sábado, agosto 04, 2007

Discurso do presidente eleito do Parlamento Nacional

Tradução da Margarida:

Presidente do Parlamento Nacional - Fernando Lasama de Araujo

O discurso de abertura do presidente eleito do Parlamento Nacional para o período 2007 - 2012 feito frente à Assembleia do Parlamento Nacional em 30 Julho 2007,

[De texto scanned - John/ETAN]

Senhoras e Senhores,

Presidente da República,

Presidente do Tribunal de Apelo,

Membros do Parlamento,

Chefe da UNMIT,

Bispos,
Comandante das F-FDTL e Comandante-Geral da PNTL,

Embaixadores e representantes do corpo diplomático,

Representantes de agências nacionais e internacionais,

Os media e

Outros dignos convidados,

Primeiro, curvo-me em profundo respeito perante o deus todo poderoso e exprimo a minha gratidão pelas bênções que espalhou sobre nós e que nos permite estarmos juntos neste Parlamento de Timor-Leste, neste momento histórico.

Agradeço também à à comunidade Timorense, que vive tempos difíceis, mas que ainda assim conseguiu participar em massa nas recentes eleições legislativas, para possibilitar este Parlamento Nacional formar um novo governo e o começo da execução das suas funções para os próximos cinco anos.

Agradeço ainda ao Presidente da República, ao Governo, UNMIT, UNPOL e Forças Internacionais de Estabilização, CNE, STAB, F-FDTL/PNTL, Igreja Católica, outras denominações religiosas, os media e outras agências nacionais e internacionais.

Toda a gente trabalhou bastante para fazer um sucesso destas eleições e assegurar a implementação suave da democracia nesta nação.

Não me esquecerei de agradecer o antigo Presidente do Parlamento Nacional, membros da mesa e membros do Parlamento Nacional que durante um período realmente difícil foram capazes de desenvolver as suas tarefas e completar com sucesso o seu mandato.

Membros do parlamento e outros dignos convidados,

Conforme instituído na Constituição da RDTL, o Parlamento Nacional é o órgão de soberania supremo que tem a missão desafiadora e exigente de estabelecer uma moldura legislativa para a nação e de monitorizar a actuação do governo.

O Parlamento Nacional deve assegurar que seja cumprida esta tarefa como uma questão da maior importância. Ao cumprir esta tarefa e ao desenvolver a prosperidade desta nação, o Parlamento Nacional actuará como o órgão de soberania que representa o povo, e não deve favorecer um partido ou grupo em particular. Por esta razão, como Presidente do Parlamento Nacional, farei o melhor para assegurar que esta tarefa é adequadamente feita. Para garantir o funcionamento adequado do Parlamento Nacional, continuarei o bom trabalho dos antigos membros do parlamento. Em questões que ainda não foram começadas, ou questões que foram feitas não adequadamente, farei melhorias para garantir o seguinte:
* O Parlamento Nacional será um órgão verdadeiramente dignificado, que representa os interesses nacionais acima de interesses de partidos, grupos ou indivíduos. O Parlamento Nacional não será o porta-voz do governo.

* O Parlamento Nacional será um fórum que representa pluralidade, democracia e respeito pela liberdade de expressão. Por isso, como Presidente do Parlamento, actuarei como um moderador justo e imparcial para assegurar o funcionamento suave dos numerosos processos parlamentares.

* Apoiarei os direitos dos líderes da oposição e dar-lhes-ei as facilidades adequadas para desempenharem as suas tarefas como membros da administração sombra para que possam controlar as acções do governo.

* Apoiarei a autoridade dada pela Constituição aos membros do parlamento

* Criarei mecanismos sólidos que possibilitarão os membros do parlamento de manterem contacto permanente com a comunidade. Essas condições garantirão uma interacção efectiva entre a comunidade e o Parlamento Nacional de modo a colocar os interesses da comunidade como uma prioridade de topo a que será dada a máxima atenção.

* Garantirei a separação e poderes entre os órgãos de soberania para prevenir que interfiram uns com os outros, de modo a apoiar o respeito pelas instituições do Estado.

Membros do parlamento e outros dignos convidados,

Por isso aceito o papel de Presidente do Parlamento que me foi dado pelos dignos membros do parlamento, e apesar disto ser uma substancial tarefa, não abandonarei esta tarefa pesada. Aceito esta responsabilidade importante como um privilégio que me foi dado pelo meu povo, e agirei conforme as aspirações do povo para esta nação e para o mundo.

