acordo técnico que assegura a coordenação ent re as forças internacionais num quadro transitório (...) um acordo de execução p rogressiva, em que se começa pela zona mais problemática de Díli e, à medida que for chegando o equipamento da GNR, isso se vá alargando", disse o ministro da A dministração Interna, António Costa.

Por seu lado, o chefe da diplomacia, Diogo Freitas do Amaral, quando qu estionado sobre se a força portuguesa está a ser controlada pelos australianos, afirmou que "em parte nenhuma de Timor-Leste a Austrália comanda a GNR".

MDR/VM.
Lusa/Fim

GNR e militares australianos vão fazer "ensaios" conjuntos - Horta

Díli, 08 Jun (Lusa) - A GNR e elementos das restantes forças internacio nais em Timor-Leste vão realizar "ensaios de coordenação" nos próximos dias, par a consolidar os métodos e formas de actuação no terreno, disse hoje à Lusa o min istro José Ramos-Horta.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa timorense referiu que esse foi um dos acordos conseguidos hoje, em Díli, num encontro que manteve com embaixadores e responsáveis das forças internacionais em Timor-Leste.

"Nos próximos dias, talvez já amanhã, [a GNR e as restantes forças, da Austrália, Nova Zelândia e Malásia] vão fazer alguns ensaios de coordenação, de forma a assegurar que as quatro forças sabem exactamente o que cada uma vai faze r", explicou à Lusa.

Além disso, segundo Ramos-Horta, a GNR e a força australiana nomearam o ficiais de ligação.
O governante disse que a GNR começará a actuar "de imediato", a pedido da Presidência da República e do Governo timorenses, na "zona exclusiva de opera ções de Comoro", na parte ocidental de Díli.

As alterações foram definidas no encontro de hoje, que José Ramos-Horta disse ter decorrido "sob uma nova modalidade de trabalho".

"Convidei diplomatas e políticos a abandonar a sala para deixar que os militares e operacionais conversem. Eles apresentaram a solução operacional que foi depois transmitida aos respectivos países", contou.

"Falei com [o ministro dos Negócios Estrangeiros português] Freitas do Amaral que não indicou qualquer desacordo com a opção escolhida, explicando que ia falar com o primeiro-ministro, José Sócrates, e com o ministro da Administraç ão Interna", António Costa", acrescentou.

Os "ensaios" acordados hoje representam uma mudança significativa na fo rma como as forças têm actuado no terreno, com os últimos dias marcados por inci dentes entre efectivos de Portugal, Malásia e Austrália, causados pela falta de coordenação.

O governante timorense reiterou declarações feitas à Lusa na segunda-fe ira de que a GNR actuará "com dureza, com firmeza, de forma autónoma e sem restr ições em toda a cidade de Díli", admitindo porém que isso "não acontecerá de ime diato, por razões práticas".

Entre essas razões práticas, destacou o facto de a GNR não ter ainda to do o seu equipamento em Timor-Leste e a necessidade de garantir "uma cuidadosa p reparação" para que as forças no terreno "estejam absolutamente coordenadas".

"Como uns são exército e eles [GNR] são polícia especializada e nunca t rabalharam em conjunto, é útil realizar alguns exercícios de prática. Quando tud o estiver bem coordenado, a pouco e pouco a GNR assume o controlo da cidade [de Díli], sempre em sintonia com as restantes forças", afirmou.

O chefe da diplomacia timorense garantiu nunca "ter ouvido da parte dos australianos uma única palavra negativa, menos positiva em relação a Portugal o u à GNR".

Ramos-Horta frisou que a GNR tem uma especialidade única, sendo essenci al "saber maximizar a operacionalidade" da força portuguesa de 120 homens com "a máxima coordenação entre todos".

"Não está em questão a autonomia operacional de cada força. Os malaios não cederam a sua autonomia operacional, nem a Nova Zelândia, aceitando a coorde nação", comentou.

Noutro âmbito, Ramos-Horta explicou que os militares australianos que s e encontram em Maubisse, próximo do grupo liderado pelo major Reinado, e em Glen o, Ermera, próximo do grupo de "militares dissidentes", estão no local "a conter esses elementos".

"Esses elementos não são equiparáveis aos bandoleiros que estão aqui em Díli e que devem ser desarmados. Estamos a falar [no caso dos contestatários] e m elementos que estão contidos nas suas áreas", afirmou.

"A presença australiana em Maubisse e Gleno visa conter esses elementos nas suas áreas, observar o seu movimento, até chegar o momento em que o Preside nte da República decida que é altura de também o senhor Alfredo [Reinado] e os o utros deporem as armas", disse.
"Isto não e tão urgente porque não estão a causar problemas a ninguém", justificou.

O governante timorense afirmou ainda que o "calendário ou quadro políti co, não está solucionado", com a liderança do país a apostar em "passos pequenos para promover o diálogo".

Como objectivo final, para as próximas semanas, está a realização de um "diálogo inclusivo abrangente que envolva desde a chefia da FDTL [forças armada s], o governo, elementos do parlamento e os militares dissidentes, sob o alto pa trocínio do PR e da Igreja", disse.

"Ate lá, continuamos com diálogos entre dois ou três elementos para cri ar um clima de confiança entre esses elementos antes do diálogo final", concluiu .

Forças militares e policiais da Austrália, Portugal, Nova Zelândia e Ma lásia encontram-se em Timor-Leste a pedido das autoridades timorenses para pôr t ermo à onda de violência que afecta o país desde há mais de um mês.
ASP.
Lusa/Fim

Presidente FRETILIN condena ataques contra partido em Ermera

Díli, 08 Jun (Lusa) - O presidente da FRETILIN, Francisco Guterres "Lu- Olo", condenou hoje o ataque à sede do partido em Nuntali, cerca de 40 quilómetr os a sudoeste de Díli, e à casa do seu representante no distrito de Ermera.

"Condeno os que atacaram o meu representante no distrito de Ermera e qu eimaram o nosso escritório", afirmou Francisco Guterres "Lu-Olo" em Díli.

Além de presidente da FRETILIN, o partido no poder, Francisco Guterres preside ao Parlamento Nacional de Timor-Leste.

Segundo disse à Lusa em Díli o deputado da FRETILIN Jacinto Maia, os in cidentes ocorreram cerca das 23:00 de quarta-feira (hora local), quando um grupo de homens, alguns deles armados, atacou e incendiou a casa do vice-coordenador do partido em Ermera.

Posteriormente, atacaram e incendiaram as instalações da FRETILIN, refe riu.

"Dispararam várias rajadas de tiros e destruíram viaturas do vice-coord enador, incendiando depois a sede", contou o deputado, garantindo que a populaçã o recolheu cápsulas das balas usadas no ataque e "outras provas".
Saturnino Babo, responsável máximo da FRETILIN em Ermera, disse aos jor nalistas que o seu vice-coordenador foi atacado por uma multidão quando viajava de carro para a sede do partido, tendo sido obrigado a entregar o carro.

"Depois dirigiram-se à sede e destruíram tudo, saquearam o que puderam e depois queimaram-na", afirmou, referindo que os atacantes disseram que iriam o brigar pessoas a juntarem-se a mais manifestações anti-governamentais em Díli, n o futuro próximo.

Citado pela AP, um responsável local, Francisco Salsinha, acusou direct amente ex-militares e ex-polícias com espingardas e pistolas de terem chegado ao local em dois veículos, disparando alguns tiros.
Os atacantes terão perseguido pelo menos 10 elementos da FRETILIN que f ugiram do edifício e correram para o mato, tendo-se ouvido depois pelo menos set e tiros.

Seis dos que tentaram escapar ainda eram dados como desaparecidos ao fi nal da tarde de hoje (hora local).
O ex-tenente Gastão Salsinha, um dos rebeldes sedeados em Ermera, afirm ou à AP que as suas forças não estiveram envolvidas no ataque.

Em declarações à Lusa, o oficial rebelde major Marcos Tilman, também se deado em Ermera, desmentiu que a sede da FRETILIN tenha sido destruída e desafio u o presidente do Parlamento Nacional a visitar a zona "de helicóptero da ONU pa ra ver a casa".
"A única coisa que houve foi tiros para o ar. Não há feridos nem mortos e nós avisámos as forças internacionais, que foram lá", disse Marcos Tilman, af irmando que o incidente é da responsabilidade de grupos civis armados.

A AP distribuiu fotografias sobre o incidente, em que Francisco Salsinh a exibe cápsulas de balas alegadamente usadas pelos atacantes e mostra alguns do s estragos provocados nas instalações da FRETILIN.

Os militares que se revoltaram contra o governo timorense exigem a demi ssão do primeiro-ministro e líder da FRETILIN, Mari Alkatiri.
ASP.
Lusa/Fim

Dos leitores

Exactamente porque a Fretilin é o partido maioritário expresso pelo voto do povo em eleições livres e democráticas a única via para demitir o PM seria através de uma "crise" antes da lei eleitoral publicada e da realização de eleições para que não se corra o risco de uma reeleição.

Timor PM will not be removed, says parliament chief

By Lirio da Fonseca

DILI, June 8 (Reuters) - East Timor's parliament threw its support behind embattled Prime Minister Mari Alkatiri on Thursday, standing up to troops and protesters calling for his removal over violence that has gripped the capital, Dili.

"The parliament will not make any decision that will oust the prime minister," parliament chief Francisco Guterres said.

"The prime minister was elected by the majority party, Fretilin," he told reporters.

"Even if the president agrees to the removal of the prime minister, he must coordinate with the parliament. There has been no such decision up until now."

Timor PM 'will not be removed'

From: AAP From correspondents in Dili
June 08, 2006

EAST Timor's Parliament threw its support behind embattled Prime Minister Mari Alkatiri today, standing up to renegade troops and protesters calling for his removal over the violence in Dili.

"The Parliament will not make any decision that will oust the Prime Minister," Parliament chief Francisco Guterres said.
"The Prime Minister was elected by the majority party, Fretilin," he said.

"Even if the President agrees to the removal of the Prime Minister, he must coordinate with the Parliament. There has been no such decision up until now."

Many blame the violence on Mr Alkatiri's decision to sack 600 of the 1400-strong army after they protested about alleged discrimination against soldiers from the west of the country.

Rebel troops and thousands of protesters have been demanding Mr Alkatiri's removal.

But Parliament is controlled by Mr Alkatiri's Fretilin party, which only a few weeks ago re-elected him as its chief.

With Reuters

Dos leitores

"Em virtude de alguma contínua deturpação veículada em certa imprensa sobre o papel e missão da GNR em Timor-Leste, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e Ministro da Defesa, Dr José Ramos-Horta, disse:"

Legitima a sua preocupação com "certa imprensa" sobre o papel e missão da GNR em Timor Leste.

Seria legitimo também que demonstrasse, já que é ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo do seu País, alguma "preocupação" com o que tem sido vinculado pela imprensa australiana e com as declarações do seu homólogo australiano.

De um Nobel da Paz esperava-se mais seriedade Senhor Ministro!

E já agora Senhor Ministro aproveito para o felicitar por finalmente usar a língua do seu país num comunicado oficial.

