sábado, novembro 11, 2006

PM enaltece juventude no 15º aniversário massacre Santa Cruz

Díli, 10 Nov (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, elegeu hoje a juventude como o bem mais precioso de Timor-Leste, numa mensagem a lusiva à passagem, domingo, do 15º aniversário do massacre de Santa Cruz.

Na mensagem, distribuída à imprensa, Ramos-Horta pediu à população que assinale a efeméride num ambiente de paz e de unidade, recordando que as iniciat ivas previstas incluem manifestações desportivas e sessões de teatro e poesia.

"Sem dúvida que o petróleo e o gás são importantes, mas é a juventude d e Timor-Leste que é mais preciosa. Enquanto a maior parte da população mundial e nvelhece, nós temos uma população que cresce ainda mais jovem. E estes jovens po dem ensinar os adultos a perdoar e a viverem em paz", lê-se no comunicado.

O massacre de Santa Cruz foi perpetrado no cemitério do mesmo nome, em Díli, quando militares indonésios dispararam sobre centenas de pessoas que parti cipavam numa homenagem ao jovem Sebastião Rangel, morto a 28 de Outubro, durante um ataque contra a igreja de Motael, onde se refugiara.

Segundo dados divulgados posteriormente, a intervenção dos militares in donésios no cemitério de Santa Cruz provocou 271 mortos e 382 feridos, tendo 250 pessoas sido dadas como desaparecidas.

A acção indonésia em Santa Cruz contribuiu, contudo, para relançar a qu estão da ocupação sangrenta de Timor-Leste, depois das imagens do massacre, do b ritânico Max Stahl, terem sido divulgadas a nível mundial, insuflando novo vigor nos esforços diplomáticos pela independência.

A passagem do 15º aniversário do massacre inicia-se domingo de manhã, c om a celebração de uma missa na igreja de Motael, a que se seguirá uma marcha at é ao cemitério de Santa Cruz, onde decorrerão cerimónias religiosas e tradiciona is.

Timor-Leste tem uma população de cerca 1 milhão de habitantes, 44 por c ento dos quais tem idade inferior a 15 anos.

EL-Lusa/Fim

.

Marta, modelo dos direitos das raparigas, lançada para promover a igualdade de género em Timor-Leste

Tradução da Margarida.

UNICEF

Nota noticiosa

DILI/TIMOR-LESTE, 10 Novembro 2006 – O Gabinete para a Promoção da Igualdade, que está sob (tutela) do Gabinete do Primeiro-Ministro, juntamente com a UNICEF, lançou oficialmente a Iniciativa de Comunicação Marta em 10 de Novembro de 2006. É um pacote educativo multimédia de melodramas de rádio, autocolantes, cartazes, brochuras e, no futuro livros aos quadradinhos e desenhos animados, sobre uma rapariga Marta, o seu irmão Atoy, o seu papagaio de estimação Kakatua e as suas aventuras.

Numa mostra de firme apoio, ambos o Primeiro-Ministro Dr José Ramos-Horta e a primeira dama da República Democrática de Timor-Leste Ms Kirsty Sword-Gusmão estiveram presentes no lançamento oficial da Iniciativa de Comunicação Marta no Gymnasium Hall. O Gabinete da Promoção para a Igualdade e a ONG da primeira dama a Alola Foundation foram parceiras chave com a UNICEF para desenvolver esta iniciativa.

“Esta iniciativa está muito em linha com o compromisso do meu Governo em focar-se em questões importantes para as mulheres como a saúde, educação, violência contra as mulheres, e maior representação no emprego público e na tomada de decisões,” disse o Dr José Ramos-Horta. “O nosso país precisa da total participação e da autoridade das mulheres para ter sucesso tanto economicamente como socialmente.”

A Iniciativa de Comunicação Marta é um pacote multimédia que o Governo e todas as organizações podem usar para promover os direitos das raparigas. É um processo dinâmico que permite os utilizadores criarem novas histórias com base em questões emergentes que afectam as crianças e as jovens no país.

“Um dos obstáculos mais poderosos que se levantam contra os direitos das crianças e que impedem que se atinjam os objectivos de Desenvolvimento do Milénio é a discriminação sobre mulheres e raparigas. Como um modelo, Marta tem o potencial para trazer mudanças positivas nas vidas de mulheres e raparigas ao pôr as famílias a discutir questões importantes num ambiente vivo e não ameaçador,” disse Shui Meng Ng, representante da UNICEF em Timor-Leste.

Questões como o acesso à educação, casamento infantil, saúde e higiene, paz e conflito serão tratados usando melodramas de rádio, livros aos quadradinhos e desenhos animados. As crianças serão inspiradas pelos exemplos positivos que Marta e o seu irmão Atoy mostram nas histórias.

“Marta e as suas aventuras dar-nos-ão uma oportunidade para promover os direitos dos jovens, tanto rapazes como raparigas, de modo positivo e com entretenimento. Promove a igualdade e os direitos de uma metade da população cujas vozes não são muitas vezes ouvidas ou são ignoradas,” disse a Ms Kirsty Sword-Gusmão quando falou no lançamento.

A primeira história de Marta foi lançada no evento, com parte de um melodrama de rádio de 15 minutos que foi apresentado aos 500 convidados, que incluíram quase 200 alunos das escolas primárias e secundárias de Dili.

