segunda-feira, novembro 12, 2007

Entrevista Especial com o Administrador-Delegado da Timor Telecom, José Brandão Sousa: “No futuro Investimento, a Timor Telecom continuará a cumprir o

Jornal Nacional Semanário - 03 de Novembro de 2007 (colocado online dia 10 Nov 2007)

O Administrador-Delegado da Timor Telecom, José Brandão Sousa, revelou que ao longo de cinco anos de investimento em Timor-Leste e no futuro, a Timor Telecom cumprirá o contrato de concessão realizado com o Estado.

Apesar das opiniões do Estado em investir em novas telecomunicações, a Timor Telecom continuará a cumprir o contrato realizado com o Estado, um contrato que o próprio Estado determinou.

«Garanto que até ao momento o Estado continua a cumprir o contrato feito com a Timor Telecom. A Timor Telecom não tem outra preocupação senão cumprir o que está escrito no contrato», destacou José Brandão Sousa (JBS) na sua entrevista especial com o jornalista do Jornal Nacional Semanário (JNS), Noemio Falcão, no seu Gabinete da Timor Telecom, Hotel Timor, Díli, sexta-feira (19/10) da semana passada.

JNS: Qual é a avaliação que a Timor Telecom faz destes cinco anos?

JBS: A Timor Telecom foi estabelecida em 2002 após ter ganho o concurso internacional, com o objectivo de garantir os serviços de telecomunicação em Timor-Leste, sem a intenção de sobrecarregar o Estado de Timor-Leste, e efectuou um contrato de concessão.
Fico satisfeito com a visão e coragem dos accionistas das empresas nacionais e estrangeiras que assumiram as suas funções para realizar este investimento num momento difícil.

A Timor Telecom estabeleceu uma rede nacional de telecomunicação com capacidade, garantindo o acesso em todo o país à comunicação fixa, móvel, internet e televisão moderna.

No dia 1 de Março de 2003, a Timor Telecom iniciou a disponibilização dos serviços de telecomunicação aos seus clientes. A partir daí a Timor Telecom não parou de se desenvolver e investiu um valor de mais de 30 milhões de dólares americanos.

Há serviços fixos disponíveis em todas as capitais de distrito e noutras localidades. Os serviços móveis atingem uma cobertura de 68 por cento da população, contando com os clientes actuais, no total de 68 mil. Estabeleceu um acordo “roaming” com 50 operadores. No âmbito dos recursos humanos, a empresa tem no total 128 colaboradores com uma formação de 70 horas.

JNS: Quais as iniciativas realizadas pela TT ao longo de cinco anos? Haverá alguma nova iniciativa?

JBS: Anualmente a Timor Telecom dá apoios a várias iniciativas da sociedade civil, nas áreas do desporto, cultura, artes, entre outras. A Timor Telecom vai enfrentar o futuro com confiança e os serviços continuarão a avançar.

Alargar os serviços existentes e a introdução de novos serviços são os desafios principais. Nos próximos três anos, a empresa investirá mais de 20 milhões de dólares para estabelecer novas tecnologias e serviços.

Por exemplo, a internet de banda larga e o acesso “Wireless” e dar-se-á maior extensão à cobertura de serviços fixos e móveis. Esses projectos tornar-se-ão uma realidade, pois como diz o slogan da Timor Telecom “Timor Telecom Não Pára”.

O roaming KTF, com a República da Coreia, é um programa da TT para aumentar a lista de países com os quais temos acordos de roaming . Neste momento, a República da Coreia foi escolhida para essa lista. Portanto com esse serviço, quando os clientes da Timor Telecom efectuarem visitas a Timor-Leste, poderão utilizar os seus telemóveis em todo o território.

Temos novos colaboradores, a partir de 2007, num total de 22, para responder às necessidades de recursos humanos na empresa.

No início das suas funções, os colaboradores participaram numa formação com mais de 90 horas para aumentarem os seus conhecimentos em relação às actividades da Timor Telecom. Para além disso, em resposta ao pedido da Comissão Organizadora da Comemoração do Centenário da Vila do Distrito de Ainaro, a Timor Telecom decidiu patrocinar este evento, através da entrega de um donativo ao Administrador do distrito de Ainaro.

Há outras actividades, como o V Aniversário da Timor Telecom, em que se realizaram algumas actividades desportivas nos distritos de Bobonaro, Baucau e Díli.

As modalidades preferidas foram o voleibol, futebol, mini-maratona (5 quilómetros), e registaram-se como participantes mais de mil atletas.

Ao longo de quatro anos de actividade, a Timor Telecom nunca aumentou os preços, pelo contrário houve reduções e, no mesmo período, a inflação aumentou aproximadamente 20 por cento.

A Timor Telecom é uma empresa que criou emprego em Timor-Leste. Portanto mais de 650 famílias vivem do rendimento adquirido através da Timor Telecom. Neste momento, segundo os nossos cálculos, aproximadamente 68 por cento da população tem acesso ao sinal de rede.

JNS: Neste período de cinco anos, qual é o total de impostos pago pela Timor Telecom?

