terça-feira, novembro 07, 2006

Comunicado - PM

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR LESTE
PARLAMENTO NACIONAL
Gabinete de Relações Públicas

Agenda no. 460/I/5a.
Terça-feira, 07 de Novembro de 2006

O plenário do Parlamento de hoje foi presidido pelo seu Presidente, Sr. Francisco Guterres “Lu-Olo”, coadjuvado pelo Vice-Presidente, Sr. Jacob Fernandes e as Vice Secretárias, Sra. Maria Avalziza Lourdes e a Sra. Maria Terezinha Viegas.

No Período de Antes da Ordem do dia foram abordados os assuntos seguintes :

· Informação aos Senhores Deputados sobre as recomendações pelo Human Rights Monitoring Network relativamente ao Relatório da Comissão de Inquérito Independente;

· Informação do Pastor Bernardo dirigida ao Parlamento Nacional Guterres sobre os acontecimentos na Igreja Pentecostes em Comoro, Dili ;

· Informação aos Senhores Deputados sobre o Parecer efectuado pelo técnico jurista, Dr. José Manuel Pinto, relativo a duração do mandato dos Órgãos de Soberania;

· Informação aos Senhores Deputados sobre o Parecer efectuado pelo técnico jurista, Dr. José Manuel Pinto, relativo a devolução pela S. E. o Sr. Presidente da República sobre o Decreto no. 57/I/4a. “Pensão Mensal Vitalícia dos Deputados e outras Regalias”;

· Leitura da carta dirigida à Sua Excelência o Presidente do Parlamento Nacional, pelo 1° Vice-Primeiro Ministro, Dr. Estanislau da Silva, sobre o seminário que será realizado nos dias 9-10 do corrente mês, no salão Memorial, Farol, Dili, sobre o sector petrolífero de Timor Leste ;

· Apresentação aos Senhores Deputados dos novos Técnicos do PNUD para o Parlamento Nacional: Dra. Marta Duro e o Dr. Anildo Cruz.

Devido a problemas técnicos, não foi possível dar continuidade à discussão e votação na especialidade do Projecto de Lei no. 23/I/4a. sobre “Os Símbolos Nacionais”.
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Apoio a campos deslocados termina dentro de três semanas - PM

Díli, 07 Nov (Lusa) - O apoio humanitário aos improvisados campos de deslocados distribuídos por Díli termina dentro de três semanas, anunciou hoje o p rimeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta.

O anúncio foi feito no Colégio Salesiano D. Bosco, em Comoro, onde vive m presentemente 6.257 deslocados, e o período coincide com o tempo que falta para que fiquem concluídas as áreas de acolhimento temporárias definidas pelo governo.

José Ramos-Horta fez o anúncio durante a visita que fez àquele campo ac ompanhado do representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, do ministro do Trabalho e Reinserção Comunitária, Arsénio Bano, e dos vice-ministros do Interior, José Agostinho Sequeira "Somotxo", e das Obras Públicas, Raul Mousaco.

Logo que estejam concluídas as áreas de acolhimento localizadas em Hera e Tibar, a cinco e 10 quilómetros de Díli, nos extremos leste e oeste da capital, respectivamente, os deslocados deverão permanecer aí entre seis meses e um ano, até que sejam reconstruídas as casas em que viviam e que foram destruídas ou seriamente danificadas durante a violência ocorrida desde o início da crise polí tico-militar, em Abril.

No encontro de hoje, Ramos-Horta reafirmou que estão criadas as condições de segurança, com intensificação das patrulhas policiais e instalação de esquadras, pelo que os deslocados terão que sair dos campos em que se encontram.

"Se não saírem terão que se haver com as consequências", disse Ramos-Horta.

As consequências são o fim da assistência humanitária nos locais em que se encontram os deslocados, e que nalguns casos começam já a apresentar problemas de saúde pública que poderão intensificar-se com o início da época das chuvas , ao longo deste mês.

Todavia, através de um dos seus representantes, os deslocados continuam sem dar mostras de acederem ao desejo do governo e das Nações Unidas para que saiam dos campos.

"Queremos garantia de segurança", frisou o representante dos deslocados presentes no Colégio D. Bosco.

Díli chegou a ter cerca de 70 mil deslocados registados, mas presentemente, com a progressiva saída de muitas pessoas para os distritos da parte leste do país, de onde são naturais, e o regresso de alguns às suas casas, que abandon aram por se sentirem ameaçados, apenas cerca de 25 mil pessoas se mantêm nos cer ca de 50 campos em que se encontram.

No caso do Colégio D. Bosco, o seu director, padre António Pinto, disse à Lusa que no pico da crise, em Maio e Junho, "quase 15 mil pessoas chegaram a viver" naquelas instalações.

Muitos dos timorenses que ainda vivem nos campos de deslocados saem durante o dia para irem trabalhar, ou mesmo avaliar a situação em que se encontram as suas casas, e regressam à noite às tendas fornecidas pelo Alto Comissariado d as Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), garantindo o acesso à ajuda humanitária que lhes é fornecida pelo Estado, organizações não-governamentais (ONG) e a gências da ONU.

O pontapé de saída da transferência das dezenas de milhares de deslocados em Díli começou no passado sábado, num encontro que reuniu o governo, a missão da ONU (UNMIT), ONG e agências da ONU.

Desse encontro, que durou cerca de sete horas, ficou decidido que um gr upo de trabalho entregará, dentro de dias, um plano operacional para ser executa do ao longo deste mês.

Na ocasião, o chefe do governo disse à Lusa que tem esperança que cerca de dois terços dos deslocados abandonem os campos de acolhimento ao longo deste mês.

O processo de transferência vai abranger os campos de deslocados situados junto ao Aeroporto Internacional, Porto de Díli, Hospital Nacional e junto à UNMIT.

Para garantir a segurança nos bairros e nas áreas de acolhimento temporário, os efectivos da polícia da ONU (UNPOL) "vão reforçar os postos já criados e intensificar as patrulhas móveis", disse sábado à Lusa o comissário Antero Lopes, comandante daquela força.

Além dos actuais 959 efectivos, de 19 nacionalidades, ao serviço da UNP OL, mais seis grupos de 25 agentes cada, da Polícia Nacional de Timor-Leste, "vão garantir que as áreas de acolhimento e os bairros terão protecção policial per manente", frisou Antero Lopes.

"A UNPOL tem a responsabilidade da segurança pública, conforme o mandato conferido pela resolução 1704, de 25 de Agosto, do Conselho de Segurança da ON U, e estabeleceu 12 postos de polícia em toda a cidade e nas zonas periféricas, em colaboração com o governo timorense", afirmou.

Antero Lopes disse esperar que "as localidades críticas coincidam com a lguns dos locais onde potencialmente os deslocados actuais procurarão o realojam ento".

De acordo com a página na Internet do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária timorense, o número de deslocados internos, considerando os recipientes de assistência humanitária, era de 178.034 pessoas a 20 de Setembro passa do, com Díli a apresentar 69.600 deslocados.

Os deslocados foram obrigados a abandonar as suas áreas de residência e m resultado da crise político-militar desencadeada em Abril passado, que provocou mais de meia centena de mortos e a destruição de bens públicos e privados.

EL-Lusa/Fim

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ENI assinou contrato partilha produção petrolídera no Mar de Timor

Díli, 07 Nov (Lusa) - A empresa italiana ENI assinou com o Estado timorense um contrato para a exploração de petróleo e gás em cinco áreas sob jurisdição de Timor-Leste, disse hoje à Lusa fonte do Ministério dos Recursos Naturais, Minerais e Política Energética.

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Storms and floods Update No. 4 - Revised

Source: International Federation of Red Cross And Red Crescent Societies (IFRC)

Date: 06 Nov 2006

The Federation’s mission is to improve the lives of vulnerable people by mobilizing the power of humanity. It is the world’s largest humanitarian organization and its millions of volunteers are active in over 185 countries.

In Brief

Appeal No. MDRTP001; Operations Update no. 04;
Period covered: July – September 2006; Appeal coverage: fully covered

Appeal history:

- Emergency Appeal launched on 23 February 2006 for CHF 569,685 (USD 431,253 or EUR 364,016) to assist some 8,400 beneficiaries for six months.

