segunda-feira, maio 07, 2007

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Horta:«Vitória garantida» com Xanana e oposição à ...":

Cerca de «três mil adultos e duzentas crianças» compareceram no comício de encerramento de RH.

Lembro-me que no comício de abertura não eram mais de 500.

O que mudou então? O que causou esse milagre da multiplicação dos apoiantes?

Claro que neste último comício os apoiantes foram arregimentados por meio de "«27 camiões, 40 camionetas, 25 mini-autocarros, 50 motorizadas» e outras vinte viaturas ligeiras." Para quem não tinha meios, financiamento, etc., é surpreendente. O que terá RH empenhado para conseguir tanto transporte?

Mas não me estou a referir a isto. A explicação para este milagre reside no facto de que na 1ª volta RH (e concomitantemente, Xanana) só teve os apoiantes que queriam mesmo votar nele. Porém, na 2ª volta, aquilo que parece ser um súbito aumento da sua popularidade é apenas o resultado da junção daqueles que não querem que Lu Olo ganhe.

Mas o que é importante lembrar neste caso, e RH certamente que o saberá, é que para esses apoiantes de ocasião tanto faz que o candidato anti-Lu Olo se chame José como João. Até poderia ser o Benny Hill. Qualquer pessoa serve, desde que seja contra o Lu Olo.

Resumindo e concluindo: mesmo que venha a ser o próximo Presidente de Timor-Leste, RH será sempre um Presidente de 2ª escolha, não representando na realidade mais do que os 22% que votaram nele na 1ª volta.

7 comentários:

Anónimo disse...

Ramos-Horta colocado para suceder a Xanana
Jornal de Notícias, 07/?5/’7

A campanha eleitoral da segunda volta das presidenciais timorenses ficou marcada pela subida de tom das acusações entre os adversários, com o candidato da Fretilin a tomar a iniciativa de muitas das denúncias e com José Ramos- -Horta a responder.

Francisco Guterres "Lu Olo", que recolheu 112 666 votos ou 27,89%, começou a campanha eleitoral fazendo uma declaração pública sobre os seus rendimentos e desafiando José Ramos-Horta a seguir o seu exemplo, a bem da transparência, embora a lei não obrigasse ninguém a fazê-lo.

Apesar de Ramos-Horta, que teve 88 102 votos ou 21,81%, ter alguns dias depois declarado verbalmente à imprensa os seus bens e rendimentos, o candidato da Fretilin não ficou satisfeito e, a três dias do final da campanha, voltou a insistir na necessidade do seu opositor fazer uma declaração escrita.

A troca de palavras, algumas vezes num tom mais duro, não se ficou apenas pelas questões do património e dos rendimentos, tendo "Lu Olo" sublinhando por diversas vezes que José Ramos-Horta controlava as tropas australianas e exercia pressões sobre a Procuradoria-Geral da República para recolher os benefícios políticos de uma "paragem" das buscas e tentativa de captura do major Alfredo Reinado.

É que, disse "Lu Olo", ao pressionar o Ministério Público para uma suspensão da tentativa de captura de Alfredo Reinado, José Ramos-Horta estava a cumprir uma exigência do Partido Democrático, de Fernando "Lassama" de Araújo, que deu o seu apoio ao Nobel da Paz com a "garantia" de que Alfredo Reinado não seria capturado.

A todas as acusações de "Lu Olo", Ramos-Horta acabaria por responder e só por uma vez, quando o candidato da Fretilin o comparou a Suharto. O Nobel da Paz não respondeu de forma directa à acusação, mas disse que, ao contrário do seu opositor, preferia resolver os problemas, como o de Alfredo Reinado, com soluções pacíficas em detrimento da violência.

A comparação de "Lu Olo" foi feita tendo em conta que Suharto escolhia quem devia ser alvo de investigação, uma prática que Ramos-Horta estaria a realizar no caso do major Alfredo Reinado quando defendia que se devia prosseguir a via do diálogo aberta pela Igreja.

Com os votos a ser depositados nas urnas depois de amanhã e com Ramos-Horta a deter vantagem matemática sobre o seu adversário, já que recolheu o apoio de cinco dos seis derrotados na primeira volta, o actual primeiro-ministro está bem colocado para suceder a Xanana Gusmão.
http://jn.sapo.pt/2007/05/07/mundo/ramoshorta_colocado_para_suceder_a_x.html

Anónimo disse...

