sábado, outubro 14, 2006

Avaliando o relatório do ICG Nº 120: “Resolving Timor-Leste's Crisis”, Oct 10, 2006

Tradução da Margarida.

EADG – Grupo de Democracia de Timor-Leste
14.10.2006

Este relatório é desordenadamente preconceituoso na sua abordagem à política de Timor-Leste, e constrói os seus casos fundamentais em pontos cruciais usando ou fontes anónimas ou fontes altamente partidárias.

O preconceito é claro na sua conclusão, na página 20, quando cita apenas os críticos da FRETILIN conforme descrito no relatório do Secretário-Geral da ONU para o Conselho de Segurança em 8 de Agosto de 2006. Por isso o relatório conclui que “Um dos passos mais importantes para acabar a crise é portanto um sobre o qual os actores externos têm menos influência: a reforma no seio da FRETILIN”.

Contudo não há evidência que a FRETILIN usou a sua maioria parlamentar para esmagar a oposição, como por exemplo, fez o governo Howard com a sua recente maioria no Senado na Austrália. A conclusão ignora o balanço do Secretário-Geral no reconhecimento da opinião da FRETILIN de que alguns partidos da oposição usam métodos antidemocráticos para contestar os resultados das eleições de 2001.

O ICG desvaloriza a eleição de 2001, e assim desvaloriza a importância do processo democrático – enquanto ao mesmo tempo clama estar profundamente preocupado com ‘construção de instituição’.

O relatório volta atrás para justificar o ataque armado do Major Reinado às forças armadas perto de Dili em 23 de Maio, principalmente ao citar uma estranha história com base numa ONG o Human Rights Monitoring Project (HRMP)(p11).

Vai ao ponto de argumentar que o Major Reinado não devia ter sido detido em 26 de Julho. O relatório do HRMP reconhece que os seus monitores não têm estado efectivos desde 28 de Abril, mas esta qualificação foi ignorada pelo ICG. O HRMP é um jogador anti-FRETILIN, mas isso não é referido pelo ICG.

A entrega (do relatório) do HRMP à investigação especial da ONU foi feita em meados de Setembro e emitida poucos dias antes da publicação do relatório do ICG.

A linha dura do relatório contra Rogério Lobato como alguém que politizou a polícia ao criar unidades especiais, o que foi então ressentido pelas forças armadas, tem por base “comunicação com Robert Lowry” que foi o conselheiro militar da UNTAET (p6).

Lowry fez discursos incendiários na Austrália contra a FRETILIN desde que rebentou a crise.

As unidades especiais da polícia foram criadas sob comando da ONU, não por Lobato, e estavam sob o comando operacional do Comandante da Polícia Paulo Martins.

O relatório mantém que a eleição na FRETILIN foi ilegal, apesar da decisão do Tribunal de Recurso de 11 de Agosto, desvalorizando simplesmente o painel de três juízes e chamando-lhes preconceituosos e não profissionais.

No relatório, a descrição do congresso da FRETILIN é um puro eco de um pequeno número de críticos, não testado por mais nenhuma investigação.

O relatório faz citações extensivas do discurso de 22 de Junho do Presidente Gusmão à nação, que reconhece está cheio de amargura e de recriminações e que (foi) muito destrutivo, e mesmo assim aceita-o como verdadeiro, sem qualquer tentativa, mais uma vez, de checar qualquer uma das principais alegações feitas.

O antigo Primeiro-Ministro Alkatiri e Paula Pinto, mulher do antigo Ministro da Defesa Roque Rodrigues, criticaram separadamente a falta de integridade e de rigor do relatório do ICG em questões relacionadas com eles.

Ao mesmo tempo que o relatório do ICG é duro com a FRETILIN, exonera totalmente a Indonésia (p13) e a Austrália (p19) de qualquer papel sinistro nos eventos de Abril e de Maio. Essas exonerações mais outra vez contrariam as evidências, e expressam as prioridades políticas do ICG em vez da preocupação de chegar à realidade para realmente ajudar o povo Timorense.

A data de saída do relatório do ICG, imediatamente antes do relatório de investigação especial da ONU, é uma gestão para bater em avanço a percepção do relatório da ONU.

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Sunrise no Parlamento em Novembro

Tradução da Margarida.

Dow Jones – Sexta-feira, Outubro 13, 2006
Por Barbara Adam, Dow Jones Newswires

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta disse na Quinta-feira que tem esperança que um tratado de partilha de rendimentos do petróleo e do gás que cobre o Mar de Timor seja ratificado pelo seu parlamento algures em Novembro.

Numa conferência de imprensa conjunta como Primeiro-Ministro Australiano John Howard, Ramos-Horta disse que espera que o Tratado “Certain Maritime Arrangements” seja tomado em consideração pelos seus colegas de Gabinete na próxima semana.

"Agendei o tratado para discussão no Gabinete, talvez na próxima semana ou na semana a seguir, e definitivamente então será levado ao parlamento algures em Novembro para ratificação," disse Ramos-Horta.

Ramos-Horta disse previamente que não antecipa nenhuma dificuldade em obter do parlamento a ratificação do tratado.

Sob o acordo assinado em Janeiro, a Austrália e Timor-Leste partilharão em igualdade rendimentos dos campos de petróleo e de gás do Greater Sunrise no Mar de Timor.

Woodside Petroleum Ltd. (WPL.AU) detém e opera 33.4% do Sunrise, localizado a 150 kilometers a sul de Timor-Leste. Os seus parceiros são ConocoPhillips (COP) com 30%, Royal Dutch Shell PLC (RDSB.LN) com 26.6% e Osaka Gas Co. (9532.TO) do Japão com 10%.

Greater Sunrise – o maior recurso de petróleo conhecido no Mar de Timor – inclui os campos de Sunrise e de Troubadour, que juntos têm cerca de 8 triliões de pés cúbicos de gas e cerca de 300 milhões de barris de petróleo, que podem valer mais de US$40 biliões.

Ramos-Horta também disse que o seu governo gostaria que as tropas da Austrália permanecessem em Timor-Leste pelo menos até às próximas eleições gerais no país em Maio de 2007.

A Austrália correntemente tem cerca de 950 soldados e pessoal da polícia em Timor-Leste, servindo ao lado de pessoal militar da Nova Zelândia, Malásia e Portugal.

O destacamento internacional foi enviado para Timor-Leste depois duma explosão de violência em Março, desencadeada pela decisão do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri de despedir 600 soldados.

Ramos-Horta disse que Timor-Leste estava agora muito mais calma do que no início do ano. Disse que não esperava uma outra explosão de violência quando for publicado um relatório independente da ONU sobre a crise anterior, possivelmente já na Segunda-feira.

Howard disse que o tamanho do contingente Australiano era "apropriado" por agora. Disse que não tinha planos para reduzir a força.

"Vamos manter uma presença substancial lá até às eleições," disse.

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Entrevista RTTL do Brigadeiro - General Taur Matan Ruak na TVTL - 12 Maio 2006

Tradução da Margarida.

In Nakroma.
(Versaun orijinál iha Tetun iha karik)

“…Diria que isso é uma questão de disciplina no seio das F-FDTL …”

“…Recebi uma petição de soldados em 11 de Janeiro 2006…”

“…Nunca tinham feito nenhuma queixa antes da petição se tornar pública. Não nos deram a oportunidade de olhar isso e de encontrar uma solução no seio da nossa instituição…”

“…Subitamente, decidiram enviar uma petição a todas as autoridades, órgãos do Estado e entidades diplomáticas. Também recebi a petição mas ninguém a assinava.

“…O Presidente da República escreveu-me a 16 de Janeiro para solucionar o problema rapidamente. Respondi-lhe que:

• 1º. a petição não estava assinada. Eu também queria solucionar isso mas não podia porque não sabia quem a tinha apresentado. Tive de os identificar e tentar contacá-los para arranjar uma solução para o problema deles.

• 2º. : na altura eu estava muito ocupado porque o primeiro batalhão estava a re-instalar-se de Lospalos para Baucau. Precisávamos de tempo para desenvolver isto …”

“…Na altura estava muito preocupado porque os peticionários tinham dito que somente o Presidente da República podia resolver este problema. Se o Presidente não pudesse resolver o problema deles, protestariam ou então sairiam (das F-FDTL).

Assim a petição mostrou que:

• Eles não respeitavam a instituição de que faziam parte; e

• eles reconheciam o Presidente como a única pessoa que podia resolver o problema deles …”

“…Do meu ponto de vista, estamos mesmo a começar a construir a nossa nação. Estamos no processo de construir o nosso Estado. Isto significa que estamos no processo de construir instituições. Construir instituições significa que essas instituições precisam de crescer para serem suficientemente fortes para resolverem os seus próprios problemas e para isso todos os seus membros devem poder desempenhar os seus respectivos papéis. No tempo da Resistência, dependíamos de uma ou de duas pessoas. Mas hoje estamos a construir um Estado. É diferente. Temos quatro órgãos do Estado. Cada órgão tem as suas próprias instituições e esta é uma situação nova a que todos nos temos de ajustar e de fazer esforços para contribuir para o seu funcionamento…”.

“…foi uma surpresa para nós, especialmente para o Comando das F-FDTL, que a petição fosse enviada para fora sem qualquer tentativa prévia para procurar uma solução no seio da nossa instituição…”

“…Estou profundamente preocupado com isto. Porque é que não se queixaram antes? Porque é que subitamente enviaram para fora a petição deles e tomaram decisões de repente?..”

“…Reuni-me com eles em 2 de Fevereiro em Baucau. Falei com eles durante todo o dia. Em 3 de Fevereiro ouvi as suas preocupações. Disseram-me que respeitavam o Comando das FALINTIL mas disseram que o problema deles só podia ser resolvido pelo Presidente da República. Disse-lhes que não podiam fazer isso porque devimos tentar resolver isso primeiro dentro da nossa instituição. Se não o pudéssemos resolver, pediríamos ajuda a outras instituições.
Não devíamos pedir ajuda imediatamente a outros sem tentarmos resolver primeiro. Nem sequer devíamos ir ter com o Presidente por causa disso. O Estado não funcionaria se pensarmos que cada um dos problemas deve ser resolvido pelo Presidente da República…”

“… Alguns dos peticionários começaram a desertar dos seus quartéis em 4 de Fevereiro. Outros fizeram-no a 5 de Fevereiro. Isto não aconteceu somente em Baucau mas também em Metinaro e Hera. Telefonei a um dos Comandantes das F-FDTL para confirmar a sua deserção. E tive a sua confirmação. Encontraram-se com o Presidente da República em 7 de Fevereiro. Houve também um encontro em 8 de Fevereiro. Regressaram ao quartel de Metinaro em 9 de Fevereiro...”

“…Apresentei-lhes as seguintes condições:

• Enquanto não fossem considerados culpados, seriam tratados como militares com todos os direitos. Teriam acomodações adequadas e comida. Tínhamos decidido atribuir nove barracões para eles mas recusaram a nossa oferta. As suas atitudes preocupavam-me.

• Foi-lhes lembrado que como uma instituição do Estado nós funcionamos com uma estrutura hierárquica e devemos ter disciplina. Assim deviam organizar-se eles próprios em secções, em batalhões para desempenharem os seus deveres enquanto estabelecíamos uma investigação sobre o caso deles. Recusaram a nossa oferta e insistiram ficar todos juntos no mesmo barracão.

• Demos-lhes um programa de actividades para seguirem mas recusaram-se desempenhá-las.