- In Operations Update 3 (posted 27 July), the Federation extended the operation to 30 November 2006 – an extension of just over three months – because of the recent civil unrest.

- Budget revised upwards to CHF 709,841 (USD 567,872 or EUR 446,440) in Operations Update 4 (first released on 9 October and re-released with revised budget on 6 November 2006) to align with the positive response from donors.

- CHF 200,000 has been allocated from the Disaster Relief Emergency Funds (DREF)

Related Emergency or Annual Appeals:

Timor-Leste Appeal 2006-2007 MAATP001, Southeast Asia Regional Appeal 2006-2007 MAA51001 Operation Summary: Partner response to the Emergency Appeal has been outstanding. Cruz Vermelha De Timor-Leste (Timor-Leste Red Cross, CVTL) has assisted thousands of those affected by the storms and floods. The recent and ongoing instability, however, caused significant delays. CVTL’s few resources were stretched and, indeed, diverted to provide support to the tens of thousands of people displaced by the violence. Lately, activities have been getting back on track. Improved security, with support of international forces from Malaysia, Australia, New Zealand, Portugal and UN missions, has enabled a more robust operational approach with vulnerable communities being supported. It is anticipated that despite the fragility of the security situation, the operation will be complete at the end of the extended period. The Federation’s delegation in Timor-Leste continues to support the ongoing emergence of CVTL as an effective humanitarian organization. Partnership with both vulnerable communities and government is improving. In the meantime, the appeal budget has been realigned to adjust to the overwhelming positive response from donors (click here for the revised budget attached).

Background

A series of storms and flooding from late December 2005 through January 2006 affected some 8,400 people in Timor-Leste, resulting in severe losses of livelihood and shelters. Since then, Cruz Vermelha de Timor-Leste (Timor-Leste Red Cross- CVTL) has been at the forefront of efforts to help thousands of those affected. Based on the six month operation plans focusing on the provision of safe drinking water, rebuilding of shelters, livelihoods and capacity building of the national society, activities were implemented. However, the internal conflict halted projects halfway through the programme. The arrival of an Australian-led military mission, with support from Portugul, New Zealand, Malaysia and UN missions improved the situation and projects began to be implemented again. A three-month extension to the programme was requested in the last update. By then CVTL should have provided significant support to affected communities and a final report will be prepared charting the history of the operation, including achievements and lessons learned. However, there will be a need to carry over resources to the disaster management programme in the annual appeal, which concentrates on capacity building (Timor- Leste Appeal 2006-2007). Discussions with partners to request for their agreement are ongoing. This flexibility will ensure that CVTL will emerge from this operation stronger in terms of its disaster management competency as well as completed service delivery to beneficiaries in designated districts.

Operational development

Despite the internal conflict, activities regained momentum with significant progress to date. CVTL has made a huge effort to deliver services before, during and after tensions. Some 280 families who lost their houses have received building materials along with the design demonstration. Beneficiaries have started building their own houses and some families have already moved into their new homes. In the badly-affected enclave community of Oe-cusse, CVTL water technicians are working with the communities to install seven deep wells at new locations considered safe from future flooding. Further assessment by CVTL disaster management team and district branches identified an additional 103 families to receive sets of shelter materials. It also planned an additional six wells to be built in Oe-cusse. A tender process for the provision of the additional sets of shelters materials and the wells is currently ongoing. It is anticipated that by the end of October and through November families will receive their shelter materials.

Red Cross and Red Crescent actions

Provision of immediate relief assistance (non-food items)

Objective 1: 500 families in Oe-cusse are protected from immediate health threats in terms of unsafe water and mosquitoes.

Achievements

- The construction teams have been back on site to complete the installation of seven deep wells despite disruptions around the internal conflict. The new locations are considered safe from future flooding.

- Sufficient funding has been received to enable the building of additional wells. As such, an additional six wells will be constructed. Tender is currently out for potential suppliers. It is anticipated that materials for the new wells will be on site by mid-October.

- In the immediate aftermath of the flooding, communities were vulnerable to health threats, exacerbated by a lack of unsafe drinking water. CVTL has made 100 wells safe for use. Villagers have also received 2,000 mosquito nets. The need for an additional 1,000 additional nets was identified and these are being distributed. 1,000 jerry cans are also being distributed to families so that they can collect and secure safe water for drinking and cooking.

Provision of shelter materials (4 District)

Providing shelter materials to the most affected families in four districts - Baucau, Ainaro, Viqueque and Maliana - was one of the core activities of the appeal. The government generally has the major role in rebuilding lives of the affected families. However, lack of resources and difficulty in service delivery proved a constraint. With good partnership and recognition of its role and experience of working with people in such situations, CVTL was requested to provide supplementary assistance. To date CVTL has delivered 280 sets of shelter materials to the four districts. A housing construction demonstration was conducted to improve building techniques. A further 103 sets of housing materials are being procured after an appropriate revision was made to the budget. They should be distributed by mid October.

For further information:

Cruz Vermelha de Timor-Leste (Timor-Leste Red Cross): Ms. Isabel Amaral Guterres (secretary-general); email sec-gen@cvtl.tp; Phone: +67.07.24.8963; Fax: +67.03.32.1688

Federation delegation in Timor-Leste: Warwick Inder (head of delegation); email: warwick.inder@ifrc.org; Phone: +67.07.23.1434; Fax: +67.03.32.2010

Federation regional delegation in Bangkok: Bekele Geleta (head of regional delegation); email: bekele.geleta@ifrc.org; Phone: +66.2.640.8211; Fax: +66.2.640.8220

Federation Secretariat in Geneva: Gert Venghaus email: gert.venghaus@ifrc.org; Phone: +41.22.730.4258; Fax: +41.22.733.0395 or Sabine Feuglet; email: sabine.feuglet@ifrc.org; Phone: +41.22.730.4349; Fax: +41.22.733.0395

Note: (1) The contributions list does not as yet reflect the revised budget figures and was therefore not attached – this will be amended as soon as possible and reflected appropriately on the contributions list on the Federation website.

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Xanana sarcástico zurze na FRETILIN

Jornal de Notícias - 7 de Novembro de 2006

O presidente timorense, Xanana Gusmão, acusou ontem a FRETILIN e o seu Comité Central (CC) de "total falta de honestidade política" considerando que um documento aprovado na última reunião daquele órgão constitui um "insulto" à inteligência, num texto de opinião intitulado "As Teorias das Conspirações" publicado ontem no Jornal Diário Nacional, um dos três editados em Timor-Leste.

Em tom irónico e com duras críticas à Direcção da FRETILIN eleita no congresso de Maio, Xanana fundamenta a sua opinião a partir do texto "Análise da Situação e Perspectivas" aprovado pelo CC a 29 de Outubro. O texto de Xanana Gusmão - com segunda parte a sair na edição de hoje -, escalpeliza ponto por ponto o documento do CC, em que a FRETILIN considera que a actual crise em Timor-Leste visou "pôr em causa a ordem constitucional" e envolveu "actores internos e externos", mas sem identificá-los.

É neste ponto que Xanana lança o desafio "Imploro, rogo, peço ao CC da FRETILIN para apresentar com detalhes o plano de golpe e de conspirações, com a identidade de todos os actores, internos e externos", diz.

No documento de seis páginas, a FRETILIN considera que a crise assenta "num conflito político onde o desrespeito pela ordem constitucional democrática e os meios e formas de agir reflectem o carácter profundamente antidemocrático e golpista". Segundo a tese, o plano conspirativo terá começado em 2002, com "a tentativa de forçar a criação de um Governo de Unidade Nacional", tendo assumido várias formas até à crise actual. "Nestes quatro anos, um plano bem traçado de contra-inteligência foi sendo implementado", com a exploração de alegadas rivalidades e de um "clima de suspeição mútua" entre as Forças Armadas e a Polícia Nacional.

Na reacção ao documento da FRETILIN, Xanana diz que "desta lindíssima frase" se pode "tirar duas peças importantes que sugerem a total falta de honestidade política e representam um insulto às mentes comuns das pessoas comuns". Quanto a outros considerandos, o presidente da República hesita em classificá-los como "contra-inteligência" ou "contra-informação". "A certeza é porém uma de inteligente, há muito pouca relação. Será, no mínimo, necessário um pouco mais de esperteza apenas", frisa.