Correio da Manhã, 2007-05-07 - 00:00:00

Timor-Leste
Lu-Olo apela ao voto contra Ramos-Horta

O candidato da Fretilin às eleições presidenciais timorenses, Francisco Guterres ‘Lu-Olo’, apelou ao povo para “não trocar um trabalho de cinco anos” do seu partido pelas “promessas vazias de pessoas que não deram provas”, referindo-se a José Ramos-Horta.

“Peço aos eleitores para verificarem as evidências”, afirmou ‘Lu Olo’ para depois acrescentar que o actual chefe do governo em exercício, Estanislau da Silva (Ramos-Horta regressa hoje ao lugar de primeiro-ministro), aprovou um pacote de assistência financeira para cada aldeia no valor de dez mil dólares.

O candidato disse também que o país não teria fundo do petróleo sem o seu partido e prometeu “ouvir” o povo e trabalhar em favor dos mais desfavorecidos se for eleito Chefe de Estado.

Sem mencionar uma única vez na sua declaração o nome do seu adversário nesta segunda volta que é disputada depois de amanhã, Francisco Guterres ‘Lu Olo’ quis sublinhar diferenças para o Nobel da Paz e criticou o facto de Horta se apresentar “como defensor dos pobres” e atacar a “Fretilin por não ter feito nada pelos pobres e vulneráveis”.

A campanha das presidenciais terminou ontem estando agendada a votação para depois de amanhã, quarta-feira, e a tomada de posse do novo Chefe de Estado, que irá suceder a Xanana Gusmão, para dia 20 deste mês
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=241426&idselect=91&idCanal=91&p=200

Anónimo disse...

Mario Carascalao wnated Xanana Gusmao to Give uo the "crazy idea of independence" in 1991. What's changed? Nothing. See below.