Na história Sairá a Marta da Escola?, a Marta de 10 anos fica admirada quando tem de sair da escola para tomar conta do seu irmão bébé. Um dia no Mercado ela impede que um negociante engane o pai ao calcular correctamente quanto dinheiro lhe devia pagar pelo milho que estava a vender. O pai percebeu então como era importante ter todos os filhos na escola. Os produtores têm esperança que esta história inspire os pais a apoiar todos os filhos a continuarem na escola. Em Timor-Leste, muitas raparigas tendem a sair da escola cedo, porque a sua educação não é uma prioridade para as famílias.

E à luz do corrente desassossego civil no país, a história Marta e a Paz está a ser desenvolvida para encorajar as crianças e as famílias a respeitarem e a ouvirem-se uns aos outros para restaurar a paz. Em Maio, tensões políticas atingiram o país em resultado duma profunda divisão étnica entre pessoas, especialmente em Dili. Esporádicas guerras de gangs continuam a criar tensões voláteis na cidade.

A ideia de um modelo como Marta começou em 2003 quando a UNICEF e um grupo de produtores da folhetins de rádio (Timor Murak Group) desenvolveram um folhetim de rádio com 12 episódios Hakarak Kaer Ba Fitun (Estende-te para as estrelas) para promover igual acesso à educação para rapazes e raparigas.

“No princípio de 2005, alguns de nós foram ao Bangladesh para aprendermos de Meena, um modelo animado para meninas e raparigas do Sul da Ásia. Meena, que foi concebida no princípio dos anos 90’s pela UNICEF, é agora um nome conhecido no Sul da Ásia pelos direitos das crianças. Com base nessa experiência, voltámos para casa determinados a criar o exemplo de modelo de criança para Timor-Leste,” disseDominggus Monemnasi, consultor da UNICEF que em estado envolvido desde 2003 a desenvolver a Marta.

Em Novembro de 2005, um grupo de artistas locais, escritores, produtores de rádio, e representantes de ONG’s locais e internacionais, UNICEF, o Gabinete para a Promoção da Igualdade e outros ministérios juntaram-se para desenvolver os carácteres de Marta e da sua família. Os episódios foram testado no campo com crianças em Dili, e em distritos como Los Palos, Manatuto, Aileu e Ermera; as histórias foram escritas com conselhos técnicos de ministérios relevantes e de ONG’s.

“Todos sabemos que temos uma parte para ter a certeza que Marta desenvolve todo o seu potencial de modo que ela com o seu lema ‘Hakarak Kaer Ba Fitun’ inspirará todas as crianças Timorenses a fazerem o mesmo,” disse Ms Kirsty Sword-Gusmão.

...

Sobre a UNICEF

Durante 60 anos a UNICEF tem sido a líder para as crianças no mundo, trabalhando no terreno em 156 países e territórios para ajudar as crianças a sobreviver e a ter sucesso, desde a infância até à adolescência. É o maior provedor de vacinas para países em desenvolvimento, a UNICEF apoia a saúde e a nutrição infantis, água potável e cuidados sanitários, a qualidade da educação básica para todos os rapazes e raparigas, e a protecção das crianças da violência, exploração e AIDS. A UNICEF ié inteiramente financiada por contribuições voluntárias de indivíduos, negócios, fundações e governos.

Para informação adicional e entrevistas contactar:

Maria José Sanches, Directora, Gabinete para a Promoção da Igualdade, Governo de Timor-Leste (Tetum Queries)
HP: +670-7230187

Antonio Gomes, Funcionário Assistente de Comunicação, UNICEF Timor-Leste (Tetum Queries)
HP: +670-7232441 Email: angomez@unicef.org

Bridgette See, Consultante de Comunicação, UNICEF Timor-Leste
HP: +670-7280892 Email: bsee@unicef.org

.

Timor-Leste: citing better security, top UN official calls on displaced to return home

UN News Centre - 10 November 2006

Nearly seven months after deadly violence forced around 155,000 people in Timor-Leste to flee to temporary camps, the top United Nations official in the tiny nation called today on these internally displaced persons (IDP) to return to their homes, citing a much-improved security situation thanks in part to the increased number of UN police.

“It is important that we begin to solve the problem of the IDP camps in Dili and the surrounding areas because we do need to bring about a sense of normality in the community in order to move past the crises that occurred earlier this year,” said Acting Special Representative for Timor-Leste Finn Reske-Nielsen, referring to the Timorese capital.

“My message today to all the IDPs across Dili is that the security situation has increased significantly and it is becoming safe to go home. And, in fact, over the past several weeks thousands of IDPs have already returned to their homes,” he told reporters at a press conference held at a former IDP camp just east of the capital.

Violence, attributed to differences between eastern and western regions, erupted in April and May after the firing of 600 striking soldiers, a third of the armed forces, and it claimed at least 37 lives and drove 155,000 people, 15 per cent of the total population, from their homes.

The Security Council created the expanded UN Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT) in August to help restore order in the country that the world body shepherded to independence from Indonesia just four years ago, and one of its key aspects is bringing in UN police officers to rebuild and support the local force.

“I am pleased to inform you that at the present time we have just under 1,000 police officers in Dili backed up by almost 1,000 soldiers from the international security forces,” said Mr. Reske-Nielsen.

Earlier in the week, he visited another IDP camp in Dili and said he was pleased to see that its population had fallen from around 17,000 when he first visited in June to 3,500.

As well as the country’s improving security, another reason for people to leave these temporary camps was the possibility of disease and other health risks during the approaching rainy season, Mr. Reske-Nielsen added.

