quinta-feira, março 15, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

Embaixador escolhe Sydney
The Australian – Março 14, 2007
Por: Ray Gatt

Alfredo transportou com orgulho a bandeira da sua nação em vários e diversos campos de football do mundo, mas agora o Timor-Leste internacional tem esperança de fazer um nome próprio na Liga A.
O defesa tem sido uma figura interessante nos últimos dias desde que entrou no treino do Sydney FC à procura de uma oportunidade para provar a sua valia e ganhar talvez um contracto com o clube da moda.

Tendo sido um dos primeiros jogadores do seu país de adopção a ter uma carreira no exterior, Alfredo, 30 anos, tem esperança de se tornar no primeiro Timorense a jogar na competição nacional da Austrália.

"Era algo que gostaria muito de fazer," disse ontem Alfredo depois de acabar o treino no Estádio Parramatta.

Apesar de não haver promessas do lado de Sydney, Alfredo está grato pela oportunidade de mostrar o que pode fazer depois de ter perdido o lance de jogar pelo Heidelberg na primeira liga Victoriana.
"Convidaram-me para ir para o Heidelberg mas as coisas não me pareceram bem e no último minuto decidi o contrário," disse. "Sydney andava à procura de jogadores e pensei que teria uma boa oportunidade em tentar e impressionar."

Alfredo, que fala Português, Inglês, Italiano e Espanhol, tem tido uma carreira interessante, tendo jogado na segunda divisão em Portugal e na Série C (terceira divisão) na Itália.

Presentemente está contratado pelo Minnesota Thunder na Liga Principal do Football da segunda divisão, mas o clube concordou em libertá-lo se ele não se juntar a outra equipa nos USA.

Alfredo, que tem pai Português e mãe Timorense, jogou todo o seu football fora do seu país adoptivo, mas tem uma "muito, muito " próxima afinidade com Timor-Leste.

"O meu pai encontrou lá a minha mãe quando estava nas forças armadas, e casaram-se em Portugal, onde nasci," disse Alfredo.

"É o meu país. È a minha alma."

Disse que tinha agarrado a oportunidade de jogar por Timor-Leste em 2004 na Taça do Tigre, o campeonato de football da ASEAN.

"Esse foi um dos maiores momentos na minha carreira," disse."Cheguei mesmo a capitanear o lado num dos desafios. Sei que a minha mãe ficou muito orgulhosa."

Apesar da relutância de entrar em detalhes, Alfredo disse estar contente em ser considerado um embaixador de Timor-Leste dentro e fora do campo.

"Farei tudo para ajudar o meu país, dentro e fora do campo," disse Alfredo.

Apesar de não ter entrado no que chama a "Grande Liga ", Alfredo não tem qualquer hesitação em nomear o seu ponto alto no football.

"Em 2005, fui escolhido pela Fundação Figo para jogar num desafio de caridade em Espanha onde estavam alguns dos maiores jogadores do mundo," disse Alfredo. "Joguei 20 minutos ao lado do Figo contra uma equipa escolhida por Ronaldo. Foi um momento incrível. O estádio estava cheio e fazer parte dessa noite foi notável para mim e para Timor-Leste."

** *

ONU vai investigar mortes em Timor
AAP – Março 14, 2007

A polícia da ONU fará um inquérito à morte dos cinco Timorenses mortos por tropas Australianas em perseguição do do fugitivo amotinado major Alfredo Reinado.

Reinado escapou e mantém-se em fuga depois das tropas Australianas terem cercado a sua fortaleza em Same em 4 de Março e ter morto cinco dos seus apoiantes.

A investida e a morte dos apoiantes de Reinado levantaram sentimentos anti-Australianos em Timor-Leste. A representante da ONU para os media Allison Cooper disse que a polícia dfa ONU fará um inquérito ao ataque em Same, perto da costa sul de Timor-Leste.

É esperado que o inquérito veja as regras de engajamento das tropas Australianas no confronto.
Contudo, Cooper disse que tal inquérito era uma "prática normal ".

Disse que a polícia da ONU já estava a fazer um inquérito à morte de dois Timorenses mortos por soldados Australianos perto do aeroporto de Dili em 23 de Fevereiro.

A Austrália diz que os dois foram baleados em auto-defesa porque estavam a disparar setas metálicas contra as tropas. Entretanto advogados de Reinado apelaram ao governo de Timor-Leste para reconsiderar uma oferta de rendição através da mediação da igreja católica.