Source: Asian Wall Street Journal Date: December 10, 1991
Story Type: News/Analysis Original Language: English
Dateline: Dili, East Timor Byline: Richard Borsuk
Text: Full
Brief Remarks: Richard Borsuk is a Staff Reporter for the Asian
Wall Street Journal
TIMOR GOVERNOR TAKES INDEPENDENT PATH
After nine years on the job, the governor of troubled East Timor
still hasn't learned the basics of the Indonesian civil service.
Instead of toeing the line, he argues about how it has been
drawn. He speaks bluntly when others are silent. And now he's
prepared to do what senior officials don't do: quit.
"I'm a bad politician," says 54-year-old Mario Viegas
Carrascalao. "I'm not the kind of guy who can lie to people."
The chain-smoking governor says that if a national commission now
investigating the Nov. 12 shooting of anti-Jakarta protestors in
the East Timorese capital of Dili doesn't produce a credible
report and punish military officers for wrongdoing, he will
resign. The Indonesian army says 19 people were killed when
soldiers shot in self-defense at a "brutal crowd" containing
armed protestors, while eyewitnesses say at least 100 died when
troops opened fire without warning on unarmed marchers.
Even if Mr. Carrascalao is satisfied with the commission's work
and doesn't quit, his tenure as governor will end next September.
Under Indonesian law, he can't be appointed to a third five-year
term, though he could possibly stay on as a temporary "caretaker"
appointed by President Suharto.
And many Timorese, as well as other Indonesians, hope Mr.
Carrascalao can stay beyond the end of his term. "He's the only
official that Timorese relate to," says Marzuki Darusman, a
member of Indonesia's House of Representatives. "When he's gone,
who's going to know the real feelings of people?"
A Timorese priest says Mr. Carrascalao should quit if the
commission produces a cover-up, but he adds that if the governor
departs, "the outlook for Timor will just get darker. He's a rare
bright spot."
Mr. Carrascalao's blunt pronouncements since the killings have
placed Indonesian authorities in a quandry. Many analysts say his
resignation would further damage Indonesia's international
reputation and complicate the situation in East Timor. But if the
government's investigation results in criticism of army behavior
and raises the current official death toll -- as Mr. Carrascalao
says it must -- that would risk embarrassing Armed Forces
Commander Gen. Try Sutrisno.
The governor says he doesn't know the exact death toll, "but I
know for sure there were more than 19. If the commission finds
only 19, sorry, we're talking a different language."
Indeed, Mr. Carrascalao seldom speaks the language of Jakarta
officials. However, they have refrained from criticizing him,
perhaps because they recognize his popularity. After learning of
the governor's threat to quit, Home Affairs Minister Rudini --
the governor's superior -- told Jakarta reporters that he
respects Mr. Carrascalao as a "noble" man who takes his
responsibilities seriously. Asked his opinion of the governor,
East Timor military commander Brig. Gen. R.S. Warouw says: "We're
friends, but we have differences."
Defense Minister Gen. L.B. Murdani, asked in Jakarta if he is
unhappy with the governor's critical comments, says Mr.
Carrascalao is "free to say what he wants." Still, the governor's
frank approach to politics generally doesn't sit well with
Jakarta. Says a civil servant in the capital who knows the
governor: "Does he have to be so blunt? Couldn't he tell some
white lies some time?"
Mr. Carrascalao says he must be blunt if he is to keep the faith
of the East Timorese. Since Nov. 12, "people are now feeling I'm
not strong enough to prevent mistreatment" of citizens, he says.
The leader of the separatist Fretilin group, Xanana Gusmao, now
has more "capability than myself," the governor adds. Fretilin
has been waging a guerilla war against Indonesian forces in East
Timor since Indonesia's December 1975 invasion of the territory,
which came just four months after the end of Portuguese rule.
Mr. Carrascalao says that if Jakarta were to give him a free hand
to run the province -- something so far unseen in Indonesia's
highly centralized political system -- he could "turn around the
situation" in three months. He argues that he could bring Xanana
down from the hills and persuade him to forget about "crazy
independence" and accept integration with Indonesia.
Many analysts say that view is naive, partly because Xanana is a
sworn foe of integration, and also because sentiment against
Indonesia is running high in East Timor. But they agree that
East Timor's attitude toward Jakarta would improve if Mr.
Carrascalao had more power.
Even the governor knows his idea won't fly. Fretilin is a
security matter, and thus handled by the military. Of the several
army commanders he has seen in East Timor, he says Gen. Warouw is
the best. But the Nov. 12 shootings have placed the general in a
tough position, the governor says, and if he has to go, "I hope
he gets a good job somewhere else." (Mr. Carrascalao is less
generous when it comes to one of Gen. Warouw's predecessors, who
he says took the view that "everybody" should be killed. "He left
East Timor without saying good-bye, and I don't care," he says.)
Ultimately, the governor says, he cares only about what Timorese
think of him, and that is why he must maintain his credibility.
He is discouraged by the killings, but says he will keep working.
"We have to fight to make East Timor happy. There's only been
endless suffering," he says.
FORESTRY MANAGEMENT
Although he considers himself fully Timorese -- and fully
Indonesian now -- Mr. Carrascalao is half-Portuguese. His father,
an opponent of the Lisbon regime who was exiled to Timor in 1920,
married a Timorese woman. Over the years, he provided well for
Mario and his 11 brothers, who grew up on the family's 335-
hectare coffee plantation.
In 1956, at age 19, Mr. Carrascalao went to Portugal to study
forestry management. After working in Angola and then Portugal,
he returned to East Timor in 1970. At the time of his return, he
was one of only 10 Timorese in the impoverished colony with more
than a high-school education.
While working in the colony's agriculture service, he joined 23
others to found the Timor Democratic Union, a political party
seeking independence for East Timor after a 20-year transition
period. The party, known as UDT, jockeyed for power with two
others: Marxist Fretilin, seeking immediate independence, and the
rightist Apodeti, wanting integration with Indonesia.
But the situation exploded when Lisbon abruptly terminated its
rule in August 1975. Mr. Carrascalao's faction in UDT eventually
teamed up with Apodeti against Fretilin, which unilaterally
declared independence in November 1975. Ten days later, Indonesia
intervened to crush Fretilin. Integration was completed in July
1976. Indonesia had a new province, but at a very high price:
The invasion, civil war and related famine caused as many as
100,000 deaths and great social upheaval.
In the late 1970s, Mr. Carrascalao joined the Indonesian Foreign
Ministry and later joined Jakarta's delegation at the United
Nations. In 1982, he says, Gen. Murdani asked him to help "clean
up" East Timor. Mr. Carrascalao says the general, then serving as
armed forces commander, "didn't like what was going on" in the
province at the time.
SPEAK OPENLY
The new governor built popularity by holding all-day sessions in
which citizens could lodge complaints with him face-to-face.
Though he often couldn't help them, Mr. Carrascalao says Timorese
appreciated the effort and felt they could speak openly to him.
"I'm not going to trust only my staff," he says. "Staff aren't
going to report faults. It's the people that will report on bad
behavior."
In recent months, he has heard many complaints about Timorese
vigilantes who -- apparently with some army backing -- roam
Dili's streets at night. The governor shows pictures of two
teen-age boys with parts of their ears cut off, allegedly by such
gangs. "The kids didn't do anything," he says. "I protested to
the army about it."
Mr. Carrascalao clearly is devoted to his job, sometimes staying
in his office past midnight and returning the following morning
before six o'clock. However, some people in Dili criticize his
working style. Tito dos Santos Baptista, one of three assistant
governors, says Mr. Carrascalao "during 10 years can't prepare
one Timorese to replace him." A priest complains that the
governor appears to be a poor manager who doesn't delegate work.
Mr. Carrascalao rejects Mr. Baptista's view, saying that he has
brought many Timorese into provincial government jobs and that
there are several potential successors. As for not delegating, he
says East Timor's problems require long hours. But he also gives
the impression of feeling he must do a lot of work himself. "Why
do I take a lot on my back? Many civil servants want to go home
at 2 p.m., some come just to sign in and leave by 10:30 a.m." he
says.
Indeed, he continues to wrestle with one legacy of Portuguese
rule and years of strife. The governor says that between 3,000
and 4,000 of the province's 12,000 civil servants are illiterate.
There weren't many educated Timorese to start with in 1976, he
says, and much talent has been killed by Fretilin or has fled to
Australia. "We're left with fifth- and sixth-ranking people," he
sighs.