In blog Pantalassa

Cartas de Díli

«Ainda ontem a noite às 11 horas incendiaram a sede da Fretilin em Nunutali, Riheu, aldeia perto do local onde entregámos a estátua de Nossa Senhora em 2002 e a casa do coordenador da Fretilin na zona. Portanto em Ermera já não é uma confrontação entre firaku (habitantes da zona leste) e kaladi (habitantes da zona oeste), como dizem, mas já entre partidos políticos. Isto é claro porque em Ermera são todos kaladis porque é que entram em confrontos?»

excerto de uma carta de Díli, recebida por e-mail a 8 de Junho, 18 h de Timor

Dos leitores

No caso da Malásia, Díli "não tem qualquer acordo formal", tendo as autoridades malaias e o comandante do contingente daquele país decidido "de imediato aceitar a cooperação no plano operacional com as outras duas forças, australiana e neozelandesa".

"Cooperação" tem a certeza Senhor Ministro ou quer dizer que o Comandante da GNR não quer "ccoperar" com o comando australiano?

Será que o seu conceito de "cooperação" é tão confuso quanto a sua actuação nos últimos dias relativamente ao seu PM?

Vigaristas, intriguistas... sempre os mesmos.

Alkatiri alleged to have recruited armed group

The World Today - Thursday, 8 June , 2006 12:26:00

Reporter: Liz Jackson

ELEANOR HALL: Claims are emerging in East Timor today of an armed group whose members say they were recruited on the instruction of Prime Minister Mari Alkatiri to destroy his political opponents.

Mr Alkatiri has today denied those claims, which were made to Liz Jackson of the ABC's Four Corners program, and Liz Jackson joins us now in Dili.

So Liz, you met this group last night. What did they tell you about their connection to the Prime Minister?

LIZ JACKSON: Well, basically they were a group of about 30 men who came to meet us very late at night. A number of them had travelled three, four hours to be at the meeting. They came at about 12 o'clock, one o'clock at night.

They claim that they were recruited by the former Interior Minister, Rogerio Lobato, on the instructions of the Prime Minister Mari Alkatiri.

And they say that they were asked to do two things: one, to settle down differences between those people from the east and the west of Timor, but also far more seriously they claim that, three of them claim... the central leadership of this group claim that they knew their mission and were specifically told their mission was to eliminate political opponents, to eliminate the so-called petitioners group and people who break the Fretilin rules.

ELEANOR HALL: And what did you understand by this term eliminate? Did you… a political term, or, you know, a term that actually involves killing people?

LIZ JACKSON: Well, I did specifically ask that question and they said specifically that the Prime Minister said that they should kill political opponents.

I should add that they claim… they don't claim that they have actually done that. They don't claim to have killed political opponents.

But they do claim that they were formulated to last a year, until the next elections, and that their job was to intimidate the support.

ELEANOR HALL: Were they given weapons?

LIZ JACKSON: Oh, they brought weapons. I mean, they brought weapons to the meeting last night. I mean, they claim, and give dates and times of places where they were given weapons and people who gave them weapons. They say that in all they had 18 assault rifles, 6,000 round of ammunition, two vehicles and uniforms.

ELEANOR HALL: They claim they were given weapons. By whom?

LIZ JACKSON: Well, they say basically organised by the former Interior Minister Rogerio Lobato.

ELEANOR HALL: And Liz, just who are these people? How do you verify their claims?

LIZ JACKSON: Well, that's extremely difficult. I mean, I think that one thing that you can clearly verify is that they are civilians and they do have weapons. So that in itself is a matter of concern.

In terms of verifying their claims, they've given us a list, a full list, of the 30 names of the people.

So I suppose to the extent that they're prepared to put up their hands in the current climate and say: "We are people who… former Falantil fighters, who have accepted weapons on behalf of the present Government and senior ministers within that Government" - their preparedness to face up to that puts it one stage above second-hand rumours.

And as I say, there's no doubt that they are people who are well armed. They're a highly disciplined group. And this was the message they wanted us to put out into the public domain and put to the Prime Minister.

ELEANOR HALL: Why do they want this message out there now?

LIZ JACKSON: I think they're part of a… they clearly have an interest in seeing the removal of the Prime Minister.

ELEANOR HALL: Now, you've since spoken to…

LIZ JACKSON: I mean they explicitly state that…

ELEANOR HALL: Sorry, you've since spoken to Mr Alkatiri. How did he respond to these claims?

LIZ JACKSON: Well, he said that he didn't know the leader of the group.

He said yes, he did know Commander Reilos (phonetic). He did accept that he'd met him on the day that was listed in the chronology, but said that none of the matters that Commander Reilos suggested had been put to him were put to him.

And he just said it's one more attempt to demonise him, it's one of the many rumours, and denied absolutely that a Fretilin secret security team existed.

ELEANOR HALL: Liz Jackson in Dili, thank you.

Alkatiri aceita inquérito internacional à violência

DN

Lisboa
08.06.06
Armando Rafael

Um pouco a despropósito, o ministro Ramos-Horta, que passou a acumular as pastas da Defesa e dos Negócios Estrangeiros no Governo timorense, surgiu ontem em público a admitir a possibilidade de poder vir a aceitar o cargo de primeiro-ministro, caso Mari Alkatiri se demitisse.

As declarações de Ramos-Horta, condicionadas apenas ao respeito pelo quadro democrático e constitucional que vigora em Timor-Leste, surgem no mesmo dia que Alkatiri considerou desejável uma eventual antecipação das legislativas, o que não será possível, como teve o cuidado de sublinhar, pelo simples facto de que a lei eleitoral não está pronta.

Duas declarações que parecem reflectir as divergências que, neste momento, ainda se fazem sentir no seio das autoridades timorense, e que tenderão a agravar-se nos próximos dias, à medida em que forem evoluíndo as negociações com os militares revoltosos. Designadamente com o grupo dos majores Alfredo Reinado, Alves Tara e Marcos Tilman, que continuam a insistir na demissão de Mari Alkatiri como condição prévia a qualquer acordo.

Sendo que o primeiro-ministro já deixou claro, por mais do que uma vez, que não tenciona demitir-se. Tendo chegado mesmo a declarar que o país só não tinha iniciado uma guerra civil porque ele, enquanto líder partidário, tinha travado os militantes da Fretilin que queriam "invadir" Díli.

O que parece traduzir-se num recado com vários destinatários óbvios - e que vão desde o Presidente Xanana Gusmão à Autrália, passando pela Igreja Católica Timorense e até pelo próprio Ramos-Horta -, numa altura em que Mari Alkatiri já aceitou um inquérito da ONU aos distúrbios que têm assolado o país.

Pressupondo-se, assim, que está também disponível para aceitar uma averiguação aos confrontos de Díli no final de Abril e que causaram cinco mortos e mais de 70 feridos, segunda a versão oficial que tem sido sistematicamente posta em causa por alguns do militares que se revoltaram contra o Governo.

Resta saber como irão decorrer agora as negociações que Ramos- -Horta tem vindo a empreender com os revoltos e que além dos três majores, inclui também os 591 peticionários que foram expulsos das forças armadas no início de Março.

Parecendo que o primeiro-ministro não está disposto a ceder muito mais, aproveitando - como sucedeu ontem com uma entrevista à Lusa - para recordar que o período de excepção que levou o Presidente Xanana a assumir a coordenação da defesa e da segurança no país tem um prazo bem definido - 30 dias.

O que significa que este período termina no final do mês, coincidinco com o prolongamento da actual missão da ONU.

Pelo que as Nações Unidas têm até esa alatura para definir a nova missão no país, admitindo-se que parte da solução passe pelo reforço da componetente polícial estrangeira em território timorenses, como já foi sugerido por Ramos-Horta, e admitido quer pela Austrália, quer por Ian Martin, o enviado especial do secretário-geral da ONU a Díli.

Portugal debate na ONU incidente com Austrália

DN

Lisboa
08.06.06

Ana Sá Lopes
Armando Rafael

GNR e militares australianos foram ontem protagonistas de um conflito em Díli, dando origem um a incidente diplomático que deverá ser hoje debatido com as autoridades timorenses e que estava a ser objecto de negociações na ONU, em Nova Iorque, à hora do fecho desta edição.

Na origem deste incidente está, ao que o DN apurou, uma operação da GNR que levou à detenção de três timorenses, transportados para o centro de detenção instalado em Díli (ver página 12), tendo os militares australianos recusado receber os detidos. Com o argumento de que a força de segurança portuguesa não estava autorizada a proceder a tais operações, nos termos do acordo bilateral estabelecido entre a Austrália e Timor-Leste. Na sequência da discussão que se seguiu, os australianos ameaçaram desarmar os elementos da GNR, invocando que tinham ordens para apreender todas as armas que encontrassem.

Contactado pelo DN, fonte governamental disse que o Executivo estava a acompanhar a situação com atenção, desmentindo, no entanto, a iminência da retirada do contingente da GNR, como ontem chegou a ser divulgado. A mesma fonte referiu igualmente que os GOE continuavam, à hora do fecho da edição, as missões de patrulhamento pela cidade.

Este conflito com os militares australianos ocorreu horas antes da chegada do material da GNR a território timorense - o que poderá permitir-lhe maior autonomia operacional - e pouco depois de o ministro da Defesa da Austrália ter sido confrontado, em Díli, com uma reivindicação inesperada das suas tropas, que pretendem receber o dobro daquilo que está estipulado. Invocando que o risco era superior ao que Camberra dizia, razão pela qual pretendem que esse subsídio passe de 46 para 88 euros por dia.

"É injusto atribuir todas as culpas a Mari Alkatiri"

DN

Lisboa
08.06.06

Francisco Mangas

Basílio do Nascimento
Bispo de Baucau

Foi uma das vozes da Igreja que se levantou contra a ocupação indonésia. No regresso a Portugal, o bispo de Baucau, pretende trocar impressões sobre a crise política em Timor com D. Ximenes Belo.

O bispo de Baucau, que foi a Paredes angariar apoio para construir uma fábrica de mobiliário em Timor, diz que o descontentamento em relação a Alkatiri não tem raiz étnica, nem surge pelo facto de o primeiro-ministro ser muçulmano. D. Basílio elogia o regresso da GNR e critica a resposta "desproporcionada" dos australianos: "Os tumultos são só em certos bairros de Dilí."

A pacificação em Timor passa pela saída de Mari Alkatir da chefia do governo?

Neste momento, há um descontentamento geral em relação ao senhor primeiro-ministro. Mas atribuir todas a culpas a Mari Alkatiri é injusto. É necessário encontrar uma solução para se evitar a tensão.

Ramos Horta mostra-se disponível para, se Alkatiri pedir a demissão, aceitar o cargo de primeiro-ministro de Timor. Agrada-lhe esta solução?

É uma possibilidade que pode abrir caminho à estabilidade no território timorense ou, pelo menos, amenizar a tensão vivida nos últimos tempos.

Mas a saída de Mari Alkatiri do Governo trará, por certo, os protestos dos seus apoiantes para as ruas.

Se por causa do descontentamento de um grupo ou de um pessoa, o Estado se demite, abre-se um precedente perigoso. Mari Alkatiri é sério, competente e uma pessoa de boas intenções - só o relacionamento com as populações não tem sido o melhor.

A democracia em Timor está em perigo?

Não. As pessoas estão conscientes de que a independência foi construída com sangue, muito sangue. É preciso dizer que os tumultos são apenas em certos bairros de Dilí, o resto de território está calmo.

Como vê o regresso das tropas australianas a Timor?

Julgo que a resposta dada pelos australianos é desproporcional à situação: 1 500 homens, blindados... tanta gente e, no entanto, os incêndios e as pilhagens a casas continuaram.

Quando regressar para a semana a Timor espera encontra a situação mais calma?