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Mari Alkatiri voltou a depor no Ministério Público

Díli, 07 Nov (Lusa) - O ex-primeiro-ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri foi hoje ouvido novamente pelo Ministério Público, no âmbito do processo em que foi constituído arguido por alegado envolvimento na distribuição de armas a civis durante a crise político-militar no país.

"Já tinha pedido à Procuradoria-Geral da República para que acelerassem o meu processo, e hoje fui novamente ouvido", disse Mari Alkatiri à Agência Lusa, escusando-se a dar mais pormenores.

"Estou, naturalmente, disponível para ser ouvido sempre que for convocado", frisou.

Mari Alkatiri, que prestou declarações pela primeira vez no Ministério Público a 20 de Julho, foi constituído arguido no mesmo processo em que figura o seu então ministro do Interior Rogério Tiago Lobato, que já foi formalmente acusado.

Em causa está a alegada distribuição de armas a civis denunciada por Vicente da Conceição "Railos", antigo comandante da guerrilha contra a ocupação indonésia, que figura no processo como testemunha.

Mari Alkatiri foi acusado por "Railos" de ter ordenado a Rogério Lobato que procedesse à distribuição de armas para a eliminação de adversários políticos, dentro e fora da FRETILIN, partido maioritário em Timor-Leste, de que é secretário-geral.

Alkatiri, que em consequência da crise se demitiu do cargo de primeiro-ministro, tem repetidamente negado as acusações, insistindo ao mesmo tempo na rápida resolução da investigação em curso.

O seu nome foi referenciado no recente relatório elaborado por uma comissão das Nações Unidas sobre os factos e as circunstâncias da violência registada em Abril e Maio.

Nesse relatório, divulgado a 17 de Outubro, a comissão, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, recomenda uma investigação adicional para determinar se o ex-primeiro-ministro deve ou não ser responsabilizado criminalmente pela distribuição de armas.

No relatório, a comissão da ONU adianta que não foram encontradas provas que sustentassem uma recomendação para que Alkatiri seja acusado de "envolvimento pessoal" na distribuição, posse ou utilização ilegal de armas.


Contudo, a comissão da ONU adianta ter recebido informações que "levam à suspeita" de que Alkatiri sabia da distribuição ilegal de armas da polícia pelo seu ex-ministro do Interior.

EL-Lusa/Fim

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Notícias - em inglês

AP - November 7, 2006

Italy's Eni Announces East Timor Deal
MILAN, Italy

The Italian gas and oil giant Eni SpA on Tuesday announced it has signed contracts with East Timor for five oil and gas exploration licenses as part of the first auction of offshore drilling rights by the Pacific nation.

The contracts cover more than 12,000 kilometers (about 7,500 miles) off the southern coast of East Timor at depths of up to 3,000 meters (1.8 miles), Eni said in a statement.

"The success in obtaining this new acreage reinforces Eni's presence in the Pacific area and is in line with its commitment to deepwater exploration," the statement said.

Eni is participating in other exploration and production projects in the region and holds a 12 percent interest in East Timor's Bayu Undan field, Eni said.

The East Timor government said in a statement that 11 areas were made open to bidding that closed on April 19, 2006. There were a total of nine bids for six of the areas, it said.

"The signing of the (contracts) marks the beginning of a new era for petroleum industry in Timor-Leste sovereign waters," Energy Minister Jose Teixeira said in a statement.

East Timor has significant gas and oil resources, which its prime minister has called the country's lifeline for future generations.

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AFX News Limited

Eni signs 5 production sharing contracts in East Timor; drilling seen in 3 yrs
11.07.2006, 04:58 AM

MILAN (AFX) - Eni SpA said it has signed five offshore Production Sharing Contracts (PSC) in East Timor.

The contracts correspond to five exploration and production licenses covering an area of over 12,000 square kilometres off the south coast of East Timor.

Eni said the drilling of two wells stemming from this deal is seen within three years.

stephen.jewkes@afxnews.com

pw/pw/hjp

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Timor grills ex-PM after UN probe into May violence
Tue 7 Nov 2006 2:16 AM ET
By Lirio da Fonseca

DILI, Nov 7 (Reuters) - East Timor questioned on Tuesday former prime minister Mari Alkatiri a few weeks after a U.N. report called for a deeper probe into allegations that he had armed civilians during a wave of violence in May.

Alkatiri, who was forced to resign in June, was widely blamed for the violence that erupted after fighting within the armed forces spiralled into rioting and looting in the streets of the capital, Dili.

Alkatiri, who heads the political party dominant in parliament, denies any wrong-doing. The chaos in May killed more than 30 people and displaced over 15,000 from their homes.

"Some people want to have an outside trial...," Alkatiri told reporters, without elaborating. "But we should let our judiciary do its job, have faith in it and believe in ourselves," he said after being questioned by prosecutor Felismino Cardoso.

A report released last month by a U.N.-appointed Independent Special Commission of Inquiry called for further investigation to determine whether Alkatiri should face criminal charges for fomenting the violence.

It also recommended that several officials, including the former interior minister and the military chief, be prosecuted for illegal distribution of weapons.

Australia in late May led a force of more than 3,000 peacekeepers to end the fighting in East Timor, which pitted ethnic gangs against the country's fledgling police and military.

Last month, violence fighting flared again in Dili between armed youths, killing up to four people and shutting down the main airport.

The territory of around a million people voted in a 1999 referendum for independence from Indonesia, which annexed East Timor after Portugal ended its colonial rule in 1975. East Timor became independent in 2002.

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"Porta-vozes da teoria da conspiração em Timor-Leste estão em Portugal e na Austrália"


Xanana polemiza com Fretilin na imprensa de Díli
Adelino Gomes, Público, 7 Novembro 2006

Os adeptos timorenses da teoria da conspiração têm os seus porta-vozes espalhados em países "como a Austrália e em Portugal", acusa o Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, na primeira parte de um artigo publicado ontem num jornal diário de Díli, em resposta a acusações que lhe foram formuladas em 29 de Outubro passado pelo comité central da Fretilin (CCF).

A iniciativa, inédita, põe termo a longos meses de silêncio de Xanana, perante os media, sobre a crise que sacode o país há sete meses, e que originou a morte de mais de cinco dezenas de pessoas e mais de 150 mil deslocados.

Através do Jornal Nacional Diário, Xanana faz um longa, detalhada e irónica contestação à tese da teoria da conspiração, subjacente à análise feita pelo CCF acerca da crise. "Há pessoas que gostam de apresentar teorias de conspiração para poderem aparecer como as vítimas injustas...
dos seus próprios actos", acusa, dizendo há "essa teoria de conspiração", conta com "porta-vozes espalhados em muitos países, como a Austrália e Portugal".

Xanana acusa o CCF de "total falta de honestidade política", em particular nas referências ao "desrespeito pela ordem constitucional democrática" e ao "carácter profundamente antidemocrático e golpista" de acções em que ele próprio teria estado envolvido.

"Estou a gostar imenso da expressão "carácter profundamente anti-democrático e golpista", expressão que revela a suma sapiência de doutores formados em países democráticos, durante 24 anos, enquanto o povo resistia, sem doutores, para ganhar a guerra!", escreve, irónico.

O líder timorense pede que a Fretilin apresente "o plano urdido de golpe e de conspirações, com a identidade de todos os actores, internos e externos", e promete abordar, hoje, outra passagem do documento acerca de "um plano bem traçado de contra-inteligência" elaborado durante os últimos quatro anos - tantos quantos leva Xanana na Presidência da República.

Artigo na íntegra em: http://www.publico.clix.pt/docs/internacional/xananaGusmao.pdf

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De um leitor

Comentário sobre o post "Economia nacional "vai crescer muito a partir de 2007" - Ramos-Horta":

Eram importante saber que medidas são essas, para o tal milagre de 2007!

As boas intenções dos governantes de Timor e o dinheiro existente, mesmo o pouco, não têm dado mais valias ao País, a avaliar pelo descontentamento e pelo desemprego crónico que se sente e vê.