"Não queremos que ele seja morto em operações militares," disse Benevides Barros em nome do grupo de advogados que representam o homem perseguido. "O nosso cliente está 100 por cento disponível para se entregar à justiça. "O governo devia tomar em consideração a nossa proposta, o acordo de resolução pacífica. "A igreja disse estar pronta para mediar."

Barros disse que a proposta tinha sido assunto de conversas de alto nível na última Sexta e Segunda-feiras envolvendo o chefe da ONU Atul Khare, o Presidente Xanana Gusmão, o Primeiro-Ministro José Ramos Horta e outros funcionários de topo, mas que tinha sido rejeitada.

Disse que o Bispo de Dili Alberto da Silva desejava mediar durante uma reunião na Segunda-feira com Ramos Horta, mas que tinha pedido que o envolvimento da igreja fosse requerido numa carta formal.
O porta-voz da imprensa António André disse hoje que Ramos Horta ordenaria um “congelamento imediato" das operações militares Australianas se o soldado fugitivo dissesse quando e onde se renderia. Ramos Horta também garantirá "um tratamento humano e seguro, na captura e na prisão ".

Mas disse: "Não há qualquer mediação, porque não vemos nada sobre que mediar."

Barros disse que Reinado não se renderá ao governo ou às forças Australianas, apelando a um cessar-fogo com garantias para se entregar não à prisão mas a detenção no domicílio.

"O ministro do interior Rogério Lobato não passou um dia na prisão desde a sua detenção no ano passado," disse. "Nem o ex-primeiro-ministro (Mari) Alkatiri, durante as investigações sobre as armas. O major Alfredo devia ter também direito a detenção no domicílio."

Barros disse que o fugitivo queria soldados da Nova Zelândia ou Americanos, não Australianos, a guardá-lo enquanto esperasse pelo julgamento – uma proposta que já fez às respectivas embaixadas em Dili.

Finalmente, os advogados querem que as acusações contra Reinado sejam confinados às que levaram à sua prisão em 2006 – tentativa de homicídio, resultante de um confronto militar nos subúrbios de Dili em Maio do ano passado, e rebelião contra o Estado.

Querem que sejam retiradas as acusações de fuga da prisão e de ataque a postos de fronteira da polícia. Reinado escapou da prisão com cerca de outros 50 presos depois da sua detenção no ano passado e tem estado em fuga desde então.

***

Reinado provoca com entrevistas nos media
SMH - Março 14, 2007
Lindsay Murdoch

O fugitivo amotinado Alfredo Reinado tornou a humilhar muitos soldados Australianos pesadamente armados que o procuram há mais de uma semana ao encontrar-se com jornalistas nas montanhas de Timor-Leste.

Reinado reuniu-se com um jornalista Timorense numa base a cerca de 20 quilómetros de distância de onde escapou a um ataque mal amanhado de soldados Australianos na cidade de Same. Encontrou-se ainda com uma equipa do Correspondente Estrangeiro da ABC.

O antigo responsável da polícia militar de Timor-Leste estava vestido com um uniforme das forças militares Australianas quando o jornalista do Timor Post Mariano Da Costa o entrevistou no Sábado passado.

A perseguição por soldados Australianos tem incluido o uso de vários helicópteros Black Hawk e bloqueios de estrada 24 horas por dia.

Reinado disse a Da Costa que os cinco dos seus homens mortos quando tropas Australianas invadiram a sua base em Same eram heróis que tinham morrido pela causa da justiça. Apelou à igreja católica para mediar um acordo para a sua rendição.

"Estou pronto a dialogar – o diálogo é melhor, assim podemos prevenir qualquer ameaça contra a nação que pode levar à guerra civil," disse.

Mas Reinado disse que estava preparado para lutar se os Australianos da Força de Segurança Internacional em Timor-Leste continuassem a persegui-lo.

Disse que se tinha aproximado mais da capital, Dili, conseguindo evitar os Australianos, porque não queria que os aldeãos fossem apanhados pela violência, como aconteceu em Same.

A Australian Associated Press ontem citou um padre da paróquia de Same, padre David Alves, que disse que os aldeãos estavam aterrorizados com a chegada de quatro Black Hawks e de um transporte de tropas.

