sexta-feira, março 30, 2007

Witness tells truth commission of rape, beatings by a pro-Indonesian militia in East Timor

Associated Press - March 29, 2007

Jakarta, Indonesia: Esmeralda dos Santos sobbed as she told a truth commission on Thursday how she was dragged from a church and repeatedly raped by a pro-Indonesian militiaman during a frenzy of violence following East Timor's vote for independence in 1999.

Her shocking testimony about mass sexual abuse and beatings came during a week of hearings in Jakarta by the Commission of Truth and Friendship, a 10-member bilateral panel seeking to reconcile the countries' troubled past.

Dos Santos was among 18 people to give testimony in the Indonesian capital, including former political and military leaders.

On Sept. 6, 1999, Indonesian forces and their proxy militias separated younger women from the elderly and took them to makeshift detention centers, dos Santos said.

She was held captive with about 45 other women at a school where scores were raped and assaulted for a week before being transferred to a squalid refugee camp along the border.

They were seized when troops and militia stormed the Suai Catholic Church, about 80 kilometers (50 miles) south of the capital, Dili, two days after the announcement that East Timor voted to break from Indonesia in a U.N. referendum.

At least 31 people — including three Catholic priests — perished in the attack, among the bloodiest during months of violence which investigators say left as many as 1,500 people dead.
"I had been raped many times by the same militiaman both right after the attack and at the refugee camp," dos Santos said, weeping. The same man raped other women, including three of her relatives, while their family members were forced to watch, she said.

"If we refused they said they would shoot us to death," she said. "I know the guy who raped me."

A separate East Timorese commission has found that rape and sexual slavery by pro-Indonesian groups was "widespread and systematic" during 24 years of occupation. Only one Indonesian perpetrator, militia leader Eurico Guterres, has been punished for the violence that followed the vote. He is serving a 10-year prison sentence.

The joint commission, which will hold hearings for several months, has no powers to prosecute perpetrators, but can offer amnesty to those who come before it. Rights groups call it a whitewash, serving only to exonerate criminals and perpetuate a culture of impunity.

East Timor, Asia's youngest and poorest nation, will hold early presidential elections on April 9, triggered by the collapse of the government last year amid the worst unrest since 1999 in which 37 people were killed and 155,000 driven from their homes.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tradução:
Testemunha conta à comissão da verdade da violação, agressões por uma milícia pró-Indonésia em Timor-Leste
Associated Press - Março 29, 2007

Jacarta, Indonésia: Esmeralda dos Santos soluçava quando contou à comissão da verdade na Quinta-feira como foi arrastada da igreja e violada repetidamente por um homem da milícia pró-Indonésia durante um ataque de violência que se seguiu à votação pela independência em 1999 em Timor-Leste.

O seu testemunho chocante sobre abusos sexuais e agressões em massa chegou numa semana de audições em Jacarta pela Comissão da Verdade e Amizade, um painel bilateral de 10 membros que procura reconciliar o passado problemático dos países.

Dos Santos esteve entre 18 pessoas que testemunharam na capital Indonésia, incluindo antigos líderes políticos e militares.

Em 6 de Setembro de 1999, forças Indonésias e as suas milícias próximas separaram raparigas das idosas e levaram-nas para centros de detenção improvisados, disse dos Santos.

Foi mantida cativa com cerca de outras 45 mulheres numa escola onde algumas foram violadas e assaltadas durante uma semana antes de terem sido transferidas para um miserável campo de refugiados ao longo da fronteira.

Foram apanhadas quando tropas e milícias assaltaram a igreja católica de Suai, a cerca de 80 quilómetros (50 milhas) a sul da capital, Dili, dois dias depois do anúncio que Timor-Leste votou para se separar da Indonésia num referendo da ONU.

Pelo menos 31 pessoas — incluindo três padres católicos — morreram no ataque, um dos mais sangrentos durante meses de violência que, dizem investigadores, deixaram cerca 1,500 pessoas mortas.
"Fui violada muitas vezes pelo mesmo homem tanto de manhã como à noite depois do assalto ao campo de refugiados," disse dos Santos a chorar. O mesmo homem violou outras mulheres, incluindo três familiares seus, enquanto os membros da família eram forçados a ver, disse.