• Foi constituída uma Comissão para ouvir as suas queixas. O Presidente da República também nos tinha pedido para os ouvirmos. Rejeitaram a nossa iniciativa. Responderam que somente nove pessoas podiam comparecer à nossa reunião. Concordámos com isso. Assim foram consultadas nove pessoas primeiro …”

“…A Comissão das F-FDTL pediu a comparência de mais peticionários. Apareceram uns outro quatro peticionários. Em 17 de Fevereiro (Sexta-feira), foram autorizados a passar o fim-de-semana com as suas famílias. Não regressaram ao seu barracão em 20 de Fevereiro. Em Março foi tomada uma decisão de os expulsar das F- FDTL…”

“…De acordo com os regulamentos da UNTAET, o Comandante das F-FDTL está autorizado a expulsar qualquer soldado ou oficial que quebre a disciplina e comprometa a integridade desta instituição…”

“…Esta não foi a primeira vez que expulsámos soldados. Previamente expulsámos mais de 40 devido a ausências constantes. Em 2004 tivemos mais de 60 soldados a aguardar acções disciplinares. Os seus casos estão ainda pendentes em 2006. Entretanto uns outros 300 soldados levantaram queixas. Todos estes soldados juntaram forças e abandonaram os seus postos. Mas muitos deles foram forçados a sair, tinham sido ameaçados. Mas somente 159 tinham assinado a petição dos quais 16 não desertaram …”

“… As Forças Armadas têm uma missão para cumprir. Defender a nossa Nação, defender as nossas instituições do Estado. As suas missões estão inscritas na nossa Constituição, a lei fundamental da nossa nação …defender a nossa nação, a integridade da nossa nação …”

Em relação à gestão das F-FDTL, diz o General Matan Ruak:

“…O papel das Forças Armadas e do seu Comandante é treinar soldados, prepará-los, manter a disciplina para que quando lhes for dada ordem para actuar, estejamos prontos para actuar de acordo com instruções …”

“… não é função do General tomar decisões políticas. Disciplina, sim! Todos os problemas têm um contexto políticot. Nós (os Timorenses) temos a tendência de lidar com todos os nossos problemas no âmbito de um contexto político. E às vezes misturamos questões políticas e legais. Quando não conseguimos explicar as coisas em termos legais, usamos a política e vice-versa. Mas como militares, devemos actuar de acordo com os códigos militares …”

Sobre as acções das F-FDTL em 28 de Abril 2006, o General disse:

“Entreguei hoje o meu relatório ao governo. Relata que morreram 2 F-FDTL e que um foi ferido …”

“.. as pessoas afirmam que matámos mais de 60 civis. Pedi ao PM para montar uma Comissão para investigar essas afirmações pois que muitas pessoas disseram que escondemos os corpos e que os atirámos ao mar …”

“…Estamos prontos para cooperar... É importante para a integridade das Forças Armadas e para o nosso país. Queremos contribuir para o funcionamento das nossas instituições. Desde o General aos soldados, apoiamos esta investigação. Queremos a verdade. Queremos saber o que fizemos de errado. Assim estas conclusões ajudar-nos-ão a aprender com os nossos erros para podermos melhorar …’

Versaun tetun: http://nakroma.blogspot.com/2006/10/entrevista-ho-brigadeiro-general-taur.html

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Notícias - Traduzidas pela Margarida

Secretário-Geral nomeia equipa de peritos para as eleições do próximo ano em Timor-Leste
Centro de Notícias da ONU - 13 Outubro 2006

O secretário-Geral da ONU Kofi Annan nomeou hoje uma equipa de peritos de alto nível para verificarem as eleições presidenciais e parlamentares do próximo ano em Timor-Leste, parte do corpo mundial para continuar a assistência à pequena nação do Sudeste Asiático que guiou para a independência em 2002.

“O Secretário-Geral vê as eleições do próximo ano como um passo importante no caminho para a paz e estabilidade em Timor-Leste, e reafirma a determinação da ONU para fazer a sua parte no apoio a um processo eleitoral credível e transparente,” disse numa declaração emitida pelo porta-voz em New York.

“Trabalharão independentemente da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT), e submeterão as suas conclusões e recomendações ao Secretário-Geral e às autoridades de Timor-Leste,” disse a declaração, acrescentando que a equipa de três pessoas l “verificará a condução satisfatória de cada fase do processo eleitoral.”

Os membros da equipa são a Senhora Lucinda Almeida de Portugal, o Sr. Reginald Austin do Zimbabwe e o Sr. Michael Maley da Austrália.

O conselho de Segurança criou a UNMIT expandida em Agosto para ajudar a restaurar a ordem em Timor-Leste depois duma crise atribuída a diferenças entre regiões do leste e do oeste desencadeada em Abril com o despedimento de 600 soldados em greve, um terço das forças armadas. A violência que se seguiu clamou pelo menos 37 vidas e conduziu 155,000 pessoas, 15 por cento do total da população, das suas casas.

Mais de 50,000 deslocados vivem ainda em campos improvisados na capital Dili e à sua volta, ao mesmo tempo que continua a haver nas ruas violência de baixo nível. No princípio desta semana, o Representante Especial do Secretário-Geral em exercício Finn Reske-Nielsen disse que restaurar a segurança pública é uma necessidade absoluta no país

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O Departamento de Informação Pública da ONU - 13 Outubro 2006

Secretário-Geral SG/SM/10682

O SECRETÁRIO-GERAL NOMEIA EQUIPA DE PERITOS DE ALTO NÍVEL PARA ASSISTIR O PROCESSO ELEITORAL EM TIMOR-LESTE

A seguinte declaração foi emitida hoje pelo porta-voz do Secretário-Geral da ONU Kofi Annan:

Como parte da assistência que está a ser dada pela ONU para as eleições presidenciais e parlamentares agendadas para se realizarem em Timor-Leste em 2007, o Secretário-Geral nomeou uma equipa de peritos de alto nível para verificar a condução satisfatória de cada fase do processo eleitoral.

Os membros da equipa são Lucinda Almeida de Portugal, Reginald Austin do Zimbabwe e Michael Maley da Austrália. Trabalharão independentemente da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste, e submeterão as suas conclusões e recomendações ao Secretário-Geral e às autoridades de Timor-Leste.

O Secretário-Geral vê as eleições do próximo ano como um passo importante no caminho para a paz e a estabilidade em Timor-Leste, e reafirma a determinação da ONU para cumprir com a sua parte do apoio a um processo eleitoral credível e transparente.

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Capacetes azuis preparam-se para desassossego em Timor-Leste
ABC News Online
Sábado, Outubro 14, 2006. 9:07am (AEST)

As forças internacionais em Timor-Leste estão-se a preparar para um possível rebentar de violência, com a ONU preparada para indicar o nome das pessoas suspeitas de incitar o desassossego recente.

Uma Comissão de Inquérito da ONU é esperado entregar no princípio da próxima semana as suas conclusões sobre quem esteve por detrás das muitas mortes e violências que irromperam em Abril.

Inclina-se para acusar cerca de 100 pessoas por incitamento à violência, o que causou cerca de 30 mortes desde Abril.
A ONU está vagarosamente a aumentar os seus números de polícias em Dili e tem esperança de ter cerca de metade do seu contingente de 1,600 no lugar pelo fim do mês.

O vice-comandante das forças Australianas, Coronel Malcolm Rerden, diz que não está muito preocupado com perspectivas de violência.

"Não acreditamos que vá haver alguma coisa da escala que se tem visto aqui ... no período da crise de Abril-Maio," disse.

"Mas estamos preparados para todas as situações e temos planos de contingência muito bem desenvolvidos para lidar com todas as situações."

O Coronel Rerden diz que as suas forças estão bem preparadas.

"Em termos das forças de segurança que temos no terreno, ambas a polícia da UNPOL e as forças militares internacionais, temos forças suficientes para manter a segurança no evento de quaisquer circunstâncias desagradáveis," disse.

Há receios alargados de que o relatório poderá provocar mais violências pelos que querem justiça instantânea, mas o Primeiro-Ministro José Ramos Horta disse que está confiante que o país se manterá calmo.

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Sunrise Before Parliament In November

Dow Jones - Friday, October 13, 2006
by Barbara Adam, Dow Jones Newswires

East Timor's Prime Minister Jose Ramos-Horta Thursday said he hoped an oil and gas revenue-sharing treaty that covers the Timor Sea would be ratified by his parliament sometime in November.

In a joint press conference with Australian Prime Minister John Howard, Ramos-Horta said he expected the Certain Maritime Arrangements Treaty to be considered by his cabinet colleagues next week.

"I have scheduled the treaty for discussion in the cabinet, maybe next week or the week after, and definitely then it will be brought to the parliament in sometime in November for ratification," Ramos-Horta said.

Ramos-Horta has previously said he didn't anticipate any difficulty in getting the parliament to ratify the treaty.

Under an accord signed in January, Australia and East Timor will equally share revenue from the Greater Sunrise oil and gas field in the Timor Sea.

Woodside Petroleum Ltd. (WPL.AU) owns and operates 33.4% of Sunrise, located 150 kilometers south of East Timor. Its partners are ConocoPhillips (COP) with 30%, Royal Dutch Shell PLC (RDSB.LN) with 26.6% and Japan's Osaka Gas Co. (9532.TO) with 10%.

Greater Sunrise - the largest known petroleum resource in the Timor Sea - includes the Sunrise and Troubadour fields, which together hold about 8 trillion cubic feet of gas and about 300 million barrels of oil, which may be worth up to US$40 billion.

Ramos-Horta also said his government would like Australia's peacekeeping troops to remain in East Timor at least until the country's next federal election in May 2007.

Australia currently has about 950 soldiers and police personnel in East Timor, serving alongside military personnel from New Zealand, Malaysia and Portugal.

The international deployment was sent to East Timor after an outbreak of violence in March, triggered by former Prime Minister Mari Alkatiri's decision to fire 600 soldiers.

Ramos-Horta said East Timor was now much calmer than it was earlier in the year. He said he didn't expect another outbreak of violence when an independent U.N. report on the earlier crisis was released, possibly as early as Monday.

Howard said he thought the size of the Australian contingent was "appropriate" for now. He said he had no plans to reduce the force.

"We're going to keep a substantial presence there until the election," he said.

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Horta quer recandidatura de Xanana

Jornal de Notícias, 14/10/06

Xanana Gusmão tem de aceitar o desafio de se candidatar a um segundo mandato como presidente da República, defende o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta.

"O presidente Xanana deve assumir o peso, o fardo, de um segundo mandato", disse Ramos-Horta, contrariando a tese do International Crisis Group (ICG), uma organização não-governamental sedeada em Bruxelas, que recomenda que Xanana o líder da FRETILIN e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, devem abster-se de participar nas eleições previstas para 2007.

"Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem pensar no impensável - esquecer qualquer papel nas eleições para que novos líderes possam emergir", recomenda o ICG, uma organização independente co-presidida por pelo ex-comissário europeu para as Relações Externas Chris Patten e pelo ex-embaixador norte-americano Thomas Pickering, tendo o ex-chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano entre os membros do Conselho de Administração.

Reinado continua em fuga

Entretanto, as negociações para o regresso à prisão do major Alfredo Reinado, líder dos militares rebeldes timorenses que fugiu da cadeia a 30 de Agosto, saldaram-se num fracasso, disse fonte judicial, acrescentando que "esta foi a terceira vez que se negociou o regresso de Alfredo Reinado e dos seus homens a Díli".

Nesta terceira etapa negocial, iniciada há cerca de duas semanas, participaram o procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, e o brigadeiro Mick Slater, comandante do contingente militar australiano no país e que tinham afirmado estar para breve o regresso de Reinado.

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Sistema judiciário garante aplicação da lei para julgar violência


Díli, 14 Out (Lusa) - A poucos dias da divulgação de um relatório da ON U, que vai recomendar a responsabilização criminal dos promotores da violência e m Timor-Leste, o Tribunal de Recurso e o Ministério Público reafirmaram hoje em Díli a aplicação da lei.

Sob a forma de leitura à imprensa de uma declaração, sem direito a perg untas, o presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes, e o Procurador Gera l da República, Longuinhos Monteiro, sublinharam a "objectividade, independência e imparcialidade" na aplicação da lei, de acordo com o actual quadro legal.

"O Ministério Público e os tribunais farão o trabalho que a lei lhes at ribui, se outra solução não for adoptada pelo Parlamento Nacional por via legisl ativa em face das conclusões e recomendações da Comissão Especial de Inquérito I ndependente", mandatada pela ONU para investigar os factos e as circunstâncias q ue conduziram à crise político-militar timorense, desencadeada em Abril, e recom endar medidas para a responsabilização pelos crimes alegadamente cometidos em Ab ril e Maio.

O Tribunal de Recurso tem funções de Tribunal Supremo em Timor-Leste.

Para fazer face à eventual necessidade de julgar os responsáveis que venham a ser identificados pela comissão da ONU, e em que o eventual início de investigações e abertura de processo depende da apreciação que os órgãos do Estado façam das recomendações constantes no relatório, a declaração do Tribunal de Recurso e Ministério Público destacou que actualmente existem 11 juízes estagiários , nove procuradores estagiários e sete defensores públicos estagiários, "que ser ão nomeados definitivamente (para aquelas funções) dentro de um ano".

"O quadro de profissionais a operar no sistema judiciário tem vindo a ser reforçado com cerca de mais 15 juízes, procuradores e defensores internaciona is, contratados pelas Nações Unidas", lê-se.

"O sistema judiciário foi capaz de funcionar antes da crise actual, durante a fase mais crítica dessa crise e agora", destaca-se na declarações conjunta.

Presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a Comissão Especial de Inquérito Independente da ONU elaborou um relatório, cuja divulgação, prevista para o passado dia 07, foi adiada para data ainda por definir para que o texto s eja traduzido para português, tétum e indonésio.

De acordo com o mandato da comissão - que integra ainda a sul-africana Zelda Holtzman e o britânico Ralph Zacklin -, o relatório tem de ser entregue ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, em Genebra, e ao Parlamento Nacional de Timor-Leste, em Díli, além do secretário-geral das Nações Unidas.

A Comissão de Inquérito Independente foi criada pela ONU a 12 de Junho, na sequência de um pedido nesse sentido feito pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros e actual primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta. (NOTA: Em nome do Governo liderado por Mari Alkatiri).

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EL-Lusa/Fim

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Assessing the ICG report No 120: “Resolving Timor-Leste's Crisis”, Oct 10, 2006

EADG - East Timor Democracy Group
14.10.2006

This report is wildly biased in its approach to Timor-Leste politics, and builds its basic case on crucial points by using either unnamed sources or highly partisan sources.

The bias is clear in its conclusion, on page 20, when it quotes only the critics of FRETILIN as described in the UN Secretary-General's report to the Security Council on August 8, 2006. So the report concludes that “One of the most important steps to ending the crisis is thus one that outside actors have least influence over: reform within FRETILIN”.

Yet there is no evidence that FRETILIN used its parliamentary majority to crush opposition, as for example, the Howard government has done with its recent Senate majority in Australia. The conclusion ignores the UN Secretary-General's balance in acknowledging the FRETILIN view that some opposition parties use undemocratic methods to challenge the 2001 election results.

The ICG underplays the election of 2001, and thus underplays the importance of democratic processes – while at the same time claiming to be deeply concerned about ‘institution-building’.

The report bends over backwards to justify Major Reinado's armed attack on the army near Dili on May 23, mainly by quoting an outlandish story by an NGO-based Human Rights Monitoring Project (p11).

It goes further to argue that Major Reinado should not have been arrested on July 26. The HRMP report acknowledges that its monitors have been ineffective since April 28, but this qualification was ignored by the ICG. HRMP is an anti-FRETILIN player, but this is not acknowledged by the ICG.

The HRMP submission to the UN special investigation was thrown together in mid-September and released just days before the ICG report.

The report's hard line against Rogerio Lobato as someone who politicised the police by creating special units, which were then resented by the army, is based on “communication with Robert Lowry” who was a military adviser to UNTAET (p6).

Lowry has given incendiary speeches in Australia against FRETILIN since the crisis broke out.

The special police units were created under UN command, not by Lobato, and were under the operational command of the Police Commander Paulo Martins.

The report maintains that the FRETILIN elections were illegal, despite the Court of Appeals ruling of August 11, by simply dismissing the panel of three judges as biased or unprofessional.

The report's account of the FRETILIN Congress is a pure echo of a small group of critics, untested by any further investigation.

The report's extensive quotes from President Gusmao's June 22 speech to the nation, which it acknowledged was full of bitterness and recrimination and very damaging were nonetheless accepted as the truth, again without any attempt to check any of the main allegations made.

Former Prime Minister Alkatiri and Paula Pinto, wife of former Defence Minister Roque Rodriguez, have separately criticized the lack of integrity and rigour in the ICG report on issues relating to them.

While the ICG report is harsh on FRETILIN, it absolutely exonerates Indonesia (p13) and Australia (p19) from any sinister role in the events of April and May. These exonerations are again contrary to the evidence, and express ICG political priorities rather than a concern to get to the truth and to really help the Timorese people.

The timing of the ICG report, just prior to the UN special investigation report, smacks of advanced managing the perception of the UN report.

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Timor-Leste Reinado recusa regresso à cadeia

Público - Sábado, 14 de Outubro de 2006

Negociações para o regresso à prisão do major Alfredo Reinado saldaram-se em fracasso, disse à Lusa fonte judicial na capital timorense. Participaram nesta tentativa de acordo - a terceira desde a fuga do major rebelde, em 30 de Agosto - o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e o brigadeiro Mick Slater, comandante do contingente militar australiano estacionado em Timor-Leste.

O acordo proposto a Alfredo Reinado - que se encontra "fortemente armado" - previa o seu regresso a um centro de detenção em Díli, mas o major rebelde recusou a proposta, sublinhando que primeiro quer "limpar o nome" e só depois aceitará ser julgado. Reinado abandonou a cadeia de comando em Maio, declarando obedecer apenas ao Presidente Xanana Gusmão.

A sua entrega às autoridades, como noticiou o PÚBLICO quinta-feira, devia coincidir com a divulgação do aguardado relatório de uma comissão especial da ONU sobre os confrontos sangrentos de Abril e Maio passado, em Timor-Leste.



Palhaçada...

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1ºs Jogos da Lusofonia

In Blog Heterodoxia Humanista Universal.

Nunca antes a língua portuguesa foi pretexto para unir povos de tão diversas culturas de 4 Continentes numa festa verdadeiramente popular. As línguas não são mais instrumentos de soberania ou dominação. São cada vez mais veículos de aproximação entre os povos, de intercâmbio cultural e agora também desportivo. É um feito assinalável que precisamente no momento da história da humanidade em que se afirma uma língua universal de forma dominante, haja espaço para que a língua portuguesa dê um passo decisivo para a sua sustentabilidade num mundo cada vez mais globalizado. As Assembleias-Gerais da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa foram em todas as suas dimensões momentos históricos com efeitos ainda por desvendar para as futuras gerações. Macau é um exemplo magnífico de paz e encontro de culturas. A tolerância entre culturas, a convivência sã entre interpretes de diferentes tradições civilizacionais é um contributo inegável para um Mundo melhor. Um ano depois do Centro Histórico de Macau ser declarado Património Mundial da Humanidade, poucos dias depois da 2ª Conferência Inter-Ministerial do Fórum de Cooperação entre a China e os Países de Língua Oficial Portuguesa e durante mais uma já tradicional Festa da Lusofonia, a Cerimónia de Abertura dos Jogos foi o culminar do esforço de milhares de residentes de Macau em afirmar esta Região Administrativa Especial da República Popular da China como uma verdadeira plataforma da lusofonia sem complexos e com grande vontade de vencer num mundo cada vez mais pequeno.

A paz resulta da compreensão entre os povos. A língua é indispensável para essa compreensão. Não são meras palavras – são actos que consolidam esta proximidade entre os povos dos países cá presentes com uma História complexa no passado mas que ganharam o direito à dignidade pela forma como privilegiaram o futuro face ao passado.

Os 1ºs Jogos da Lusofonia são o maior evento alguma vez realizado que reúne representantes de 11 países e regiões que falam a língua portuguesa. Nunca tantos meios e recursos humanos foram dedicados a um evento cujo pretexto fosse a língua portuguesa.

É um verdadeiro desafio a outros sectores da sociedade a empreenderem esforços no mesmo sentido para que a nossa língua seja uma vantagem de que todos possam beneficiar num mundo cada vez mais económico e competitivo.

O ritmo brasileiro, o calor humano dos países africanos de expressão portuguesa, a responsabilidade histórica de Portugal, a fraternidade de Timor, a grande dignidade da Índia e a hospitalidade de Macau sao ingredientes para uma semana de sucesso e alegria.

A Lusofonia é de todos os povos que falam português, com as suas particularidades, com os seus condimentos, com os seus desvios e inovações. Está para além de um mero dicionário. É uma forma de enfrentar a vida em que todos aprenderam com todos. Eu sou Brasileiro. Eu sou Guineense. Eu sou Sãotomense. Eu sou Angolano. Eu sou Moçambicano. Eu sou Timorense. Eu sou Goense. Eu sou Macaense. Eu sou dos povos da Guiné Equatorial, do Sri Lanka, da Malásia e de tantos outros lugares onde a língua portuguesa ainda está presente de alguma forma.

Mas sou sobretudo Português. Saibam que o Português é de facto um pouco de todos estes povos irmãos. Só em Portugal falha esta percepção por um incompreensível etnocentrismo perfeitamente anacrónico com a nossa História de Universalidade.

Até Lisboa2009.

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Brigadier General Taur Matan Ruak's Interview on TVTL - 12 May 2006

In Nakroma.
(Versaun orijinál iha Tetun iha karik)

“…I would say that it was an issue of discipline within F-FDTL …”

“…I received a petition from the soldiers on the 11th January 2006…”

“…They had never raised any complaint before the petition went public. We were not given the chance to look into it or to find a solution within our institution…”

“…Suddenly, they had decided to send a petition to all authorities, state organs and diplomatic entities. I also received the petition but it was signed by no one.

“…The President of the Republic wrote to me on the 16th of January and
asked me to solve the problem quickly. I replied to him that:

• 1st. the petition wasn’t signed. I too wanted to solve it but I couldn’t because I didn’t know who presented it. I had to identify them and try to contact them and find a solution to their problem.

• 2 nd. : at the time I was very busy as the first battalion was reallocating from Lospalos to Baucau. We needed time to work this out…”

“…At the time I was very concerned that the petitioners said that only the President of the Republic could sort this problem out. If the President couldn’t solve their problem, they would protest or otherwise they would leave (F-FDTL).

So the petition showed that:

• They didn’t respect the institution that they are part of; and

• they recognized the President as the only person who could solve their problem…”

“…From my point of view, we have just begun building our nation. We are in the process of building our State. This means we are in the process of building institutions. Building institutions means that these institutions need to grow to be strong enough to solve their own problems and for that all members should be allowed to function in their respective roles. During the Resistance time, we depended on one or two people. But today we are building a State. It’s different. We have four state organs. Each organ has its own institutions and that’s a new situation that we all have to adjust to and make efforts to contribute to their functioning…”.

“…it was a surprise to us, specially for the F-FDTL Command, that the petition was sent out without any previous attempt to look for a solution within our institution…”

“…I am deeply concerned about it. Why didn’t they complain before? Why did they suddenly send out their petition and take decisions straight away?..”

“…I met them on the 2nd February in Baucau. I talked with them all day. On the 3rd of February I listened to their concerns. They told me that they respected the FALINTIL Command but they said that their problem could only be resolved by the President of the Republic. I told them that they couldn’t do that because we should try to solve it first within our institution. If we couldn’t resolve it, we will ask for help from other institutions.
We shouldn’t ask for help straight away from others without trying to resolve it first. We shouldn’t even go to the President for that matter. The State wouldn’t function if we think that every single problem should be solved by the President of the Republic…”

“… Some of the petitioners started deserting their headquarters on the 4th of February. Others did on the 5th of February. This didn’t only happen in Baucau but also at Metinaro and Hera. I rang one of the F-FDTL Commanders to confirm their desertion. And I got his confirmation. They met the President of the Republic on the 7th of February. There was also a meeting on the 8th of February. They went back to the Metinaro headquarters on the 9th of February...”

“…I presented the following conditions to them:

• While they were not found guilty, they would be treated as military with full rights. They would have proper accommodation and food. We had decided to allocate nine barracks to them but they refuse our offer. Their attitude worried me.

• They were reminded that as an institution of the State, we function with hierarchical structures and must have discipline. So they should organize themselves into sections, into platoons to carry on their duties while we establish an investigation into their case. They refused our offer and insisted on staying together in the same barrack.

• We gave them a program of activities to follow but they refused to carry it out.