Anónimo disse...

No comício estiveram então o Xanana, donos do microfone foram o José Luís Guterres, o presidente do grupo de artes marciais Colimau 2000, Gabriel Fernandes, Francisco Xavier do Amaral, Avelino Coelho e João Carrascalão.
Presentes ainda o Fernando «Lassama» de Araújo, Lúcia Lobato, Mário Carrascalão, cerca de 3000 adultos e 200 crianças.
Como desta vez não podia falar da compra de votos, o Horta bateu na tecla de a Fretilin intimidar e chega à provocação de a acusar de bater no povo!
Mas agora com a Internet podemos lembrar o que em 29 de Abril de 2006 dizia o Horta. Junto notícia na íntegra e respectivo link:

Polícia timorense promete capturar os autores da violência na capital
Diário de Notícias, 29.04.06

Díli vai hoje voltar a viver momentos de tensão. As forças policiais timorenses vão actuar sem contemplações no sentido de deterem os responsáveis pela violência de ontem. Em poucas horas, os manifestantes destruíram janelas do Palácio do Governo, queimaram carros, atacaram comerciantes nas ruas com catanas e foram disparados tiros. Resultado: dois mortos e 34 feridos, entre os quais três polícias. Em resposta, o Governo de Mari Alkatiri promete intervir sem contemplações. Já hoje de manhã vão começar as perseguições aos manifestantes que cometeram crimes, garantiu ao DN Mari Alkatiri.

Os dirigentes timorenses não têm exactamente a mesma visão dos acontecimentos. Se o primeiro-ministro está pouco susceptível a aceitar cedências, José Ramos-Horta defende que o importante é "distinguir os jovens extremistas dos ex-militares, porque alguns terão justas reivindicações".

Ramos-Horta é até muito cauteloso quando se fala dos ex-militares que iniciaram esta manifestação. São cinco centenas de homens que alegam ser alvo de discriminações étnicas nas promoções de carreira. Diz o ministro dos Negócios Estrangeiros que o verdadeiro problema não são os ex-militares.

"Os incidentes não foram provocados pelos ex-militares mas sim por um grupo de jovens extremistas, que se apropriaram da manifestação há vários dias já. Os ex-militares perderam o controlo do protesto. Alguns pertencem a grupos políticos mas outros pertencem a uma organização, Colimau 2000, que desde 1999 tem praticado actos de vandalismo, arvoram-se em dissidentes políticos, mas são líderes de gangues. O Governo tem sido demasiadamente tolerante com eles", disse ontem ao DN, a partir de Díli, onde se encontrava, com outros ministros, a acompanhar a crise.

O ministro timorense diz saber de vários testemunhos que Colimau, o líder do grupo que tem o seu nome, "estava ao microfone da manifestação, incitando os jovens a atacar o palácio, propondo aos ex-militares o derrube do Governo".