Acho que sim. Mas há grupos não identificados, que agem pela violência gratuita, que vão continuar por mais tempo.

Dos leitores

... Quanto à provocação contra a Fretilin, o que dizem agora os defensores dos "confrontos étnicos" das "discriminações" e das "rivalidades"? Mantém o que disseram ou já admitem que a questão é política, como aliás sempre foi?

in blog timor-verdade

MERPATI reduz ou não as ligações aéreas?
MERPATI já decidiu ou não?

Seria hoje que a MERPATI decidiria se irá reduzir ou não o numero de ligações aéreas, das actuais sete (uma diária) para quatro semanais.

Parece importante saber...

Ameaçados de morte
Há empresários timorenses que partiram do país devido a ameaças de morte antes do início dos confrontos... recusaram-se a patrocinar a acção que está em marcha...

GNR vai actuar em "zona exclusiva" em Comoro, parte ocidental Díli

Díli, 08 Jun (Lusa) - A GNR vai actuar "de imediato", a pedido da Presi dência da República e do Governo timorenses, numa zona exclusiva de operações, n o bairro de Comoro, na parte ocidental de Díli, anunciou hoje o ministro José Ra mos-Horta.

Em comunicado, o ministro da Defesa e Negócios Estrangeiros timorense r efere que a actuação na "zona exclusiva de operações que cobre a zona da ponte e ribeira de Comoro (...) responde a um apelo feito pelo Presidente da República e Governo Timorenses".

Esta é uma de três decisões reveladas no comunicado que emanaram de um encontro que decorreu hoje de manhã em Díli, presidido por José Ramos-Horta e qu e contou com a presença dos embaixadores e comandantes das forças de Portugal, A ustrália, Nova Zelândia e Malásia.

"O objectivo a longo prazo (e aqui a longo prazo significa dias ou sema nas) é que a GNR opera como uma força de intervenção táctica em toda a cidade de Díli", nota o comunicado, referindo-se a outro dos acordos de hoje.

"Para maximizar a capacidade de intervenção de cada uma das quatro forç as e evitarem-se incidentes, haverá de imediato um processo de conhecimento mútu o no plano táctico-operacional entre as quarto forças", refere ainda.

José Ramos-Horta explica que "nunca esteve em causa o acordo celebrado entre Timor-Leste e Portugal ou entre Timor-Leste e Austrália e Nova Zelândia", que rege a presença das forças destes países em Timor-Leste.

No caso da Malásia, Díli "não tem qualquer acordo formal", tendo as aut oridades malaias e o comandante do contingente daquele país decidido "de imediat o aceitar a cooperação no plano operacional com as outras duas forças, australia na e neozelandesa".

"Em momento algum as partes australiana, neozelandesa ou malaia questio naram a autonomia operacional de cada força", referiu o governante timorense no comunicado.

"Desde o início que o Brigadeiro-General Mick Slater, comandante das fo rças australianas, afirmou que cada uma das forças convidadas pelo governo de Ti mor-Leste para ajudar a restabelecer ordem e segurança internas mantêm e manterã o sempre a sua autonomia operacional", sublinha o chefe da pasta da Defesa timor ense.

O governante timorense agradece ainda a "solidariedade e determinação" dos quatro países em "assegurar ordem e segurança para o povo timorense".

Fonte próxima do governo timorense explicou à agência Lusa que, no âmbi to deste acordo, a GNR "só poderá actuar em áreas de intervenção fora do seu per ímetro prioritário no caso de ser chamada a fazê-lo" pelas forças australianas o u neozelandesas.

Ou seja, "não poderá ser chamada a fazê-lo por cidadãos que sintam nece ssidade de pedir ajuda", frisou a fonte.

Este quadro, explicou a mesma fonte, "poderá durar cerca de uma semana" , até que as forças policiais presentes em Díli, nomeadamente a GNR, "estejam em condições de operacionalidade total".

Nessa altura, concluiu, as forças militares "deverão entregar a respons abilidade pelo policiamento à GNR".

ASP.
Lusa/Fim

Timor must find political peace: Downer

The Age
June 8, 2006 - 10:54AM

Foreign Minister Alexander Downer says political opponents in East Timor must use peaceful means to resolve their differences.

A UN inquiry is expected to examine claims that East Timor prime minister Dr Mari Alkatiri was behind the May 25 massacre of 12 unarmed Timorese officers by renegade soldiers.

And ABC radio reported that 30 civilians had been armed with assault rifles and two vehicles and allegedly given orders by Dr Alkatiri, via former interior minister Rogerio Lobato, to eliminate political opponents.

Mr Downer said it was up to the East Timorese to solve their own political problems but they must be solved lawfully.

"Those rebels and anybody else shouldn't try to resolve those issues outside of the constitution and outside the rule of law," Mr Downer told ABC radio.

Mr Downer said he had heard the allegations about Dr Alkatiri plotting to destroy political opponents, but believed East Timor was "a place which is full of claims".

"It would be completely unacceptable for the East Timorese or any other prime minister to try and act in a way which was illegal and outside of the confines of the constitution," he said.

"If there was evidence to that effect then the law enforcement authorities should deal with it."

Dr Alkatiri is understood to have said rebels' claims were an attempt to demonise him.

Comunicado à Imprensa - MNE

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE

MINISTÉRIO DA DEFESA
E
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO


08 Junho 2006 Para difusão imediata


COMUNICADO DO MINISTRO RAMOS-HORTA



Em virtude de alguma contínua deturpação veículada em certa imprensa sobre o papel e missão da GNR em Timor-Leste, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e Ministro da Defesa, Dr José Ramos-Horta, disse:

“Nunca esteve em causa o acordo celebrado entre Timor-Leste e Portugal ou entre Timor-Leste e Austrália e Nova Zelândia. Timor-Leste ainda não tem qualquer
acordo formal com a Malásia mas as autoridades Malasianas e o Comandante do contingente daquele país decidiram de imediato aceitar a cooperação no plano operacional com as outras duas forças, Australiana e Neo Zelandesa.

“Em momento algum as partes Australiana, Neo Zelandesa ou Malasiana questionaram a autonomia operacional de cada força. Desde o início que o Brigadeiro-General Mick Slater, comandante das forças Australianas, afirmou que cada uma das forças convidadas pelo governo de Timor-Leste para ajudar a restabelecer ordem e segurança internas mantêm e manterão sempre a sua autonomia operacional.

“O que foi acordado hoje numa reunião presidida por mim e com a presença dos Embaixadores e Comandantes das quatro forças incluindo GNR, foi:

o objectivo a longo prazo (e aqui a longo prazo significa dias ou semanas) é que a GNR opera como uma força de intervenção táctica em toda a cidade de Díli;
de imediato, respondendo a um apelo feito pelo Presidente da República e Governo Timorenses, a GNR operará numa zona exclusiva de operações que cobre a zona da ponte e ribeira de Comoro;
Para maximizar a capacidade de intervenção de cada uma das quatro forças e evitarem-se incidentes, haverá de imediato um processo de conhecimento mútuo no plano táctico-operacional entre as quarto forças.

“Agradeço a todos os envolvidos nestas discussões – Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal – a sua solidariedade e determinação em assegurar ordem e segurança para o povo Timorense acima de tudo o mais.”

As frentes de Mari Alkatiri

O movimento dos peticionários e o lançamento de suspeitas de maior número de mortes em 28 de Abril em Tacitolo.

A onda de boatos para levar a população a fugir de Díli e parar a máquina do Estado.

A violência de gangs nas ruas de Díli para provocar o caos.

O empolgamento da candidatura alternativa do José Luís Guterres, que já davam como vencedora.

As ingerências internas de determinados diplomatas.

A insubordinação do Reinado e companhia.

As declarações de disponibilidade do Ramos-Horta como primeiro-ministro de transição com o apoio dos peticionários, Reinado e Igreja.

A tentativas de afastarem o PR e o PM

As declarações do PM australiano contra Alkatiri.

A manifestação da caravana de 2000 pessoas como grande contestação.

Os títulos e as notícias manipuladores, que referem sempre o governo como acossado, descredibilizado, impopular, etc.

A passividade das tropas australianas e o bloqueio nas negociações com quem quer restabelecer a ordem, como a GNR.

A manipulação das palavras de Hasegawa, de forma a apresentar a investigação da UN, não como um pedido do governo logo após os acontecimentos de 28 de Abril, mas quase como se tratasse de uma investigação ao PM.

E agora a provocação à Fretilin com a esperança que esta reaja para criar conflitos violentos fora de Díli.

O que se segue?

Plano Alternativo. Provocar a Fretilin?

Unrest spreads beyond Dili

The head of East Timor's Parliament says gunfire and arson have occurred in a town south of the capital, Dili.

It is the first report of attacks outside the capital since Australian peacekeepers arrived two weeks ago.

Fransisco Guterres, who is also president of the ruling Fretilin Party, says the party office in Ermera is burning and the house of a party official has been attacked.
"I received information directly from Ermera that the house of a Fretilin official was damaged," he said.

"The office of Fretilin was burned and flames are still going.
"Two cars drove back and forth in the middle of the night while firing shots on the Ermera-Gleno road."

Mr Guterres did not say if anyone has been hurt.

Gleno town near Ermera is the base for a rebel army officer, Major Agusto "Tara" Araujo, who has demanded the resignation of Prime Minister Mari Alkatiri.
...
But Mr Guterres' allegations are the first report of violence outside the capital since foreign troops landed.

Rebels implicated

Mr Guterres implies that Major Araujo or Major Reinado could have been behind the attack.
"Fretilin does not have weapons, not even one bullet," he said.

"The weapons that are in the hills ... are held by Major Alfredo and Major Tara."

He alleges the shooting has been done by people in military uniforms but that did not mean it was done by government-controlled forces.

"It could be that other people are exploiting the situation and did this," Mr Guterres said.

Major Araujo disputes Mr Guterres' account of there being any attack at all.
"One thousand times, this is 100 per cent false. Don't believe this," he said.

"This is propaganda by him to maintain his power... Better tell him to come here in a helicopter to see for himself, is there smoke or not?"

...

GNR entrega detidos a serviços prisionais em Díli

Díli, 08 Jun (Lusa) - A GNR transferiu hoje para os serviços prisionais de Timor-Leste a custódia de dois timorenses detidos em Díli e que pernoitaram no quartel da força portuguesa por não terem podido sido entregues quarta-feira no centro de detenção.

Os dois presos abandonaram o quartel temporário da GNR, na zona de Meti aut, zona oriental de Díli, num veículo dos serviços prisionais, conduzido por g uardas prisionais e acompanhados por uma funcionária do serviço de prisões timor ense.

O veículo foi escoltado até às instalações da GNR por uma viatura com m ilitares australianos que esperaram no exterior do complexo enquanto decorria o processo de transferência dos presos, que foram posteriormente transportados par a o centro de detenção de Díli.

Quarta-feira, efectivos da GNR pretenderam entregar os dois timorenses no centro de detenção, gerido pelos australianos, no antigo comando distrital da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

No entanto, os soldados australianos recusaram-se a aceitar a entrada d os efectivos da GNR na zona, explicando que só poderiam entregar os presos se en trassem no local desarmados e sob escolta de efectivos militares australianos.

Este incidente, que evidenciou a descoordenação entre as forças interna cionais em Timor-Leste, foi gerido ao telefone, através de um intermediário, e s em que tenha havido "qualquer contacto físico entre elementos da GNR e militares australianos", segundo disse à Lusa fonte envolvida nas negociações.