Os investimentos do próprio governo, que deveriam produzir mais valias, não se fazem por falta de empreiteiros e conhecimentos qualificados.

Que respostas ou saídas terá o governo para esta fraqueza de Timor Leste? Quais os incentivos, quais as formas e modelos empresariais? São empresas particulares? São Concessionários por areas geográficas? São grandes obras públicas, como estradas, túneis, portos, barragens ou min-hídricas, destilaria de petróleo bruto, associada à produção de energia etc.
Isto só para dizer, que tantas coisas se tem pensado, mas que nada aparece que faça acontecer e produza mais valia e empregos que seja a alavanca do desenvolvimento e bem estar e o conforto do povo.

Há dinheiro? Como aplicá-lo? Há projectos feitos e na gaveta? Quem os vai concretizar? Como com a prata da casa ou com recursos exteriores? ou soluções mistas? Como ? Como?
Basta de intenções, amigos! Digam-me por favor COMO querem que seja, não podem estar toda a vida a encanar a perna à rã...

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FRETILIN promete resposta a acusações de Xanana Gusmão

Díli, 07 Nov (Lusa) - O líder da FRETILIN, Mari Alkatiri, remeteu hoje para "mais tarde" uma resposta do partido maioritário em Timor-Leste às violentas acusações feitas pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, num texto de opinião publicado segunda-feira na imprensa timorense.

"A carapuça serve a quem servir", limitou-se a dizer Mari Alkatiri à agência Lusa em Díli, referindo que tinha já falado sobre o assunto com o presidente do partido, Francisco Guterres "Lu-Olo", mas remetendo uma posição colectiva da FRETILIN "para mais tarde".

A resposta da FRETILIN deverá ser divulgada somente depois da publicação da segunda parte do texto de Xanana Gusmão, inicialmente prevista para hoje, mas que, segundo disse à Lusa fonte da Presidência da República, "está ainda a ser trabalhada".

O texto, publicado segunda-feira em língua portuguesa no Jornal Diário Nacional e hoje em tétum nos restantes dois diários da capital timorense, o Timor Post e o Suara Timor LoroSae, rebate ponto por ponto um documento aprovado na última reunião do Comité Central da FRETILIN, de 29 de Outubro.

Nesse documento, intitulado "Análise da Situação e Perspectivas", a FRETILIN denuncia a actual crise no país como resultando essencialmente de um conflito de natureza política, "onde o desrespeito pela ordem constitucional democrática e os meios e formas de agir reflectem o carácter profundamente antidemocrático e golpista".

Segundo esta tese, este plano conspirativo terá começado logo em 2002, com "a tentativa de forçar a criação de um Governo de Unidade Nacional", tendo a ssumido, ainda segundo a FRETILIN, diversas formas até à crise actual.

No seu texto, intitulado "As Teorias das Conspirações", Xanana Gusmão a cusa a FRETILIN e o seu Comité Central de "total falta de honestidade política" considerando o documento aprovado por aquele órgão partidário como um "insulto" à inteligência.

Xanana Gusmão anunciou que na segunda parte do texto abordará a passagem do documento da FRETILIN em que o partido liderado por Mari Alkatiri afirma que, "durante estes quatro anos, um plano bem traçado de contra-inteligência foi sendo implementado".

Em resultado da crise, marcada pela desintegração da Polícia Nacional e divisões nas forças armadas, Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo de primeiro-ministro, tendo sido substituído no cargo há mais de três meses pelo seu minis tro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, José Ramos-Horta.

EL-Lusa/Fim

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Economia nacional "vai crescer muito a partir de 2007" - Ramos-Horta

Díli, 07 Nov (Lusa) - A economia timorense "vai crescer muito a partir de 2007", face às medidas de incentivo ao investimento que vão ser tomadas, designa damente mediante a adopção de benefícios fiscais, disse hoje à Agência Lusa o pr imeiro-ministro Ramos-Horta.

"O governo está a prosseguir activamente, agressivamente, algumas política s de reforma de toda a política fiscal. Vamos poder eliminar alguns impostos, re duzir outros, e criar incentivos para o sector privado, como por exemplo, facilitar ao sector privado internacional criar aqui uma empresa de seguros", anunciou .


José Ramos-Horta, que falou à Lusa no intervalo de um seminário promovido pelo Banco Mundial e pela International Finance Corporation (IFC), acrescentou q ue se não for possível aos investidores estrangeiros criar uma companhia de seguros, "o governo vai procurar outras alternativas, com a intervenção do próprio E stado".

"Vamos continuar o processo de simplificação que estamos já a fazer para o registo de empresas e também para a execução do orçamento", destacou.

Os efeitos da crise político-militar desencadeada em Abril na erosão da confiança dos investidores externos são reconhecidos pelo chefe do governo.

"Compreendemos perfeitamente que os acontecimentos nos últimos meses no pa ís não são conducentes a um investidor arriscar. Mas o que digo é que a crise que atravessamos, uma crise de crescimento, resulta do nosso processo de aprendiza gem, e se ao aprendermos cometemos erros, também ao aprendermos com os nossos er ros vamos reconquistando a confiança da comunidade internacional", salientou.

"Creio que Timor-Leste vai ter um arranque económico muito grande em 2007" , defendeu.

Os efeitos da crise foram evidenciados a 20 de Outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em comunicado de imprensa, o FMI disse que antes da crise, "Timor-Leste tinha tido um bom progresso em estabelecer as bases para uma economia estável e sa udável", acrescentando que a riqueza petrolífera e de gás "se usada com efectividade oferecia o potencial para um futuro significativamente mais próspero".

"Infelizmente a crise constituiu um golpe ao ímpeto de crescimento", acrescenta o comunicado, resultado da estada no país de uma delegação do FMI, que manteve consultas com "o governo, sector privado e sociedade civil".

"A missão é da opinião que na sequência da crise, o crescimento económico em 2006 deverá ser de certo modo negativo, apesar do esperado aumento das despes as públicas e da ajuda internacional do final do ano", refere o documento, que f az notar que a crise provocou um aumento de inflação o que resultou na "deterior ação da competitividade internacional".

O FMI fez notar que as suas estimativas indicam que será preciso um crescimento anual de sete por cento "ou mais" para se reduzir "significativamente" a p obreza em Timor-Leste e sublinha que "a longo prazo, o crescimento e a criação d e empregos tem que ser proveniente do sector privado não petrolífero".

"Para esse fim é necessária uma acção concertada para se criar um ambiente favorável ao negócio, incluindo a adopção da necessária estrutura legal e a redução da burocracia", lê-se no comunicado.

Ramos-Horta está, todavia, optimista: "Há muitos investimentos que estão a chegar, que já aprovei nessas últimas semanas", projectos que totalizam cerca d e 90 milhões de dólares.

Num comunicado de imprensa distribuído em Outubro pelo seu gabinete, Ramos -Horta salientou que "passados apenas três meses desde a tomada de posse", os investidores estrangeiros "voltam a demonstrar um profundo interesse em Timor-Leste.

EL/JP-Lusa/Fim

Comunicado - PM

DEMOCRATIC REPUBLIC OF TIMOR-LESTE
OFFICE OF THE PRIME MINISTER

MEDIA RELEASE

Dili, November 6 2006

Export of scrap metal banned to stop rogue traders

Rogue scrap metal traders buying valuable cabling and other materials suspected to have been stolen have forced the Government of Timor-Leste to temporarily ban the export of all scrap metal.

“The Government will not tolerate this sort of behavior,” the Prime Minister Dr José Ramos-Horta said today. “It is clear that some traders have been dealing in stolen property.

“These unscrupulous people and dealers are preying on people who have already suffered so much.”

The Government today issued a Ministerial Dispatch (a copy is attached to this Media Release) declaring that the “collection, commercialization and export of all scrap metals is hereby temporarily forbidden until further notice.”

The Dispatch stated that any illegal collection and/or transport of scrap metal would result in the immediate cancellation of licences and registrations, and legal action would be taken.

“The collection of scrap metal has grown dramatically in our country as a result of the destruction of property during the conflict that rocked the country,” Dr Ramos-Horta said.