He warned of a “serious” health threat when the rain comes, adding, “it is important that the IDPs in vulnerable camps would begin to think very seriously about going home and if they do not feel safe to go home then, they should avail themselves of the opportunity to be relocated to safer areas.”

.

UNMIT – Revista dos Media Diários


Tradução da Margarida.

Sexta-feira, 10 Novembro 2006

Relatos dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisão de Timor-Leste

International Forces Will Leave If Not Required: PM Horta

Depois do seu discurso no Parlamento Nacional na Quinta-feira sobre os 100 dias do governo, Ramos-Horta que é também o Ministro da Defesa disse aos deputados que as forças internacionais continuam presentes no país porque as forças nacionais estão ainda fracas. Mas o Primeiro-Ministro sublinhou que uma vez que a polícia comece a funcionar adequadamente as forças podem começar a retirar-se do país, acrescentando que não há limite para a presença das forças. Disse que o governo da Malásia teve de retirar as suas tropas porque não tinha fundos para lhes pagar. Ramos-Horta acrescentou que a Malásia tem esperança de continuar a dar assistência se o Conselho de Segurança da ONU decidir enviar capacetes azuis. Noutro artigo no STL, o Primeiro-Ministro apelou à Polícia Militar, ao Major Alfredo Reinado e a Vicente da Conceição ‘Railos’ para entregar as armas ainda na sua posse ou terão a polícia e as forças internacionais a persegui-los e a detê-los. O Primeiro-Ministro disse que uma vez que entreguem as armas, que ele pedirá pessoalmente às forças internacionais para lhes dar segurança mas (que) de acordo com a última informação que recebeu, Railos mudou-se da sua área. (STL)

Claudio Ximenes apresenta funcionários da Justiça

O Presidente do Tribunal de Apelo, Claudio Ximenes, apresentou seis oficiais de Justiça que chegaram a Timor-Leste de Portugal sob o programa de cooperação Programa de Justiça assinado entre Portugal e o UNDP para assistir ao sistema judicial. (STL)

Análise para reconstrução de casas

O Vice-Ministro das Obras Públicas, Raul Mosaco disse que o governo está a fazer agora uma análise a nível dos suku para identificar as casas que foram destruídas durante a crise, com base em informação recolhida nos campos de deslocados em Hera, Metinaro, Obrigado Barracks e Lecidere. Mousaco disse que uma equipa do seu Ministério também analisou três locais do Estado usados anteriormente pela polícia em áreas como Taibessi e Caicoli para montar os novos bairros. Diz que há ainda discussões em curso sobre o último. (TP)

.

Women and children first

Smht.com.au


Crisis and truth
November 11, 2006

It is the young and most vulnerable who have suffered the most from East Timor's unrest, writes Kirsty Sword Gusmao.

ROSALINA XIMENES'S eyes were downcast as I leaned forward to kiss her lightly on both cheeks. I caught the smoky scent of the firewood she had used to cook her last meal as I pressed the envelope of money into her hand.

Rosalina was surrounded by her six children and a gathering of curious onlookers. The grimy face of her second youngest child, Arris, betrayed fear at the sight of me, but none of the horror and pain to which his mother had been subjected since the murder of her husband.

Paulo da Costa was one of a group of policemen gunned down with weapons belonging to East Timor's army on May 25. The money and material assistance I had to offer seemed inconsequential in the face of the magnitude of Rosalina's loss.

When she and her children finally leave this refugee camp - a once tranquil and pristine convent that is still home to 1300 displaced people - they have no house to return to.

Rosalina is one of the women widowed by the recent conflict. In my capacity as the wife of the President, I have distributed money gathered by a Rotary Club and a group of surgeons in Adelaide, and established a scholarship fund to guarantee that, at the very least, the women's children will receive an education.

Like the 140,000 internally displaced people facing months of hunger and boredom in the dusty, overcrowded camps spread across Dili, these women are innocent victims of a dangerous conflict not of their making, which is to a large extent incomprehensible to them.

So what went wrong? On the surface, all was proceeding so well with the nation-building process. East Timor was held up by the United Nations and many donor nations as the post-conflict success story so anxiously awaited by the rich, aid-giving countries of the world. Its first four years as an independent nation were marked by the establishment of all the major institutions of state and, importantly, by political stability and peace.

These are no minor achievements. The country was almost totally destroyed by the Indonesian military and its militias in 1999. The people carried deep psychological scars as a result of 25 years of political violence. There was an exceedingly low human resource base, particularly at the level of middle and senior management. Members of the clandestine resistance movement - some fresh out of university, others newly released from Indonesian jails - became members of parliament, government officials, even senior department heads. The learning curves were brutally sharp.

Four years is a short time to overturn and redress this legacy. Nobody expected the government of Mari Alkatiri to work miracles. My husband, Xanana Gusmao, made regular and consistent appeals to the people throughout the early period of independence to have patience and understand the arduous process of nation-building being undertaken.

By early this year, however, frustration at the slow pace of development, the concentration of government spending and resources in Dili, reports of widespread corruption, and what most people perceived to be the unresponsiveness - even arrogance - of the government in the face of worsening poverty was coming to a head. Families who, in Indonesian times, had been able to buy seeds to plant home gardens in order to stave off hunger and malnutrition, found they could no longer do so, due to widespread unemployment and the adoption of the US dollar as the nation's currency.