"Se nos recusássemos diziam que nos baleavam até à morte," disse. "Conheço o homem que me violou."

Uma outra comissão Timorense concluiu que a violação e a escravidão sexual por grupos pró-Indonésios era "alargada e sistemática " durante os 24 anos da ocupação. Somente um perpetrador Indonésio, o líder da milícia Eurico Guterres, foi punido pela violência que se seguiu ao voto. Está a cumprir uma pena de prisão de 10 anos.

A comissão conjunta, que fará audições durante vários meses, não tem poderes para processar perpetradores, mas pode oferecer amnistias para os que fizerem depoimentos. Grupos de direitos chamam a isto branqueamento, só serve para inocentar criminosos e perpetuar uma cultura de impunidade.

Timor-Leste, a nação mais jovem e pobre da Ásia, realizará eleições presidenciais em 9 de Abril, desencadeado pelo colapso do governo o ano passado no meio da pior desassossego desde 1999 no qual 37 pessoas foram mortas e 155,000 conduzidas para fora das suas casas.

Anónimo disse...

Tradução:
Testemunha conta à comissão da verdade da violação, agressões por uma milícia pró-Indonésia em Timor-Leste
Associated Press - Março 29, 2007

Jacarta, Indonésia: Esmeralda dos Santos soluçava quando contou à comissão da verdade na Quinta-feira como foi arrastada da igreja e violada repetidamente por um homem da milícia pró-Indonésia durante um ataque de violência que se seguiu à votação pela independência em 1999 em Timor-Leste.

O seu testemunho chocante sobre abusos sexuais e agressões em massa chegou numa semana de audições em Jacarta pela Comissão da Verdade e Amizade, um painel bilateral de 10 membros que procura reconciliar o passado problemático dos países.

Dos Santos esteve entre 18 pessoas que testemunharam na capital Indonésia, incluindo antigos líderes políticos e militares.

Em 6 de Setembro de 1999, forças Indonésias e as suas milícias próximas separaram raparigas das idosas e levaram-nas para centros de detenção improvisados, disse dos Santos.

Foi mantida cativa com cerca de outras 45 mulheres numa escola onde algumas foram violadas e assaltadas durante uma semana antes de terem sido transferidas para um miserável campo de refugiados ao longo da fronteira.

Foram apanhadas quando tropas e milícias assaltaram a igreja católica de Suai, a cerca de 80 quilómetros (50 milhas) a sul da capital, Dili, dois dias depois do anúncio que Timor-Leste votou para se separar da Indonésia num referendo da ONU.

Pelo menos 31 pessoas — incluindo três padres católicos — morreram no ataque, um dos mais sangrentos durante meses de violência que, dizem investigadores, deixaram cerca 1,500 pessoas mortas.
"Fui violada muitas vezes pelo mesmo homem tanto de manhã como à noite depois do assalto ao campo de refugiados," disse dos Santos a chorar. O mesmo homem violou outras mulheres, incluindo três familiares seus, enquanto os membros da família eram forçados a ver, disse.

"Se nos recusássemos diziam que nos baleavam até à morte," disse. "Conheço o homem que me violou."

Uma outra comissão Timorense concluiu que a violação e a escravidão sexual por grupos pró-Indonésios era "alargada e sistemática " durante os 24 anos da ocupação. Somente um perpetrador Indonésio, o líder da milícia Eurico Guterres, foi punido pela violência que se seguiu ao voto. Está a cumprir uma pena de prisão de 10 anos.

A comissão conjunta, que fará audições durante vários meses, não tem poderes para processar perpetradores, mas pode oferecer amnistias para os que fizerem depoimentos. Grupos de direitos chamam a isto branqueamento, só serve para inocentar criminosos e perpetuar uma cultura de impunidade.

Timor-Leste, a nação mais jovem e pobre da Ásia, realizará eleições presidenciais em 9 de Abril, desencadeado pelo colapso do governo o ano passado no meio da pior desassossego desde 1999 no qual 37 pessoas foram mortas e 155,000 conduzidas para fora das suas casas.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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