“This growth has resulted in difficulties in policing these scrap metal collection activities and metals, cables and other metal products which are not actually scrap have been collected illegally and processed.

The Prime Minister said the actions of some traders were deplorable and intolerable.

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Alkatiri appears before E Timor inquiry

The Australian
November 07, 2006

FORMER East Timor prime minister Mari Alkatiri today appeared before prosecutors under tight security to answer questions over allegations he was involved in arming civilians during May unrest.

Mr Alkatiri, who spent two hours being questioned at the prosecutors' office in the capital Dili, declined to give details about the questions he faced.

"I have never run away from questions and if needed, I will come again," Mr Alkatiri told journalists as he was leaving. "This is an example for all, so that they do not fear justice," he said.

Mr Alkatiri, who arrived in a government car escorted by East Timorese security officers and Australian soldiers, was answering a second summons from the prosecutors' office since he first appeared in July.

International Prosecutor Felismeno Cardoso, who conducted the questioning, refused to comment on the discussions but that Mr Alkatiri was "cooperative".

Mr Alkatiri, who resigned as prime minister in June, is being investigated over allegations that he armed civilians to silence his political opponents. He has vehemently denied the claims.

The UN inquiry into violence in East Timor issued a report last month that said Alkatiri failed to prevent weapons falling into the hands of civilians and should be criminally investigated.

Mr Alkatiri was quoted by the Suara Timor Lorosae newspaper Monday as saying that the accusation - that he was involved in the distribution of guns by his political party, Fretilin, to its members - had been proven false by the UN Commission of Inquiry.

The tiny nation of one million was rocked by unrest in April and May that followed the dismissal of soldiers who had deserted, complaining of discrimination from superiors based on whether they came from the east or west of the country.

Some 37 people were left dead in pitched battles between security forces during bloody street violence. More than 150,000 people fled their homes and 3,000 Australian-led peacekeepers were deployed to restore calm.

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Former PM questioned over weapons

The Daily Telegraph
From correspondents in Dili

November 07, 2006 12:00

Article from: Agence France-Presse

FORMER East Timorese prime minister Mari Alkatiri arrived today under a tight security escort at the General Prosecutor's Office for questioning over allegations of arming civilians during the May unrest.

Arriving in a government car under escort from several East Timorese security personnel and six Australian soldiers, Mr Alkatiri made no comment.

It was the second time he had responded to a summons from the General Prosecutor's Office since he appeared there in July.

Mr Alkatiri, who resigned from the prime ministership in June, is being investigated over allegations that he armed civilians to silence his political opponents.

He has vehemently denied the claims.

The UN inquiry into violence in East Timor issued a report last month that said Mr Alkatiri failed to prevent weapons falling into the hands of civilians and should be criminally investigated.

Mr Alkatiri was quoted by the Suara Timor Lorosae newspaper yesterday as saying that the accusation - that he was involved in the distribution of guns by his political party, Fretilin, to its members - had been proven false by the UN Commission of Inquiry.

The tiny nation of one million was rocked by unrest in April and May that followed the dismissal of soldiers who had deserted, complaining of discrimination from superiors based on whether they came from the east or west of the country.

Some 37 people were left dead in pitched battles between security forces during bloody street violence.

More than 150,000 people fled their homes and Australian-led peacekeepers were deployed to restore calm.

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Xanana Gusmão acusa Fretilin de falta de honestidade política

Presidente timorense escreve artigo polémico
06.11.2006 - 19h12 Lusa, PUBLICO.PT

O Presidente timorense, Xanana Gusmão, acusou hoje a Fretilin e o seu Comité Central de "total falta de honestidade política", considerando que um documento aprovado na última reunião daquele órgão partidário representa um "insulto" à inteligência.

A acusação de Xanana Gusmão é feita na primeira parte de um artigo intitulado "A teoria das conspirações" que o Presidente publica no "Jornal Nacional Diário" de Díli.

Com a data da passada sexta-feira, o longo artigo assinado por Xanana Gusmão – com uma segunda parte prometida para a edição de amanhã do jornal –, analisa ponto por ponto o documento aprovado na última reunião do Comité Central da Fretilin, a 29 de Outubro. No texto, a direcção do partido concluiu que a crise no país visou "pôr em causa a ordem constitucional", envolvendo "actores internos e externos" que, todavia, não identifica.

Face a estas acusações, que lhe serão dirigidas, Xanana escreve: "Imploro, rogo, peço ao CC da Fretilin para apresentar com melhores detalhes o plano urdido de golpe e de conspirações, com a identidade de todos os actores, internos e externos".

Para o partido maioritário, liderado pelo ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, a crise assenta "essencialmente num conflito de natureza política, onde o desrespeito pela ordem constitucional democrática e os meios e formas de agir reflectem o carácter profundamente antidemocrático e golpista".

Segundo esta tese, a conspiração terá começado logo em 2002, com "a tentativa de forçar a criação de um governo de unidade nacional", tendo assumido diversas formas até à crise actual.

"Durante estes quatro anos, um plano bem traçado de contra-inteligência foi sendo implementado" e dele fizeram parte a exploração de alegadas rivalidades e de um "clima de suspeição mútua" entre as forças armadas e a polícia nacional, segundo o partido maioritário.

Para o Presidente timorense esta tese sugere “a total falta de honestidade política” da liderança timorense e representa “um insulto às mentes comuns das pessoas comuns”.

Mais à frente, Xanana Gusmão acusa a liderança da Fretilin de “hipocrisia política” por sugerir que em 2002 se registaram tentativas para derrubar o Governo de Alkatiri e de “falta de esperteza”, criticando-a por tentar deturpar a história.

Xanana publica o longo artigo duas semanas depois da divulgação do relatório da comissão independente criada pela ONU para investigar a onda de violência registada na última Primavera em Díli.

O documento confirma a progressiva erosão da relação entre o Presidente e o Governo de Alkatiri e recomenda a abertura de processos criminais contra vários dirigentes. Ao contrário de vários antigos membros do Governo, Xanana é ilibado de envolvimento em actos criminosos, mas é criticado por algumas atitudes adoptadas durante a crise, como o desrespeito pelos canais institucionais ou falta de comedimento em momentos de maior tensão.

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Forças estrangeiras vão ter comando unificado - PM Ramos-Horta

Díli, 07 Nov (Lusa) - As forças estrangeiras estacionadas presentemente em Timor-Leste vão ter um comando unificado, disse hoje à Agência Lusa o primeiro- ministro timorense José Ramos-Horta.

O comando unificado, uma exigência do Parlamento Nacional, que aprovou a 2 7 de Outubro uma resolução nesse sentido, resultará do acordo tripartido que est á a ser ultimado entre o governo, as Nações Unidas e a Austrália, acrescentou Ra mos-Horta.


Aquele plano, que inclui a saída das forças armadas timorenses dos quartéi s em que se encontram acantonadas desde Maio, vai ser debatido no Conselho de Mi nistros de quarta-feira, revelou o chefe do governo à Lusa.

"Vou levar ao Conselho de Ministros o debate sobre o sector da segurança. Queremos ver, em particular, o acordo tripartido, que ainda estou a finalizar com a ONU e a Austrália, que vai reger a presença de forças estrangeiras no país", disse.

Actualmente, cerca de 1.000 polícias da ONU, de 19 nacionalidades diferent es, 1.000 militares australianos e 110 militares neozelandeses, estão em Timor-L este mas sob um comando bicéfalo, que na resolução aprovada pelo Parlamento Naci onal não representa uma mais valia no aumento da segurança, particularmente em D íli.

Nas declarações que fez hoje à Lusa, Ramos-Horta reconheceu que a criação de um comando unificado, conforme o referido acordo tripartido, retira argumentos aos que criticam o comando bicéfalo.

"É que temos sempre que dar tempo ao tempo e andar prudentemente, sem criarmos de repente um vazio", frisou.

"O que estamos a ensaiar agora no acordo tripartido dá muito mais poder de controlo em relação ao comando político e operacional do que se fosse uma missão de paz, uma força de paz da ONU", acrescentou.

Neste caso, sublinhou, "o poder ficaria todo nas mãos do representante esp ecial do secretário-geral da ONU".