I was roundly criticised in some circles in Australia and elsewhere for commenting in the Australian media on the worsening crisis unfolding around me in May: the wife of a president is not expected to have opinions and certainly not to express them on issues of a political nature, even when these issues impact dramatically on her life, the life of her family and the lives of the women with whom she engages every day.

A reflection on what it means to be the first lady of the world's newest nation inevitably leads me to an analysis of the status of women in East Timor and some of the efforts that I, my Alola Foundation and the women's movement in this country are making to elevate that status and to create the conditions for a healthier, more dignified life for our sisters - who are among the poorest in our region.

Discussion of each of these issues highlights a significant gap between ideals, public perception, the goals we strive to achieve and the reality of women's lives.

THE women of East Timor live in deep poverty. More than half of them are illiterate and struggle to heal the wounds of 25 years of a brutal military occupation. Low social status, associated with cultural and religious norms, and an entrenched patriarchy add insult to their injury.

The Alola Foundation's work on maternal and child health, education and economic empowerment has developed in parallel with the slow and painful process of nation building. There have been some significant gains for women in political participation. The national parliament has 23 women MPs out of a total of 87, one of the highest levels of female representation in South-East Asia - the result of some strenuous lobbying of party leaders by the UN and women activists. Women also hold positions of power in the council of ministers, and lead the finance and planning, state administration and education ministries.

Despite these modest gains, the women's movement has learnt that having encouraging numbers in the legislature, and some positions of power in the executive arm of government, does not necessarily mean a shift in acceptance. A great many women parliamentarians report that they feel ill-equipped, both technically and in terms of experience, to be effective as legislators and representatives of their constituencies. They also claim to face discrimination and prejudice, and struggle to combine public duties with motherhood and onerous family obligations. The recruitment of the sub-district administrators by the first constitutional government produced only one woman out of a total of 65.

A moment of crisis is, it would seem, a moment of truth. The gains over the previous four years almost evaporated with the onset of violence in late May. In the face of physical danger and political upheaval, women were again relegated to the roles of caregivers and victims.

It is telling that not a single East Timorese woman solicited an audience with my husband, or had her views sought, on solutions to the crisis at the height of the turmoil. It wasn't a deliberate act of exclusion. It just didn't occur to anyone, in this intensely patriarchal society, that women may have something important and useful to contribute to the delicate and vital processes of disarmament, reconciliation and peace building.

At the same time, a disproportionate burden of responsibility for mopping up the mess left by the conflict has fallen on the shoulders of women: the mothers struggling to provide their families with shelter, security, food and other basic needs in the camps, the tireless Catholic sisters of various religious orders who, with no security provided by the international forces and with limited resources, have opened the doors of their convents and colleges to many thousands of hungry and traumatised displaced people.

Despite that, it was a woman whose political courage and moral outrage ultimately precipitated a revolt within the government that brought a resolution. It was a brave woman, Maria Domingas Alves (alias "Micato"), a former adviser to the prime minister on gender equality, who took the step first. She said she could no longer serve the women of East Timor within a government "which no longer functions effectively".

Six other senior government officials were spurred on by her example and also resigned. Shortly afterwards a new government was formed, and a semblance of peace, if not normalcy, returned.

Women in a country such as East Timor are uniquely placed to build peace and security. They, like no one else, value peace as the foundation for the survival of their families and communities, as the basic precondition for their children's education and prosperity. Yet they are virtually absent from discussions on reform of the security sector and negotiation of the mandate of a new UN mission in the country. This highlights the sad fact that the women of East Timor still have a long way to go to achieve their rights as equal and valued citizens of their new nation.

Australian-born Kirsty Sword Gusmao has lived in East Timor for seven years. This is an edited extract from Griffith Review 14: The Trouble with Paradise (ABC Books, $19.95).

.

Girl rights role model Marta launched to promote gender equality in Timor-Leste

UNICEF

News note

DILI/TIMOR-LESTE, 10 November 2006 – The Office for Promotion of Equality (OPE), which comes under the Office of the Prime Minister, with UNICEF, officially launched the Marta Communication Initiative on 10 November 2006. This is a multimedia edutainment package of radio melodramas, stickers, posters, brochures and, in the future comic books and cartoon films, about a girl Marta, her brother Atoy, their pet parrot Kakatua and their adventures.

In a show of firm support, both the Prime Minister Dr José Ramos-Horta and First Lady of the Democratic Republic of Timor-Leste Ms Kirsty Sword-Gusmão were present at the official launch of the Marta Communication Initiative at the Gymnasium Hall. The OPE and the First Lady’s NGO Alola Foundation have been key partners with UNICEF in developing the initiative.

“This initiative is very much in line with my Government’s commitment to focus on issues important to women like health, education, violence against women, and greater representation in public employment and decision-making,” said Dr José Ramos-Horta. “Our country needs the full participation and empowerment of women to succeed both economically and socially.”

The Marta Communication Initiative is a multimedia package that the Government and all organisations can use to promote children and adolescent girls’ rights. It is a dynamic process that allows users to create new stories based on emerging issues that affect children and young women in the country.

“One of the most powerful obstacles standing in the way of realising children’s rights and achieving the Millennium Development Goals is the discrimination experienced by women and girls. As a role model, Marta has the potential to bring positive change in the lives of girls and women by getting families to discuss important issues in a lively and non-threatening environment,” said Shui Meng Ng, UNICEF Representative in Timor-Leste.

Issues like access to education, child marriage, health and hygiene, peace and conflict will be tackled using entertaining radio melodramas, comic books, and cartoons. Children will be inspired by the positive examples that Marta and her brother Atoy show in the stories.

