quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Dia agitado, o de hoje!

Terça-feira, Fevereiro 20, 2007

O grupo de estudantes era da Universidade da Paz manifestava- se e
sobre a paz pregava. O jovem que leu o comunicado parecia acreditar
convictamente no que estava a ler. Se não tivesse visto as imagens
anteriores ao aparecimento do jovem, ter-me-ia deixado levar pela
conversa. É que a TV também mostrou que antes da pregação da paz,
tinha havido pedradas, vidros partidos…

Noutra imagem, o ministro do Desenvolvimento falava igualmente
convicto. E a TV também nos mostrou umas quantas pedras a caírem na
sala do ministro que teve de acabar o discurso mais depressa do que
pensava.

Também o Palácio do Governo fechou as portas mais cedo. Por ordem de
Ramos Horta que, sem aceitar trabalhar sob pressão, mandou os
funcionários para casa.

A manhã já não começou nada bem. Mais um homem que morreu esta
madrugada devido a mais um confronto entre grupos rivais, num bairro
aqui bem próximo de minha casa.

Hoje também foi o dia do anúncio do candidato presidencial da FRETILIN
às eleições presidenciais e de debate no Parlamento sobre a
ratificação do tratado de partilha de recursos petrolíferos entre
Timor e Austrália e a distribuição de arroz.

E, por causa do arroz, o ministro e o vice-ministro da Agricultura
foram retirados do ministério antes que a multidão que se aglomerava
junto dos armazéns entrasse no edifício e houvesse um sério revés. Foz
la iha, foz la iha, foz la iha… (Não há arroz… ) ouve-se repetidamente
em cada canto…

A tensão é muita. Sente-se. Não por causa dos recursos petrolíferos
que um dia nos tirarão da miséria. Mas sim, porque falta o arroz, a
base da alimentação dos timorenses. E, com a barriga vazia, quem terá
serenidade para pensar no dinheiro do petróleo que chegará sabe-se lá
quando?

Por outro lado, se nem sequer se conseguiu abastecer o país de arroz
para que não se chegasse ao ponto em que estamos hoje, quem vai
acreditar que haverá saber, visão e arte de bem negociar -obviamente,
a nosso favor - o melhor sobre os recursos petrolíferos?

Ângela Carrascalão Terça-feira, Fevereiro 20, 2007

2 comentários:

Anónimo disse...

Estas de parabens Angela; em Timor nao gostam de quem tem "visao e arte de negociar a nosso favor", gostam mais daqueles que so sabem vender, nem que sejam aboboras!!!

Anónimo disse...

** Por ordem de
Ramos Horta que, sem aceitar trabalhar sob pressão, mandou os
funcionários para casa.**

Gostei desta. Realmente este PM é uma comédia autêntica. Trabalhar é preciso Sr. PM, não é só viajar. Se não aguenta com esta pequena "pressão" como pode sequer pensar em continuar a ocupar o cargo que ocupa?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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