Com o acordo tripartido essa situação não se verificará em virtude do envo lvimento das autoridades timorenses, Nações Unidas e da Austrália "nas decisões que terão de ser tomadas".

Ramos-Horta destacou que a participação timorense no comando unificado será feito através dos ministérios da Defesa e do Interior.

"Relacionado com isso vamos ver como reactivar, na sua plenitude, o papel das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste", vincou.

Nos primeiros dias de Maio, em plena crise político-militar, os efectivos das F-FDTL receberam ordens para se manterem nos quartéis, ficando desde então à margem dos actos de violência que, agora de forma menos intensa, ainda se regis tam.

Recentemente, José Ramos-Horta defendeu que, progressivamente, as F-FDTL p oderiam retomar a sua missão, exemplificando com a colocação de efectivos junto à fronteira com a Indonésia e o retomar de operações na parte leste do país.

A 01 de Novembro, em entrevista à Lusa, o brigadeiro-general Taur Matan Ru ak, comandante das F-FDTL, disse que as ideias do primeiro-ministro "são muito interessantes", mas acrescentou que ainda não havia nada de concreto, salientando caber aos políticos timorenses expor uma ideia mais substantiva.

"Depende daquilo que os nossos políticos acham que nós devemos fazer. Como sempre disse, somos uma das partes interessadas em que a situação do país melho re, até porque para chegarmos onde chegámos é nosso dever contribuirmos naquilo que é possível e naquilo que eles acham que nós podemos dar", afirmou.

"Já tive uma reunião com o primeiro-ministro. Ele tem uma série de ideias muito interessantes. Isso vai ter de ser ajustado de acordo com a nossa realidad e e ver o que podemos dar, dentro das nossas possibilidades e de acordo com o no sso estado de desenvolvimento", respondeu o brigadeiro-general.

EL-Lusa/Fim
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Refugees face monsoon misery

The Australian
By Karen Michelmore in Dili
November 07, 2006

THERE'S a new crisis looming for the people of devastated East Timor – the approaching rainy season.

Authorities fear the monsoon – due any day – will have dire consequences for the estimated 25,000 Timorese still sheltering in tents in Dili's 52 refugee camps, six months after violence first exploded across the capital.

Many are still afraid to go home, despite the presence of 1000 Australian troops and 900 international UN police, and some have nothing left, with hundreds of homes destroyed in the violence.

But authorities say Dili – built in a water catchment area – will flood when the rain starts.

At least 11 of the camps are expected to be inundated, creating breeding grounds for mosquito-borne diseases, such as Malaria, or cholera.

Authorities plan to close four of the camps – next to the airport, another opposite the UN barracks, at the hospital and beside Dili's Hotel Timor – which house an estimated 7000 people.

"Hopefully people will leave these four camps," said Luiz Vieira, from the International Organisation of Migration.

"If they don't move out ... the place is going to be flooded, what little they own is going to get wet.

"The situation is going to be dire, not to mention the risk to health."

An hour of rain three weeks ago flooded a number of the camps, including the airport camp, and 48 families moved into the terminal, one aid worker said.

"It was absolutely nothing (compared to the rainy season) and it was a disaster," she said.

Authorities will talk to those displaced by the violence and try and find alternative places for them to go.

They are also working to upgrade conditions in the camps and improve drainage and sanitation.

"Even with all we are doing, the conditions won't be adequate," Vieira said.

Moving displaced people will likely be a tough task.

Many of those who fled the violence – like Zuleta Korea who is sheltering in a tent with two other families at the airport camp – remain fearful and have no other place to go.

"We are living here because we are scared or afraid ... people already burn our home and destroy everything," she said.

"At the moment I don't have anything in the village, our home, everything, is already destroyed."


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De um leitor

H. Correia deixou um comentário sobre o post "Os pecados do artigo de Xanana Gusmão":

Xanana Gusmão continua a desiludir-me. A grande conclusão que se pode tirar deste artigo é que ele não fez caso do que diz sobre ele o relatório da Comissão de Inquérito da ONU, pois persiste no mesmo comportamento: lavar de roupa suja na praça pública e ajuste de contas.

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H. Correia deixou um comentário sobre o post "De um leitor":

Concordo completamente com a crítica deste leitor.

Xanana esquece-se de que é Presidente de todos os timorenses, incluindo os da Fretilin.

Ele continua a ver a vida política do país como uma competição entre ele e a Fretilin, que vem de trás. Vive amargurado pela derrota - democrática - que sofreu em 2002 e não consegue digerir.

Desde então está obcecado pela vingança.

Num momento tão trágico como este, em que milhares de pessoas sofrem,Xanana Gusmão mostra a sua vocação para incendiário ao persistir na confrontação com a Fretilin em vez de ter uma atitude responsável e de apaziguamento que possa conduzir à resolução do problema dos refugiados e dos ataques a casas e pessoas.

Senhor Presidente: deixe o povo votar nas eleições e deixe os seus problemas pessoais fora da praça pública.

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Mesa redonda - Timor Leste


O Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa e o
International Institute for Asian Studies and Interchange promovem, no
próximo dia 15 de Novembro, uma mesa-redonda subordinada ao tema "Timor
Leste - A crise, suas origens e perspectivas de resolução".

O evento terá lugar na Sala Expansão Missionária (Ed. Biblioteca João Paulo
II, 1º piso) da Universidade Católica, em Lisboa, pelas 15 horas.

A entrada é livre.





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De uma leitora

Margarida deixou um novo comentário sobre o post "XANANA GUSMÃO ESCREVEU HOJE NO "JORNAL NACIONAL DIÁRIO" A PARTE 1 DA TEORIA DAS CONSPIRAÇÕES":

Total “falta de honestidade política” e “um insulto às mentes comuns de cidadãos comuns” é o que é esta terceira versão (só este ano!) de provocação deliberada contra instituições democráticas e democratas Timorenses escrita pelo Xanana Gusmão.

E basta reparar na desonestidade desta frase dele “Fui um dos defensores desta ideia (novas eleições em 2002) e por uma razão muito simples! As eleições de Agosto de 2001, foram para o quadro de uma Assembleia Constituinte”. Esta frase é desonesta porque o que ele defendeu publicamente em 31 de Dezembro de 2000 – isto é somente a 8 meses das eleições para a Constituinte – foi precisamente o contrário.

Como Presidente do CNRT/CN disse ele então na mensagem de Ano Novo ao povo Timorense:

“(...) O resultado das eleições ditará a composição da Assembleia Constituinte e pode mesmo ser uma referência para formação do governo. Consequentemente, os partidos políticos podem (ou não) ser chamados a debater isto e a nomear membros do governo. Esta é a maneira como os Timorenses se estão a preparar para gradualmente receber a transferência da responsabilidade até à independência, incluindo ao nível ministerial.

Do mesmo modo, a Assembleia Legislativa, como um órgão eleito que emerge da Assembleia Constituinte, ganhará maior experiência e também iniciará a sua actividade legislativa na corrida para a independência.
Esta é a nossa perspectiva para a preparação dos Timorenses para a independência, a todos os níveis da governação. Pode ser que haja maneiras melhores. Entendemos as eleições, como o ponto focal deste processo político porque conferirá legitimidade aos actos políticos.(…)
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Assim, a partir de Janeiro, os Timorenses, partidos políticos, políticos e intelectuais devem iniciar debates profundos sobre a estrutura de Governo ideal (i.e, o mínimo necessário) para assegurar que não herdemos estruturas extremamente pesadas que não são eficientes e, acima de tudo, não são sustentáveis. Estes debates devem também incluir as questões da centralização e descentralização. (...) “
http://www.canb.auug.org.au/~wildwood/JanNewYear.htm

Aliás, também na Conferência de Apoio a TIMOR-LESTE que se realizou em Bruxelas, em 5 e 6 de Dezembro de 2000, o mesmo Xanana, aí também defendeu: “ (...) Eleição da Assembleia Constituinte, precedida por uma campanha eleitoral; (…) Proclamação da Constituição de Timor Lorosae e transformação da Assembleia Constituinte no Parlamento Nacional; (…) Nomeação do Governo de Unidade Nacional, tomando em consideração a composição do Parlamento Nacional. (…)”
http://www.canb.auug.org.au/~wildwood/Brussels.htm

Como dizemos por cá, cesteiro que faz um cesto faz um cento. Se o Xanana mente com quantos dentes tem sobre esta questão, que até está registada em discursos à nação e perante os dadores internacionais com muitíssimo mais facilidade e se quaisquer escrúpulos mente sobre o que bem entende.