Na visão de Ramos-Horta, os militares foram fantoches nas mãos de outros interesses. "São ingénuos e, não tendo conseguido mobilizar a população, foram deixando entrar estes jovens, que, com alguns adultos, fizeram estes actos de vandalismo". Ramos-Horta é de opinião que alguns militares dissidentes tentaram até travar a violência. "Estão muito deprimidos e desorientados com o desenrolar dos protestos", afirma o ministro, que se diz empenhado em continuar as conversações com os ex-militares.

Ao DN, já noite em Díli, vários timorenses confirmaram que a situação estava calma, mas tensa. Algumas famílias fugiram da capital para o interior e as forças policiais concentravam-se em Taci Tolo (perto do aeroporto) e noutros dois locais onde se juntaram os manifestantes.

Quando a confusão se gerou, Mari Alkatiri, Xanana Gusmão e mais três ministros encontravam-se no Hotel Timor (antigo Mahkota) num fórum de empresários. Foi José Manuel Guterres, chefe de gabinete do primeiro-ministro, que os avisou do que se passava: "Era meio-dia. Quando se levantavam para a mesa central, para levantar comida num buffet, tive de interromper Xanana e Alkatiri e dar-lhes a notícia. Saíram rapidamente do hotel com segurança." De referir que o local dos protestos fica a algumas centenas de metros do hotel. "Dada a intenção dos manifestantes, tudo se podia esperar, mesmo um ataque às autoridades, e por isso foram tomadas as medidas de precaução necessárias", afirma José Manuel Guterres. O chefe de gabinete de Alkatiri é defensor de que não deveria haver lugar a cedências: "Cometeram-se crimes, não se pode permitir que isto se repita. Estamos num Estado de direito, a lei deve ser cumprida."

Desfecho estranho

O presidente do Parlamento, Francisco Guterres, explica ao DN que este desfecho da manifestação não tem fundamento. Afirma que mesmo na véspera tinha sido acordado que seria criada uma comissão independente para apreciar as reivindicações dos ex-militares. "Eles exigiam que essa comissão tivesse representantes da Igreja, e a proposta que ficou decidida incluía membros da igreja. Deve ter havido alguma má interpretação, porque houve elementos a protestar que não havia elementos da igreja na comissão. E não é verdade", explicou ao DN o presidente do Parlamento e líder da Fretilin, o partido do Governo.
http://dn.sapo.pt/2006/04/29/internacional/ha_interesses_estranhos_a_timor_tras.html

PS: Relembro que há um ano dizia o Horta: “Colimau 2000, que desde 1999 tem praticado actos de vandalismo, arvoram-se em dissidentes políticos, mas são líderes de gangues. O Governo tem sido demasiadamente tolerante com eles”. Isto é há um ano para “queimar” o Alkatiri atacava o Colimau, hoje deu-lhe o microfone do comício para a mão.
E francamente, ao lado do Colimau, do Xanana, Lasama e outros amigos do Reinado atrever-se a acusar a Fretilin da violência que eles próprios cometeram – e continuam a cometer! – é passarem um atestado de menoridade a todos a cameçar pelos Timorenses.

SHAME ON YOU ALL!

Anónimo disse...