A mesma fonte referiu que houve "um comentário desagradável" por parte do comando australiano, que avisou não se responsabilizar pelo que podia acontec er caso aparecessem no local efectivos da GNR armados.

Os detidos foram então conduzidos ao aquartelamento temporário onde a G NR está instalada, na zona de Metiaut.

A actuação da GNR em Díli foi desbloqueada hoje de manhã, através de um acordo "provisório" de coordenação das forças militares e policiais no terreno, sujeito agora a aprovação no plano político.

Este acordo limita para já a actuação da GNR aos casos em que seja cham ada a intervir pelos militares australianos e neozelandeses nas zonas por estes controladas.
MA/ASP.

The Guardian

John Aglionby, south-east Asia correspondentThursday
June 8, 2006

East Timor's discredited government yesterday agreed to a United Nations-led investigation into weeks of communal violence that has plunged the fledgling nation into chaos.
Ministers also formally called for a UN police force to be sent to the country as soon as possible, predicting that it may have to stay for up to two years. The deployment, which would probably take weeks to organise, would see the UN return to a nation it left only a year ago, believing that it had developed sufficiently to survive alone.

The inquiry will look at the causes of the unrest, particularly the disintegration of the security forces when 600 of its 1,400 members were fired after going on strike, alleging discrimination.
José Ramos Horta, the defence and foreign minister, said it would also focus on three key incidents: an attack on demonstrators in the capital, Dili, on April 28, in which five people were killed; the shooting dead of 10 unarmed police officers after they had surrendered to the UN; and the deaths of six women and children in a house set on fire by a mob.


At least 30 people have been killed in the fighting and about 100,000 have fled their homes.
Many East Timorese are blaming the prime minister, Mari Alkatiri, for the unrest, but he supports the investigation, the UN's senior official in the country, Sukehiro Hasegawa, said yesterday.

"He's very transparent - he insists that the truth should be known about what happened and he is agreeable to the investigations to be carried out with the participation of the international investigators and prosecutors," Mr Hasegawa said.

Mr Ramos Horta said the police force, which numbered 3,000 before the crisis, had "basically disintegrated".

There are about 2,300 Australian-led peacekeepers in East Timor, but it will be up to the UN security council to determine how large an international police force should be.
The security council is expected to discuss the crisis next week.

Jornal de Negócios

Quinta, 8 Junho 2006
Celso Filipe

A dupla derrota em Timor

À luz do único elemento disponível – o preço oferecido pelos licitantes – é perfeitamente justificável que a Galp tenha perdido o concurso para a exploração de petróleo no mar de Timor Leste para a Eni.

Timor, que Portugal ajudou a tornar-se a mais jovem nação do século XXI, tomou uma decisão racional, baseada exclusivamente no encaixe financeiro e nas contrapartidas oferecidas pela empresa italiana. Nada a opor.

Em contrapartida, a derrota da Galp é um acto de gestão lamentável. E a inépcia do Governo revela que a famigerada diplomacia económica se continua a praticar nas conversas mundanas se salão, de gin tónico numa mão e croquete na outra, incapaz de influenciar as decisões realmente importantes.

Para a Eni, que por acaso até é accionista da Galp, vencer um concurso em Timor é manifestamente irrelevante. Ao invés, para a empresa portuguesa devia tratar-se de uma licitação importante, tendo em conta a sua estratégia internacional.

Esta derrota em Timor revela uma dupla irresponsabilidade. Da Galp e do seu responsável pelo pelouro internacional (o engenheiro Fernando Gomes, recordam-se?) e do Governo e da sua estrutura diplomática.

O silêncio das duas partes relativamente a este desaire só reforça a conclusão de que a incompetência continua impunemente a fazer escola.

Até quando?

Dos leitores

1- Existem sem duvida muitas perguntas para as quais o proprio governo nao consegue das respostas satisfactorias.

2- Quanto a comissao de investigacao, o ideal e mesmo deixar que seja uma comissao independente internacional a levar a cabo essa tarefa como solicitado e concordado pelas autoridades timorenses inclusive o PM

3- Quanto a soberania do pais, ja foi de certa forma comprometida no momento em que foi necessario solicitar que forcas militares estrangeiras entrassem no pais porque o governo viu se incapaz de o fazer.

Resta agora salvaguardar o que resta da soberania e dignidade de timor como nacao contra tentativas de estrangeiros (interesses politicos australianos) para desgasta-las ainda mais. Independentemente das legitimas questoes internas por resolver, os timorenses tem que unir-se numa so frente para resistir contra essas tentativas.

Dos leitores

SOS AUSTRÁLIA ESTÁ A SUFOCAR DEMOCRACIA DE TIMOR

salvem timor dos australianos

Tal como este espaço escrevia na noite de ontem, eis que o evoluir da situação vem confirmar as nossas fontes. A GNR está a ser alvo desde a primeira hora de ameaças veladas das incompetentes tropas australianas. Este já é um cenário recorrente na estratégia de destruição de Timor-Leste por parte da vizinha Austrália. Em 1999 os soldados tinham ordens expressas para não afrontarem os indonésios. Com ele em Díli arderam mais de 20 edifícios fundamentais. Foi igual ao que hoje se passa.

Estamos em 2006 e os australianos estão numa política desesperada para fazer cair o primeiro ministo de Timor, de preferência até deixar que o matem. Entraram e nao deram segurança ao primeiro ministro e ao presidente do parlamento. Uma vergonha de uma premeditação.

Só baixaram as orelhas quando as FALINTIL/FDTL mostraram estar ao lado das instituições democráticas, não deixando de mostrar a sua lealdade ao Governo e ao estado. Só aí os australianos perceberam que não era bem como eles pretendiam... e mandaram então segurança aos pilares do Estado de Direito.

Foi para isso que lá entraram... mas não! O mundo sabe hoje quem é a Austrália, qual o seu papel. O mundo sabe hoje quem é a mulher australiana de Xanana Gumão. Todos sabem, em especial os que em 1999 andavam com ela em Jakarta. Todos sabemos quem são os tipos e tipas dos serviços secretos australianos que se introduzem no seio da população timorense - trajando vergonhosamente mas dormindo no Hotel turismo e no hotel timor.

A Austrália desde sempre tentou influenciar o rumo dos acontecimentos em Timor-Leste. Hoje fá-lo de forma armada.

protegem os rebeldes contra o estado de direito. Mas a culpa será só e apenas deles? Onde está o apelo de Ramos Horta e de Xanana Gusmão para que os australianos desarmem os rebeldes? Ainda não foi ouvido...

Mas todos falam de queda e resignação de Marí Alkatiri. Mas ninguém fala de regresso à normalidade? Será que ninguém admite que as pessoas deslocadas ou refugiadas o continuam a ser por medo dos homens armados que estão em maubisse e em gleno/ermera?
A comunidade internacional tem de agir e acabar com esta palhaçada.

Timor está ocupado militarmente pelos australianos, querem até alterar as leis para terem poderes. Timor-Leste está em perigo com a presença australiana.

salvem Timor-Leste dos australianos, eles são verdadeiramente os maus da fita, desde sempre!

"GNR vai actuar quando tiver todo o equipamento" , australianos

Díli, 08 Jun (Lusa) - Os efectivos da GNR vão actuar em toda a capital timorense logo que tenham o equipamento necessário para levar a cabo o seu traba lho, disse hoje em Díli o brigadeiro australiano Mark Slater.

"Logo que eles tenham o seu equipamento, vão actuar em toda a cidade", frisou aquele oficial australiano, apresentado em conferência de imprensa como o comandante operacional das forças multinacionais.

Questionado sobre o relacionamento que as forças militares australianos mantêm com os efectivos da GNR, o brigadeiro Mark Slater garantiu que é "bom", mas reconheceu, sem querer entrar em pormenores, a "existência de alguns mal ent endidos a vários níveis".
"Nos próximos dias vamos incrementar as acções no terreno com a GNR, à medida que eles tiverem o material necessário para o seu trabalho", acrescentou.

"Temos falado muito com a GNR. Damo-nos bem e não temos qualquer proble ma no plano operacional", frisou.

"No que diz respeito ao plano operacional, considero que eles vão ser m uito importantes aqui em Díli, e para maximizarmos as suas capacidades têm que a ctuar em toda a cidade", adiantou.
Relativamente ao comando de cada uma das forças internacionais presente s em Díli, o brigadeiro Mark Slater salvaguardou que cada contingente tem o seu comando operacional.

"A GNR actua sob o seu comando operacional, como os australianos, os 'k iwis' (neo-zelandeses) e os malaios. Eu coordeno da melhor maneira possível toda s as forças internacionais, mas não digo a cada um para fazer isto ou aquilo. Te nto aproveitar as melhores capacidades de cada uma das forças", disse.

O brigadeiro Mark Slater referiu que desde hoje que os militares austra lianos e a policia federal australiana estão a realizar patrulhas conjuntas.
A agência Lusa acompanhou hoje uma dessas patrulhas conjuntas no bairro de Palapasso, na sequência de informações, posteriormente não confirmadas, sobr e a existência de armas numa casa.

Ainda no que diz respeito à coordenação das missões com a GNR, o brigad eiro Mark Slater anunciou que as duas forças vão trocar oficiais de ligação.

"A única dificuldade que temos é a barreira da língua. Devo admitir que eles falam melhor inglês do que nós falamos português. Muitas vezes pensamos a mesma coisa, mas as palavras são diferentes e isso conduz a alguma confusão", re conheceu.

O militar australiano escusou-se a adiantar mais informações sobre o pl ano operacional, justificando com a presença na cidade de bandos.

Entretanto, e num esforço de aproximação à população timorense, os mili tares australianos começaram hoje a distribuir um panfleto intitulado "Forças Au stralianas-Aqui para ajudar".
"Juntos vamos restaurar a lei e a ordem para o futuro da tua família", lê-se no panfleto dominado, na capa e no verso, por uma foto de uma criança timo rense a sorrir.

Uma fonte da TVTL disse à Lusa que o contingente militar australiano te ntou ainda que a televisão pública timorense transmitisse videos sobre o papel d a força da Austrália em Timor-Leste.

EL.
Lusa/Fim

Acordo provisório pode desbloquear actuação da GNR em Díli

Por António Sampaio e Paulo Rego, da Agência Lusa.

Díli, 08 Jun (Lusa) - A actuação da GNR em Díli foi desbloqueada hoje de manhã através de um acordo "provisório" de coordenação das forças militares e policiais no terreno, sujeito agora aprovação no plano político.

Fonte próxima do governo timorense confirmou à Lusa que o "acordo provisório", negociado pelo ministro da Defesa timorense, José Ramos-Horta, pretende clarificar os "graves problemas de coordenação" que se têm sentido entre as forç as internacionais em Timor-Leste, nomeadamente a exigência da Austrália e da Nova Zelândia de não permitirem que os efectivos policiais portugueses e malaios actuem armados nas zonas controladas pelos seus militares.

Com base neste acordo, que depende ainda de avaliação política final por parte dos quatro países com forças em Timor-Leste, a GNR mantém, para já, a impossibilidade de actuar em áreas que estejam sob controlo das forças militares a ustralianas e neozelandesas.
O contingente português mantém-se para já impedido de actuar "com dureza, com firmeza, de forma autónoma e sem restrições em toda a cidade de Díli", conforme o ministro José Ramos-Horta disse pretender, em declarações à Lusa segunda-feira, altura em que se mostrou agastado com a inactividade dos militares australianos no controlo dos incidentes que todos os dias se vão repetindo em Díli.