"Casas foram assaltadas e ordenaram às pessoas para saírem a meio da noite para fazerem buscas," disse. "Agricultores pobres, gente idosa."

Reinado disse à ABC que não tencionava entregar-se às tropas Australianas. "Render-me-ei à justiça, não a ninguém, nem a nenhum comando nem a nenhuma força."

Reinado, uma figura heróica para muitos Timorenses, liderou uma fuga em massa da prisão principal de Dili em Agosto passado. O governo de Dili abandonou esforços para o levar à rendição depois dele ter feito assaltos a postos de polícia na fronteira, apanhando 25 armas de elevada potência.

***

Fugitivo Reinado apela a mediação
The Age – Quarta-feira, Março 14, 2006
Brendan Nicholson, Canberra e Lindsay Murdoch

Amotinado de Timor humilha tropas

O amotinado fugitivo Alfredo Reinado humilhou muitas tropas Australianas pesadamente armadas que o têm perseguido ao reunir-se com jornalistas Australianos nas montanhas de Timor-Leste.


Reinado e os seus homens têm estado em fuga desde 4 de Março quando soldados das forças especiais Australianas tentaram prendê-lo na sua base na cidade de Same.

Cinco dos seus seguidores foram mortos, mas ele e os sobreviventes do seu grupo escaparam-se para o mato.

Prometeram nunca se render e Reinado avisou que se os Australianos o atacarem outra vez irá combatê-los.

No Domingo, quando helicópteros Black Hawk das forças armadas Australianas os sobrevoavam, o repórter Eric Campbell e o operador de câmara David Martin do programa Correspondente Estrangeiro contactaram apoiantes de Reinado e passearam-se com ele durante dois dias através de rios e da floresta.
Evadindo-se constantemente à vigilância Australiana, foram levados para um esconderijo no mato.

Finalmente um telefone codificado chamou-os para a parte de baixo da estrada da montanha e Reinado emergiu da escuridão, vestindo um uniforme das forças armadas Australianas.

Reinado disse que não queria disparar contra os Australianos e que só tinha feito fogo quando o seu acampamento foi atacado porque os Australianos dispararam primeiro.

Disse que se mantinha perto dos seus perseguidores Australianos mas que mudava de acampamento todas as noites para se manter à frente deles.

Reinado, uma figura de culto de herói entre muitos Timorenses, liderou uma fuga de massa da principal prisão de Dili em Agosto último.

Os negociadores militares Australianos passaram meses a tentar persuadi-lo a render-se, mas esses esforços ruíram quando os soldados amotinados roubaram armas automáticas e munições de um posto da fronteira no mês passado e o governo Timorense pediu à Austrália para ajudar a capturá-lo.

Reinado disse também a jornalistas locais que se reuniram com ele no Sábado que queria que a igreja católica mediasse a rendição. "Estou sempre pronto para dialogar – dialogar é melhor para podermos prevenir qualquer ameaça contra a nação que pode levar à guerra civil," disse Reinado.

Disse que tinha viajado para mais perto da capital, Dili, conseguindo evitar os Australianos, porque não queria que os aldeãos fossem apanhados na violência como foram em Same.

O comandante do contingente da Austrália de 800 elementos, Brigadeiro Mal Rerden, disse que as suas tropas não tinham desistido da perseguição. "Temos obviamente de o localizar e estamos a trabalhar muito para isso. E conhece a natureza do terreno, é muito rugoso."

Aldeãos disseram aos jornalistas da ABC que os soldados Australianos os amarraram e interrogaram. Disseram que na noite do ataque perto de Same, dois helicópteros aterrarem perto das 10pm, estourando telhados e paredes e destruindo as suas culturas no campo.

Disseram que abusaram e maltrataram-nos de maneira como nunca tinham experimentado com os militares Indonésios.

O Brigadeiro Rerden disse que as tropas estavam bem treinadas e que conduziram as operações numa maneira muito profissional. "Têm muita compreensão da necessidade de sensibilidade e respeito pelos civisquando fazem este tipo de operações," disse.

O produtor executivo da ABC, Greg Wildsmith, disse ontem à noite que a entrevista foi o resultado de muito trabalho e de persistente trabalho de campo dos jornalistas. "Passaram muito tempo a subir as montanhas, a atravessar ribeiras e a tirar sanguessugas," disse.