“Marta and her adventures will give us an opportunity to promote the rights of young people, both boys and girls, in a positive and entertaining manner. It promotes the equality and rights of one half of the population whose voices is very often not heard or is ignored,” said Ms Kirsty Sword-Gusmão when she spoke at the launch.

The first Marta story was launched at the event, with part of the 15-minute radio melodrama played to 500 invited guests, which included almost 200 primary and secondary school students from Dili.

In the story Will Marta Leave School?, 10-year-old Marta is dismayed when she has to drop out of school to look after her baby brother. One day at the market, she stops a businessman from cheating her father by calculating correctly how much money he should be paid for the corn he was selling. Her father then realised how important it was to have all his children go to school. The producers hope that this story will inspire parents to support all their children to continue schooling. In Timor-Leste, many girls tend to drop out of school early, as their education is not a priority for their families.

And in light of the current civil unrest in the country, the story Marta and Peace is being developed to encourage children and families to respect and listen to one another so as to restore peace. In May, political tensions rocked the tiny country and resulted in a deep ethnic divide amongst people, especially in Dili. Sporadic gang wars continue to create a volatile tension in the city.

The idea of a role model like Marta began in 2003 when UNICEF and a group of radio drama producers (Timor Murak Group) first developed a 12-part radio drama series Hakarak Kaer Ba Fitun (Reach for the stars) to promote equal access to education for boys and girls.

“In early 2005, some of us visited Bangladesh to learn from Meena, an animated model for children and girls throughout South Asia. Meena, who was conceived in the early 90’s by UNICEF, is now a household name in South Asia for child rights. Based on the experience, we came home determined to create Timor-Leste's own child model,” said Dominggus Monemnasi, UNICEF consultant who has been involved in developing Marta since 2003.

In November 2005, a group of local artists, writers, radio producers, and representatives from international and local NGOs, UNICEF, the OPE and other ministries came together to develop the characters of Marta and her family. The sketches were field tested with children in Dili, and in districts like Los Palos, Manatuto, Aileu and Ermera; the stories were written with the technical advice from relevant ministries and NGOs.

“We all know we have a stake in making sure Marta develops to her full potential so that she with her motto ‘Hakarak Kaer Ba Fitun’ will inspire all our Timorese children to do the same,” said Ms Kirsty Sword-Gusmão.

...

About UNICEF

For 60 years UNICEF has been the world’s leader for children, working on the ground in 156 countries and territories to help children survive and thrive, from early childhood through adolescence. The world’s largest provider of vaccines for developing countries, UNICEF supports child health and nutrition, good water and sanitation, quality basic education for all boys and girls, and the protection of children from violence, exploitation, and AIDS. UNICEF is funded entirely by the voluntary contributions of individuals, businesses, foundations and governments.

For additional information and interviews contact:

Maria José Sanches, Director, Office of Promotion of Equality, Government of Timor-Leste (Tetum Queries)
HP: +670-7230187

Antonio Gomes, Assistant Communication Officer, UNICEF Timor-Leste (Tetum Queries)
HP: +670-7232441 Email: angomez@unicef.org

Bridgette See, Communication Consultant, UNICEF Timor-Leste
HP: +670-7280892 Email: bsee@unicef.org
.

Eleições em 2007 - Timor: Alkatiri admite candidatar-se às legislativas

Correio da Manhã - 2006-11-09 - 15:27:00


O ex-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, admitiu candidatar-se às eleições legislativas do próximo ano, sublinhando, todavia, que a última palavra caberá à FRETILIN, partido que lidera.

"Nunca me candidatei a primeiro-ministro", afirmou Alkatiri pouco depois de chegar a Lisboa para realizar exames médicos, adiantando que foi nomeado para a chefia do governo pela FRETILIN depois deste partido ter sido o mais votado nas eleições de 2001.

O Secretário-geral da FRETILIN demitiu-se a 16 de Junho deste ano, na sequência da crise político-militar que afectou o país. Alkatiri defende ter sido o resultado de "um golpe de Estado que não foi concluído" e que "a FRETILIN evitou uma guerra civil", ao aceitar que abandonasse a chefia do governo.

Relativamente ao facto de ter sido constituído arguido num processo sob alegado envolvimento na distribuição de armas a civis, Alkatiri afirmou-se totalmente disponível para colaborar com a Justiça escusando-se, contudo, a tecer mais comentários sobre o assunto.

Num relatório divulgado a 17 de Outubro, uma comissão de investigação da ONU indicou não ter encontrado provas sobre o alegado envolvimento do ex-governante, muito embora tenha recomendado uma investigação adicional para determinar se este deve ser responsabilizado criminalmente sobre a questão.

VICE-MINISTRA DA JUSTIÇA PEDIU A DEMISSÃO

Isabel Ferreira, vice-ministra da Justiça de Timor-Leste, pediu a demissão do cargo, depois de ter sido empossada há cerca de três meses.

Segundo a edição de hoje do 'Timor Post', que se publica em Díli, a demissão de Isabel Ferreira foi requerida pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, ao primeiro-ministro. A razão invocada pelo chefe de Estado foi, adianta o diário, a incompatibilidade da continuidade de Isabel Ferreira no governo e na Comissão Verdade e Amizade (CVA), órgão criado conjuntamente por Timor-Leste e pela Indonésia em 2005, para apurar a verdade material dos crimes ocorridos em 1999, na sequência da saída indonésia.