O acordo negociado hoje define que a GNR "só pode intervir se for chamada a fazê-lo pelos efectivos militares" australianos e neozelandeses, explicou fonte próxima do governo, referindo que o acordo foi unanimemente aceite pelos responsáveis timorenses e pelos representantes dos quatro países que destacaram fo rças em Timor-Leste - Portugal, Malásia, Austrália e Nova Zelândia.

"A partir do momento em que as forças da GNR estejam em condições de operar (nesta altura ainda à espera de viaturas e equipamento), e que a Malásia tenha no terreno toda a sua força policial, devidamente equipada, as forças militares deixarão de ocupar posições em Díli que actualmente ocupam e a polícia assume as suas funções com normalidade", explicou a fonte próxima do governo timorense.

Durante a manhã de hoje, efectivos da GNR saíram do seu quartel temporário para realizarem "acções administrativas" relacionadas, entre outras, com a instalação do novo quartel, que funcionará no Centro de Estudos Aduaneiros, no centro de Díli.

A descoordenação entre as forças evidenciou-se quarta-feira num incidente que ocorreu quando efectivos da GNR pretenderam entregar dois timorenses detidos em acções em Díli, ao Centro de Detenção gerido pelos australianos no antigo comando distrital da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).
Os soldados australianos recusaram-se a aceitar a entrada dos efectivos da GNR na zona, explicando que só poderiam entregar os presos se entrassem no local desarmados e sob escolta de efectivos militares australianos.

O incidente foi gerido ao telefone, através de um intermediário, e sem que tenha havido "qualquer contacto físico entre elementos da GNR e militares australianos".
Houve, confirmou a Lusa junto de fonte envolvida nessa negociação, "um comentário desagradável" por parte do comando australiano, que avisou não se responsabilizar pelo que podia acontecer caso aparecessem no local efectivos da GN armados.

Os detidos, confirmou a Lusa, foram então conduzidos ao aquartelamento temporário onde a GNR está instalada, na zona de Metiaut. Os dois detidos mantinham-se hoje de manhã à guarda da GNR, que esperav a pelo consenso que permitisse conduzi-los ao Centro de Detenção.
Fontes próximas do governo timorense confirmaram hoje à Agência Lusa qu e "a GNR recebeu indicações para se manter confinada" ao seu quartel improvisado , em Díli, desde o final do dia de quarta-feira, até à manhã de hoje, na sequência desse incidente.

A mesma fonte relembrou que a situação de segurança em Díli é uma "tarefa para a polícia e não para os militares" e que os efectivos militares no terreno tinham, inicialmente, o mandato de garantir o perímetro em torno da cidade e responder a eventuais confrontos fora do espaço urbano.
Fonte diplomática neozelandesa explicou à Lusa que o argumento do seu governo é de que as suas tropas no terreno receberam ordens "para desarmar todas as pessoas na sua zona de operação".

"O mandato é para desarmar toda a gente na zona. Há alguma preocupação quanto à coordenação e nomeadamente sobre a actuação nestas zonas de outras forças, armadas, cujo mandato não nos foi ainda claramente explicado", sublinhou.
Uma fonte envolvida no complexo processo negocial sobre o tema das áreas de operação referiu que nas várias reuniões técnicas já realizadas, responsáve is das forças australianas terão mantido a mesma posição: "Não nos podemos responsabilizar sobre o que possa acontecer se a GNR entrar nas (suas) áreas de operação".

Em declarações à Rádio Renascença, na noite de quarta-feira, o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Carneiro Jacinto, confirmou que os efectivos da GNR estavam confinados ao seu aquartelamento.
"É verdade, é do domínio público, toda a gente o sabe em Timor-Leste: a GNR está confinada ao seu aquartelamento", afirmou Carneiro Jacinto. "Está confinada em função dos acontecimentos que se passaram hoje na sequência da detenção de 3 desordeiros", explicou.

Questionado sobre se essa decisão havia sido tomada depois de desentendimentos com as tropas australianas, o porta-voz do ministro dos Negócios Estrang eiros respondeu: "É óbvio".
Horas depois, o ministro da Administração Interna, António Costa, desmentiu em declarações à Lusa que tivesse sido dada ordem de acantonamento à companhia da GNR enviada para Timor-Leste e desvalorizou o incidente com as tropas australianas.

"A GNR não está acantonada, não houve instruções nesse sentido", disse António Costa, adiantando ser "natural" que, durante a noite, as acções de patrulhamento diminuam.
"O governo português não quer valorizar este incidente. A GNR está em Timor para prestar auxílio aos timorenses e não para ter conflitos com outras for ças no terreno", concluiu o ministro.
ASP/PR.

Conselho de Segurança reúne-se terça-feira para analisar situação

Nova Iorque, 08 Jun (Lusa) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se terça-feira em Nova Iorque para analisar a situação em Timor-Leste, anu nciaram hoje fontes oficiais da ONU.

Na reunião deverá ser analisado um relatório do Secretário-geral, Kofi Annan, sobre a futura presença da ONU no território para substituir a actual mis são no território, a UNOTIL, cujo mandato termina no próximo dia 20.

Espera-se que Annan advogue agora a presença de um grande número de tro pas e polícias da ONU em Timor-Leste para assegurar a paz e a estabilidade.

As Nações Unidas tinham vindo a reduzir a sua presença em Timor e no mê s passado Annan havia proposto que a UNOTIL fosse substituída por uma "pequena r epresentação integrada" por um período de 12 meses. Essa missão teria apenas 25 "conselheiros policiais" e 10 "oficiais mil itares de ligação".

A eclosão da violência pouco depois dessa proposta ter sido apresentada levou a que a 20 de Maio o Conselho de Segurança prolongasse por um mês o manda to da UNOTIL, aguardando por um relatório de Annan sobre a situação em Timor par a decidir sobre o futuro envolvimento no território.

Mais tarde, a 25 de Maio o Conselho de Segurança "saudou" a decisão da Austrália, Portugal e Malásia de enviarem forças para Timor-Leste a pedido do go verno deste país, não se comprometendo contudo directamente com a presença milit ar ou policial no território.

Um enviado especial de Annan, Ian Martin, deixou quarta-feira Timor-Les te após se ter deslocado ao território para analisar a situação, tendo afirmado antes de regressar que a ONU deverá agora aumentar a sua presença em Timor.

Antes da eclosão da violência, alguns países membros do Conselho de Seg urança tinham indicado a sua oposição à continua presença de uma missão especial a ONU em Timor mas analistas consideram que o Conselho de Segurança não terá ag ora alternativa senão apoiar o fortalecimento da missão com forças militares e p oliciais.

Diplomatas na ONU afirmam que a organização terá que garantir o policia mento de Timor-Leste por "bastante tempo", mas não se espera que uma decisão nes se sentido seja já tomada na reunião de terça-feira.

Essa decisão só deverá ser tomada numa outra reunião, a realizar até fi nal do mês, segundo as mesmas fontes.
JP.
Lusa/fim

Forças internacionais têm que cumprir leis do país, Parlamento

Díli, 08 Jun (Lusa) - As forças internacionais presentes em Timor-Leste "têm que cumprir a legislação timorense", sublinhou hoje em Díli o presidente d o Parlamento, Francisco Guterres "Lu-Olo".

"Quero dizer muito claramente que Timor-Leste tem as suas leis. As forç as internacionais que foram solicitadas a intervir, para intervir directamente n esta situação de crise, sujeitam-se a cumprir a ordem jurídica interna", acentuo u Francisco Guterres "Lu-Olo", que falava em conferência de imprensa.

A reacção do presidente do Parlamento de Timor-Leste surge na sequência da posição enunciada por Camberra quanto à necessidade de se procederem a alter ações na legislação de Timor-Leste com vista a permitir que polícias internacion ais detenham suspeitos de violência.
"O parlamento não pode alterar uma lei de acordo com a legislação austr aliana. Nós temos as nossas leis. Eles (australianos) têm o sistema ango-saxónic o e a nossa lei é diferente (sistema civilista), que em certa medida pode condic ionar as tropas australianas, mas reafirmo que existem as nossas leis", reafirmo u.

"Devem agir conforme a lei de Timor-Leste e não segundo a lei de outros Estados", vincou.

A posição do governo australiano foi divulgada pelo respectivo ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Downer, que afirmou que o Parlamento de Ti mor-Leste tinha que mudar a lei para permitir que polícias internacionais detive ssem suspeitos de violência.

"Enviar mais polícias para Timor-Leste não vai, automaticamente, resolv er o problema. Para que o trabalho diário da polícia possa ser feito, terá certa mente que haver uma mudança na lei de Timor-Leste e isso terá que se fazer no Pa rlamento", afirmou.

A sugestão australiana foi liminarmente rejeitada pelo ministra de Esta do e da Administração Estatal, Ana Pessoa, que em declarações à Lusa acusou Down er de "não conhecer a lei de Timor-Leste".

"Ele não conhece a lei em Timor-Leste, nem sabe que a lei não se muda a ssim. Não sei se no país dele é assim que se faz, mas quero acreditar que não", afirmou Ana Pessoa.

Fontes do governo da Austrália explicaram à Lusa que Camberra insiste e m assumir o controlo dos "elementos associados ao processamento de detidos", vis to que grande parte dos 106 agentes policiais australianos já em Timor-Leste tra balha na área de investigação criminal.

No entanto, o governo e as autoridades judiciais timorenses insistem qu e a lei em vigor em Timor-Leste já prevê todo o enquadramento para detenção e tr atamento de suspeitos, vincando que a opção é a de firmar protocolos "técnicos" com as forças internacionais no terreno.

"Não é cordial chegarem a que país for e dizerem: 'vamos lá agora fazer a investigação criminal à nossa maneira'. Isto não é feito à revelia do governo de Timor-Leste", considerou Ana Pessoa.
"O que se está a procurar fazer é ter protocolos de trabalho com cada u ma das polícias, para tornar muito claro em que áreas é que actuam", disse a gov ernante timorense.

"No caso da investigação criminal está claro que há um sistema judicial a funcionar, há uma Procuradoria, a direcção das investigações cabe à Procurado ria e as polícias têm que seguir os procedimentos e a lei em vigor" em Timor-Les te, sublinhou.

A polémica surge numa altura em que já foi criado um centro temporário de detenção - a funcionar no antigo comando distrital de Díli da Polícia Naciona l de Timor-Leste (PNTL) - para onde são transportados os detidos por soldados au stralianos.

Segundo fontes judiciais, já foram detidas cerca de dez pessoas, tendo uma deles sido ouvida por um juiz que lhe decretou prisão preventiva.
EL/ASP.
Lusa/Fim

Comunicado à Imprensa - PM

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
INFORMAÇÃO À IMPRENSA

Primeiro Ministro reúne-se com Presidente da República

Pelas 10:45 de hoje, dia 8 de Junho, o Primeiro Ministro encontra-se com o Senhor Presidente da República no Palácio das Cinzas. Da agenda consta a actual situação do País, a coordenação entre as diferentes forças internacionais em Timor-Leste, a implementação, pelo Governo, do Plano de Acção acordado no Conselho Superior de Defesa e Segurança, apoio à ajuda humanitária, orçamento de Estado para o ano fiscal 20006/2007 e a próxima missão das Nações Unidas em Timor-Leste.