***

Timor-Leste- Homem em fuga
ABC – Correspondente Estrangeiro - Emissão: 13/03/2007
[NOTA: O vídeo ainda não se encontra disponível online]

Repórter: Eric Campbell
Sinópse

Alfredo Reinado escapou à captura de forças Australianas nas montanhas de Timor-Leste há dez dias. Cinco Timorenses foram mortos no assalto.

Desde então tem havido uma intensa caça ao homem ao major Reinado, o antigo responsável da polícia militar de Timor-Leste.

Ao mesmo tempo que Reinado tem conseguido iludir as forças militares, incluindo a elite SAS da Austrália, foi localizado no mato pelo repórter Eric Campbell.

Reinado disse a Campbell que não tinha feito nada de errado. “Nunca quis disparar contra nenhum Australiano,” disse. “Defendo-me a mim próprio porque eles dispararam primeiro contra nós.” Diz que ele e os seus homens lutarão se forem cercados outra vez.

Reinado tem sido um fugitivo desde Agosto último quando escapou da prisão. Tinha sido acusado de tentativa de assassinato durante os motins que rebentaram em Dili em Maio passado.
Negociadores das forças militares Australianas passaram meses a tentar persuadir Reinado e os seus apoiantes armados a renderem-se.

Mas quando as forças de Reinado roubaram armas automáticas e munições de um posto da fronteira no mês passado o governo de Timor-Leste, apoiado pelo Presidente Xanana Gusmão, apediu às forças Australianas para capturarem o oficial desertor.

O Presidente Gusmão falou também com Eric Campbell sobre o caso Reinado, descartando as suas desculpas que a polícia de fronteira lhe tinha dado armas para proteger o povo de milícias apoiadas pelo governo. “Como pode um soldado a viver no exterior da instituição entrar num posto de polícia e pedir para lhe emprestarem armas?” disse. “Se fosse lá pedir emprestada alguma comida para eles, pedir emprestado um lápis para escrever um pedido, mas pedir armas emprestadas! Para quê? Isto é algo que não podemos aceitar.”
O Brigadeiro Australiano Mal Rerden diz que as suas forças não desistem da perseguição. “Temos obviamente de o localizar e estamos a trabalhar bastante para isso e conhece a natureza do terreno, é muito rugoso.”

Campbell disse a Rerden que tinha entrevistado gente na aldeia de Sasaneh que tinham acusado as forças Australianas de os amarrarem e interrogarem.

O Brigadeiro Rerden respondeu: “Os nossos soldados são altamente treinados. Têm estado a conduzir as operações numa maneira muito profissional. Têm muita comprensão da necessidade de sensibilidade e respeito para com os civis quando conduzem tais operações.”

***

The Australian – Março 14, 2007
Reinado não se renderá aos Australianos
Mark Dodd, Dili

O amotinado Timorense Alfredo Reinado prometeu nunca se render às tropas Australianas e diz que se defenderá se dispararem contra ele.

"Nunca tive uma palavra de rendição. Render-me-ei à justiça, não a nenhum comando ou a nenhuma força," disse numa entrevista à ABC emitida ontem à noite.

Perguntado se atacaria soldados Australianos se fosse cercado, respondeu: "Nunca quis disparar contra um soldado Australiano."

Mas quando desafiado se tinha disparado contra Australianos no princípio do mês, Reinado disse: "Defendo-me a mim próprio porque dispararam primeiro contra nós."

O antigo comandante da polícia militar do país enfrenta acusações pelo seu envolvimento na violência política do ano passado, nomeadamente num tiroteio contra soldados do governo nos subúrbios de Dili que deixaram cinco mortos e 10 feridos. O Presidente Xanana Gusmão tinha pedido às tropas lideradas pelos Australianos para o prenderem.

As tensões têm subido desde 4 de Março, quando soldados Australianos atacaram a sua base na cidade de Same, matando cinco dos seus apoiantes.

O amotinado disse que estava a lutar contra o governo Timorense porque as forças de segurança tinham baleado e morto manifestantes anti-governo durante o caos que Dili sofreu no ano passado.

"Tive de sair e pará-los porque esta instituição pertence ao povo, levantar-me e defender o povo, não matar o povo," disse.