• A Commission was set up to listen to their complaints. The President of the Republic had also asked us to listen to them. They rejected our initiative. They replied that only nine people could attend our meeting. We agreed to it. So nine people were consulted first…”

“…The F-FDTL Commission asked for more petitioners to attend. Another four petitioners turned up. On the 17th February (Friday), they were allowed to spend the weekend with their families. They didn’t return to their headquarters on the 20th February. In March a decision was taken to expel them from F- FDTL…”

“…According to UNTAET’s regulations, the F-FDTL Commander is allowed to expel any soldier or official who breaks discipline and compromises the integrity of this institution…”

“…This is not the first time that we had expelled soldiers. We expelled more than 40 previously due to constant absences. In 2004 we had more than 60 soldiers awaiting disciplinary actions. Their cases were still pending in 2006. Meanwhile another 300 soldiers raised complaints. All of these soldiers joined forces and left their posts. But many of them were forced to leave, they had been threatened. But only 159 had signed the petition of whom 16 didn’t desert…”

“… The Army has a mission to accomplish. To defend our Nation, to defend our State institutions. Its mission is enshrined in our Constitution, the fundamental law of our nation…to defend our nation, the integrity of our nation …”

In regards to F-FDTL management, General Matan Ruak says:

“…The role of the Armed Forces and its Commander is to train soldiers, to prepare them, to maintain discipline so that when we are ordered to act, we are ready to act according to instructions …”

“… It is not the role of a General to make political decisions. Discipline, yes! All problems have a political context. We (the Timorese) tend to deal with all of our problems within a political context. And sometimes we mix legal and political issues. When we can’t explain things in legal terms, we use politics and vice-versa. But as military, we must act according to military codes…”

About the F-FDTL actions on 28th April 2006, General said
“ I have given today my report to the government. It reports that 2 F-FDTL died and one has been wounded…”

“.. people claimed that we killed more than 60 civilians. I asked the PM to set up a Commission to investigate these claims as many people said that we hid the bodies and had thrown them into the sea…”

“…We are ready to cooperate... It is important for the integrity of the Armed Forces and for our country. We want to contribute to the functioning of our institution. From the General to the soldiers, we support this investigation. We want the truth. We want to know what we have done wrong. So these findings will help us to learn from our mistakes so we can improve…’

Versaun tetun: http://nakroma.blogspot.com/2006/10/entrevista-ho-brigadeiro-general-taur.html

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Hino dos Jogos da Lusofonia

Ouvir aqui.

Não há terra nem há mar
Que consigam separar
Quem fala o idioma
Do coração
Não há tempo nem distância
Que apaguem a fragrância
De uma amizade
Que perdura

Não há credo nem há cor
Que abalem o ardor
Desta grande família
Que mora em todo o mundo
Vamos juntos celebrar
Este encontro singular
Em paz, harmonia
E plena comunhão

Gentes da lusofonia
Espalhem a vossa emoção
E a vossa alegria
Gentes da lusofonia
Partilhem a vossa paixão
E sabedoria

Há sabores e perfumes
E diferença nos costumes
Que trazem mais riqueza
À nossa união
Há no ar uma esperança
Há a fé numa mudança
Que transforme a nossa vida
Em algo bem melhor.


Letra e música de Luís Pedro Fonseca.

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Na mesma...

Relatório da UN sobre a violência vai ser "politicamente correcto". Nenhum relatório da UN denunciaria a responsabilidade do PR ou do RESG Hasegawa nos acontecimentos.

Reinado e Railos continuam fugidos e a brincar às negociações. Forças internacionais sabem onde estão e nada fazem.

Deslocados continuam nos campos. UNPOL ainda sem capacidade de patrulhamento da cidade para garantir segurança às populações.

Ainda não foi nomeado o novo RESG das Nações Unidas.

Difíceis tempos à frente para a reconciliação no seio da polícia

Tradução da Margarida.


Dili, 13 Oct. (AKI) – Os esforços para a Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) para se reconstruir a si própria estão a ser atrasados por uma profunda desconfiança e por cicatrizes deixadas pela violência de há alguns meses. "O que desejo fazer agora é reconciliar todos os oficiais da polícia e uni-los para servirem o povo, como no passado," disse o comandante da polícia de Timor-Leste, Superintendente em Chefe Paulo de Fátima Martins ao Adnkronos International (AKI).

A antiga PNTL de 3300 elementos implodiu e dissolveu-se virtualmente no meio dos distúrbios de Abril-Maio que abalaram o pequeno país do Sudeste Asiático. A fraqueza das forças da polícia estava enraizada na sua composição que incluía um grande número de homens que tinham trabalhado para a administração da Indonésia durante os 24 anos da ocupação. Isto levou a divisões internas e a rivalidades com as forças armadas, que na sua maioria é constituída de antigos lutadores da liberdade.

Entre Abril e Maio, quando a disputa no seio das forçar armadas começou os distúrbios alargados que eventualmente levaram à queda do governo do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri e ao destacamento de tropas estrangeiras para Timor-Leste, a polícia desintegrou-se e tiveram lugar confrontos com os militares.

O pior incidente aconteceu em 25 de Maio, quando dez polícias desarmados, a quem tinha sido garantida uma passagem segura pela ONU, foram mortos e mais 30 foram feridos quando elementos párias das forças armadas abriram fogo. Os oficiais da polícia eram acusados de terem atacado o quartel-general dos militares um dia antes.

Contudo, os que estiveram envolvidos no desassossego dizem que a situação é ainda mais complicada.

“Vi alguns dos meus colegas polícias vestirem uniformes militares, carregarem espingardas M-16 e dispararem contra nós,” João ‘Zeca’ Quinamoco, um antigo oficial da polícia, que sobreviveu ao ataque, contou a chorar ao AKI.

“O que quero é reconciliação e perdão. Mas os oficiais de polícia que cometeram os crimes contra nós devem ser levados à justiça. A reconciliação sem justiça é um disparate,” acrescentou João, sublinhando as dificuldades de reconstruir a nação.

Honório Moniz, um outro antigo oficial da polícia, acusou o vice-comandante-geral da polícia de Timor-Leste Inspector Lino Saldanha.

“Ele estava lá em 25 de Maio, com outros. Vestiam uniformes militares e dispararam com M-16. Eles eram do leste do país,” disse enfatizando o divisor regional-étnico que foi também uma das causas da crise.

Os Timorenses do leste são conhecidos como 'lorosae', enquanto os do oeste são os 'loromonu'. Os primeiros acusaram os últimos de terem colaborado com a Indonésia durante a ocupação.

"É possível aceitá-lo de volta? Deviamos Respeitá-lo? Devíamos saudá-lo como nosso senior e comandante quando no passado foi um traidor para a instituição?" acrescentou.

Adnkronos International (AKI) seguiu a pista do Inspector Lino Saldanha que rejeitou as acusações.

“Rejeito totalmente esta acusação. Não tinha qualquer arma. Estava à frente de papéis e de computadores nessa altura. Isto é difamação grave,” disse.

Contudo, Saldanha concordou que a reconciliação devia vir com condições.

“É reconciliação é boa, mas os oficiais que directamente ou indirectamente deram armas a civis, e aqueles que fizeram acusações falsas, devem ser investigados e levados à justiça,” disse.

Em Timor-Leste, o policiamento está correntemente a ser feito principalmente pela Polícia da ONU (UNIPOL). O comandante em exercício da UNIPOL, Antero Lopes, recentemente disse que cerca de 900 polícias com base em Dili estão agora registados para um processo de escrutínio que começou no início de Setembro, como um pré-requisito para regressarem ao trabalho. Cinquenta deles, regressaram ao trabalho.

(Fsc/Gui/Aki)

Oct-13-06 12:19

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RESOLVING TIMOR-LESTE’S CRISIS - CAP II - Tradução da Margarida

Asia Report N°120
10 October 2006

RESOLVING TIMOR-LESTE’S CRISIS

II IMPLICAÇÕES DAS DIVISÕES DO TEMPO DA RESISTÊNCIA

Os problemas de Timor-Leste não podem ser compreendidos sem referência às lutas e traições no interior da resistência e durante a ocupação Indonésia. As divisões não são apenas entre aqueles que ficaram para trás para lutar e os que passaram a ocupação no estrangeiro. No seio da resistência com base em Timor, emergiram amargas linhas de acusações, (sendo) as mais notáveis em 1983-1984 entre os puritanos ideológicos e os que queriam criar uma frente nacional mais inclusiva. O chamado “grupo de Maputo”, os Timorenses que passaram muito da guerra em Angola e Moçambique, foi também despedaçado por diferenças de personalidades e lutas pelo poder. O fraccionismo é comum no interior de um movimento de guerrilha mas quando é transportado para um governo pós-conflito, o impacto pode ser devastador – especialmente num país tão pequeno como é Timor-Leste.

A. O INÍCIO DA FRETILIN

Virtualmente todos os actores chave na corrente crise são ou já foram membros da Frente Revolucionária para a Libertação de Timor-Leste (FRETILIN). Pró-independência e socialista, foi um dos vários partidos que emergiu na colónia Portuguesa como resultado imediato da “revolução dos cravos” de Lisboa em Abril de 1974.

Numa colónia que não tinha tradição de actividade política aberta, a emergência repentina de partidos levou a competição feroz e a lutas físicas, particularmente entre a FRETILIN e a mais conservadora, pró-autonomia (sob Portugal) União Democrática Timorense (UDT):

Cada partido apresentava [as suas] opiniões como de interesse nacional mas não tomava em consideração que somos todos povo de Timor.…Algumas vezes reparávamos que os partidos ficavam muito felizes quando os seus apoiantes vinham e diziam: “Batemos nesta pessoa” ou “Matámos aquela pessoa”; isso era visto como uma pequena vitória. Se um partido tinha a maioria das pessoas num sub-distrito, não deixavam que outros partidos fizessem campanha nessa área. E assim quando outros partidos iam a esses lugares, as pessoas atacavam, bloqueavam o seu caminho, boicotavam, atiravam pedras e batiam uns nos outros.

A Indonésia, entretanto, ficava cada vez mais alarmada pela perspectiva de um posto avançado comunista na sua fronteira e começou com um programa de infiltração, propaganda e desestabilização, do qual algumas das novas organizações políticas Timorenses se tornaram peões, intencionais ou não intencionais. Em 11 de Agosto de 1975, a UDT lançou uma acção militar, “de modo variado chamado um golpe, uma ‘tentativa de golpe’, um movimento e um levantamento” contra a FRETILIN. Depois de cerca de uma semana de ganhos sólidos da UDT, as forças da FRETILIN, que se chamavam a si próprias FALINTIL (Forças Armados de Libertação Nacional de Timor-Leste) bateram de volta sob o comando de Rogério Lobato, então o Timorense de mais alta posição nas forças armadas Portuguesas, que conseguiu persuadir muitos dos seus colegas soldados a juntarem-se nas fileiras da FRETILIN. Deste modo a FALINTIL nasceu não da luta contra a Indonésia mas como uma parte para uma guerra civil. Seguiu-se uma competição livre geral, não simplesmente a UDT contra a FRETILIN mas também diferentes constelações de grupos lutando uns contra outros em partes diferentes do país.

O preço mais alto de mortes foi nas áreas rurais onde explodiram em violência tensões com base em rixas de clãs há muito existentes e ressentimentos pessoais, intensificadas por mais recentes posições ideológicas de militantes de partidos.

A Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR), estabelecida depois da independência, estima que entre 1,500 e 3,000 morreram nessa altura, com a FRETILIN a cometer mais mas não todas as mortes. Ermera, uma fortaleza da UDT então e a base dos “peticionários” agora, foi o local de alguns dos piores excessos. Porque a FRETILIN tinha a maioria das tropas Timorenses das forças armadas coloniais ao seu lado, foi capaz de derrotar a UDT em rápida preparação; em Setembro de 1975, dezenas de milhares de membros da UDT estavam a fugir para o outro lado da fronteira para Timor Oeste. Lá, sob coacção, a liderança assinou uma petição requerendo a integração de Timor-Leste na Indonésia.

O curto período de controlo do território pela FRETILIN foi embaraçado desde o início por falta de pessoal e crescentemente sérias incursões Indonésias. Em 28 de Novembro de 1975, dois dias depois das forças armadas Indonésias terem ocupado militarmente Atabae, uma cidade a cerca de 40 km da fronteira de Timor Oeste, a FRETILIN declarou a independência e estabeleceu a República Democrática de Timor-Leste, com Xavier do Amaral como presidente e Nicolau Lobato como Primeiro-Ministro. Em 4 de Dezembro, três ministros do Gabinete Mari Alkatiri, ministro dos assuntos económicos e políticos; José Ramos Horta, ministro dos estrangeiros; e Rogério Lobato, ministro da defesa – foram para o estrangeiro procurar apoio diplomático e comprar armas. Passaram mais de vinte anos antes de regressarem.

A Indonésia lançou uma invasão de escala total em 7 de Dezembro de 1975, e apesar dos Timorenses terem algumas tropas razoavelmente bem treinadas e serem capazes de segurarem o seu terreno bastante bem durante três anos, no final de contas não estavam no mesmo nível da sua muito maior e melhor equipada forças armadas.

Enquanto o avanço Indonésio continuava, acompanhado por atrocidades frequentes, intensificaram-se as divisões no seio da FRETILIN sobre como responder. Irromperam divisões sobre o princípio da subordinação dos líderes militares aos políticos, mesmo quando os últimos eram jovens e inexperientes; sobre estratégias a adoptar em confrontar o inimigo; e sobre até onde a população civil devia ser incorporada na resistência. Em 1977, Xavier do Amaral argumentou a favor de autorizar os civis a capitularem; foi acusado de ser um traidor derrotista, deposto de presidente e substituído por Nicolau Lobato. O partido tomou uma linha marxista mais radical e limpou mais dissidentes.