O jornal escreve ainda que, Isabel Ferreira disse ter aceite o convite para integrar o II Governo Constitucional na condição de continuar a trabalhar na CVA, o que teria sido aceite na altura pelo Presidente e pelo primeiro-ministro.

.

“Crise de liderança”

Rádio Renascença - 09-11-2006, 19:26

O ex-Primeiro-ministro timorense reiterou hoje que há uma “crise profunda na liderança” actual do seu país, em resultado do golpe político-militar de Maio último.

Mari Alkatiri, que chegou hoje a Lisboa para tratamentos médicos, admite que existe uma “quebra na autoridade do Estado” e fala em “hipoteca de parte da soberania” do país.

O actual Primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, no discurso de balanço dos seus primeiros 100 dias de governação, considerou que o país não caiu numa guerra civil graças à FRETILIN.

Alkatiri não tem dúvidas disso e afirma mesmo que a FRETILIN “salvou o país” de cair numa situação mais grave.

Sobre o relatório da Comissão Independente que investigou a recente onda de violência no país, o antigo chefe do Governo lamenta que se esteja a politizar a própria Justiça.

.

Mari Alkatiri: Nunca mais me encontrei com o presidente Xanana

Correio da Manhã - 10-11-2006

Carlos Menezes / F. J. Gonçalves

Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro de Timor-Leste, está desde ontem em Portugal para efectuar exames médicos de rotina. Alkatiri continua a defender que a crise política no país resultou de “um golpe de Estado que não foi concluído graças à Fretilin”.

Correio da Manhã – Há possibilidades de voltar a candidatar-se a primeiro-ministro?

Mari Alkatiri – Eu sempre disse que nunca me candidatei. Nenhuma vez me candidatei a primeiro-ministro. O meu partido, Fretilin, ganhou as eleições em 2001 e fui indicado para chefiar o governo e assumi. Procurei fazer melhor para o país. Depois dessa experiência, às vezes, obriga-nos a reflectir um pouco mais, repensar se sirvo melhor no governo ou no partido. Se o partido entender que eu devo voltar a chefiar o governo, só tenho de agradecer. Caso contrário, trabalharei só para o partido.

– Por que razão insistiu na investigação do processo de distribuição de armas?

– Já critiquei várias vezes o relatório da ONU sobre este assunto. Se o assunto mais importante era o meu, por ser ex-primeiro-ministro, a investigação deveria ir até ao fim. Deixar a investigação como se deixou é politizar a Justiça. Continuo totalmente disponível para colaborar com a Justiça.

– Como está a actual situação política no país?

– O país agora está bem melhor. Contudo, estamos ainda a enfrentar o problema dos deslocados. O actual primeiro-ministro, José Ramos-Horta, pediu-me para intervir como secretário-geral da Fretilin e tudo estou a fazer para ajudar o governo no sentido de resolver todos os problemas, prioritariamente criar condições para que os deslocados regressem às suas zonas de origem, às suas casas.

– O presidente do Parlamento Nacional e o primeiro-ministro foram ao Aeroporto de Díli despedir-se de si antes de viajar para Portugal. O que significa?

– Significa que depois de toda essa crise ficou a amizade.

– Ramos-Horta agradeceu à Fretilin pelo facto de o país não ter caído numa guerra civil...

– Eu não tenho dúvidas nenhumas de que foi necessário fazer uma contenção, controlar os militantes da Fretilin para salvar o país de uma guerra civil. Não venham outras instituições reclamar que salvaram o país porque foi a Fretilin que salvou o país.

– A que instituições se refere...

– Há muitas que, às vezes, reclamam salvadores da pátria...

– Na altura da crise de Maio, disse que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado. Ainda entende que foi esse caso?

– Foi mesmo um golpe, embora algumas pessoas aceitem a teoria da conspiração e do golpe. Mas que foi um golpe, foi. Não foi concluído, não porque houve falta de vontade daqueles que o queriam fazer, mas mais precisamente pela reacção da Fretilin de contenção e de tolerância.

– Mas nunca referiu nomes, continua a não querer envolver o presidente Xanana Gusmão no caso?

– A situação actual é para nós olharmos para a frente. Classifico o que se passou de crise de liderança nacional, é uma crise profunda. Como consequência, tivemos uma quebra de autoridade de Estado e hipoteca de parte da nossa soberania.

– Como estão as suas relações com o presidente Xanana?

– Nunca mais nos encontrámos, desde que me demiti. Há vários esforços no sentido de nos porem em contacto. Ele diz que é meu amigo, eu digo que sou amigo dele. A amizade prevalece.

– Alguns membros do seu governo terão participado na distribuição de armas aos civis?

– Esta é uma outra questão que a Comissão Internacional de Inquérito Independente investigou muito profundamente e chegou à conclusão que não havia importação ilegal de armas. Os contentores que foram encontrados, entraram legalmente no país. Estranhamente, depois de terem chegado a essa conclusão, a comissão pura e simplesmente passou uma esponja por cima de tudo isso e não mencionou no relatório. Porquê?

PERFIL

Mari Alkatiri, formado em Direito, é de ascendência iemenita mas nasceu em Timor-Leste, há 56 anos. Mari Alkatiri, um dos fundadores da Fretilin, em 1974, estava fora do território timorense quando se efectuou a invasão indonésia. Juntamente com Mari Alkatiri estavam também no exterior José Ramos-Horta e Abílio Araújo.

