sexta-feira, outubro 26, 2007

TNI 'armed' East Timor civilians

26 October 2007
Desy Nurhayati,
The Jakarta Post, Jakarta

The former martial law commander in East Timor has acknowledged the existence of military-trained armed civilians in the former Indonesian province, but said they were legally justified "civilian defense groups".

Lt. Gen. (ret) Kiki Syahnakri told a public hearing here Wednesday that the wanra groups were civilians who were armed and trained by members of the Indonesian military (TNI).
In response to a commissioner's question on armed civilians, as cited in earlier testimonies, Kiki said that this probably referred to the groups of wanra (perlawanan rakyat, people's resistance), "which were part of the Indonesian defense system at that time."

"Wanra units were everywhere (in the country) including in East Timor," said Kiki.

The groups in East Timor, such as Alfa and Makikit, he said, "were trained in discipline and who were bound to certain rules."

The groups "were supplied with weapons but only to safeguard their neighborhoods," Kiki told the sixth public hearing held by the joint Indonesia-Timor Leste Commission for Truth and Friendship (CTF).

The right and obligation of civilians to defend the state, including through basic military training, is still recognized in the defense law.

Kiki was martial law commander in September 1999 until he handed over authority to international forces later that month. Martial law was declared in East Timor on Sept. 6 following widespread violence after the Aug. 30 referendum, which led to the independence of East Timor (Timor Leste).

Militias supporting both independence and integration with Indonesia have been accused of violence, but representatives of "pro-integration" groups testified earlier that they were trained by Indonesian military members.

Kiki said the civilian groups were formed on their own request following "intimidation" by fellow Timorese who were "pro-independence."

Commissioner Felicidade Guterres also questioned Kiki about a leader of the pro-integration militias who was a member of the army's special force, but Kiki said he had retired in 1997.
Kiki repeatedly denied the involvement of police or military officials in gross crimes against humanity in Timor Leste.

"There was no evidence of such actions. So why do these allegations keep cropping up?" He cited reports in the Guardian and Washington Post denying earlier reports on massacres.

If anyone should be held responsible, he said, one party would be the United Nations, which he alleged was part of the "international conspiracy" for Timor's separation from Indonesia.
In response to Commissioner Achmad Ali, who asked who he would recommend for amnesty, Kiki said it was irrelevant.

"We were in East Timor on state duty, without committing any betrayal to our country," Kiki said.

The Wednesday session also heard the testimony of Col. Aris Martono, head of an army battalion deployed to East Timor's Los Palos regency in 1999. Aris denied earlier allegations that military members raped several women in the area.

The commission is scheduled to wrap up with a final report in January.

TRADUÇÃO:

TNI 'armou' civis de Timor-Leste

26 Outubro 2007
Desy Nurhayati,
The Jakarta Post, Jakarta

O antigo comandante da lei marcial em Timor-Leste reconheceu a existência de milícias civis treinadas pelos militares na antiga província Indonésia, mas disse que estavam justificadas legalmente como sendo “grupos de defesa civil”.

O Lt. Gen. (ret) Kiki Syahnakri disse na Quarta-feira numa audiência pública que os grupos wanra eram constituídos por civis que foram armados e treinados por membros das Forçar Armadas Indonésias (TNI).
Em resposta a uma pergunta do comissário sobre civis armadas, conforme citado em testemunhos anteriores, Kiki disse que isso referia-se provavelmente aos grupos wanra (perlawanan rakyat, resistência popular), "que nessa altura faziam parte do sistema de defesa Indonésia."

"Havia unidades wanra em todo o lado (no país) incluindo em Timor-Leste," disse Kiki.

Os grupos em Timor-Leste, tais como Alfa e Makikit, disse, "eram formados na disciplina e estavam ligados a certas regras."

Os grupos "eram abastecidos com armas mas apenas para protecção dos seus bairros," disse Kiki na sexta audição pública da Comissão conjunta Indonésia-Timor Leste para a Verdade e Amizade (CTF).

O direito e a obrigação dos civis em defenderem o Estado, incluindo através de treino militar básico, é ainda reconhecido na lei da defesa.

Kiki foi comandante da lei marcial em Setembro de 1999 até entregar o comando às forças internacionais mais tarde nesse mês. A lei marcial foi declarada em 6 de Setembro em Timor-Leste seguindo-se ao espalhar da violência depois do referendo de 30 de Agosto, que levou à independência de Timor-Leste.

Tanto as milícias que apoiavam a independência como as que apoiavam a integração com a Indonésia têm sido acusadas da violência, mas representantes de grupos "pró-integração" testemunharam antes que tinham sido treinados por membros das forças militares Indonésias.

Kiki disse que os grupos civis eram formados a pedido dos próprios depois de "intimidação" por Timorenses que eram "pró-independência."