As perdas foram pesadas. Se a FALINTIL foi capaz de ter em campo pelo menos 15,000 lutadores no primeiro ano da guerra, em 1980, só permaneciam alguns 700. Nicolau Lobato foi morto no fim de 1978, e as políticas de recolonização Indonésias resultaram numa enorme fome na qual morreram milhares. Em 1979, só restavam três membros do comité central a lutar nas montanhas, sendo um deles Xanana Gusmão.

B. A SUBIDA DAS FALINTIL

Em Março de 1981, os membros sobreviventes da liderança militar e política da FRETILIN reuniu-se para reagrupar. Entre os aprovados para membros do comité central estava Lere Anan Timor, mais tarde o chefe de pessoal das Forças de Defesa no Timor-Leste independente. Reconfirmados como membros no estrangeiro foram Mari Alkatiri, Rogério Lobato, José Ramos Horta, Roque Rodrigues, e Abílio Araújo. Xanana foi nomeado comissário político nacional bem como comandante da FALINTIL. O encontro produziu outro desenvolvimento notável: a primeira tentativa de uma frente nacional, o Conselho Nacional de Resistência Revolucionária (CRRN), como uma maneira de encorajar não membros do partido a juntarem-se à luta.

Até este ponto, o comité central da FRETILIN tinha sido o corpo mais importante da resistência. A partir de 1981, a luta armada substituiu a política, e foi o comando militar no terreno que prevaleceu – o que significa que Xanana tomou necessariamente um papel maior na tomada de decisões. Durante os dois anos seguintes, ele e outros líderes optaram por iniciar negociações com os Indonésios e estenderam a mão à Igreja Católica, que tinha mantido a FRETILIN à distância do braço. Fizeram também aberturas a outros partidos, e no interesse de uma frente unida, abandonaram o marxismo.

Estas políticas não eram populares com os da linha dura da FRETILIN, e em 1984, aconteceu uma divisão, tão amarga que em Setembro de 2006, foi aflorada em quase cada conversa sobre a crise corrente. Oficiais de topo da FALINTIL, que foram também membros do comité central da FRETILIN tentaram um golpe de Estado contra Xanana. Liderado pelo Chefe de Pessoal Kilik Wae Gae; Mauk Moruk (Paulo Gama), um comandante de brigada; e o vice do último, Oligari Asswain, falhou.

O resto foi pesado. Mauk Moruk rendeu-se aos Indonésios. O seu irmão, Cornelio Gama, mais conhecido como L-7 (Elle Sette), foi purgado, e apesar de ser recebido de volta mais tarde, desenvolveu uma base de poder separada na área de Baucau por meio de uma organização tipo seita, a Sagrada Familia. Oligari foi removido da FALINTIL e ressurgiu no Timor-Leste independente como líder de um grupo dissidente, o CPD-RDTL, que nos primeiros anos depois da partida dos Indonésios foi uma dor de cabeça de segurança maior para o governo de transição. Kilik morreu em circunstâncias disputadas; a sua mulher tornou-se um membro do comité central e eventualmente vice-ministra da administração do Estado no governo de Alkatiri. Quase vinte anos depois, Rogério Lobato foi capaz de manipular a raiva deixada desde 1984 para construir a sua própria base eleitoral.

O seguinte passo maior de Xanana, ainda mais controverso do que a sua estratégia de unidade nacional mas uma consequência natural (dela) foi separar a FALINTIL da FRETILIN, fazenda dela umas forças armadas não partidárias. Tinha proposto isso em 1984 mas actuou finalmente em 7 Dezembro 1987 e resignou da FRETILIN na mesma altura. No ano seguinte fundou o Conselho Nacional de Resistência Maubere (CNRM) como o mais alto corpo político da resistência; em 1989, nomeou José Ramos Horta como seu representante no estrangeiro, um gesto que não lhe ganhou aplausos do grupo de Maputo, liderado por Alkatiri, que tinha estado encarregado dos assuntos externos.

O divórcio FRETILIN-FALINTIL teve implicações profundas nas dinâmicas políticas de Timor-Leste no pós-conflito. Significou que a liderança política do partido estava concentrada na diáspora, particulamente com membros chave do comité central baseados em Angola e Moçambique, e aqueles que ficaram na FALINTIL até ao fim foram virtualmente todos homens de Xanana. E isso criou um divisor de águas entre o partido e os militares, e o partido e Xanana, depois da independência.

A FRETILIN DEPOIS DA INDEPENDÊNCIA

A FRETILIN na altura, contudo, manteve-se a componente mais importante da frente nacional front, primeiro a CNRM, e depois o seu sucessor, o Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT), criado em 1998 meses depois do Presidente Indonésio Soeharto cair do poder. O CNRT pela primeira vez incluiu líderes da UDT e mesmo dos Timorenses associados com o partido pró-integração, APODETI. Xanana Gusmão, por esta altura na prisão em Jakarta há cinco anos mas uma figura de crescente estatura internacional, foi eleito líder. Fendas entre ele e a liderança da FRETILIN foram tapadas sob os interesses da unidade nacional, mas depois de Alkatiri e muitos outros regressarem a Timor em 1999, vieram para a superfície, a ponto que em 2000, a FRETILIN deixou a CNRT. De acordo com Xanana, a causa precipitadora foi a acusação de Alkatiri de que estava a tentar arruinar a imagem da FRETILIN ao insistir que assumisse a responsabilidade por mater opositores ideológicos em 1975. De facto as diferenças entre os dois tinham-se acumulado durante mais de uma década.

Quando se realizaram as primeiras eleições gerais em Timor-Leste sob os auspícios da ONU em Agosto de 2001, antes da independência formal, era claro que a FRETILIN tinha um nome conhecido e uma infra-estructura de partido com que nenhum opositor se podia comparar. Ganhou 57 por cento dos votos. Alkatiri tornou-se ministro chefe, então, e depois da independência, primeiro-ministro. Xanana Gusmão foi eleito presidente em Abril de 2002 com 82 por cento dos votos mas tinha relativamente pouco poder. Apesar de acenos iniciais a um governo de unidade nacional que incluiria outros partidos, o comité central da FRETILIN estrangulou o Estado ao designar a maioria das posições chave no Gabinete a membros do partido. O Presidente do Parliamento Lu ‘Olo (Francisco Guterres) era também o presidente da FRETILIN.

Desde o início, as relações entre o presidente e o primeiro-ministro, parlamento, e vários ministros foram tensa, em parte porque o papel do presidente sob a constituição era tão limitado e o prestígio de Xanana tão grande. Alkatiri tinha a maioria do poder e fez inimigos com mais facilidade do que amigos. Em 2005, a Igreja Católica organizou uma manifestação de dezanove dias contra ele por causa da posição do governo sobre educação religiosa – o que significa que quando a crise corrente rebentou não foi vista como um árbitro neutro. Vários líderes de partidos da oposição que também foram antigos membros da FRETILIN descobriram na competição democrática novas maneiras para levantar reclamações muito antigas.

ROGÉRIO LOBATO

O homem que foi um problema para a FRETILIN, como foi para toda a gente, era o membro do comité central Rogério Lobato. Ao mesmo tempo que estava a ser retratado em muitos relatos dos media da crise corrente como o braço direito de Alkatir, a sua era mais um casamento forçado do que uma aliança natural. Rogério regressou a Timor-Leste em Outubro de 2000, depois das eleições, e começou imediatamente a causar problemas.

Tirou vantagem do alargado descontentamento nas fileiras da ex-FALINTIL depois da criação das Forças de Defesa Timorenses no princípio de 2001 ao alinhar com os descontentes na esperança de criar uma base de poder independente. Em Agosto de 2001, durante a campanha eleitoral e jogando o papel de primeiro comandante da FALINTIL, prometeu, sem detalhes, que dado que muitos lutadores não tinham sido absorvidos nas novas forças armadas que a FRETILIN criaria um “novo conceito” para os acomodar. Inicialmente não foi incluído no governo e ficou ressentido por apesar de ter sido ministro da defesa em 1975, não lhe ter sido dado esse papel em 2001. no princípio de 2002 organizou um grupo de veteranos ligado à FRETILIN a Associação dos Antigos Combatentes das Falintil, que competia com duas outras associações uma delas ligada a Xanana e á CNRT.

Em Maio de 2002, Rogério organizou vários milhares de ex-FALINTIL para marcharem em Dili, ostensivamente para celebrar a independência mas quase de certeza para mostrar que era uma força com que se devia contar. Em 20 de Maio, entrou para o conselho de ministros como ministro para a administração interior, fiscalizando o governo local e a polícia. Tinha jogado e ganhou em Alkatiri decidir que era uma ameaça menor dentro do governo do que fora. Depois prosseguiu a tentar transformar a polícia no seu próprio instrumento, numa maneira que feriu o governo, aprofundou brechas antigas, e teve consequências desastrosas na segurança interna.
Muitos dos polícias que Rogério herdou eram Timorenses que tinham trabalhado para os Indonésios mas que tinham sido verificados e renovado o contrato. O responsável do serviço da polícia, Paulo Martins, era um antigo oficial Indonésio. Durante a última metade de 2002, Lobato usou o seu apoio na comunidade dissidente para apagar a raiva contra este grupo, o que resultou em protestos violentos de rua, ao mesmo tempo que tratava de abrir o recrutamento para trazer os seus próprios homens. O resultado foi que um (número) significativo de elementos da polícia era mais leal a Rogério pessoalmente do que à instituição ou ao Estado. No seu discurso no dia da independência em 28 de Novembro de 2002, Xanana Gusmao pediu a resignação de Rogério, “por razões de incompetência e negligência”. Em Dezembro de 2002, Dili irrompeu em perturbações depois da polícia ter gerido mal a prisão de um estudante. Os desordeiros queimaram a casa de Mari Alkatiri e muitos perguntaram: “Estava Rogério Lobato por detrás disto, também?”


2 Testemunho de Xanana Gusmão, Chega! [Enough!], “Relatório da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação, CAVR), capítulo 3, para 100. (edição Inglesa). O relatório da CAVR, é um registo com 2,500-páginas de abusos de direitos humanos cometidos por vários partidos entre 1974 e1999, também constitui uma história extraordinária da resistência.

3 Ibid, capítulo 3, paras 139-149. Membros da UDT disseram à CAVR que a acção não visava a FRETILIN per se mas para se verem livres dos elementos comunistas no seio da FRETILIN ae tomarem o controlo do processo de descolonização.

4 Edward Rees, “Under Pressure, FALINTIL: Three Decades of Defence Force Development in Timor-Leste”, Geneva Centre for the Democratic Control of the Armed Forces, 2004. pp. 36-37. Cita Xanana Gusmao dizendo num discurso de 2003 que a “FALINTIL nasceu sob a tutela de um partido político, a FRETILIN, para lutar contra outro partido político a UDT”.

5 CAVR, capítulo 3, para 149.

6 Rees, “Under Pressure”, op. cit., p. 37. A própria FALINTIL clama ter tido 27,000 lutadores em 1975.

7 Lobato foi ao mesmo tempo presidente da RDTL, presidente da FRETILIN e comissário político para Estado Geral da FALINTIL. Ver CAVR, op. cit., capítulo 5, para 29.

8 Ibid.

9 Os outros dois foram Fernando Txay e Mau Hunu (Antonio Manuel Gomes da Costa) CAVR, op. cit., capítulo 5, para 95.

10 Ibid.

11 Ibid, capítulo 5, para 110-111.

12 Um cessar-fogo de cinco meses negociado em 1983 acabou com um confronto em, Viqueque em August 1983 que levou a um massacre de civis pelo exército Indonésio. Como resultado, uma outra figura na crise corrente juntou-se à FALINTIL. Falur Rate Laek, agora comandante do Batalhão I das forças armadas de Timor-Leste, tinha estado a trabalhar como auxiliar do exército Indonésio. O massacre levou-o a mudar de lado. Rees, “Under Pressure”, op. cit. p. 41.

13 CAVR, capítulo 5, para 116-118.

14 Ibid, capítulo 5, para 120-123. Uma explicação alternativa é que os líderes do golpe estavam decepcionados porque tinham sido recentemente despromovidos.