Primeiro Ministro reúne-se com altos responsáveis do Banco Mundial

Ontem de manhã, quarta-feira, 7 de Junho, o Primeiro Ministro encontrou-se no Palácio do Governo com Xian Zhu, Director do Banco Mundial para Timor-Leste, Papua Nova Guiné e Ilhas do Pacífico (Country Director na terminologia inglesa) que se fez acompanhar por Sarah Cliff, alta funcionária do Banco Mundial, em Washington.

Também ontem, o Primeiro Ministro, Mari Alkatiri, recebeu, em conjunto, os Ministros da Defesa da Austrália e da Nova Zelândia. Neste encontro foram abordados temas relacionados com as tropas daqueles dois países actualmente em Timor-Leste. Entre vários assuntos, foi discutido as futuras áreas e forma de actuação de actuação daquelas forças militares.

Da parte da tarde, o Primeiro Ministro esteve reunido com a Ministra e Vice Ministra do Plano e Finanças e Ministro das Obras Públicas, bem como com o Secretário de Estado do Conselho de Ministros e o da Coordenação Ambiental, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Físico, afim de incluírem no próximo Orçamento de Estado verbas para apoio à reconstrução e ajuda humanitária.

Primeiro Ministro convoca Conselho de Ministro

O Primeiro Ministro convocou para sexta-feira, 9 de Junho, o Conselho de Ministro que se reunirá no Palácio do Governo pelas 10 horas. Nesta reunião serão debatidas, entre outras matérias, as alterações ao orçamento por forma a contemplar verbas para ajuda humanitária e reconstrução.

Antes, pelas 9:30, o Primeiro Ministro preside à assinatura do acordo entre a República Democrática de Timor-Leste e a União Europeia.

Díli,8 de Junho de 2006

Alguém já pediu esclarecimentos ao senhor Hasegawa?

Seria possível perguntarem ao RESG da UN o que ele quis dizer ontem com as declarações à ABC?

Diário de um repórter do Expresso em Timor

Incendiadas sede da Fretilin em Ermera e casa de vice-coordenador

Díli, 08 Jun (Lusa) - A sede da Fretilin em Nuntali, cerca de 40 quilóm etros para sudoeste de Díli, e a casa do vice-coordenador do partido em Ermera f oram queimadas na noite de quarta-feira, disse hoje à Lusa um deputado do partid o.

Jacinto Maia explicou à Lusa que os incidentes ocorreram cerca das 23:0 0 de quarta-feira (hora local), quando um grupo de homens, alguns deles armados, atacou os dois locais, incendiando primeiro a casa do vice-coordenador do parti do e, posteriormente, a sede da Fretilin.
"Dispararam várias rajadas de tiros e destruíram viaturas do vice-coord enador, incendiando depois a sede", disse o deputado, garantindo que a população recolheu balas usadas no ataque e "outras provas".

O deputado disse que desde o incidente três elementos da Fretilin na zo na "desapareceram".
Timor-Leste vive uma situação de instabilidade e violência desde o fina l de Abril, que já provocou mais de 20 mortos e levou as autoridades de Díli a p edir a intervenção de uma força militar e policial de Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia para restabelecer a segurança no país.

ASP.
Lusa/Fim

Dos leitores

Se fosse Primeiro-Ministro...

Mandava colocar ecrãs gigantes por toda a cidade durante a Mundial na Alemanha. Talvez isso ajude a desanimar um pouco espíritos muito animados com pedra, catanas, armas brancas, de fogo e outras! Talvez alguns possam comecar entusiasmar-se mais com o fintar da bola do que com as tentativas de derrubar Governo????

António Costa desmente ordem de acantonamento...(2 )

O ministro da Administração Interna reconheceu ainda a necessidade de m elhorar os mecanismos de coordenação das diferentes forças no terreno.

António Costa disse à Lusa ter já estabelecido contactos com as autorid ades timorenses e australianas, a quem reafirmou a necessidade de "tão breve qua nto possível" se encontrar a melhor forma de assegurar a coordenação, consideran do que "é fundamental" para o bom desempenho da GNR e para evitar incidentes com o o de quarta-feira.

Segundo o ministro da Administração Interna, realiza-se hoje de manhã ( hora local) em Díli uma reunião em que participam o ministro dos Negócios Estran geiros e da Defesa timorense, Ramos Horta, representantes da GNR e das tropas au stralianas para analisar os acontecimentos de quarta-feira.

A tensão entre a companhia da GNR e o contingente militar australiano é o mais recente incidente num ambiente de falta de coordenação entre as forças i nternacionais no terreno, evidenciada segunda-feira no Parlamento Nacional.

Soldados australianos tentaram impedir a escolta malaia do presidente d o parlamento, Francisco Lu'Olo, de entrar no local, o que, segundo uma fonte do gabinete do responsável parlamentar, demonstra "uma descoordenação total".

Uma situação idêntica tinha já ocorrido no domingo quando efectivos da Malásia tentaram ir ao complexo parlamentar recolher uma viatura da presidência do parlamento.

CFF/ASP/PR.
Lusa/Fim.

Dos leitores

Espero desta vez ter ficado claro para os mais cépticos (ou ingénuos) quais as verdadeiras intenções da Austrália quanto a Timor. Tinha visto na TV, poucas horas antes, um desertor que ameaça o Estado com total liberdade de movimentos e protecção das forças australianas, bem armado, enquanto que agora os mesmos que protegem esse traidor viram os canos das armas para os portugueses, talvez por eles terem começado a fazer em 2 dias o que os australianos não fizeram em semanas - começar a fazer detenções e impor a ordem pública.

Razão tinha o ministro dos Negócios Estrangeiros português quando recusou a subordinação dos militares portugueses aos australianos. Por isso eu aplaudi essa posição. Acho que ficou agora claro de que lado os australianos estão e quais são os seus planos para Timor. Ameaçam abrir fogo contra forças de um país amigo, se estas se opuserem aos seus desígnios, enquanto por outro lado não dispararam um único tiro desde que chegaram a Dili, para evitar as pilhagens, os incêndios ou as mortes. E a recepção eufórica que o povo dedicou aos portugueses também terá contribuido para a atitude desesperada dos australianos, mais própria de uma quadrilha de salteadores do que de militares disciplinados "de elite". Dir-se-ia que estão a ficar parecidos com os marginais que estão protegendo.

Aguardo com ansiedade qual a reacção de Xanana Gusmão e Ramos Horta, especialmente este, que tem sido tão simpático com os australianos nos últimos dias. Quero ver até que ponto têm um resto de orgulho e dignidade. Até que ponto é que deixam que uns badamecos armados mandem no seu país, só porque falam Inglês. Dessa reacção vai depender muita coisa daqui para a frente.

O Estado português ameaça retirar a GNR e com razão. Se foi para isso que pediram ajuda a Portugal, então poderíamos ter poupado uns milhõezitos e eles nem chegavam a sair daqui. Portugal não é um país rico e não admite brincadeiras deste tipo. Timor-Leste arrisca-se a perder um amigo, um aliado e então restar-lhe-á a alternativa de se entregar definitivamente nos braços do seu novo colonialista de expressão inglesa.

Dos leitores

Opinião: A tradiçao anglo-saxonica de bons guerreirosA intervenção das tropas australianas no Timor-Leste para ajudar a restabelecer a ordem demonstra o quão preocupado está o Primeiro-Ministro australiano, John Howard com este pequeno país que está na área de influência da Austrália, eis que em 1999, quando da campanha pela independência da Indonésia, as tropas australianas de Howard também intervieram.Não seria correto imaginar que Howard apreciaria o que está ocorrendo atualmente no Timor, somente para demonstrar a influência de seu país nas questões regionais. Howard, juntamente com o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizu8mi e seu colega da Cokmmonwealth, Tony Blair, hipotecaram seu apoio incondicional a George W. Bush em sua campanha no Iraque o que significa que Howard, Koizumi, Blair e obviamente George W. Bush, compartilham a mesma paixão pela demonstração de força.

John Howard com as participações das tropas australianas no Iraque e no Timor-Leste, está tentando incluir a Austrália na tradição anglo-saxônica de bons guerreiros, pois diferentemente dos britânicos e dos norte-americanos, os australianos não podem se gabar de uma vitória naval no cabo Trafalgaer e também, no caso dos norte-americanos, das vitórias na Segunda Grande Guerra, especialmente contra o Japão em Midway e na Guerra da Coréia..

O Vietnã para os norte-americanos foi apenas um detalhe.É por esta razão que Howard sugeriu as tropas portuguesas que se submetessem ao comando das tropas australianas, na Força de Paz, no Timor-Leste, pois dividir o comando significa dividir os louros como foi na campanha pela independência.Howard necessita também, ser um nome conhecido no âmbito internacional, eis que a Austrália está geograficamente isolada; não participa de nenhum bloco econômico.

Ser membro da Commonwealth e ter a rainha da Inglaterra como Chefe de Estado, representaria algo se a Austrália pudesse ser membro da União Européia juntamente com o Reino Unido.

Infelizmente para Howard seu país está isolado geográfica e politicamente e por essa razão, seu nome não é tão conhecido como Tony Blair ou George Bush, mas isto poderá mudar se houver conflitos no Timor-Leste com mais freqüência.

Jose Schettini,
Petrópolis, BRASIL

António Costa desmente ordem de acantonamento da GNR

Lisboa, 08 Jun (Lusa) - O ministro da Administração Interna, António Co sta, desmentiu hoje que tenha sido dada ordem de acantonamento à companhia da GN R enviada para Timor-Leste e desvalorizou um incidente com tropas australianas o corrido quarta-feira em Díli.

"A GNR não está acantonada, não houve instruções nesse sentido", disse António Costa, adiantando que é "natural" que durante a noite as acções de patru lhamento diminuam.

Uma fonte governamental contactada pela Lusa tinha afirmado anteriormen te que o contingente da GNR em Timor-Leste estava confinado ao quartel improvisa do em Díli, com ordens do governo português para não sair devido a um alegado bl oqueio diplomático nas negociações com a Austrália sobre as cadeias de comando.

António Costa sublinhou que n Ao foi dada qualquer ordem acantonamento ao contingente da GNR, que, disse, está a cumprir a sua missão, e desvalorizou o incidente ocorrido a meio da tarde de quarta-feira (hora local).

O incidente registou-se quando a GNR transportava dois detidos para o n ovo centro de detenção temporária instalado no antigo comando distrital de Díli da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e guardado pelas tropas australianas.

Os militares australianos negaram-se a receber os detidos e ameaçaram d esarmar os efectivos portugueses, questionando a legitimidade da GNR para proced er às detenções.

"O governo português não quer valorizar este incidente. A GNR está em T imor para prestar auxílio aos timorenses e não para ter conflitos com outras for ças no terreno", disse o ministro.
CFF.
Lusa/Cont.

GNR confinada a quartel, em causa permanência ...

Paulo Rego e António Sampaio, da Agência Lusa Díli, 07 Jun (Lusa) - O contingente da GNR em Timor- Leste está confinado ao quartel improvisado em Díli, com ordens do governo português para não sair devido a um bloqueio diplomático nas negociações com a Austrália sobre as cadeias de comando, disse à Lusa fonte governamental.

A decisão foi tomada depois de um incidente a meio da tarde de quarta-feira (hora local), quando a GNR transportava dois detidos para o novo centro de detenção temporária instalado no antigo comando distrital de Díli da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e guardado pelas tropas australianas.

Os militares australianos negaram-se a receber os detidos e ameaçaram desarmar os efectivos portugueses, questionando a legitimidade da GNR para proceder às detenções.

