domingo, agosto 05, 2007

Dos Leitores

Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "Bando de oportunistas vai governar Timor-Leste?":

O Ramos-Horta anda há mais de um mês num faz-de-conta a empatar sobre a quem dirigir o convite para a formação do novo Governo. A primeira desculpa era que tinha de ouvir constitucionalistas sobre a quem competia dirigir o convite (depois de o bando dos quatro ter inventado a AMP), mas entretanto propôs a todos os partidos uma “solução inclusiva”.

A Fretilin aceitou o repto do Horta e oficialmente afirmou que acredita que um Governo de Grande Inclusão que integre membros de todos os partidos políticos com assento no Parlamento Nacional contribuirá para que, em Timor-Leste, se volte a ter estabilidade, concluindo com todo o realismo que se não houver estabilidade, nenhum governo poderá funcionar com eficiência.

E até foi mais longe, dizendo-se aberta às opiniões de todos os partidos políticos, e das forças vivas da sociedade civil.

Mas naturalmente que reafirmou - mais uma vez! - o direito constitucional de escolher o Primeiro-Ministro e de formar o Governo, e esclareceu que aceita a mensagem traduzida nos resultados das eleições como uma vontade do povo em integrar no governo todos os partidos representados no Parlamento Nacional.

Em contrapartida, os da suposta AMP, numa arrogância de absoluto desdém pela vontade popular expressa nas eleições, cozinharam uma liderança do PN apenas deles.

E perante a clarividência da Fretilin e o sectarismo da suposta AMP, o Horta mete as dúvidas constitucionais da gaveta, esquece a trapalhada da “solução inclusiva” com que andou a entreter e a entreter-se e convidou o sectário-mor e o maior derrotado para liderar um governo de absoluta exclusão da Fretilin.

Com alguns farsantes o crime compensa no muito curto prazo. Mas apenas no muito curto prazo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Só por fanatismo se pode negar que a Fretilin tem feito concessões de vulto para tentar viabilizar um Governo inclusivo que permita criar as condições de estabilidade tão necessárias para que Timor tenha finalmente paz e sossego.

A essas concessões e disponibilidade para negociar, Xanana tem respondido com uma rigidez lamentável.

Na política, há aqueles que colocam os interesses do País em primeiro lugar e outros que só vêem os seus, pelo monóculo da ganância.

Com os primeiros, é fácil dialogar e negociar, pois para esses as ideologias ou os pontos de vista divergentes não são obstáculo a entendimentos. A História da Humanidade está cheia de exemplos desses.

Com os segundos não há nada a fazer. Pertencem simultaneamente aos clubes do "Ou sais tu ou saio eu" e do "Venha a nós". Parece que se alimentam do conflito e fogem da concórdia como o diabo da cruz para não passarem fome.

Esses nunca hão-de ir longe, porque de tão míopes que são não enxergam que, como timorenses que são, também sofrerão as consequências daquilo que fizerem por Timor, para o bem e para o mal.

Anónimo disse...

Programa premonitório...

No dia 1 de Agosto, andava eu a surfar nos canais de TV, quando encontrei por acaso na "RTP Memória" um programa do Herman José [humorista português] que contava com a presença de Ramos Horta, JL Guterres e muitas caras conhecidas entre dezenas de jovens timorenses.

Esse programa foi gravado entre os anos de 1996 e 1999, visto que RH já havia recebido o prémio Nobel e ainda não tinha sido realizado o referendo.

Portanto, há cerca de 10 anos, RH esteve presente num programa da TV portuguesa, onde foi entrevistado e fez algumas declarações interessantes.

Interrogado por HJ se se sentia atraído por cargos políticos num futuro Timor independente, respondeu:

"Para cargos de Governo, não. Não tenho paciência nem tenho vocação".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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