15 Rees, “Under Pressure”, op. cit., p. 41.

16 O grupo de Maputo estava também incomodado por brechas e outros problemas. Rogério Lobato tinha sido preso em 1983 em Angola com acusações de contrabando de diamantes. Depois de libertado continuou a causar problemas e foi responsável numa altura por um ataque a José Ramos Horta. Em 1989 escreveu a Xanana para se queixar de Mari Alkatiri. Não estava também em boas relações com Roque Rodrigues, que mais tarde se tornou ministro de efesa.

17 Rees, “Under Pressure,” op.cit., p. 45.

18 Os eleitores Timorenses em 20 Agosto de 2001 escolherem membros para uma assembleia constituinte, encarregada de escrever uma constituição em 90 dias. Os 57 por cento dos votos da FRETILIN deram-lhe 55 em 88 lugares. A constituição que demorou mais do que se esperava foi finalmente adoptada em Março de 2002, estipulou que a assembleia constituinte se transformaria ela própria num parlamento depois das eleições presidenciais em Abril de 2002.
19 “Institutional Tensions and Public Perceptions of the East Timor Police Service (TLPS) and the East Timor Defence Force (F-F-FDTL)”, UNMISET comunicação emitida em, Novembro 2002.

20 Rees. “Under Pressure”, op. cit., p.49, fn. 146.

21 Ibid, p. 52.

22 Ibid, p. 53.

RESOLVING TIMOR-LESTE’S CRISIS - CAP I - Tradução da Margarida

Asia Report N°120

10 October 2006
RESOLVING TIMOR-LESTE’S CRISIS

I. INTRODUÇÃO

A pior crise política na curta história de Timor-Leste não acabou. A capital Dili, sacudida pela violência em Abril e Maio de 2006, está relativamente calma mas tensa, as suas ruas patrulhadas por forças internacionais. Mais de 100,000 pessoas mantém-se deslocadas, com o recolher obrigatório de facto no lugar. Membros chave da elite política ainda estão desavindas.
Espera-se que uma comissão de inquérito nomeada pela ONU publique o seu relatório em meados de Outubro; as suas conclusões serão ambas críticas para se acabar e potencialmente explosivas.
Ian Martin, o enviado especial de Kofi Annan a Timor-Leste, disse em Agosto ao Conselho de Segurança que “isto não é sobre Timor-Leste ser um Estado falhado. Em vez disso é sobre a luta de um Estado com quarto anos para se firmar nos seus próprios pés e aprender a praticar a governação democrática”.
Mas é também sobre muito mais: como é que uma força de guerrilha faz a transição da guerra para a paz e como se constroem instituições de segurança do zero. A crise enfatiza a importância de estratégias bem pensadas de pós-conflito lado a lado de desmobilização e integração e como decisões pobres no início da transição podem ter consequências desastrosas mais tarde. Ilumina áreas chave onde correu mal o processo de construção da paz da ONU, mais por causa da passividade do que por qualquer outra coisa. E mostra como se torna infinitamente mais difícil a resolução da crise quando os líderes políticos permitem que os problemas apodreçam.

A crise imediata começou em Janeiro de 2006, quando soldados submeteram uma petição a líderes de topo do governo alegando discriminação nas forças armadas. As alegações não eram novas mas foram feitas numa atmosfera envenenada por manipulação política que levou a que polícias e militares se dividissem internamente e (ficassem) uns contra os outros. As intervenções do então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri e do Presidente Xanana Gusmão, que tinham visões radicalmente diferentes para onde o país se devia encaminhar e bases de poder mutuamente antagónicas, muitas vezes tornaram as coisas piores. As divisões este-oeste no seio das forças de segurança foram transferidas para as ruas de Dili, levando eventualmente a ataques por gente do oeste (loromonu) sobre os do leste (lorosae), e a criação de uma nova geração de deslocados.

Este relatório descreve como a crise emergiu e identifica medidas chabe necessárias para a resolver, mas não é de todo claro que estas medidas possam ou venham a ser adoptadas. Os problemas de Timor-Leste tornam-se mais difíceis por o país ser tão pequeno e a elite política ainda mais pequena. Toda a crise, as suas origens e soluções, giram à volta de menos de dez pessoas, que têm uma história partilhada desde há 30 anos. Incluem o Presidente Gusmão; o antigo Primeiro-Ministro (e Secretário-Geral da FRETILIN) Mari Alkatiri; o antigo Ministro do Interior e Vice-Presidente da FRETILIN Rogério Lobato; o Primeiro-Ministro José Ramos Horta; o Comandante das Forças de Defesa, Brig. Gen. Taur Matan Ruak; o seu chefe de gabinete, Cor. Lere Anan Timor; a Ministra para a Administração do Estado Ana Pessoa; e o Ministro da Defesa Roque Rodrigues. Estes indivíduos, fundadores de Timor-Leste, podem ter produzido um governo disfuncional mas cada um tem um papel para o pôr a trabalhar outra vez – nalguns casos, saindo.

Neste ambiente um novo e alargado esforço da ONU, a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT), joga um papel essencial. Tem a tarefa de “consolidar a estabilidade, aumentar a cultura de governação democrática, e facilitar o diálogo entre as partes Timorenses”. Muito depende da habilidade, experiência e personalidade do seu responsável. Passividade do tipo que marcou a liderança das duas últimas missões da ONU não ajudarão o país dentro desta crise.

Alguma intervenção criativa, contudo, particularmente entre agora e as eleições agendadas para Maio de 2007, podia ajudar a pôr o pais de volta no caminho.

1 Resolução do Conselho de Segurança da ONU 1704 S/RES/1704/2006, 25 Agosto 2006.

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Peacekeepers prepare for E Timor unrest

ABC News Online
Saturday, October 14, 2006. 9:07am (AEST)

International forces in East Timor are preparing for a possible outbreak of violence, with the United Nations set to name people suspected of inciting recent unrest.

A UN Commission of Inquiry is expected to hand down its findings early next week into who was behind the many killings and violence which erupted in April.

It is tipped to blame up to 100 people for inciting the violence, which has caused about 30 deaths since April.
The UN is slowly increasing its police numbers in Dili and hopes to have around half of the final peacekeeping contingent of 1,600 in place later this month.

The deputy commander of Australian forces, Colonel Malcolm Rerden, says he is not too concerned about the prospect of violence.

"We don't believe that there's going to be anything on the scale that has been seen here ... in the crisis period of April-May," he said.

"But we are prepared for all situations and we have very well developed contingency plans to deal with all situations."

Colonel Rerden says his forces are well prepared.

"In terms of the security forces we have on the ground, both the UNPOL police and the international military forces, we have got sufficient forces to maintain security in the event of any untoward circumstances," he said.

There are widespread fears the report could provoke further violence by those wanting instant justice, but Prime Minister Jose Ramos Horta has said he is confident the country will remain calm.

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Dos leitores

Os comentários só podem ir no sentido do E S P A N T O.

Timor-Leste não é um país nem um Estado de Direito, pelos vistos, tal é a bagunça para que e os golpistas o conduziram.

É ridiculo o que se está a passar em TL e são ridiculos os intervenientes que chegam à fala com o foragido Reinado. Agora até Antero Lopes, da ONU, foi arregimentado por Slater e restantes aussies.

- Então o senhor Major Reinado como quer fazer para voltar para a prisâo? - perguntaram.
Reinado responde duro e ameaça que está fortemente armado, que quer limpar o nome, que os tribunais não prestam, etc, etc.

- Ó senhor Major, mas nós somos seus amigos... Vá lá, entregue-se e depois se não gostar das condições foge outra vez. - imploram o Procurador e o Antero, enquanto Slater pisca o olho a Reinado e sorri dos submissos...

Seria caso para rir, ás gargalhadas, se não tivessem já morrido muitas pessoas e continuem a morrer e a sofrer tantos timorenses.

Arre, que é demais!

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O quê? O Reinado não quiz voltar para a prisão? Grande maroto!... Deve ser por ter ficado até tarde a ver a procissão das velas em Fátima e por hoje ser sexta-feira 13. É muito supersticioso e tinha medo de lhe cair uma manga na cabeça!
Amanhã ele vai de certeza... Aposto duas mangas e três cenouras! Quem aceita a aposta?

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Mas que palhaçada!

E agora? Reinado não quer voltar para a prisão, e ninguém vai atrás dele.

E Ramos-Horta avisa forças internacionais para não provocarem incidentes que provoquem mortes ou feridos…

Reinado ri, ri, ri.

Autoridade do Estado? Nula!

O circo continua.

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Brilhantes estratégias, sim senhor.

Reinado reina em Timor, nas barbas da UN...

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Parabéns a Timor-Leste pela medalha de bronze que conquistou no vólei feminino!

(enviado por H. Correia).

Secretary-General appoints team of experts for next year’s Timor-Leste elections

UN News Centre - 13 October 2006


United Nations Secretary-General Kofi Annan today appointed a team of high-level experts to verify next year’s presidential and parliamentary elections in Timor-Leste, part of the world body’s continuing assistance to the tiny South East Asian nation that it shepherded to independence in 2002.

“The Secretary-General sees next year’s elections as an important step on the path to peace and stability in Timor-Leste, and reaffirms the determination of the United Nations to do its part in supporting a credible and transparent electoral process,” he said in a statement issued by his spokesman in New York.

“They will work independently of the United Nations Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT), and will submit their findings and recommendations to the Secretary-General and the Timor-Leste authorities,” the statement said, adding that the three-person team will “verify the satisfactory conduct of each phase of the electoral process.”

The members of the team are Ms. Lucinda Almeida of Portugal, Mr. Reginald Austin of Zimbabwe and Mr. Michael Maley of Australia.

The Security Council created the expanded UNMIT in August to help restore order in Timor-Leste after a crisis attributed to differences between eastern and western regions erupted in April with the firing of 600 striking soldiers, a third of the armed forces. Ensuing violence claimed at least 37 lives and drove 155,000 people, 15 per cent of the total population, from their homes.

Over 50,000 internally displaced persons (IDPs) are still living in makeshift camps in and around the capital Dili, while low level fighting continues in the streets. Earlier this week, the Secretary-General’s Acting Special Representative Finn Reske-Nielsen said that restoring public security is an absolute necessity in the country

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UN Department Public Information - 13 October 2006

Secretary-General SG/SM/10682

SECRETARY-GENERAL APPOINTS HIGH-LEVEL EXPERT TEAM TO ASSIST TIMOR-LESTE ELECTORAL PROCESS

The following statement was issued today by the Spokesman for UN Secretary-General Kofi Annan:

As part of the assistance being provided by the United Nations for the presidential and parliamentary elections scheduled to be held in Timor-Leste in 2007, the Secretary-General has appointed a team of high-level electoral experts to verify the satisfactory conduct of each phase of the electoral process.

The members of the team are Lucinda Almeida of Portugal, Reginald Austin of Zimbabwe and Michael Maley of Australia. They will work independently of the United Nations Integrated Mission in Timor-Leste, and will submit their findings and recommendations to the Secretary-General and the Timor-Leste authorities.

The Secretary-General sees next year’s elections as an important step on the path to peace and stability in Timor-Leste, and reaffirms the determination of the United Nations to do its part in supporting a credible and transparent electoral process.

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PSP: Contingente de 17 elementos parte domingo para Timor-Leste

Lisboa, 13 Out (Lusa) - Um contingente de 17 elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) parte domingo para Timor-Leste, no âmbito da participação de Portugal na força de segurança da ONU no território, disse hoje à Lusa fonte da Direcção Nacional.

Os primeiros 17 elementos de um total de 58 embarcam domingo de manhã do aeroporto militar de Figo Maduro, rumo a Timor-Leste.

A viagem de um segundo grupo, composto por 20 elementos, está marcada para três dias depois (quarta-feira).

A mesma fonte indicou que a partida dos restantes 23 polícias ainda não tem data marcada.

O contingente da PSP é formado por elementos de várias especializações e mais de metade já tem experiência policial naquele país.

De acordo com a fonte, os polícias irão dar formação e apoio em diversas áreas, nomeadamente comando e planeamento, informações policiais, apoio à vítima, ordem pública, investigação criminal e protecção e segurança pessoal.

A força de segurança da ONU estacionada em Timor-Leste é composta por elementos de vários países, entre os quais Portugal, Austrália e Malásia, sendo comandada pelo sub-intendente Antero Lopes, da PSP.

CC-Lusa/Fim

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Ex-primeiro-ministro timorense condena interpretações pessoais no lugar de factos

Jornal da Madeira - 13 de Outubro de 2006


Alkatiri critica relatório falho de “objectividade”

Mari Alkatiri manifestou-se em tom crítico relativamente ao relatório divulgado, terça-feira, pelo International Crisis Group, intitulado "Resolver a Crise em Timor-Leste". Para o ex-primeiro-ministro timorense, o documento enferma de "falta de objectividade" e de "seriedade intelectual".


A Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) aprazou para "dentro de dias" a divulgação do relatório da comissão de inquérito que identificará os responsáveis pela violência ocorrida no país nos meses de Abril e Maio.

O ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri denunciou, ontem, a "falta de objectividade" e de "seriedade intelectual" do relatório divulgado, terça-feira, pelo International Crisis Group (ICG), intitulado "Resolver a Crise em Timor-Leste", que acusou basear-se em "pressupostos preconceituosos".

Na sua reacção, distribuída pelo Departamento de Informação e Mobilização da FRETILIN, partido maioritário timorense, que lidera, Alkatiri refere que o relatório é da autoria de Sydney Jones, lamentando que "use o nome de uma organização respeitável para transmitir uma mensagem muito pouco objectiva".

“Interpretações pessoais” em vez de referir factos

"A autora esconde-se atrás da credibilidade do ICG para transmitir opiniões e recomendações baseadas em interpretações pessoais e factos falsos, rumores e boatos em vez de apresentar factos a partir de uma pesquisa séria e objectiva", acrescentou Alkatiri.

O relatório foi divulgado, terça-feira, e, ao longo de 32 páginas, o ICG analisa a crise iniciada no início do ano com a petição de um grupo de militares que se queixava de discriminação e a violência que se seguiu, até à entrada em cena de forças internacionais e à aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma nova missão alargada para Timor-Leste.

Nas conclusões do texto, o ICG salienta que o Presidente Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem abster-se de participar nas eleições previstas para 2007 em Timor-Leste, caso contrário a situação pode voltar a degenerar em violência.

"Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem pensar no impensável ­ esquecer qualquer papel nas eleições para que novos líderes possam emergir", lê-se nas conclusões.

Mari Alkatiri acusa designadamente a autora do relatório de "combinar peças perdidas numa tentativa de montar um quebra-cabeças inexistente, descrevendo um quadro rico em labirintos conspirativos dignos de Agatha Christie".

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Notícias - em inglês traduzidas pela Margarida

UNMIT – Revista dos Media Diários Review
Sexta-feira, 13 Outubro 2006

Reportagens dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

Recomendação do ICG é contra a Convenção

O deputado Clementino Amaral (KOTA) disse que o relatório do International Crisis Group, que recomenda que entre outros líderes, o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri e o Presidente Gusmão não se deviam envolver nas eleições de 2007, é contra a Convenção dos Direitos Políticos e Civis. Amaral disse ainda que a recomendação não é adequada porque toda a gente está ainda à espera do resultado da COI e que não seria democrático se o grupo já teve acesso ao relatório. O Presidente do ETPA, Cecilio Caminha disse que a recomendação é boa mas que o governo de Timor-Leste já adoptou e aprovou a convenção, por isso os seus cidadãos têm o direito de votar e de serem activos politicamente se assim o quiserem. Outros líderes políticos são da mesma opinião, dizendo que ninguém os pode travar de serem activos na política. (STL)

A UNPOL parará a violência

O Comissário da Polícia em exercício, Antero Lopes disse durante a conferência de imprensa, na Quinta-feira que a polícia da ONU montará a segurança em Dili, nos distritos e sub-distritos a tempo para a saída do relatório da COI. Lopes disse que no momento estão 648 polícias de 13 nações e que estão para chegar mais 200 polícias de 20 nações na próxima semana e que a polícia não tolerará mais violência. Lopez disse que a UNPOL tomará posições firmes sobre as pessoas que cometerem violência. Sobre a questão das armas, Lopes disse que um total de cerca de 232 armas ainda não foram entregues pelos oficiais da PNTL, realçando que 100 destas são pistolas. Durante a conferência de imprensa, Antero também disse que o Presidente Gusmão nunca interferiu no trabalho das forças internacionais em deter o Major Alfredo que correntemente anda escondido. Disse que a UNPOL identificou que o caso de Colmera tem ligação com o esfaqueamento do empregado do STAE, dizendo que em breve a polícia deterá os envolvidos no crime, acrescentando que não está relacionado com a crise recente.

O Comandante em exercício da Joint Stabilisation Force, o Tenente- Coronel Rerden disse que as forces da Austrália e da Nova Zelândia continuam a colaborar com a UNPOL dando segurança à população. Noutro artigo o Comandante Rerden disse que as Forças Internacionais recapturaram dois presos que fugiram com o grupo do Major Alfredo.

Na mesma conferência de imprensa o SRSG em exercício Finn Reske-Nielsen disse que o relatório do COI sairá nos próximos 8 dias, acrescentando que muitos partidos políticos têm pedido à UNMIT pela emissão rápida do documento mas disse que não era possível porque as traduções ainda não estão completas. Reske-Nielsen disse ainda que a UNMIT tem consultado todos os líderes Timorenses e a sociedade civil para (pedir-lhes) que recebam o relatório com humildade e serenidade. O SRSG em exercício disse que recebeu bem o apelo conjunto feito pelo Presidente da República, o Primeiro-Ministro e o Presidente do Parlamento Nacional, para a população se manter calma e continuar com as suas actividades diárias. (STL, TP)

Diálogo com base em proximidade política

Maria Domingas Fernandes Alves, coordenadora da Comissão do Diálogo e Reintegração Comunitária disse que o diálogo agendado analisará primeiro a proximidade política de modo a criar um ambiente de compreensão. Alves disse que a comissão só facilitará o regresso da população às suas casas e que o objectivo e foco do diálogo é sobre os jovens. Disse que é um trabalho difícil e complexo tentar convencer os jovens a participarem no diálogo, acrescentando que será necessário começar ao nível das bases. Entretanto, um membro da mesma comissão, João ‘Choque’ da Silva disse que apesar das dificuldades que a comissão enfrenta é tempo para os jovens Timorenses se perdoarem uns aos outros. Disse que os Timorenses perdoaram os Indonésios e que hoje há muitos Indonésios a viver em Timor-Leste, por isso porque é que os Timorenses não se podem perdoar uns aos outros? (STL)

RTTL Reportagem de Monitorização de Notícias
13 – 10 – 2006

Timor-Leste receberá os resultados da COI: A/SRSG

A RTTL relatou que o SRSG em exercício, Mr. Finn Reske-Nielsen disse que o povo de Timor-Leste receberá o resultado da Comissão de Inquérito quando sair. Disse que durante este tempo a UNMIT consultou todos os componentes e a sociedade civil sobre os resultados do COI. O Comissário da UNPOL Antero Lopes declarou que a UNPOL garantirá a segurança das pessoas em Timor-Leste. Sobre os presos que fugiram da prisão, Lopes declarou que dois foram apanhados e estão de volta à prisão.

Discussão da lei eleitoral no Parlamento Nacional:

Vicente Guterres, Presidente da Comissão A declarou que a discussão da lei eleitoral acabou e que a Comissão A elaborará todas as ideias para submetê-las ao plenário para discussão. O Ministro do Planeamento e Finanças declarou que o orçamento para as eleições gerais de 2007 é da ordem dos US $10,000,000. A Ministra de Estado Ana Pessoa declarou que é necessário ter a lei da Comissão Nacional Eleitoral e depois trabalharão como um órgão independente. Na mesma ocasião Sebastião Dias Ximenes, o Provedor dos Direitos Humanos e Justiça, declarou que como uma instituição não têm tendência política para a lei eleitoral; que se limitam a submeter opiniões e recomendações ao Parlamento Nacional em relação às duas propostas de lei eleitoral que ainda estão a ser discutidas no Parlamento Nacional.

Lista dos Partidos Políticos:

O Ministro da Justiça Domingos Sarmento declarou que já há 15 partidos políticos na lista. Disse que 8 partidos políticos já foram aprovados pelo Tribunal de Recurso. Disse que só um partido fora rejeitado pelo tribunal de recurso, e que é o Partido PDC versão partido Olandina.

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Antigo PM de Timor-Leste rejeita conclusões de relatório sobre o desassossego

LISBOA, Outubro 12 (AFP) – O deposto primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, rejeitou na Quinta-feira um relatório dum grupo de prevenção de conflito que recomendava que ele e o Presidente Xanana Gusmão não entrassem nas eleições gerais do próximo ano para reduzir as tensões no mais novo país da Ásia.

O International Crisis Group com base em Bruxelas culpou os confrontos mortais entre facções rivais armadas que inundaram Dili em Abril e Maio numa rivalidade há muito existente entre dois homens no relatório publicado na Terça-feira.

O relatório disse que divisões internas põem as maiores ameaças às eleições e que "a mais importante garantia contra a violência podia ser se as duas figuras mais controversas na capital desistissem de concorrem a estas eleições voluntariamente."

Avisou Gusmão e Alkatiri "para pensarem o impensável – não terem qualquer papel nas eleições de 2007 para que novos líderes possam emergir."

Mas numa entrevista publicada no diário Português Público, Alkatiri disse que as conclusões do relatório eram "uma maneira simplista de compreender o que aconteceu no passado em Timor-Leste."

" Não quero é que se reduza o conflito a duas pessoas – Xanana Gusmão e eu próprio. E muito menos que se veja a situação de hoje como o resultado de velhos conflitos," acrescentou.

Alkatiri resignou como primeiro-ministro sob pressão em Junho a seguir a uma vaga de desassossego na qual mais de 30 pessoas foram mortas e um estimado doutras 100,000 foram deslocadas.

A violência irrompeu depois de Alkatiri ter despedido mais de um terço das suas forças armadas e isso levou ao destacamento para Timor-Leste de mais de 3,200 tropas internacionais da Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal.

Alkatiri foi substituído no posto de primeiro-ministro por José Ramos-Horta, um vencedor do prémio Nobel da Paz e o representante de Timor-Leste no estrangeiro durante a sua luta para se libertar da ocupação Indonésia que durou de 1975 a 1999.

Uma colónia Portuguesa negligenciada durante centenas de anos antes da ocupação Indonésia, Timor-Leste é um dos países mais pobres do mundo em termos de rendimentos mas tem recursos consideráveis de petróleo e gás natural que estão a começar a serem explorados.

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Bispo Católico de Timor-Leste pede calma antes da saída das conclusões da comissão de inquérito

UCANews/Catholic online - 12 Outubro 2006

DILI, Timor-Leste (UCAN) – O bispo da Diocese Católica de Dili apelou à calma em anticipação da publicação das conclusões da comissão que investigou a violência desestabilizadora que ocorreu em Timor-Leste durante Abril e Maio.

"Devemos pôr paz e calma nos nossos corações para ver os resultados da comissão de inquérito, porque será um passo positivo para a verdade e justiça," disse o Bispo Alberto Ricardo da Silva quando falou aos media em 6 de Outubro.

A Comissão de Inquérito Internacional foi montada em 8 de Junho a pedido do então ministro dos estrangeiros José Ramos-Horta, que subsequentemente se tornou o primeiro-ministro depois de Mari Alkatiri ter resignado como responsável do governo. À comissão foi dato um mandato para estabelecer os factos que rodearam os protestos de soldados em 28-29de Abril, a morte de 9 polícias em 25 de Maio e a resultante guerra de gangs, pilhagens e fogos postos que clamaram pelo menos ao todo 21 vidas. Vai também recomendar medidas para levar os responsáveis à justiça.

Manifestantes das forças armadas e os seus simpatizantes tomaram as ruas da capital em 28-29 de Abril com apelos à reinstalação de 591 soldados que tinham sido demitidos por Alkatiri em Fevereiro depois de terem protestado contra alegadas discriminações. As conclusões estavam previstas terem sido publicadas em 8 de Outubro mas estão ainda a ser traduzidas para Indonésio, Português e Tétum, as línguas principais usadas em Timor-Leste.

O Bispo da Silva acrescentou que os resultados provavelmente serão dolorosos para alguns líderes, instituições e sociedade civil, mas devem ser bem recebidos como uma maneira para reconstruir os direitos humanos e a justiça no país. "Gostaria de pedir a todo o povo de Timor-Leste para aceitar (o relatório) sem violência," apelou.

O Vigário-Geral da Diocese de Dili, Padre Apolinario Aparicio Guteres, disse também que as pessoas devem aceitar completamente o resultado e as recomendações da comissão. "Acredito que o resultado reconstruirá a paz e a justiça, porque a justice deve vir da verdade e é isto que as pessoas esperam," disse o Padre Guteres à UCA News em 9 de Outubro.