De acordo com a fonte, o governo português decidiu suspender todas as negociações técnicas no terreno sobre a actuação da GNR e as formas de coordenação com outras polícias e os militares australianos.

Neste momento decorrem negociações urgentes em Nova Iorque, disse ainda a fonte à Lusa, confirmando estar actualmente em causa a permanência da GNR em Díli, a não ser que o presidente Xanana Gusmão e o governo timorense clarifiquem a actuação da força portuguesa no quadro do acordo bilateral assinado entre Lisboa e Díli, que garante à GNR autonomia operacional.

Durante o dia responsáveis técnicos tentaram, em Díli, encontrar uma solução para o problema, que posteriormente assumiu contornos políticos.

Fonte ligada às negociações que devem ser retomadas às primeiras horas de quinta-feira, em Díli, admitiu que "a situação é difícil e a decisão de Portugal coloca o governo timorense na difícil posição de ter que rejeitar frontalmente as pretensões da maior força de intervenção no terreno".

Actualmente estão mais de 2.600 efectivos de defesa australianos envolvidos na operação, incluindo o apoio logístico em Darwin, a que se somam 106 polícias, que aumentarão para 200 em breve.

Na noite de quarta-feira (hora local), e apesar de várias tentativas, não foi possível à agência Lusa contactar com o gabinete do primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, para solicitar um comentário.

A tensão entre o contingente da GNR e o contingente militar australiano é a mais recente num ambiente de constante e evidente falta de coordenação entre as forças internacionais no terreno, evidenciada na segunda-feira no Parlamento Nacional.

Soldados australianos tentaram impedir a escolta malaia do presidente do parlamento, Francisco Lu'Olo, de entrar no local, o que, segundo uma fonte do gabinete do responsável parlamentar, demonstra "uma descoordenação total".

Uma situação idêntica tinha já ocorrido no domingo quando efectivos da Malásia tentaram ir ao complexo parlamentar recolher uma viatura da presidência do parlamento.

Paralelamente, continuam por definir os critérios e métodos de actuação das forças no terreno, uma tema que tem suscitado intensos contactos técnicos, políticos e diplomáticos, com Camberra a insistir que quer comandar todas as forças no terreno e a GNR a exigir a autonomia operacional.

Já hoje se tinha evidenciado uma elevada tensão entre Díli e Camberra, em torno dos métodos de detenção de suspeitos pela violência em Díli, com o governo australiano a defender que Timor-Leste deve mudar a sua lei de prisões, opção já liminarmente rejeitada pelo governo timorense.

A posição australiana foi hoje ecoada pelo chefe da diplomacia australiana, Alexander Downer, que afirmou que o Parlamento de Timor-Leste tem que mudar a lei para permitir que efectivos internacionais detenham suspeitos de violência.

"Enviar mais polícias para Timor-Leste não vai, automaticamente, resolver o problema. Para que o trabalho diário da polícia possa ser feito, terá certamente que haver uma mudança na lei de Timor-Leste e isso terá que se fazer no Parlamento", afirmou.

A ideia foi hoje rejeitada pelo ministra de Estado e da Administração Estatal, Ana Pessoa, que em declarações à Lusa acusou Downer de "não conhecer a lei de Timor- Leste".

"Ele não conhece a lei em Timor-Leste nem sabe que a lei não se muda assim. Não sei se no país dele é assim que se faz, mas quero acreditar que não", afirmou.

Fontes do governo australiano explicaram à Lusa que Camberra insiste em assumir o controlo dos "elementos associados ao processamento de detidos" visto que grande parte dos 106 agentes policiais já em Timor-Leste trabalha na área de investigação criminal.

No entanto, o governo e as autoridades judiciais timorenses insistem que a lei em vigor em Timor-Leste já prevê todo o sistema para a detenção e tratamento de detidos, vincando que a opção é de firmar protocolos "técnicos" com as forças internacionais no terreno.

"Não é cordial chegarem a que país for e dizerem:

'vamos lá agora fazer a investigação criminal à nossa maneira'. Isto não é feito à revelia do governo de Timor- Leste", vincou Ana Pessoa.

Segundo fontes judiciais, cerca de uma dezena de pessoas foram já detidas, tendo três deles sido apresentados ao juiz que decretou prisão preventiva.

No caso da GNR, que actua com base na legislação em vigor em Timor-Leste, os efectivos portugueses detiveram já três pessoas, das quais pelo menos uma foi apresentada ao juiz que também decretou a prisão preventiva.

Fontes judiciais explicaram à Lusa que a tensão se deve ao facto de o acordo que gere a entrada em Timor-Leste das forças internacionais "ser vago" em alguns destes aspectos e ainda porque o sistema legislativo anglo- saxónico é diferente do sistema continental que se aplica em Timor-Leste.

Lusa/Fim

Dos leitores

O plano foi bem traçado, delineado, pensado.

Timor é agora um país com um vazio na área da autoridade. Todos tentam ocupá-lo.

O PM "grita" desesperado na tentativa de denunciar ao Mundo a verdade dos últimos acontecimentos no País.

Um dos seus ministros, o mais cotado internacionalmente, presta declarações à imprensa australiana que põem em causa o governo do qual faz parte.

O PR decreta medidas de segurança e recolha de armas e as armas recolhidas são as dos seus próprios seguranças.

O exército australiano ´protege os militares rebeldes.

Será que o PR, o Parlamento Nacional e a Igreja não entendem que a única forma de travar o atentado à soberania é fazerem uma declaração pública de apoio não ao Alkatiri mas sim ao Primeiro Ministro de Timor Leste?

E que se ele governa mal e desagrada a questão será resolvida dentro de meses em eleições?

O Estado e a sua soberania está acima de interesses pessoais ou partidários.

Lamentavelmente, o que me parece é que os "interesses internos" são aliados fortes dos "interesses externos" e que a defesa do Estado e dos seus Orgãos de Soberania não é uma preocupação para Timor Leste.

Dos leitores

O plano foi bem traçado, delineado, pensado.Timor é agora um país com um vazio na área da autoridade. Todos tentam ocupá-lo.O PM "grita" desesperado na tentativa de denunciar ao Mundo a verdade dos últimos acontecimentos no País.Um dos seus ministros, o mais cotado internacionalmente, presta declarações à imprensa australiana que põem em causa o governo do qual faz parte.O PR decreta medidas de segurança e recolha de armas e as armas recolhidas são as dos seus próprios seguranças.O exército australiano ´protege os militares rebeldes.Será que o PR, o Parlamento Nacional e a Igreja não entendem que a única forma de travar o atentado à soberania é fazerem uma declaração pública de apoio não ao Alkatiri mas sim ao Primeiro Ministro de Timor Leste?E que se ele governa mal e desagrada a questão será resolvida dentro de meses em eleições?O Estado e a sua soberania está acima de interesses pessoais ou partidários.Lamentavelmente, o que me parece é que os "interesses internos" são aliados fortes dos "interesses externos" e que a defesa do Estado e dos seus Orgãos de Soberania não é uma preocupação para Timor Leste.

Vigaristas, intriguistas...

ABC
Australian Broadcasting Corporation
TV PROGRAM TRANSCRIPT
LOCATION: http://www.abc.net.au/lateline/content/2006/s1657940.htm

Broadcast: 07/06/2006

UN to open E Timor investigation
Reporter: Mark Bowling

TONY JONES: The pressure continues to build on East Timor's Prime Minister Mari Alkatiri, with confirmation that he's agreed to a United Nations investigation into the incidents that led to the country's crisis.

Esta investigação foi solicitada pelo Governo. Aqui parece ser o contrário.

The UN's representative in East Timor says the Alkatiri Government may ultimately have to be dissolved before reconciliation can go ahead.

Disse, senhor Hasegawa? Onde? Se disse, terá que explicá-lo.

Well, Mr Alkatiri met with UN officials today, as well as with Australia's Defence Minister Brendan Nelson. From Dili, Mark Bowling reports.

MARK BOWLING: Brendan Nelson arrived for a briefing on the unfolding political and security drama. First, a meeting with Foreign Minister Jose Ramos-Horta, and then with President Xanana Gusmao. As they discussed the grim state of the nation, just one kilometre away, Australian troops combed the back streets of Dili, hard pressed to bring rival ethnic gangs under control.

BRENDAN NELSON, DEFENCE MINISTER: The Australian military is now in a position where we've got the East Timorese with a judicial system that is now beginning to work. We are detaining people, we are bringing them before a magistrate, and if they are found guilty, then, they are further being detained.

Não esquecer que o facto de o sistema judicial timorense estar a funcionar NADA teve a ver com os australianos.

MARK BOWLING: The centrepiece of Dr Nelson's visit was a meeting with East Timor's Prime Minister, Mari Alkatiri, leader of a government under siege. The latest blow to Dr Alkatiri's standing comes from the United Nations, which has been so closely attuned to events in East Timor.

Loucura total! Mais uma vez, não é o Primeiro-Ministro que está sob investigação. Foi o próprio que solicitou uma investigação ao que aconteceu.

The Prime Minister is to face an investigation by an international tribunal.

Mentira. Não há nenhum tribunal internacional, nem foi proposto pela UN qualquer tribunal.

It's to be a transparent probe into the events that have split East Timor's military and resulted in the death of nine policemen.

The UN's special representative in East Timor says the Alkatiri Government could be dissolved before reconciliation can take place between the rebel soldiers and East Timor's leaders.

Dedução manipuladora do jornalista.

SUKEHIRO HASEGAWA, UN HEAD OF MISSION, EAST TIMOR (RADIO INTERVIEW, 'THE WORLD TODAY', ABC): I think, in the long run, this is possible. But, I think, due course of fact-finding, investigations, and process of justice, have to be carried out before that happens.

Manipulação inserindo excerto for a do contexto de outra entrevista feita ao Representante do SG da UN.

MARK BOWLING: Yesterday, a convoy of protesters demanding Dr Alkatiri's immediate resignation turned into a show of force on the streets of Dili.

Estamos a falar de 2.000 pessoas.

There are more big rallies planned, and the pressure on the Prime Minister is likely to mount.

Não há mais nenhuma manifestação planeada.

As Australian troops attempt to stop the gangs, these are some of the weapons seized during special operations - a reminder to Dr Nelson of the dangers to which Australians are exposed.

As tropes australianas NÃO intervêm nos confrontos. Tendo, quer o Presidente da República, quer o Primeiro-Ministro, já manifestado o seu desagrado e exigido explicações ao comando australiano.

At least three States have agreed to send extra police to East Timor and the Federal Government has welcomed the move. Addressing troops at the end of his Timor visit, Dr Nelson said soldiers won't be paid as much as their counterparts in Iraq or Afghanistan. The conditions, he said, have been classified as non-warlike.

BRENDAN NELSON: The advice I've received from the Australian Defence Force, through the Chief, was that the deployment, at this stage - although it's under constant review - is non-warlike. And we've put it at the very top end of non-warlike.

ROBERT McCLELLAND, OPPOSITION DEFENCE SPOKESMAN: Quite frankly, it's penny pinching. It will mean they won't be entitled to about $150 additional payment a day.

MARK BOWLING: Troops can take some heart - the Defence Minister says the importance of their mission is recognised by a proud Australian public. Mark Bowling, Lateline.

Escandaloso...

Dos leitores

De facto antecipar as eleições para uma data próxima, mesmo que subsistisse alguma instabilidade, talvez permitisse ultrapassar este impasse e conter as interferências estrangeiras.

