segunda-feira, junho 04, 2007

Fretilin pede investigação de crimes na ocupação militar do Timor

EFE - 1 Junho 2007, 02:41


Díli - O Fretilin, maior partido político do Timor-Leste, anunciou hoje que pedirá o julgamento de todas as pessoas que cometeram crimes contra o povo timorense durante o período de ocupação militar por parte da Indonésia (1975-1999).

Aniceto Guterres, porta-voz da Frente de Resistência do Timor-Leste Independiente (Fretilin), denunciou que antigos membros da milícia pró-indonésia serão candidatos nas eleições legislativas de 30 de junho, disputando cadeiras no Parlamento.

Guterres, que também disputa as eleições, afirmou além disso que seu partido é contra qualquer anistia a pessoas que tenham cometido "crimes sérios" durante os anos de ocupação militar.

"A concessão de anistias não deve ser uma condição prévia para começar as investigações. É uma ferramenta que só deve ser utilizada nas circunstâncias adequadas, por exemplo quando pode levar a descobrir a verdade, que é essencial para a justiça e a reconciliação", acrescentou o porta-voz.

Guterres destacou a importância de manter boas relações com o país vizinho, mas ressaltou que a diplomacia não deve impedir o Timor-Leste de fazer justiça.

Pelo menos 102 mil timorenses morreram entre 1975 e 1999, em conseqüência direta da ocupação por parte do Exército indonésio, segundo dados da Comissão para a Verdade e Reconciliação, em Jacarta, que documentou torturas e abusos sexuais cometidos pelos soldados indonésios.

A invasão indonésia, em dezembro de 1975, foi apoiada tacitamente pelos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Japão, entre outros países, que temiam que o território pudesse se transformar numa espécie de Cuba do Sudeste Asiático.

Quase trinta anos depois, a comunidade internacional mudou de opinião e interveio em favor da autodeterminação dos timorenses, que em 30 de agosto de 1999 confirmaram seu desejo de independência.

A transição à democracia na antiga colônia portuguesa foi violenta. As tropas indonésias e as milícias locais incendiaram e destruíram cidades e aldeias, mataram cerca de mil pessoas e deportaram para a Indonésia outras 200 mil.

O Timor-Leste nasceu oficialmente como país independente em maio de 2002. É uma das nações mais pobres do planeta.

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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