A Comissária Felicidade Guterres questionou ainda Kiki acerca de um líder das milícias pró-integração que era membro da força especial das forças armadas, mas Kiki disse que ele se tinha retirado em 1997.
Kiki negou repetidas vezes o envolvimento de oficiais da polícia ou de militares em grandes crimes contra a humanidade em Timor-Leste.

"Não há nenhuma evidência de tais acções. Então porque é que continuam a aparecer estas alegações?" Citou reportagens no Guardian e no Washington Post que negavam reportagens de massacres anteriores.

Se alguém devia ser responsabilizado, disse, uma parte devia ser as Nações Unidas, que, alegou, era parte da "conspiração internacional" para a separação de Timor da Indonésia.
Em resposta ao Comissário Achmad Ali, que perguntou quem é que ele recomendaria para amnistia, Kiki disse que isso era irrelevante.

"Estávamos em Timor-Leste ao serviço do Estado, sem cometermos nenhuma traição ao nosso país," disse Kiki.

A sessão de Quarta-feira ouviu ainda o testemunho do Cor. Aris Martono, responsável do batalhão das forças armadas destacado para Los Palos, Timor-Leste em 1999. Aris negou alegações anteriores de membros das forças militares terem violado várias mulheres na área.

Está previsto que a comissão encerre com um relatório final em Janeiro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
TNI 'armou' civis de Timor-Leste
26 Outubro 2007
Desy Nurhayati,
The Jakarta Post, Jakarta

O antigo comandante da lei marcial em Timor-Leste reconheceu a existência de milícias civis treinadas pelos militares na antiga província Indonésia, mas disse que estavam justificadas legalmente como sendo “grupos de defesa civil”.

O Lt. Gen. (ret) Kiki Syahnakri disse na Quarta-feira numa audiência pública que os grupos wanra eram constituídos por civis que foram armados e treinados por membros das Forçar Armadas Indonésias (TNI).
Em resposta a uma pergunta do comissário sobre civis armadas, conforme citado em testemunhos anteriores, Kiki disse que isso referia-se provavelmente aos grupos wanra (perlawanan rakyat, resistência popular), "que nessa altura faziam parte do sistema de defesa Indonésia."

"Havia unidades wanra em todo o lado (no país) incluindo em Timor-Leste," disse Kiki.

Os grupos em Timor-Leste, tais como Alfa e Makikit, disse, "eram formados na disciplina e estavam ligados a certas regras."

Os grupos "eram abastecidos com armas mas apenas para protecção dos seus bairros," disse Kiki na sexta audição pública da Comissão conjunta Indonésia-Timor Leste para a Verdade e Amizade (CTF).

O direito e a obrigação dos civis em defenderem o Estado, incluindo através de treino militar básico, é ainda reconhecido na lei da defesa.

Kiki foi comandante da lei marcial em Setembro de 1999 até entregar o comando às forças internacionais mais tarde nesse mês. A lei marcial foi declarada em 6 de Setembro em Timor-Leste seguindo-se ao espalhar da violência depois do referendo de 30 de Agosto, que levou à independência de Timor-Leste.

Tanto as milícias que apoiavam a independência como as que apoiavam a integração com a Indonésia têm sido acusadas da violência, mas representantes de grupos "pró-integração" testemunharam antes que tinham sido treinados por membros das forças militares Indonésias.

Kiki disse que os grupos civis eram formados a pedido dos próprios depois de "intimidação" por Timorenses que eram "pró-independência."

A Comissária Felicidade Guterres questionou ainda Kiki acerca de um líder das milícias pró-integração que era membro da força especial das forças armadas, mas Kiki disse que ele se tinha retirado em 1997.
Kiki negou repetidas vezes o envolvimento de oficiais da polícia ou de militares em grandes crimes contra a humanidade em Timor-Leste.

"Não há nenhuma evidência de tais acções. Então porque é que continuam a aparecer estas alegações?" Citou reportagens no Guardian e no Washington Post que negavam reportagens de massacres anteriores.

Se alguém devia ser responsabilizado, disse, uma parte devia ser as Nações Unidas, que, alegou, era parte da "conspiração internacional" para a separação de Timor da Indonésia.
Em resposta ao Comissário Achmad Ali, que perguntou quem é que ele recomendaria para amnistia, Kiki disse que isso era irrelevante.

"Estávamos em Timor-Leste ao serviço do Estado, sem cometermos nenhuma traição ao nosso país," disse Kiki.

A sessão de Quarta-feira ouviu ainda o testemunho do Cor. Aris Martono, responsável do batalhão das forças armadas destacado para Los Palos, Timor-Leste em 1999. Aris negou alegações anteriores de membros das forças militares terem violado várias mulheres na área.

Está previsto que a comissão encerre com um relatório final em Janeiro.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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