segunda-feira, junho 11, 2007

Xanana Gusmão: “Se Fosse Traidor Teria Vendido Timor-Leste”

Jornal Nacional Semanário – 09 de Junho de 2007

O Presidente do Partido Congresso Nacional da Reconstrução de Timor (CNRT) lamenta os comentários de militantes de alguns partidos que o acusaram de ser traidor e de dividir o povo.

Afirma que, se fosse traidor não teria reorganizado a luta pela libertação e hoje não viveríamos num país independente.

“Se fosse traidor teria vendido Timor-Leste. Mas o meu desejo era libertar o povo e a Nação para que o povo pudesse viver melhor na era da independência. Por isso, reorganizei a luta através de várias estratégias,” defendeu Xanana.

Xanana falou sobre estes assuntos no seu discurso de campanha no Sub-distrito de Vemasse e Laleia, na segunda-feira (4/6). As declarações de Xanana surgiram como resposta a acusações de militantes de alguns partidos quando fazia campanha em Viqueque.

Xanana afirma que o conflito entre Partidos na actual campanha legislativa é idêntico ao de 1975, em que os militantes de um partido não gostavam de militantes de outros Partidos porque os líderes não os educavam, deixando-os praticar actos de violência.

“Nós os líderes não sabemos educar os nossos militantes. Temos de os consciencializar de que, apesar da diferença de ideias, somos um único povo a viver em democracia. Mas, pelo contrário deixamo-los praticar actos de violência, como em 1975, quando nos perseguíamos e matávamos uns aos outros por considerarmo-nos sermos nós os mais justos, ter as melhores ideias. Fomos radicais,” explicou Xanana aos seus militantes e apoiantes.

Relativamente ao militante do CNRT (Afonso Kudalai) que morreu neste conflito, Xanana considerou-o um herói da democracia e da liberdade.

Falando ainda sobre a antiga geração, Xanana disse que esta, em vez de unir, dividiu o povo como em 1975, destruindo a unidade alcançada durante a ocupação.

Xanana advertiu para não serem demasiados radicais, tornando Timor-Leste propriedade de um indivíduo, que deve ser governado permanentemente por esse indivíduo. Devemos ter consciência de que a luta pela libertação da Nação foi conseguida com o esforço de todo o povo e não apenas de um grupo ou de um indivíduo.

O Presidente Xanana afirma ainda que a resistência foi destruída através de várias estratégias, como a criação das estruturas do CNRM e do CNRT.

Xanana explicou que não foi ele o causador da crise. A crise surgiu devido à incapacidade do Governo da Fretilin em resolver os problemas que surgiram na Instituição F-FDTL em 2002 em Lospalos. E os problemas da PNTL, por estarem demasiado.

“A crise surgiu devido à incapacidade do Governo em resolver os problemas na Instituição F-FDTL desde 2002. Porque o Governo, através do Ministério da Defesa, não soube resolver os problemas e foi-os pondo de lado. No fim incriminam-me a mim, incriminam o Xanana.
Tudo isto aconteceu porque os líderes ficavam agarrados à cadeira do Governo, não querendo procurar a causa fundamental dos problemas e uma solução imediata. Os líderes parecem irracionais, acusa Xanana, recebendo aplausos dos militantes e apoiantes.

Segundo o Presidente do CNRT, o Governo da Fretilin em quem o povo confiou para desenvolver o País, falhou na governação. Na realidade, o povo morreu de fome, morreu magro. Os governantes e as suas famílias vivem bem, esquecendo o sofrimento do povo. O CNRT ergueu-se para salvar a Nação e o Povo.

Hoje em dia o País encontra-se “doente” porque um ou dois líderes pensam que só eles podem governar, que são os mais justos. Portanto, governam com arrogância.

1 comentário:

Anónimo disse...

LEMBRA-SE QUE O TRAIDOR PODE TRANSFORMAR SE EM HEROI E O HEROI PARA TRAIDOR.
O XANANA NAQUELES TEMPOS NAO E XANANA DE AGORA.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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