terça-feira, abril 03, 2007

Dos leitores

MANOBRAS SECRETAS CONTRA O POVO TIMORENSE

Uma das formas que as Nações Unidas utilizam para alcançar a paz internacional é a promoção de eleições justas e transparentes. Em Timor-Leste, este processo parece comprometido pela atuação desonesta de uma contratada que transforma o seu posto na UNMIT em posição avançada para, sorrateiramente, montar esquemas de intervençao contrários aos interesses do povo timorense. Tudo isto ocorre em sintonia com a ofensiva do governo da Australia visando transformar o país em território colonial.

O apoio secreto que Alison Cooper, a porta-voz da UNMIT, oferece ao candidato presidencial José Ramos-Horta contraria as normas de neutralidade que as Nações Unidas estabelecem para os seus quadros permanentes ou temporarios. É, pois, lamentavel que as contribuições entregues por vários países a esta organização internacional sejam utilizadas no pagamento de altos salários e outras mordomias a uma funcionária que, de modo tão grosseiro, interfere nos assuntos internos de Timor-Leste.

Esperamos que Alison Cooper tenha um mínimo de brio para demitir-se do cargo que até agora ocupa. Antes de abandonar Timor-Leste, deve apresentar ao seu povo um pedido de desculpas, público e formal, pelo mal que lhe causou. Este gesto não poderá, por si só, anular os efeitos do atentado praticado contra a participação em eleições limpas e honestas. Contudo, será uma oportunidade de se redimir da grave falta cometida.

Caso não se demita, cabe ao representante local das Nações Unidas despedi-la de imediato por abuso de confiança e falta de lealdade a um compromisso assumido com a instituição. Tambem será muito util que ordene uma investigação oficial sobre este lamentavel episódio, para averiguar a extensao da rede de sabotagem montada contra Timor-Leste. O ato praticado mostra, quando confrontado com outros ja verificados, que esta funcionaria encontra-se perfeitamente alinhada com interesses estrangeiros. Em lugar de cumprir as tarefas atribuidas ‘as Nações Unidas em favor dos timorenses, colocou-se, de forma inequivoca, a serviço do governo hegemonista do primeiro-ministro John Howard.

Uma reação positiva da representação das Nações Unidas neste caso ajudará a recuperar a sua imagem, seriamente afetada por vários motivos. A inoperância dos seus contingentes na defesa da população perante ataques praticados por grupos direitistas provocam críticas que ultrapassam as fronteiras de Timor-Leste.

A descoberta de conversações secretas com os advogados do desertor Alfredo Reinado, que tem contra ele mais de uma ordem de prisão decretada, colocaram internacionalmente interrogações sobre os reais objetivos da atuação desta representação no país. A situação tornou-se ainda mais preocupante com a recente revelação de que, tambem às escondidas do grande público, a porta-voz da UNMIT trabalha a favor de um candidato nas próximas eleições presidenciais.

NOTA: Uma cópia deste protesto está sendo enviada ao governo do meu país, o Brasil, como um alerta para a necessidade de as nossas embaixadas ficarem atentas à forma como as contribuições pagas às Nações Unidas estão sendo utilizadas. Não podemos admitir que funcionários internacionais, pagos com o dinheiro dos contribuintes, atentem contra o direito dos povos de escolher livremente o seu destino.

Juan P. Kunturkanki
Sao Paulo, 02 de Abril de 2007

1 comentário:

Anónimo disse...

Subscrevo a corajosa e oportuna denúncia do Juan P. Kunturkanki e particularmente a exigência de “investigação oficial”, “para averiguar a extensao da rede de sabotagem montada contra Timor-Leste”.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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