No regresso a Timor-Leste, Mari Alkatiri fez parte do Governo de Transição. Em nome do governo, Alkatiri dirigiu delegações timorenses que entabularam conversações com a Austrália sobre a exploração do petróleo. Esteve 20 anos exilado em Moçambique.

Secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri levou o partido a vencer as eleições legislativas de 2001, tornando-se assim primeiro-ministro até Junho deste ano, quando, por causa da grave crise política, resignou das suas funções.

.

O calendário da GNR

Rádio Renascença - 10-11-2006, 7:28



Está praticamente definido o calendário para a partida do segundo contingente do Sub-agrupamento «Bravo» da GNR para Timor-Leste.

O primeiro passo é segunda-feira com a despedida interna, e depois – gradualmente - a rotação ficará concluída até ao final do mês.

Seis meses depois, a primeira rotação do contingente, dividida em três partes.

Cerca de dezanove militares já lá estão, partiram a 18 de Outubro, e foram alargar e completar o primeiro contingente, que as Nações Unidas quiseram que fosse de 140 efectivos, e não de 127 como foi inicialmente constituído.

Outros quatro militares partem na próxima terça-feira, dia 14, grupo que incluiu o capitão Barradas – que irá comandar este novo grupo.

E, em princípio, no dia 23 partem os restantes 108 militares, todos num voo fretado propositadamente pelas Nações Unidas.

E será nesse mesmo avião que deverão regressar os elementos do primeiro contingente. Se tudo correr conforme planeado, estarão em Lisboa lá para 28 ou 29 deste mês.

Antes das viagens, na próxima segunda-feira, a GNR organiza no seu Regimento de Infantaria uma despedida formal do segundo contingente.

.

UNMIT Daily Media Review

Friday, 10 November 2006

National Media Reports
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

International Forces Will Leave If Not Required: PM Horta

Following his address to the National Parliament on Thursday on the 100 days of governing Ramos-Horta who is also the Minister for Defence told MPs that the international forces continue to be present in the country because the national forces are still weak. But the Prime Minister stressed that once the police starts to function properly the forces can start to withdraw from the country, adding there is no limit for the presence of the forces. He said the Malaysian government had to withdraw its troops because they did not have the funds to pay for the troops. Ramos-Horta added that Malaysia hopes to continue to provide assistance if the UN Security Council decides to send peacekeepers. In a separate article in STL, the Prime Minister appealed to the Military Police, Major Alfredo Reinado and Vicente da Conceição ‘Railos’ to surrender weapons still in their possession or have the police and the international forces chase and detain them. The Prime Minister said once they surrender their guns, he personally will ask the international forces to provide security for them but according to the latest information he has received, Railos has moved from his area. (STL)

Claudio Ximenes Present Justice Officials

The President of the Court of Appeal, Claudio Ximenes, has presented six justice officials who have arrived in Timor-Leste from Portugal under the cooperation program accord between Portugal and UNDP’s Justice Program to assist the judiciary system. (STL)

Survey On Reconstruction Of Houses

Deputy Minister of Public Works, Raul Mosaco said the government is now holding a survey at the suku level to identify houses that were destroyed during the crisis, based on data collected from the Hera, Metinaro, Obrigado Barracks and Lecidere IDP camps. Mousaco said a team from his Ministry has also checked three state locations previously used by the police in areas like Taibessi and Caicoli to set up the new neighbourhood. He said discussion is still taking place on the latter. (TP)
Para o primeiro-ministro, os responsáveis pela violência são antigos membros das milícias, que puseram o país a ferro e fogo em 1999. "Trata-se de elementos que já então usavam da violência, que fugiram para a Indonésia, mas que em 2000 e 2001 regressaram no quadro do repatriamento", precisou Ramos-Horta.

Campos de acolhimento

Relativamente aos mais de 23 mil deslocados que ainda se encontram nos cerca de 60 campos de acolhimentos espalhados por Díli, Ramos-Horta reafirmou a política governamental de que "não existem condições de insegurança que justifiquem a continuação dos deslocados".

Até às eleições, a realizar até 20 de Maio de 2007, Ramos-Horta elegeu como prioridades a consolidação da segurança e estabilidade no país.

Segundo o diário "Timor Post", que se publica em Díli, a demissão de Isabel Ferreira (mulher de Taur Matan Ruak) foi requerida pelo presidente da República, Xanana Gusmão, invocando a incompatibilidade do cargo no Governo e do trabalho que ela desempenhava na Comissão Verdade e Amizade, órgão criado conjuntamente por Timor-Leste e pela Indonésia em 2005, para apurar a verdade material dos crimes ocorridos em 1999, na sequência da saída indonésia.

Em Lisboa, onde se encontra para tratamento médico, o ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, admitiu candidatar-se às próximas eleições, mas sublinhou que a última palavra caberá à FRETILIN, partido que lidera.

Deslocados sequestraram trabalhadores humanitários

Sete trabalhadores humanitários estiveram ontem sob sequestro dos residentes no campo de deslocados em Metinaro, 45 quilómetros a leste de Díli, mas o incidente foi resolvido com a sua libertação.

Os reféns, que foram obrigados a entregar aos deslocados as chaves das suas viaturas, foram envolvidos num protesto em que era exigida mais ajuda humanitária.

Dois dos reféns tinham nacionalidade australiana e britânica, e os restantes eram timorenses, todos funcionários da PLAN, uma organização não-governamental britânica criada em 1937 e que desenvolve projectos de assistência humanitária em vários países.