Como membro da geração mais jovem, aceito esta responsabilidade porque compreendo que o povo de Timor-Leste quer realmente a prosperidade desta nação para mudar. A responsabilidade pesada. Como eu próprio sou uma das pessoas empobrecidas e vulgares a geração mais jovem vê-me como um símbolo da mudança.

Por isso, com a benção de Deus, fogo e terra, e os espíritos dos antecessores, juntamente com os meus colegas deputados farei o meu melhor para encorajar o novo governo a corresponder às aspirações do povo que quer viver em paz e harmonia. Para alcançar isto, desejamos na verdade trazer mudança a esta nação, um desejo expresso pelos eleitores, por exemplo, para resolver as crises políticas, sociais e militares que correntemente sacodem esta nação.

Contudo antes de podermos satisfazer as aspirações do povo, precisamos primeiro de reformar os seguintes mecanismos fundamentais que possibilitam que haja mudanças:

* Rever a legislação que não leve ao desenvolvimento nacional

* Assegurar que o Parlamento Nacional produza legislação que assegure a melhoria na vida das pessoas. O estabelecimento de uma moldura nacional legal que proteja a prosperidade do povo deve ser alcançado através de um processo de consenso mútuo.

* Apoiar melhorias ao sistema da justiça que é actualmente visto pela comunidade como uma grande desilusão.

Membros do parlamento e outros dignos convidados,

Todas estas aspirações ficarão por cumprir se esta nação continua a ser atingida pela instabilidade política, ou se entidades políticas e sociais continuam de costas viradas umas contra as outras.

Por isso, o Parlamento Nacional criará mecanismos que apoiam a cooperação com outros órgãos de soberania (Presidente da República, Governo e o Tribunal de Recurso) para assegurar que os problemas com que se confronta a nação e a comunidade se possam resolver com rapidez.

O Parlamento Nacional fará o seu melhor para apoiar o governo a melhorar a cooperação com agências nacionais e internacionais. Deste modo, o desenvolvimento que é a única via para libertar o povo, tornar-se-á uma realidade para o povo.

Esta nação precisa verdadeiramente do envolvimento de outras instituições como as ONG’s, a igreja etc. Por isso, como Presidente do Parlamento Nacional, assegurarei boas relações entre o Parlamento Nacional e as ONG’s, os media, a Igreja Católica, outras denominações religiosas, etc.

Gostaria ainda de mencionar as Nações Unidas e as Forças Internacionais de Estabilização que desempenharam um papel significativo no treino, estabilização e desenvolvimento no interior de Timor-Leste, que o têm estado a fazer desde o princípio até hoje. Por isso, peço o compromisso em curso com as Nações Unidas para ajudar a garantir a estabilidade desta nação e ajudar ao processo de desenvolvimento.

Como Presidente do Parlamento Nacional que é membro da mais jovem geração, farei o meu melhor para implementar as ideias do Presidente do Parlamento sobre a criação de um Parlamento dos Jovens que é essencial para a vida democrática desta nação.

Membros do parlamento e outros dignos convidados, antes de acabar o meu discurso, quero dizer uma coisa. Hoje, quando se concluir a eleição do Presidente Parlamentar, o meu compatriota Aniceto Guterres, que é o candidato da Fretilin e eu aproximar-nos-emos um do outro, agarraremos na mão do outro e abraçar-nos-emos.

Como membros da geração mais jovem, o deputado Aniceto Guterres e eu provaremos a nós próprios sermos adversários dignos, e não inimigos. Queremos mandar uma mensagem positiva que a política não deve fazer de nós inimigos, mas que devemos continuarmos a respeitar uns aos outros, mesmo apesar de partilharmos opiniões diferentes.

Através de um tal gesto, espero que os deputados se libertem de tal animosidade.

Mais ainda, esta é a maneira como todos nos devemos comportar no desempenho das nossas tarefas políticas fora do parlamento e no seio da comunidade. Deste modo asseguraremos a paz, estabilidade e desenvolvimento em Timor-Leste.

Meus irmãos e irmãs, apenas melhoraremos quando oferecermos as mãos aos outros em paz mesmo apesar de termos opiniões políticas diferentes.

Uma fundação, uma origem, um povo.

Um Timor.

Obrigado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Em Tétum e em português não é tribunal de apelo mas tribunal de recurso!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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