Reinado já foi visto como um aliado «da Austrália e a sua mulher e filhos vivem em Perth.
Disse que duvidava se o povo Australiano apoiava a tentativa das forças militares para o capturarem. "O Governo foi responsável, não acredito que o povo da Austrália ordenasse isto," disse.
A ONU ontem admitiu estar a ter conversações com os advogados de Reinado depois de por duas vezes ter negado que estava envolvida em negociações para garantir a sua rendição.

Perguntado no Domingo e na Segunda-feira se Atul Khare, o responsável da missão da ONU em Timor-Leste, tinha estado envolvido em conversas com advogados de Reinado sobre um possível negócio, a porta-voz da ONU Allison Cooper disse que não tinha estado.

Mas perante a evidência obtida pelo The Australian, a ONU admitiu ter tido conversas com Benevides Correia Barros, presidente da Associação de Advogados de Timor-Leste que está a representar Reinado.

A Srª Cooper disse que o Sr Barros, na qualidade de advogado de Reinado, reuniu com o Sr Khare a semana passada.
Sabe-se que a Força de Defesa Australiana se sente desconfortável sobre o papel da ONU que envolva Reinado.

A ADF encara a admissão da ONU que tem estado envolvida em conversações como uma quebra de uma responsabilidade que assumiu de se manter afastada de relacionamentos envolvendo o homem mais procurado do país.

"Uma percepção de que outras partes estão preparadas para negociar com Reinado poderá minar a operação em curso para garantir a sua detenção," disse uma fonte diplomática ocidental em Dili.
- Adicional reportagm; AAP

** *

A ONU admite conversações com advogados do major Reinado
The Australian – Março 14, 2007
Mark Dodd, Dili

A ONU admitiu ter tido conversações com os advogados do fugitivo das forças armadas de Timor-Leste Alfredo Reinado depois de por duas vezes ter negado estar envolvida nas negociações para garantir a rendição.

Perguntado no Domingo e na Segunda-feira se Atul Khare, o responsável da missão da ONU em Timor-Leste, tinha estado envolvido em conversações com os advogados do major Reinado sobre um possível acordo, a porta-voz da ONU Allison Cooper disse que não tinha estado.

Mas apresentada a evidência obtida pelo The Australian, a ONU admite agora ter tido conversações com Benevides Correia Barros, presidente da Associação dos Advogados de Timor-Leste, que está a representar Reinado.

Reinado, um oficial das forças armadas Timorenses treinado pelos Australianos, foi comandante da unidade de polícia militar do país, mas desertou em Maio passado. É procurado por alegado envolvimento na violência política.

Numa declaração emitida no fim da noite de Segunda-feira, a Srª Cooper disse que o Sr Barros, na qualidade de advogado do major Reinado, encontrou-se com o Sr Khare na semana passada. Durante as conversações, o chefe da ONU tdisse ao Sr Barros que o major Reinado tinha de enfrentar a justiça.

"Todas as acções tomadas pela UNMIT (a missão integrada da ONU em Timor-Leste) em relação a Alfredo Reinado têm sido consistentes com a tarefa mandatada para apoiar o Governo de Timor-Leste e todas as instituições relevantes para consolidar a estabilidade," disse a Srª Cooper.
Mas sabe-se que a Força de Defesa Australiana está desconfortável com o papel da ONU envolvendo o major Reinado.

A ADF encara a admissão da ONU de estar envolvida em negociações como uma quebra da responsabilidade que assumiu a semana passada de se manter afastada de relacionamentos que envolvam o homem mais procurado do país.
Canberra, que está desconfortável com a possibilidade de as tropas Australianas se atolarem nos problemas políticos de Timor-Leste, partilha a mesma preocupação da ADF sobre a acção da ONU.
"Uma percepção de que há outras partes preparadas para negociar com Reinado pode minar a operação em curso para garantir a sua detenção," disse uma fonte diplomática ocidental em Dili.

Em Maio último, o major Reinado e 20 polícias militares pesadamente armados fugiram para as montanhas em apoio de 590 soldados que estavam a protestar contra alegada discriminação no interior das fileiras das Forças de Defesa de Timor-Leste.

Enfrenta acusações de traição pelo seu envolvimento na violência política do ano passado, nomeadamente num tiroteio com soldados do governo nos subúrbios de Dili que deixaram cinco mortos e dez feridos.