José Edmundo Caetano, um advogado da Comissão para a Paz e Justiça da Diocese de Dili Diocese, disse à UCA News em 10 de Outubro que está preocupado com o que pode acontecer depois da comissão publicar o seu relatório. Urgiu o governo a garantir a segurança, de outro modo a situação pode deteriorar-se. "Há uma grande possibilidade de poder irromper mais violência. Pode haver grupos que não fiquem contestes com os resultados e que usem a violência para protestar," disse. O advogado relatou que houve mais gente a refugiar-se nas suas casas nos distritos for a da capital quando rumores de violência se espalharam nas ruas. "Nunca se sabe o que pode acontecer no futuro. Às vezes os rumores são verdadeiros. Por isso é melhor salvarem-se as vidas," disse.

O Padre José Soares, que serve na Catedral da Imaculada Conceição em Dili, diz que o grande problema pode ser no seio dos militares.

"Penso que o número um de potencial para a violência está nos militares. Se alguns dos oficiais militares forem indicados como responsáveis, espero que possam aceitar a responsabilidade. Se não, podem fugir com os seus subordinados e lançarem uma Guerra de guerrilha que poderia pôr a nação em risco," disse o padre à UCA News. Os partidos políticos podem também ser uma fonte de conflito se houver líderes políticos citados no relatório, acrescentou. Mas disse que acredita que os líderes do país têm maturidade política para assumir a responsabilidade da crise. "Os líderes devem estar preparados se forem acusados – isto é para o bem da nação," declarou o Padre Soares.

Um estudante universitário, Marcelo Dias, disse à UCA News em 11 de Outubro que espera os resultados do relatório de modo a ver a justiça feita. "Os envolvidos no caos devem ser levados a tribunal," disse. Dias duvida que o sistema judicial seja capaz de levar os culpados à justiça, mas apelou para agirem corajosamente. "Penso que as pessoas gostariam de ver o sistema judicial de Timor-Leste a implementar a justiça, de outro modo elas poderiam implementar justiça por elas o que levaria a mais violência." Marcelo está optimista com a segurança, contudo, citando a presença dos boinas azuis da ONU no país.

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Bispo de Timor convida a evitar nova violência

Catholic Telecommunications (Australia) - 12 October, 2006 - 23:47 (GMT)

Enquanto Timor-Leste espera a publicação do relatório de inquérito à violência de meados do ano que levou à resignação do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, o Bispo de Dili e outros líderes da Igreja têm apelado à aceitação calma das conclusões do inquérito.

"Devemos pôr paz e calma nos nossos corações para ver os resultados da comissão de inquérito, porque será um passo positivo para a verdade e a justiça," disse o Bispo de Dili Alberto Ricardo da Silva aos repórteres esta semana conforme um relato da UCA News.

A Comissão Independente Internacional de inquérito foi montada em Junho a pedido do então ministro dos estrangeiros José Ramos-Horta, que subsequentemente se tornou o primeiro-ministro depois de Mari Alkatiri ter resignado como responsável do governo.

O mandato da comissão foi estabelecer os factos que rodearam os protestos de 28-29 Abril por soldados, a morte de 9 oficiais da polícia em 25 de Maio e a resultante luta de gangs, pilhagens e fogos postos que reclamaram pelo menos 21 vidas no total. É também para recomendar medidas para levar os responsáveis à justiça.

Manifestantes das forças armadas e simpatizantes seus tomaram as ruas da capital com apelos para a reinstalação de 591 soldados que tinham sido despedidos pelo Dr Alkatiri em Fevereiro depois de terem protestado contra alegada discriminação.

Tinha sido previsto a publicação das conclusões em 8 Outubro mas estão ainda a serem traduzidas em Indonésio, Português e Tétum, as línguas principais faladas em Timor-Leste.

O Bispo da Silva acrescentou que os resultados provavelmente serão dolorosos para alguns líderes, instituições e sociedade civil, mas (que) devem ser bem recebidos como uma maneira de reconstruir os direitos humanos e a justiça no país. "Gostaria de pedir a toda a gente de Timor-Leste para os aceitar sem violência," apelou.

O Vigário-Geral da diocese de Dili, Fr Apolinario Aparicio Guteres, também disse que as pessoas devem aceitar totalmente os resultados e as recomendações da comissão.

"Acredito que o resultado reconstruirá a paz e a justiça, porque a justice deve vir da verdade, e é isto o que as pessoas esperam," disse Fr Guteres à UCA News no princípio desta semana.

José Edmundo Caetano, um advogado da Comissão para a Paz e a Justiça da diocese de Dili, também disse à UCA News que se preocupa com o que poderá acontecer depois da comissão publicar o relatório.

Urgiu com o governo para garantir a segurança, de outro modo a situação pode deteriorar. "Há uma grande possibilidade de poder irromper mais violência. Pode haver alguns grupos que não fiquem contentes com os resultados e que usem a violência para protestar," disse.

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PM promete tropas 'adequadas' a Timor-Leste

The Australian
Por Sandra O'Malley
Outubro 12, 2006

A Austrália está a prometer deixar tropas "adequadas" em Timor-Leste, que planeia dizer à ONU que não precisa de capacetes azuis.

O Primeiro-Ministro John Howard disse hoje ao Primeiro-Ministro Timorense José Ramos-Horta que tropas Australianas se manterão no seu país para garantir a sua paz e estabilidade.

"Garanti ao Primeiro-Ministro o compromisso em curso da Austrália com a estabilidade do seu país e a nossa vontade em manter um nível adequado de força em Timor-Leste," disse.

"Obviamente no longo termo o futuro deste país descansa nos ombros dos seus cidadãos e isso é algo que compreendemos totalmente."

A Austrália mandou tropas para Dili em Maio para acalmar a violência mortal entre amotinados e polícias, que devastaram a pequena nação.

Têm sido assistidos pela Nova Zelândia, Malásia e Portugal, bem como pela Polícia Federal Australiana.

Mr Howard prometeu que o nível corrente de tropas de cerca de 950 se manterá no momento.

"Não temos qualquer intenção neste momento de reduzir," disse.

"Não quer dizer que algures no futuro, não seja apropriada uma redução, sob conselho militar adequado."

Com o compromisso liderado pelos Australianos, o Dr Ramos-Horta acredita que uma força de capacetes azuis da ONU que (está) a ser considerada para o país pode não ser necessária.

Agradeceu à Austrália por comprometer as suas tropas até pelo menos às eleições no próximo ano.

E disse à ONU que o arranjo corrente com a Austrália estava a correr bem e que as forças da ONU podiam ser melhor usadas noutros lugares.

"(A) força bilateral liderada pela Austrália desde Maio até hoje tem trabalho muito efectivamente e como a ONU está esticada demais em tantos outros conflitos importantes ... nós no lado Timorense não devemos empurrar tanto por capacetes azuis da ONU, só por empurrar," disse Dr Ramos-Horta.

O porta-voz dos negócios estrangeiros dos Trabalhistas Kevin Rudd urgiu a Austrália a não retirar as suas tropas cedo demais.

Mr Rudd avisou que as lutes tinham regressado a Timor no princípio deste ano porque a Austrália tinha removido os seus soldados cedo demais.

"Houve um problema no passado e esse problema em parte levantou-se porque a Austrália retirou as suas tropas de Timor-Leste cedo demais," disse.

"Acreditamos que não podemos permitir que ocorra um vácuo de segurança. Precisamos em particular de garantir que a segurança sirva de base para as próximas eleições Timorenses."

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As Nações Unidas criticam Gusmão e líderes

News.com.au
Por Mark Dodd and Sid Marris
Outubro 13, 2006 01:00am

Ao Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão e o seu antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri foram feitas críticas num relatório da ONU à violência de Abril passado.

Pensa-se que o relatório de larga escala seja uma avaliação brutal da ruptura do controlo que culminou no destacamento duma força liderada pelos Australianos.

O relatório da ONU, cuja saída se espera na próxima semana, diz que a liderança devia ter feito mais para solucionar as diferenças políticas e restringir apoiantes rivais e militares dissidentes.

O International Crisis Group com base em Bruxelas acredita que o relatório "indicará os nomes " e está preocupado que a sua publicação possa desencadear mais violência.

O antigo representante da ONU em Timor-Leste Sukehiro Hasegawa, antes de ter terminado o seu mandato lá, avisou que haverá “lágrimas” por causa do relatório.

Na sua avaliação da situação em Timor-Leste, o ICG avisou o Sr Gusmão "para pensar o impensável - desistir de qualquer papel nas eleições de 2007 de modo a que possam emergir novos líderes ".

Mas o Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta - que esteve ontem na Austrália e falou da necessidade de encorajar a nova geração se envolver na política - mencionou a popularidade do Sr Gusmão e o desejo do povo para ele se candidatar outra vez nas eleições previstas para o próximo ano.

"Tenho andado a viajar pelo país desde a crise, em todos os locais que se possam imaginar - nos bairros, e mesmo a falar com os gangs, os jovens - e não encontrei uma única pessoa no país que diga que Xanana Gusmão não deve concorrer; pelo contrário," disse o Dr Ramos Horta.

"Ainda há alguns dias, houve pessoas que me disseram que devemos dizer a Xanana que ele tem que ir a um segundo mandato, mas ele parece determinado a não ir."

O Dr Ramos Horta disse que estava confiante que a publicação do relatório da ONU não levará a mais desassossego.

"Em primeiro lugar, para nós é um relatório importante para que possamos fazer alguma reflexão e ver a fraqueza das instituições, a responsabilidade dos indivíduos, para aprendermos e não permitirmos que este tipo de situação ocorra outra vez," disse.

Ontem, Timor-Leste e a Austrália assinaram um acordo cobrindo a segurança na lucrativa área conjunta de desenvolvimento do petróleo entre os dois países, que permitirá cooperação na resposta a ameaças na área, onde ambas as nações partilham rendimentos governamentais de desenvolvimentos do petróleo.

O Sr Ramos Horta disse que tinha esperança que o acordo Timorense na partilha dos rendimentos do desenvolvimento do Greater Sunshine seja levado ao Parlamento no próximo ano.

A violência em Abril cresceu de tensões latentes entre os do leste, conhecidos como Lorosae, e os do oeste, Loromonu, que infectaram os militares e os polícias.

A situação foi exacerbada por tentativas do ambicioso ministro do interior Rogério Lobato de construir uma força de segurança rival sob controlo directo do Governo, em dez do Presidente.

Uma greve de alguns soldados, seguida por lutas entre rivais, levou a uma ruptura da lei e da ordem que foi aproveitada por gangs de rua. Em Maio, 1300 tropas Australianas lideraram soldados de vários países para restaurar a calma.

Esse destacamento baixou agora para 950, com o Governo a planear reduzi-lo para cerca de 600 por altura das eleições em Timor-Leste, no próximo mês de Maio.

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Mais polícias da ONU esperados em Timor-Leste
ABC News Online
Quinta-feira, Outubro 12, 2006. 9:10pm (AEST)

Mais de 800 polícias das Nações Unidas são esperados a patrulharem Timor-Leste na próxima semana, para ajudarem a manter a segurança, disse o Comissário da polícia da ONU Antero Lopes.

"Já temos 648 no terreno ... Temos esperança de ter no fim da próxima semana quase mais 200 outros oficiais de polícia da ONU que chegarão de vários países," disse numa conferência de imprensa em Dili o Comissário Lopes.

Disse que o contingente da polícia da ONU vem de 13 países. Os oficiais adicionais respondem a um pedido de Dili ao órgão mundial.

Cerca de 3,200 tropas e polícias lideradas pelos Australianos foram despachados para Timor-Leste em Maio, depois de violência nas ruas ter deixado mortos mais de 30 pessoas.

O contingente internacional da polícia, no mês passado, entregou formalmente a sua autoridade à ONU sob uma nova missão montada pelo Conselho de Segurança em Agosto.

As tropas mantém-se sob a autoridade da Austrália.

As forças de segurança - polícias e militares - têm lutado para evitar que os gangs de jovens se ataquem uns aos outros nas ruas, enquanto dezenas de milhares de Timorenses permanecem em campos de deslocados na capital, demasiado aterrorizados para regressarem a casa.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta disse na Austrália na Quinta-feira que Dili tinha rejeitado uma oferta de uma força militar liderada pela ONU para lidar com o desassossego civil, contando em vez disso com a força liderada pelos Australianos.

O líder Timorense disse que a força regional tem trabalhado "muito efectivamente ".

Observadores têm avisado que o relatório duma Comissão Especial Independente de Inquérito da ONU à violência, cuja saída se espera para breve, pode desencadear mais desassossego.

- AFP

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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