segunda-feira, junho 25, 2007

Dom Alberto Ricardo: “Os Timorenses Devem Evitar a Violência”

Jornal Nacional Semanário – 24 Junho 2007

O Bispo da Diocese de Díli, Dom Alberto Ricardo da Silva, aconselhou os timorenses a deixarem de lado o ódio e a vingança para se poderem perdoar uns aos outros, aceitando-se como irmãos e desprezando as correntes de violência e crime a fim de se estabelecer um Timor-Leste novo com paz e estabilidade.
O Bispo Ricardo falou sobre esta questão na sua homilia aos cristãos na missa da celebração da Festa do Sagrado Coração, Padroeiro da Paróquia de Becora, sexta-feira (15/6) da semana passada.
“Porque é que os timorenses não se perdoam, porque é que os timorenses não se amam uns aos outros, não têm unidade no processo material e espiritual para alcançar uma alegria e paz comuns?”, questionou Dom Alberto Ricardo na sua homilia.
Segundo Dom Alberto, o importante para os cristãos é que Jesus veio ao mundo para ensinar o mandamento principal que é “Amar os outros como a nós mesmos”, portanto apelou aos timorenses e, em particular, à juventude, que desejam sempre prejudicar-se uns aos outros para terem em conta estas palavras, perdoando-se e reconciliando-se mutuamente.
“Jesus Cristo ensinou no Evangelho: ‘Amai-vos uns aos outros como Eu e o Meu Pai vos amamos', portanto as pessoas devem amar-se umas às outras mas ainda há gente que gosta de maltratar os outros, pratica a injustiça, a vingança, comete crimes, corrupção e violência, atitudes que dominam as pessoas dia e noite, anos e anos”, lamentou o Bispo Ricardo na homilia.
“Não faças aos outros o que não queres que os outros te façam a ti, se não queres sofrer não faças sofrer os outros, se matas alguém com instrumentos aguçados os outros também te matarão com instrumentos aguçados, se derramaste o sangue de alguém, receberás o pesadelo, porque só Deus é que pode tirar a vida ao homem”, salientou.
Na mesma ocasião, o Bispo pediu aos jovens, aos pais e aos governantes para ensinarem palavras de educação, para que assim Timor-Leste possa sair da corrente de rancor, ódio e vingança que se vive.
“Os pais devem amar-se uns aos outros e amar os filhos, ensinando o amor aos seus filhos. Os filhos, quando já forem jovens, devem saber amar, respeitar os pais e os amigos. Os educadores e professores devem educar os alunos para saberem respeitar e amar. As autoridades e os governantes devem amar o povo, ajudar os que sofrem ou enfrentam dificuldades nesta situação actual. O Sagrado Coração de Jesus concedeu-nos aquelas palavras para que as ponhamos em prática. Só com isso os problemas poderão ser resolvidos, o pesadelo poderá ser aliviado, Timor-Leste poderá encontrar uma nova luz e os timorenses poderão reconstruir o seu País”, acrescentou.
Na sua homilia, o Bispo Dom Alberto pediu em essencial à juventude para amar a Deus acima de todas as coisas e amar a Deus como se ama a si mesma, estendendo esse amor à família, aos vizinhos, colegas e outros para a renovação de uma vida com paz e amor.
Acrescentou depois que Nossa Senhora, a Mãe da Igreja de Timor, não abandonará os seus filhos, deixando-os a viver sozinhos no meio dos sofrimentos e das dificuldades.
O Bispo Ricardo realçou ainda que Timor-Leste necessita de jovens com valor que possam preparar o futuro do País num ambiente de paz e de estabilidade:
“Como criaturas, não nos devemos esquecer de Deus, cumprindo os Seus Mandamentos para que haja uma ligação permanente entre Deus e a humanidade. Portanto, não nos esqueçamos de nos confessar e de comungar, para termos força na nossa vida diária, não cairmos no pecado e podermos, como cristãos autênticos, corrigir os nossos comportamentos e renovar a nossa fé em Deus”.
Relacionado com este dia do Sagrado Coração de Jesus, em que é celebrado o Padroeiro da Paróquia de Becora, o Bispo Ricardo sublinhou ainda que a Santa Igreja todos os anos celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus para que os cristãos possam participar nesta festa e receber a Sua graça, fortalecendo a vivência de uma vida santa como caminho da verdadeira salvação:
“A Paróquia de Becora celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus com grande alegria, como a festa do Padroeiro da Paróquia. Hoje, cada paroquiano, todas as famílias da Paróquia e toda a gente estão cheios de graça. Quando recebemos a graça do Céu, devemo-nos esforçar, com o auxílio dessa graça, em renovar a nossa vida, para ser uma vida santa e uma vida de salvação”, explicou Dom Ricardo.
Reconheceu ainda, com pesar, que a maioria dos timorenses são cristãos mas não cumprem a sua devoção como cristãos, não participam nas missas, não se confessam, não comungam, e assim perdem as graças que Deus lhes concedeu através do seu amor.
No fim da homilia, Dom Ricardo pediu a todos os timorenses que estudem e aprofundem, desde a escola primária até à universidade, a religião e moral, para não perderem a graça e o amor de Deus.
A celebração da missa contou com a presença do Presidente da República, Dr. José Ramos Horta. Antes do início da mesma, o Bispo Ricardo acompanhado pelo Pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Becora, Pe. Guilhermino da Silva, abençoou e assinou a placa do monumento da Cruz Jovem e a estátua de Nossa Senhora que os jovens da Paróquia de Becora construíram como lembrança da visita da Cruz Jovem Internacional a Timor-Leste, que também esteve presente na Paróquia de Becora, no dia 21 de Abril do corrente ano.
Na celebração do Sagrado Coração de Jesus, o Bispo da Diocese de Díli, Dom Alberto Ricardo, deu posse à Juventude Católica (FOSCA), movimento com um total de 15 membros, que exercerão funções na Paróquia. No mesmo local e momento, o Bispo Ricardo empossou e abençoou também o Apostolado de Oração.

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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