JBS: Neste período de cinco anos a Timor Telecom pagou impostos ao Estado no valor de 4 milhões de dólares. A Timor Telecom investiu mais 30 milhões para todo o país, o que corresponde a 33 por cento do total de investimento estrangeiro privado realizado desde a independência.

Portanto, quando um cliente compra um cartão de recarga de 10 dólares significa que está a pagar ao Estado um imposto no valor de 1,20 dólares. Esse imposto é maior em relação ao consumo existente em Timor-Leste.

Anualmente, a Timor Telecom apoiou várias iniciativas da sociedade civil nas áreas de desporto, cultura, social, entre outras. A Timor Telecom tem despesas anuais no valor de milhões de dólares para a expansão e a actualização do seu sistema de comunicação.

JNS: Ao longo de cinco anos, quais as dificuldades enfrentadas pela Timor Telecom?

JBS: A dificuldade básica enfrentada pela Timor Telecom é a demissão no mercado e a energia eléctrica. Durante todo esse período a Timor Telecom é que disponibilizou energia eléctrica para as suas Estações, incluindo a reconstrução de estradas para o acesso dos serviços da Timor Telecom.

A outra dificuldade é formar os trabalhadores da Timor Telecom para terem mais qualificação. É um dever da Timor Telecom fazer enormes esforços na área de formação.
A Timor Telecom enfrenta ainda dificuldades em relação aos cabos telefónicos ou aos rolos roubados em grande escala.

JNS: Qual são os planos da Timor Telecom para o futuro?

JBS: A Timor Telecom continuará a alargar a cobertura de telemóvel até 2010, em que mais ou menos 80 por cento da população deve ter acesso ao telemóvel.

Os novos serviços serão: o estabelecimento da Internet Banda Larga e o acesso Wireless . A Internet Banda Larga é uma internet rápida e o acesso Wireless permite navegar na Internet sem o recurso a fios, por exemplo utilizando apenas o telemóvel. O investimento para 2008-2010 assenta na totalidade de 20 milhões de dólares.

JNS: Segundo declarações do Presidente da República, a Timor Telecom tem de reduzir o preço das telecomunicações. Qual é o seu comentário?

JBS: A redução do preço das telecomunicações para a Timor Telecom depende do Estado. Se o Estado reformar o sistema fiscal, a Timor Telecom reduzirá o preço da telecomunicação. Significa que se o Estado reduzir a fiscal de 12 por cento para 6 por cento, significa que o preço da telecomunicação será mais barato.

JNS: Dizem que a Timor Telecom faz um grande monopólio. Qual é o seu comentário?

JBS: O monopólio foi uma decisão do Governo, que realizou um concurso internacional de Telecomunicação para Timor-Leste, sem investir qualquer orçamento do Estado. O Estado não pagou nada à Timor Telecom para realizar esta actividade em Timor-Leste.

O concurso obriga a empresa a estabelecer telecomunicações para todo o território de Timor-Leste, em vários locais economicamente não rentáveis. A Timor Telecom tem uma enorme obrigação de percorrer os locais, por exemplo, Ataúro, Oecusse, Suai, com menos número de clientes e menos rendimento. O Estado obriga a Timor Telecom a realizar estas actividades exclusivamente e sem contrapartidas. É uma obrigação exclusiva que a Timor Telecom deve mesmo assumir. Isso significa que no contrato há direitos e deveres que devem ser cumpridos. Portanto é dever da Timor Telecom fazer cobertura em todo o Timor-Leste, com direito exclusivo por um período de 15 anos, com base no contrato de concessão.

JNS: Qual é o total de rendimento ao longo de cinco anos?

JBS: O rendimento da Timor Telecom ao longo de cinco anos é utilizado para mais investimentos, como estabelecer redes móveis e outros.

Os custos da Timor Telecom na manutenção são bastante elevados. Porém, devido ao contrato de concessão que garante justiça ao nível nacional, apesar do preço elevado, é o mesmo preço para todo o Timor-Leste.

Na realidade, os custos nos distritos deviam ser mais elevados mas o contrato de concessão obriga a um custo igual para todo o território de Timor-Leste. Ou seja o preço dado pela Timor Telecom é um preço de solidariedade nacional.

JNS: Estará ou não pronta a Timor Telecom para entrar em competição com outras empresas de telecomunicações?

JBS: A Timor Telecom tem um contrato realizado com o Estado e a empresa neste momento está a obedecer a esse contrato. O contrato obriga ainda a Timor Telecom a alargar a sua cobertura. É necessário realizar os serviços segundo o dever com o Estado, que atribuiu factos exclusivos à Timor Telecom ao longo dos anos de serviço.

Relativamente à opinião do Estado em investir em novas redes de telecomunicação, a Timor Telecom continuará a cumprir o contrato feito com o Estado, o próprio Estado foi quem decidiu o contrato.

Apesar disso, garanto que até à data o Estado continua a cumprir o contrato assinado com a Timor Telecom. E a Timor Telecom não terá outras preocupações, senão cumprir o que está escrito no contrato.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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