1.
Para reflectir sobre quem deu os primeiros tiros, conforme o Relatório da Comissão Especial Independente da ONU:
“(…) No dia 23 de Março, o Presidente fala à nação sobre a questão. O Presidente afirma que a exoneração recaía na esfera da competência do Comandante da Força de Defesa, mas refere também que a mesma era injusta. Ao citar as palavras contidas na petição, o Presidente da República deu crédito às reclamações dos peticionários em como os problemas existentes no seio da F-FDTL se deviam fundamentalmente à discriminação por parte dos provenientes da parte leste do país contra os da parte ocidental do país. (…) a maior parte dos interlocutores informou à Comissão de que o seu discurso foi entendido como tendo sido mais de natureza a dividir do que a ajudar e no sentido de fomentar ao invés de resolver os conflitos regionais. Entre os dias 25 e 31 de Março, múltiplos distúrbios ocorridos em Dili assumiram uma dinâmica assente numa dicotomia entre o leste e o oeste na medida em que jovens provenientes das duas regiões do país se envolveram na questão dos peticionários. A 3 de Abril, os peticionários deslocam-se para o local chamado Carantina, em Taci Tolu. No dia 17 de Abril os peticionários dão início aos preparativos para uma manifestação de protesto de cinco dias.(Parágrafo 36)
(…) Uma vez postados defronte do Palácio do Governo, aí permaneceram, em números que flutuavam, até ao dia 28 de Abril de 2006. As fileiras dos peticionários e seus simpatizantes aumentaram manifestamente a partir do segundo dia dos protestos com a chegada de terceiros, particularmente membros do grupo conhecido como Colimau 2000.
Foram ocorrendo incidentes isolados de violência com uma frequência crescente por toda a cidade de Dili ao longo da semana da manifestação. No dia 25 de Abril um quiosque com bens na área de praia de Lecidere foi destruído, dois jovens foram assaltados e as tendas de venda no mercado de Taibessi pertencentes a pessoas oriundas da parte oriental do país foram queimadas. No mesmo dia Ozório Leki, porta-voz do grupo Colimau 2000, fez um discurso no local da manifestação em que ameaçou soltar a multidão caso a polícia não conseguisse pôr fim ao ataque contra os detentores de tendas de venda no mercado. Ozório Leki afirmou ainda que seria empregue a violência para assegurar uma mudança de Governo. Foram novamente queimadas tendas de venda no mercado de Taibessi no dia seguinte, tendo um membro da PNTL que se encontrava de folga sido atacado naquela área. O tenente Gastão Salsinha permitiu que o Sr. Ozório Leki fizesse uma outra intervenção no dia 26 de Abril na qual este empregou linguagem inflamatória contra a parte oriental do país. (Parágrafos 40 e 41)
(…) Cerca das 11.45 horas da manhã, o Primeiro-Ministro recebeu um telefonema do Presidente da República informando-o que se havia encontrado com o Tenente Gastão Salsinha o qual havia prometido tentar controlar a multidão e retirar os peticionários do local da manifestação
(…) Cerca do meio-dia os manifestantes começaram a movimentar-se em direcção ao Palácio do Governo.
(…) Os manifestantes entraram no Palácio do Governo. Duas viaturas foram queimadas. Escritórios localizados no rés-do-chão do edifício foram saqueados. A multidão atirou pedras contra a polícia. Um membro da polícia foi atacado com uma catana. Os manifestantes gritavam dizendo “atirem contra nós se quiserem” tanto para os membros da UIR como para os membros da Polícia Militar estacionados no cruzamento do antigo supermercado Hello Mister.
(…) Cerca da 01.30 horas da tarde os manifestantes haviam dispersado.
Dois civis haviam sido mortos. Três civis e um membro da PNTL haviam sofrido ferimentos de arma de fogo. Um civil e um membro da PNTL haviam sofrido outros ferimentos graves. (Parágrafos 45, 46, 47, 48)”.

Anónimo disse...

Quem ganhar as eleições vai ser o presidente de todos os timorenses. É assim em democracia!

Anónimo disse...

Obrigado, Margarida, por lembrar aqueles que têm memória curta, a começar pelo próprio RH.

Com efeito, é escandaloso que RH hoje assuma o apoio que tem dessa "organização, Colimau 2000, que desde 1999 tem praticado actos de vandalismo, [...] são líderes de gangues." (palavras de Ramos Horta em 2006)

"O Governo [o tal "Governo hostil da Fretilin"] tem sido demasiadamente tolerante com eles" (palavras de RH em 2006).

Perante esta canalhice, é impossível os autênticos patriotas timorenses votarem num candidato que é um autêntico cata-vento. Ontem dizia uma coisa e hoje faz outra. Os fins justificam os meios e qualquer apoio serve para chegar ao poleiro, mesmo que seja o apoio de "vândalos" com os quais a Fretilin (sim, essa de Lu Olo que "intimida" os eleitores) foi "demasiadamente tolerante".

Este cartão de visita de RH, trazido à luz do dia pela Margarida, mostra verdadeiramente o seu carácter. Mostra também, se dúvidas houvesse, que tipo de Presidente Timor-Leste pode vir a ter. Mais eloquente do que isto é impossível, por mais assessores bem-escreventes em língua inglesa que se tenha.

Não vale a pena vestir-se de "trajes tradicionais" (por acaso, gostava de ver RH vestido de lipa e kaebauk, com os dentes rubros de mascar bua, malus e ahu)

Povo Timor-Leste nian tenke matan-moris. Povu ne'e tomak labele fó lisensa ba RH atu oho ita-nia ukun rasik an!!!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.