Mas o que mais me chocou neste panfleto de mais de 37 mil caracteres, é nem se ter lembrado que dezenas de milhares de Timorenses estão à chuva em campos de deslocados! É isto um PR? Não, não é.

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De um leitor

Comentário sobre post "De um leitor com uma opinião diferente da nossa":

O que disse no que escrevi foi só que é bom que o PR finalmente mostre o que pensa e o que é, hoje.

Para que não haja equívocos sobre quem é afinal aquele homem em 2006.Estou longe de concordar com o que diz. E é triste ver como aquele homem que todos nós admiràmos um dia, está a implodir por dentro, em azedume e mágoa e outros sentimentos pouco nobres.

Mas é util que o povo se aperceba disso.

Pode ser duro e cruel, mas é preciso encarar a realidade de que não temos mais herói.É preciso que o povo veja que aquele homem está interiormente destruído!

É lamentável mas é assim.

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De um leitor com uma opinião diferente da nossa

Acho o artigo do Presidente da República positivo.

É bom que o PR escreva o que pensa. Que finalmente fale, divulgue as suas opiniões. É bom que o jogo político se clarifique.Que finalmente se faça política. Se as discordâncias eram tão sérias e tão profundas não compreendo é porque é que foi preciso uma crise tão dura e injusta para o povo, para que finalmente o PR visse falar. Mas ainda bem que agora fala abertamente e diz o que pensa.Mais vale tarde que nunca.

Discutir, debater, trocar ideias e opiniões, é positivo. Discordar faz parte da vida.

É bom que o debate se faça. Em liberdade.

Porque só com debate o povo ficará esclarecido sobre as diferentes opiniões e poderá em 2007 votar livremente sobre o que pensa que é melhor para o país.

Saibam todos manter a serenidade no calor da discussão.

Um aspecto negativo do discurso é funalizar muito as coisas. Demonizar ou diabolizar as pessoas não me parece bem. Sobretudo porque Xanana Gusmão não é só um cidadão timorense a escrever num jornal, é também o Presidente da República do país. Os Ministros quando ocupam os cargos, e enquanto os ocupam são os titulares da instituição. E deve ser mantido um certo respeito institucional. Não por causa das pessoas, que passam e outras hão-de vir, mas por causa da instituição, que é bom para todos que não fique abalada no seu prestígio ou autoridade por causa de um certo titular que ocupou o cargo em determinado momento.

O discurso do PR está em português e fico satisfeito que seja assim.

É bom saber que as suas discordâncias políticas com o partido do governo não envolvem a opção cultural e linguística que foi afinal do CNRT.

A democracia faz-se com debate de ideias e em paz. E em política há adversários e não inimigos. Todos são timorenses.

...

Nota: Discordamos que seja um artigo positivo. Lamentamos o tom do mesmo e os aspectos que o/a Leitor/a também considera negativos, como a falta de respeito institucional do PR em relação às outras instituições.

Mas também apreciámos que o texto tenha sido publicado em português.

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O Presidente de Portugal pede poio continuado da ONU a Timor-Leste

Tradução da Margarida.


Xinhua/People's Daily - Novembro 06, 2006 - 11:04

O Presidente de Portugal Aníbal Cavaco Silva pediu no Domingo ao Secretário-Geral da ONU Kofi Annan para informar o seu sucessor da necessidade de o corpo mundial continuar a apoiar Timor-Leste.

Cavaco fez este apelo a Annan quando se encontraram à margem da Cimeira nas Nações Ibero-Americanas que se está a realizar na capital do Uruguai.

No encontro, Cavaco agradeceu ao chefe da ONU que está de partida pelo trabalho que realizou em Timor-Leste, e pela parte que teve a ajudar a promover o diálogo entre Portugal e a Indonésia sobre a ilha.

Timor-Leste foi anexada pela Indonésia nos anos 1970s depois da partida dos colonialistas Portugueses. O pequeno território tornou-se independente em 2002 depois de poucos anos de administração pela ONU. É agora oficialmente chamado Timor-Leste.

Annan deixará o seu posto em 31 de Dezembro depois de expirar o seu segundo mandato de cinco anos. Será substituído pelo Ministro dos Estrangeiros da Coreia do Sul Ban Ki-moon em 1 de Janeiro.

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Notícias - traduzidas pela Margarida

Polícia de Timor-Leste 're-evaliada' depois do desassossego
Radio Australia - Nov. 6, 2006, 22:54:52

Funcionários em Timor-Leste começaram a avaliar os oficiais de polícia para analisar se devem começar o serviço ou se devem enfrentar acção disciplinar em relação à violência na nação, anteriormente este ano.

Toda a força foi retirada das ruas depois do desassossego de Abril e Maio.

Pessoal da polícia internacional e advogados locais re-avaliarão agora cada um dos oficiais e farão recomendações a um painel especial.

O painel determinará se os oficiais regressarão ao serviço ou se enfrentarão acção disciplinar ou judicial.

Cerca de 3,200 forças estrangeiras serão destacadas para Timor-Leste em Maio depois da violência entre facções da força de segurança ter deixado mais de 30 pessoas mortas.

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PM: Timor-Leste não pode desperdiçar as reservas de petróleo

Herald Tribune
Nov. 6, 2006, 4:58AM

© 2006 The Associated Press

DILI, Timor-Leste — O primeiro-ministro de Timor-Leste disse na Segunda-feira que a sua nação pequena e empobrecida não se podia dar ao luxo de desperdiçar as suas vastas reservas de petróleo, dizendo que o petróleo e o gás são potenciais cordas de salvamento para as gerações futuras.

"Estes rendimentos devem ser geridos para os nossos filhos e para o futuro de Timor-Leste," disse José Ramos-Horta num encontro com funcionários civis, líderes da comunidade e jornalistas. "Se o governo investir sabiamente pode ajudar a ... eliminar a pobreza."

Timor-Leste criou um fundo de petróleo - correntemente tem US$600 milhões e (continua) a crescer - No ano passado limitou quando o governo pode retirar, assegurando teoricamente um rendimento anual sustentado nas próximas décadas para a nação de menos de um milhão de habitantes.

Mas com dezenas de milhares de pessoas a viverem em campos depois do país ter mergulhado na crise mais cedo, este ano, quando forças de segurança rivais e gangs com catanas se confrontaram nas ruas da capital, críticos argumentam que algum do dinheiro deve ser gasto agora.

"Timor-Leste é muito afortunado por ter estas fontes de rendimento," disse Ramos-Horta, um vencedor do Nobel da Paz em 1996. "É crucial que não desperdicemos esta oportunidade que nos foi dada por Deus."

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Os pecados do artigo de Xanana Gusmão




A crise continua e está para ficar. A reconciliação não existe.


Se que a um nível mais alto, os responsáveis políticos não derem sinais claros do seu compromisso, e o povo não vir que o exemplo vem de cima, dificilmente acreditarão nestas campanhas. É uma declaração que não está à altura de um Presidente da República, nem pelo conteúdo, nem pela forma. O artigo fala por si.


"Sendo o Ministro de Defesa um membro do CCF, que viveu 5 anos sem interrupção, em casa do Comandante das Forças, é impressionante que se diga que as F-FDTL estavam mais ‘vinculadas’ ao Presidente da República.
...
É preciso lembrar-se que, a partir de Fevereiro de 2001, o ex-comandante das Falintil se desvinculou totalmente das Forças, tendo-se integrado no programa da FRAP, do Banco Mundial, e recebeu também os 500 dólares americanos para a sua própria reinserção na sociedade."

Não vale a pena anunciar grandes programas de reconciliação quando o Presidente da República, aquando da demissão de Mari Alkatiri, anuncia que “ganhámos a guerra” e publica artigos nos jornais ao melhor estilo “lavar de roupa suja”.