A situação obrigou à deslocação de efectivos da UNPOL para o local, incluindo militares da GNR, mas não foi necessário usar da força para resolver o incidente.

Actualmente, 93 mil pessoas - 23 mil em Díli e 70 mil fora da capital -, vivem em campos de deslocados criados em resultado da crise político-militar de Abril.http://jn.sapo.pt/2006/11/10/mundo/cem_dias_governoforam_muito_dificeis.html

.

Notícias - traduzidas pela Margarida


A Coreia do Sul decide enviar 100 polícias para Timor-Leste a pedido da ONU

SEUL, Nov. 10 (Yonhap) – A Coreia do Sul decidiu despachar cerca de 100 oficiais da polícia para Timor-Leste no princípio do próximo ano em resposta a um pedido da ONU para ajudar a resolver a instabilidade crescente no jovem Estado da Ásia do Sudeste, disse a agência da polícia na Sexta-feira.

O Conselho de Segurança da ONU requisitou a Seul através do Ministério dos Estrangeiros que a polícia Coreana participe na operação de manutenção da paz em Timor-Leste, onde se aprofundou um caos sangrento desde a sua independência da Indonésia em 1999.

A ONU aprovou uma resolução em Agosto para destacar cerca de 1,600 oficiais de polícia das suas nações membros para a região, e forças da Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal têm participado nas operações.

A Agência da Polícia Nacional diz que enviará 5 oficiais em 23 de Novembro antes de chegar o corpo principal. Equipados com excelência em conhecimentos de línguas estrangeiras e em capacidade física, os oficiais serão encarregados de trocar conhecimentos de segurança com os oficiais locais e da ONU e comandarão o destacamento Coreano com o tamanho de um batalhão no próximo ano, disse.

De 1999-2003, a Coreia do Sul operou uma unidade militar com cerca de 400 soldados em Timor-Leste para ajudar a reconstruir o país a pedido da ONU e das forças multinacionais lideradas pela Austrália.

Batalhas de armas e ataques incendiários subiram em Timor-Leste em Março no processo de demissão de cerca de 40 por cento dos soldados locais depois da libertação, quando tropas do governo e os soldados afectados se confrontaram violentamente.

Em Setembro de 1999, Timor-Leste tornou-se independente depois de 24 anos de governo Indonésio depois de um referendo apoiado pela ONU.

hkim@yna.co.kr
(FIM)

***

Dili: Timor-Leste 'precisa de tropas estrangeiras para a paz'
Reuters/The Australian - Novembro 10, 2006

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta disse que o pior período de violência no seu país já passou, mas pediu às tropas Australianas e da Nova Zelândia para ficarem para guardarem a paz.

A Austrália liderou uma força de 3200 tropas estrangeiras para Timor-Leste no fim de Maio depois do pequeno país ter caído no caos a seguir ao despedimento de 600 soldados amotinados.

Lutas que puseram polícias e militares de Timor-Leste uns contra outros e que evoluíram para distúrbios e pilhagens nas ruas da capital, Dili, deixando cerca de 30 pessoas mortas e 150,000 deslocadas.

Há cerca de 1000 tropas Australianas em Timor-Leste.

“Os piores momentos já passaram e as autoridades da polícia estão melhor equipadas,” disse o Sr Ramos Horta num discurso que marcou os 100 dias do seu cargo.

Mas disse que a presença das tropas estrangeiras era no melhor interesse de Timor-Leste porque já estão familiarizadas com o país e as pessoas.

“As forças militares Australianas e da Nova Zelândia vão continuar em Timor-Leste a colaborar com as operações da UNPOL (a polícia da ONU),” disse.

A ONU tinha concordado em enviar 1600 polícias internacionais para Timor-Leste e propôs uma força militar de 350 tropas sob o seu comando.

O Sr Ramos Horta disse que reconhecia as preocupações do Parlamento sobre os arranjos do comando entre as tropas internacionais e a polícia da ONU.

“Estamos a negociar um acordo trilateral com a ONU e a Austrália, a sua intenção é regular as funções das forças militares e estabelecer um mecanismo de coordenação de alto nível no qual todas as partes estejam representadas,” disse.

A violência esporádica tem continuado em Timor-Leste e no mês passado irromperam lutes em Dili entre grupos armadas, matando quatro pessoas e obrigando ao encerramento do aeroporto principal.

O território de cerca de um milhão de pessoas votou em 1999 num referendo para a independência da Indonésia, que o anexou depois de Portugal ter acabado o seu domínio colonial em 1975.

Timor-Leste tornou-se totalmente independente em 2002 depois de um período de administração da ONU.

***

Cem dias do Governo foram "muito difíceis"
Jornal de Notícias, 10/11/06

Os primeiros 100 dias de José Ramos-Horta à frente do Governo timorense foram "difíceis", reconhece o primeiro-ministro, explicando que tal se deve ao facto de não terem sido cumpridas as expectativas de rápida estabilização e de maior segurança que todos esperavam. O balanço surge, aliás, no mesmo dia em que o elenco sofreu a primeira baixa com a demissão da vice-ministra da Justiça, Isabel Ferreira, e foi confrontado com o sequestro (ver caixa) de sete trabalhadores humanitários.

A chegada das forças internacionais, entre finais de Maio e princípios de Junho, na sequência de um pedido de apoio das autoridades timorenses à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal para pôr termo à violência, não impediu a "destruição de grande parte de alguns bairros de Díli," reconhece Ramos-Horta.

.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.