quinta-feira, abril 05, 2007

Editorial - The Gusmao factor

Jakarta Post – April 05, 2007

Timor Leste is gearing up for its second bout of presidential and parliamentary elections, to be held next week. The democratic events come on the heels of widespread poverty, mounting unemployment rates and chronic political divisions, all problems the new leaders will have to address.

The young nation is in pressing need of leaders who are not only able to propel economic engines through affirmative policies, but are also a symbol of peace and unity.

Over the past five years, under the leadership of outgoing President Xanana Gusmao, Timor Leste has achieved little in terms of economic gains. This is understandable, however, given the fact that the newly-born state has been consolidating itself following its heroic independence movement that culminated in the 1999 breakaway from Indonesia.

The mid-2006 outbreak of violence and civil unrest exacerbated the nation's situation. The events stagnated both private and public-sector economic activity in the country. Its negative real non-oil GDP growth last year is further proof of the country's struggling economy.

Timor Leste, under a new government, will still face the same old, great challenges. These include the building of infrastructure, the strengthening of the country's infant civil administration and the generation of jobs for young people.

Of the eight presidential candidates contesting the April 9 election, Jose Ramos-Horta is undoubtedly the red-hot favorite to succeed Gusmao, who has expressed interest in being prime minister.

Ramos-Horta has all the credentials required to lead Timor Leste. The joint-Nobel laureate has undergone a five-year stint as prime minister, which is a more than sufficient period of time to qualify him to take over the presidency.
Under Timor Leste's constitution, the president's post is largely ceremonial, although he or she officially leads the armed forces and has the right to veto legislation. The prime minister, however, is elected by parliament and wields real power.

Gusmao's intention to contest the prime ministerial post could have been triggered by popular demand for change in the fate of the new country, which has been dubbed one of the least developed nations in the world. His charismatic leadership will be put to the test when he has to deal with the execution of policy.

More importantly, Gusmao's presence in the next administration will at least warrant close relations between Timor Leste and its closest neighbor Indonesia.
A former guerrilla leader who spent years imprisoned in Indonesia, Gusmao has displayed his outstanding peaceful spirit. He has put 24 years of bloody Indonesian rule behind him for the sake of amiable co-existence with the country's former ruler, a decision that is unacceptable to most Timor Leste people.

It was Gusmao's wisdom that played an influential role in the establishment of the Commission of Truth and Friendship (CTF), which is currently questioning a number of Indonesian Army generals in connection with the 1999 turmoil in Timor Leste.

Because it will not seek punishment, but rather the truth behind one of the most painful periods in Timorese history, the CTF appears to be the result of a political compromise to bury the past.

Gusmao is undoubtedly the most valuable asset for Timor Leste because of his solidarity and unity-making capabilities. This is also the case for Indonesia, due mainly to his persistent efforts to maintain good ties between the two countries.
Even if Gusmao loses the election, he still deserves a respectable position in the new government of Timor Leste.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Editorial – O factor Gusmão
Jakarta Post – Abril 05, 2007

Timor- Leste está a preparar-se para a sua segunda competição de eleições presidenciais e parlamentares, que se realizam na próxima semana. Os eventos democráticos vêem na colação de pobreza alargada, taxas crescentes de desemprego e divisões políticas crónicas, tudo problemas que os novos líderes têm de responder.

A jovem nação tem uma urgente necessidade de líderes que não só sejam capazes de pôr a andar os motores económicos por meio de políticas afirmativas, mas que sejam também um símbolo de paz e de unidade.

Nos últimos cinco anos, sob a liderança do Presidente de saída Xanana Gusmão, Timor-Leste alcançou pouco em termos de ganhos económicos. Isto é compreensível, contudo, dado o facto de o Estado recentemente nascido se estar a consolidar depois da heróica luta do seu movimento pela independência que culminou na saída da Indonésia em 1999.

A explosão de violência e de desassossego civil em meados de 2006 exacerbou a situação da nação. Os eventos estagnaram a actividade económica no país tanto do sector privado como do sector público. O crescimento real negativo do PIB no ano passado (excepto do sector do petróleo) é mais uma prova da economia esforçada do país.

Timor Leste, sob um novo governo, continuará a enfrentar os mesmos velhos e grandes desafios. Estes incluem a construção de infra-estruturas, o reforço da muito jovem administração civil do país e a criação de empregos para os jovens.

Dos oito candidatos presidenciais que concorrem às eleições de 9 de Abril, José Ramos-Horta é sem dúvida o furioso favorito para suceder a Gusmão, que tem expressado interesse em ser primeiro-ministro.

Ramos-Horta tem todas as credenciais requeridas para liderar Timor-Leste. O co-laureado do Nobel passou cinco anos a poupar-se como primeiro-ministro, o que é um período mais do que suficiente para o qualificar para assumir a presidência.
Sob a Constituição de Timor-Leste, o cargo de presidente é largamente cerimonial, apesar de liderar oficialmente as forças armadas e ter o direito de vetar a legislação. O primeiro-ministro, contudo, é eleito pelo parlamento e detém poder real.

A intenção de Gusmão de concorrer ao cargo de primeiro-ministro pode ter sido desencadeado pela exigência popular de mudança do destino do novo país, que tem sido apelidado como uma das nações menos desenvolvidas no mundo. A sua liderança carismática será posta à prova quando tiver que lidar com a execução de políticas.

Mais importante, a presença de Gusmão na próxima administração pelo menos assegurará relações estreitas entre Timor-Leste e a Indonésia, o seu mais próximo vizinho.
Um antigo líder da guerrilha que passou anos preso na Indonésia, Gusmão tem revelado o seu excelente espírito pacífico. Pôs para trás dele os 24 anos de sangrenta governação Indonésia a favor da co-existência amigável com o antigo governante do país, uma decisão que é inaceitável pela maioria do povo de Timor-Leste.

Foi a inteligência de Gusmão que jogou um papel influente no estabelecimento da Comissão da Verdade e Amizade (CTF), que correntemente está a interrogar uma série de generais das Forças Armadas Indonésias em conexão com o turbilhão de 1999 em Timor-Leste.

A CTF parece ser o resultado de um compromisso político para enterrar o passado porque não tentará (alcançar) a punição mas antes a verdade por detrás de um dos períodos mais dolorosos da história Timorense.

Gusmão é sem dúvida um dos bens mais valiosos para Timor-Leste por causa das suas capacidades de fazer solidariedade e unidade. Isto é também o caso para a Indonésia, devido principalmente aos seus esforços persistentes para manter bons laços entre os dois países.
Mesmo se Gusmão perder a eleição, ainda merece uma posição respeitável no novo governo de Timor-Leste.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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