Foi preso no ano passado mas no fim de Agosto liderou uma fuga da prisão Bécora em Dili com outros 56 presos e tem estado em fuga desde então.

No princípio deste mês, o major Reinado pilhou 25 armas automáticas, rádios e coletes à prova de bala de dois postos de polícia da fronteira antes de se retirar para a cidade do sul de Same.
Isso levou o Presidente Xanana Gusmão a pedir à força liderada pelas tropas Australianas em Dili para o renderem.

***

Autoridades Indonésias prendem Timorenses que atravessaram a fronteira
The Jakarta Post – Quarta-feira, Março 14, 2007

Jacarta: oficiais de segurança Indonésios prenderam dúzias de Timorenses que atravesaram o território Indonésio depois dos problemas de segurança terem piorado no mais jovem país Asiático.

A estação de televisão MetroTV relatou na Quarta-feira que tropas Indonésias com a tarefa de guardar a fronteira entre os dois países escoltaram os Timorenses de regressonao seu país.
Timor-Leste rompeu com a Indonésia em 1999 depois de uma votação sobre a independência patrocinada pela ONU.

Cerca de 1,000 tropas Indonésias foram colocadas ao longo da fronteira entre os dois países, depois do piorar das condições de segurança do país.

Muitos receiam que as eleições presidenciais do próximo mês possam desencadear nova violência no país, que está tenso no meio de uma operação em curso pelas forças militares Australianas para capturar um soldado fugitivo ligado ao desassossego e à explosão de violência de gangs.

***

Timor-Leste prolonga o recenseamento de eleitores no meio de receios de violência
Dili, Timor-Leste, Março 14 (AP): Violência de rua e preocupações com soldados desertores estão a perturbar as preparações para as eleições no próximo mês em Timor-Leste - eleições vistas como cruciais para o futuro da pequena nação – disse um funcionário na Quarta-feira.

A data-limite para o recenseamento eleitoral para as eleições foi alargado até Quarta-feira da próxima semana de Sexta-feira desta semana, disse Faustino Cardoso Gomes, presidente da Comissão Nacional Eleitoral.

Gomes disse que preocupações de segurança em partes da capital, Dili, e no sul foram a razão para o alargamento, ao lado de recenseamento maior que o esperado nalgumas áreas.
"Tem havido um problema em termos de segurança nalguns lugares," disse Gomes ao explicar o alargamento.

Funcionários eleitorais da ONU saíram recentemente da cidade sulista de Same por causa das tropas Australianas que estão lá a perseguir um bando de soldados amotinados liderados pelo desertor major Alfredo Reinado. Reinado foi um líder na luta faccional do ano passado entre as forças militares e a polícia, que transbordou para as ruas de Dili em violência que matou pelo menos 37 pessoas e pôs cerca de 155,000 a fugirem para campos de deslocados.

Soldados internacionais em grande parte restauraram a paz, mas lutas de gangs rebentam muitas vezes em Dili.
Funcionários das eleições esperam garantir que as eleições presidenciais em 9 de Abril e as eleições parlamentares mais tarde sejam justas, para que não desencadeiem mais violência nesta jovem democracia que sofreu uma separação sangrenta da Indonésia em 1999.

***

Downer pede a Reinado para se render
ABC – Quarta-feira, Março 14, 2007. 8:18am (AEDT)

O Ministro dos Negócios Estrangeiros Alexander Downer diz que as tropas Australianas em Timor-Leste tentarão capturar vivo o amotinado Alfredo Reinado.

O major Reinado disse à equipa doi Correspondente Estrangeiro da ABC TV, que o encontrou numa parte remota de Timor-Leste, que não se renderá.

O Sr Downer diz que tem esperança que o major Reinado mude de ideias mas as tropas Australianas não o perseguirão de armas a disparar.

"Obviamente é mais difícil capturar alguém nesta base mas isso é obviamente o que estão a tentar fazer," disse. "Estão certos em agir assim – só abrem fogo contra pessoas em auto-defesa. "Não montarão assaltos do tipo de uma ofensiva com as armas a disparar."

O Sr Downer diz que seria melhor para toda a gente se o major Reinado se entregasse.

"Para ser honesto consigo, como observador de pessoas, penso que ele parecia perseguido e exausto vendo-o na televisão," disse. "Penso que estaria muito melhor se se entregasse em vez de tentar viver dia após dia como um um fugitivo no mato."

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.