O novo Governo que delas saisse, fosse qual fosse, teria legitimidade para por a casa em ordem e para lembrar aos convidados que não estão na sua própria casa. Mas para isso é preciso que PR, Parlamento e Governo estejam de acordo, porque o texto constitucional, nessa parte - art. 86/1/f - encontra-se bem armadilhado.

E seria preciso que o Parlamento aprovasse sem demora a respectiva lei eleitoral e que a mesma fosse promulgada pelo PR.

Missão de Manutenção de Paz e Agências Humanitárias - Urgente em Timor-Leste

Increase in UN presence in Timor-Leste seen as likely

7 June 2006 – A senior United Nations envoy ended a nine-day visit to Timor-Leste today after the recent outbreak of violence there, heralding a possibly beefed up presence by the world body in the small nation that it shepherded to independence four years ago.

“I think just about everybody I have talked to believes that there will now be a larger role for the United Nations than in the immediate past and certainly than what was being envisaged in the Security Council discussions before this crisis emerged,” Secretary-General Kofi Annan’s Special Envoy Ian Martin told a news conference on leaving for UN Headquarters in New York.

The UN presence in Timor-Leste has been drawn down since the original UN Transitional Administration (UNTAET) was set up in 1999 to usher the South-East Asian country to independence in 2002. This was then replaced with a downsized operation, the UN Mission of Support in East Timor (UNMISET), which in turn was succeeded by the current residual UN office in Timor-Leste (UNOTIL).

Last week Mr. Annan said last week that he would now have to assess whether UN forces had been drawn down too quickly in the country, which has been torn by violence since the dismissal in April of nearly 600 soldiers, a third of the total armed forces.

“The message which I have brought from the Secretary-General is that this is not a time for despair,” Mr. Martin told reporters. “It is a time for people to act together. It’s a time for the leaders of Timor-Leste to act together, and it’s a time for the international community to act together and the United Nations is certainly going to be with Timor-Leste through this time of crisis and beyond the immediate need to restore security.”

The envoy, who conferred with President Xanana Gusmão and Mr. Alkatiri as well as with other leaders and representatives of civil society during his visit, called on all sides to cooperate fully with Australian and others forces invited in by the Government to help restore security, “particularly in the crucial task of the recovery of weapons.”

On the humanitarian front, UN agencies continued aiding more than 100,000 people, about a tenth of the total population, displaced by the violence and now sheltering in makeshift camps scattered throughout the capital, Dili, and near-by suburbs. Their numbers have steadily swelled to 62,000 compared with 35,000 last week. A further 35,000 are estimated to have fled their homes in the countryside.

Dos leitores

É a atitude permissiva, o não questionar actuações e o não exercício da autoridade que vai perigando a soberania de Timor.

Se fossemos o primeiro-ministro...

Propunhamos eleições antecipadas dentro de seis meses, mantendo-nos em funções até à data das mesmas.

O país está a funcionar sem problemas à excepção de Díli, que os milhares de militares e polícias deverão estabilizar em poucos meses.

A UN e a Comissão Europeia podem garantir, através de uma equipa de observadores internacionais, que as eleições decorrerão em democracia e na normalidade.


Vamos ver o que dizem, os candidatos a primeiro-ministro, a UN, a Igreja, a Austrália & amigos.


Apostamos que morrem de susto...

Vergonha. Shame on you. (1)

Os seguranças do Presidente da República entregaram as armas a militares australianos, que os desarmaram.

Mas na Pousada de Maubisse, os soldados australianos nunca tentaram desarmar o Alfredo reinado nem o seu gang, com os quais convivem alegremente. E hoje, puseram nas mãos de um dos desertores uma arma, para...lhe tirarem uma fotografia.

E hoje, também, não permitiram que elementos da GNR fossem à prisão de Becora entregar os detidos, sob ameaça de abrirem fogo, se não aceitassem ir desarmados. Não foram.

ONU aceita fazer investigação a pedido do governo de Timor-Leste - esta devia ser a declaração do senhor Hasegawa

Governo apoia investigação da ONU a incidentes - Hasegawa

Lisboa, 07 Jun (Lusa) - O chefe da missão da ONU em Timor- Leste (UNOTIL), Sukehiro Hasegawa, afirmou hoje que o primeiro- ministro timorense, Mari Alkatiri, apoia uma investigação das Nações Unidas aos incidentes que desencadearam a actual crise no país.

Mari Alkatiri "está de acordo que se levem a cabo investigações sobre o que aconteceu em Abril e Maio", disse Hasegawa à rádio australiana ABC, após um encontro com o primeiro-ministro timorense em Díli.

Alkatiri "é favorável à transparência e insiste que se deve conhecer a verdade", frisou o representante em Díli do secretário- geral das Nações Unidas.

Em declarações hoje à Associated Press, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa timorense, José Ramos Horta, afirmou que o inquérito internacional incluirá os incidentes de 28 de Abril, durante uma manifestação de ex-militares, e a morte de 10 polícias desarmados em Díli a 25 de Maio.

A constituição de uma comissão internacional independente foi solicitada pelo governo timorense em Maio, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), depois de participantes na manifestação e membros das forças armadas terem acusado o executivo de divulgar um número de mortos muito inferior ao que dizem ter ocorrido.

Segundo o balanço do governo timorense, na manifestação de 28 de Abril, em Díli, morreram cinco pessoas, mas líderes dos militares rebeldes denunciaram a morte de pelo menos 60 timorenses após a acção de protesto.

A manifestação de 28 de Abril foi convocada pelos líderes de cerca de 600 ex-militares para protestar contra a sua exclusão das forças armadas, decretada depois de terem denunciado alegadas discriminações étnicas.

A ministra de Estado e da Administração timorense, Ana Pessoa, disse hoje à Lusa que o governo decidiu pedir que a comissão internacional investigasse outros incidentes, além do ocorrido em Abril.

"A propósito dos incidentes do 28 de Abril, o MNE foi muito claro relativamente ao que aconteceu. Já na altura havia muita especulação sobre o que tinha acontecido, sobre o número de mortos, e o MNE defendeu na altura uma Comissão de Inquérito Internacional, formulando um pedido às Nações Unidas para que enviassem uma equipa", disse Ana Pessoa.

"Como houve infelizmente outros incidentes igualmente graves ou ainda mais graves, a nossa posição foi a de pedir a essa mesma comissão que investigasse os restantes incidentes", acrescentou.

...

Entretanto, a UNOTIL anunciou hoje que o presidente timorense, Xanana Gusmão, o presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres "Lu-Olo", e o ministro Ramos Horta enviaram uma carta ao secretário- geral da ONU, Kofi Annan, a agradecer a ajuda que a missão das Nações Unidas em Timor-Leste tem prestado na actual crise.

PNG/ASP.
Lusa/fim

Dos leitores

Ah grande Dentinho! Fresquinho na RTP, o Dentinho a reportar do «quartel-general» do Reinado (mas quantos homens é que estarão mesmo com ele) e a dizer que estão lá soldados australianos, que não querem ser filmados (mas foram) e o Dentinho a perguntar-se que resta saber se eles estão lá para o «guardar» ou controlar...

Estas coisas têm que se saber e o Howard, e o seu Governo eleito democraticamente, e respeitador da lei internacional, têm que ser confrontado com isto! Mas afinal quem manda em Timor? Os australianos estão a actuar de acordo com que instruções?

Dos leitores

Passo a passo a Austrália vai ganhando terreno. Exército, policia e agora sistema judicial.Inteligente a estratégia já que o judicial é um poder, um dos orgãos de soberania.O problema é que a Austrália já "entrou" na Procuradoria Geral.

…………….

Quando é atingida a "saturação" vencem "as pressões".O que me parece dramático é que os vários interesses que exercem pressão em Timor Leste estejam tão bem organizados e coesos e do outro lado os timorenses e os seus orgãos de soberania se deixem dividir.Assim é fácil e os objectivos serão atingidos.

………………

O Hasegawa coitado tem que se preocupar com o seu emprego. Acham que ele iria desagradar à Australia, Indonésia e Estados Unidos e preocupar-se com Timor?

………………..

A UNOTIL determinou como não essenciais os funcionários das Nações Unidas, que trabalham no sistema judiciário provocando assim a paralização dos Tribunais.Agora o Senhor Hasegawa pronuncia-se sobre a queda do PM timorense.A exigência de explicações por parte do Senhor Hasegawa deveria ser pedida pelo Governo timorense junto do Conselho de Segurança e a dá-las seriam muitas.Mas não esperem por explicações por parte do Senhor Hasegawa mas podem ter a certeza de que ele se vai “movimentando”..... a dúvida é se é à luz dos principios das Nações Unidas.

……………

…pelo que aqui tenho aprendido esse cerco está montado desde que ele tomou posse como PM e passados seis meses houve em Dili a primeira manifestação em Dezembro de 2002. E não foi isso que impediu o governo de actuar, de fazer as negociações internacionais, de providenciar mais médicos e professores, de procurar com solidez desenvolver o país. Há cerco, há opositores, há até inimigos (internos e externos) mas há um partido, a Fretilin, que contra ventos e marés tem sabido, no terreno, explicar e envolver boas vontades na difícil tarefa de salvaguardar a soberania da nação timorense.

Outro pequeno gesto. E depois estranha...

Bispo de Baucau estranha críticas de Alkatiri à Igreja Católica

Paredes, Porto, 07 Jun (Lusa) - O bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, mostrou-se hoje surpreendido com críticas do primeiro-ministro timorense à Igreja Católica, afirmando, contudo, estar disponível para colaborar com o Governo.

"Não sei quais são as razões que levam o primeiro-ministro Mari Alkatiri a dizer que altas figuras da Igreja se intrometem na política", afirmou D. Basílio do Nascimento, em Paredes (Porto), à margem de uma cerimónia de apresentaçã o de uma campanha de solidariedade a favor de Timor-Leste.

Em entrevista à Agência Lusa, Mari Alkatiri afirmou-se "um pouco chocad o" quando vê a "alta hierarquia da Igreja a fazer política".

O Governo timorense tem tido um litígio com a Igreja local, adensado no ano passado pela decisão de decretar o ensino laico nas escolas de Timor-Leste, cuja população é maioritariamente católica.

Apesar das relações entre Governo e Igreja não serem boas, o primeiro-m inistro timorense disse à Lusa que há ainda espaço negocial para entendimentos.

"A gente tem tentado colaborar, não tentando imiscuir-nos naquilo que n ão nos diz respeito", afirmou D. Basílio do Nascimento.

Segundo o bispo de Baucau, a Igreja Católica "colabora da maneira que p ode", tendo, no entanto, no ano passado, quando convocou uma manifestação, prete ndido "enviar um sinal [ao governo] a dizer que era necessário ter um certo cuid ado no comportamento das pessoas e nas decisões que estavam a ser tomadas".

"As coisas não foram tomadas em conta, pensou-se que fosse uma espécie de capricho dos bispos, ou das pessoas da Igreja, mas o certo é que se viu que o descontentamento, afinal, começava a desenvolver-se", referiu o bispo de Baucau .

Na sua opinião, o descontentamento do povo na pessoa do primeiro-minist ro não é coisa recente, já tem alguns anos, e deve-se, sobretudo, ao tipo de rel acionamento mantido entre Alkatiri e o povo, o tipo de linguagem e abordagem das coisas e à forma de aproximação dos chefes em relação ao povo.

O bispo disse, contudo, estar disponível para colaborar na pacificação no território.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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