"O CCF teve o cuidado de juntar diferentes peças para fazer um carro e isso lembra o caso da Oficina dos Veteranos, em Taibesse, onde entrava um Land Cruiser e saia um Tata. (O malasiano que trabalhava ali, em sociedade com respeitadas pessoas, estragou o nome e a credibilidade da oficina, tendo partilhado com os seus sócios centenas de milhares de dólares... e foi ajudado a fugir, para ilibar os seus sócios. Quem pagou com aquilo tudo, foram os pobres veteranos da oficina.)"

Este discurso não é de um Chefe de Estado. À semelhança do discurso de Xanana Gusmão, proferido em plena crise, este texto revela o seu ódio contra um partido político e demonstra-o num exercício ridículo. O Presidente da República responde num jornal diário a um comunicado de um partido político...

"Essas pessoas, normalmente, padecem de uma enorme falta de segurança. Sofrem a paranóia de que são perseguidas. As teorias de conspiração que tecem à sua volta, são uma forma de se sentirem seguros, na sua própria consciência ou, em melhores palavras, no seu ‘ego’, porque repelem toda e qualquer ideia ou possibilidade de erro."

As considerações que o PR faz sobre paranóia e teorias da conspiração são confusas. Parecem escritas por uma criança.

Insulta-nos a todos, que não prescindimos do nosso direito de acusar, com base no nosso testemunho, que esta crise foi provocada artificialmente junto de grupos descontentes, com objectivos muito claros, quanto ao derrube de um Governo eleito, sim, eleito democraticamente.

"Estou a gostar imenso da expressão ‘carácter profundamente anti-democrático e golpista’, expressão que revela a suma sapiência de doutores formados em países democráticos, durante 24 anos, enquanto o povo resistia, sem doutores, para ganhar a guerra!"

Um dos principais problemas de Timor-Leste, vem de uma questão que nunca ficou resolvida na Resistência. O facto de não reconhecerem todos, que todos tiveram um papel fundamental, cá dentro ou lá fora, na luta contra o invasor e que foi o esforço conjunto de todos, que tornou possível alcançarem a independência. Este discurso mostra que Xanana Gusmão se recusa aceitar o contributo dos outros.

As constantes ironias e acusações a uma "elite intelectual e política" faz lembrar os ataques demagógicos e populistas de uma classe política que geralmente se sente inferiorizada por intelectuais. O Presidente da República deveria congratular-se com os seus “Senhores Doutores” timorenses. É uma pena que um herói como Xanana Gusmão caia neste registo.

"Eu acredito que o CCF teria perguntado ao seu Governo se as suas instituições competentes (ou incompetentes) fizeram algum progresso na resposta a alguns problemas de fundo, detectados nas F-FDTL."

As instituições são do país. São as instituições de Timor-Leste que o próprio PR insulta…

"Eu sei que o CCF, eleito democratica, legitima e transparentemente no Congresso de Maio de 2006, não podia considerar estas questões, porque seria inaceitável submeter os interesses supremos do Partido a um indivíduo, como o Presidente da República!"

Custa a Xanana Gusmão aceitar a decisão do Tribunal de Recurso relativamente à legitimidade da eleição do Comité Central. Mas, como Presidente da República, não pode demonstrar falta de respeito pelos tribunais.
Mas para isso é necessário maturidade política e respeito pelos valores democráticos.


Talvez um dia Xanana Gusmão venha a dizer deste artigo, que gostaria de fazer as coisas como deve ser...

Aguardamos a segunda parte deste artigo, assinado pelo Presidente da República, Kay Rala Xanana Gusmão, no jornal o Diário.

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Reconciliassaunnnnnnn....

Talvez os menos inteligentes, segundo o PR, não tenham percebido as verdadeiras intenções deste artigo de opinião.

Mas segundo a mesma lógica, ou falta dela, este artigo do PR enquadra-se na campanha de reconciliação que tem como objectivo superar a crise.

Não é?


- Sim.

- Sim?!

- Não.

- Não?..

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Xanana acusa FRETILIN de "total falta de honestidade política"

Díli, 06 Nov (Lusa) - O Presidente timorense, Xanana Gusmão, acusou hoje a FRETILIN, e o seu Comité Central (CC), de "total falta de honestidade política" considerando que um documento aprovado na última reunião daquele órgão partidário representa um "insulto" à inteligência.

O violento ataque vem inserido num texto de opinião publicado hoje em Díli, na edição do Jornal Diário Nacional, um dos três diários que são editados em Timor-Leste, e intitula-se "As Teorias das Conspirações".

Escrito parcialmente em tom irónico, mas assestando duras críticas contra a direcção da FRETILIN eleita no último congresso, em Maio passado, Xanana Gusmão fundamenta a sua opinião a partir do texto "Análise da Situação e Perspectivas" aprovado na última reunião do CC, a 29 de Outubro.

Com data de 03 de Novembro, o extenso texto de Xanana Gusmão - com uma segunda parte prometida para a edição de terça-feira do jornal -, escalpeliza ponto por ponto o documento do CC, em que a FRETILIN considera ter a actual crise em Timor-Leste passado por várias evoluções, visando "pôr em causa a ordem constitucional" e envolvendo "actores internos e externos", que, todavia, não identifica.

E é neste ponto que Xanana Gusmão lança um desafio ao partido maioritário.

"Imploro, rogo, peço ao CC da FRETILIN para apresentar com melhores detalhes o plano urdido de golpe e de conspirações, com a identidade de todos os actores, internos e externos", lê-se no texto.

No seu documento, a FRETILIN considera que a actual crise no país conduzirá a um "Plano B", que prevê o recurso a "actos terroristas mais selectivos", pensado por "actores internos e externos" com o objectivo de destruir a ordem constitucional.

Nesse documento, de seis páginas, a FRETILIN evidencia uma tomada de po sição extremamente crítica, considerando que a crise assenta "essencialmente num conflito de natureza política onde o desrespeito pela ordem constitucional democrática e os meios e formas de agir reflectem o carácter profundamente antidemocrático e golpista".

Segundo esta tese, este plano conspirativo terá começado logo em 2002, com "a tentativa de forçar a criação de um Governo de Unidade Nacional", tendo assumido, ainda segundo a FRETILIN, diversas formas até à crise actual.

"Durante estes quatro anos, um plano bem traçado de contra-inteligência foi sendo implementado" e dele fizeram parte a exploração de alegadas rivalidades e de um "clima de suspeição mútua" entre as forças armadas e a polícia nacion al, segundo o partido maioritário, liderado pelo ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Na sua reacção ao documento da FRETILIN, Xanana sustenta que "desta lindíssima frase" se pode "tirar duas peças importantes que sugerem a total falta de honestidade política e representam um insulto às mentes comuns das pessoas comuns".

Relativamente a outros considerandos do documento da FRETILIN, o Presidente da República hesita em classificá-los como "contra-inteligência" ou "contra-informação".

"A certeza é porém uma: de inteligente, há muito pouca relação. Será, no mínimo, necessário um pouco mais de esperteza apenas", frisa.

A publicação do texto de opinião ocorre a poucos dias do início do processo de transferência de dezenas de milhares de deslocados, que vivem em campos espalhados pela cidade, numa iniciativa do governo liderado por José Ramos-Horta, e num período actualmente superior a uma semana em que não se registam incidentes de monta na capital timorense.

A crise político-militar em Timor-Leste, iniciou-se em Abril e dela resultou a desintegração da Polícia Nacional e a divisão das forças armadas, a morte de mais de meia centena de pessoas, a fuga de cerca de 18 por cento da populaç ão das suas áreas de residência para campos de deslocados e a destruição de bens públicos e privados.

EL-Lusa/Fim

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ETimor police 're-evaluated' after unrest

Radio Australia - Nov. 6, 2006, 22:54:52

Officials in East Timor have begun assessing police officers to see whether they should resume duty or face disciplinary action in relation to violence in the nation earlier this year.

The entire force was pulled from the streets following the unrest in April and May.

International police personnel and local lawyers will now re-evaluate each officer and make their recommendations to a special panel.

The panel will determine whether the officer will return to duty or face disciplinary or judicial action.

About 3,200 foreign forces were deployed to East Timor in May after violence between security force factions left more than 30 people dead.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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