sábado, novembro 17, 2007

Saudades de pastéis de nata e de "programas informais"

DN
17.11.2007
JOÃO PEDRO HENRIQUES

"Já tinha saudades de Lisboa. Já cá não vinha há dois anos. De beber um café e comer um pastel de nata. E tenho pena de agora não poder ter programas informais. Queria ter podido jantar com o meu amigo Adelino Gomes [jornalista do Público]."

José Ramos-Horta, segundo Presidente da República de Timor-Leste, em discurso directo, ontem, numa conversa com jornalistas, no Hotel Tivoli. Depois, o anúncio da importante decisão: iria a pé do hotel até à Câmara Municipal de Lisboa, onde o aguardava mais uma cerimónia da sua visita oficial de dois dias, que ontem terminou. A sua primeira visita a Portugal enquanto Presidente do mais jovem país do mundo.

Tudo estava convenientemente preparado com a segurança e com o protocolo de Estado. Em passo relativamente acelerado, o Presidente foi descendo a avenida. Primeira paragem: uma loja de óculos para reparar os seus, que estavam tortos. Feita a reparação, lá seguiu, aqui e ali cumprimentando transeuntes. Nenhuma manifestação de hostilidade. Algumas saudações amigáveis. "Admiro muito o que tem feito por Timor", disse-lhe uma lisboeta. Na Rua Augusta cruzou-se com um casal de timorenses, que reconheceu. Timorenses residentes em Timor, funcionários da Alfândega, agora em Lisboa para um curso técnico de um mês. No ar ficou uma leve reprimenda de Horta aos seus compatriotas: "Estão aqui? Não deviam estar nesse curso? "Estamos num dia de folga...", justificaram-se.

A caminhada terminou no histórico Martinho da Arcada. Tudo já estava preparado para receber o Presidente. No livro de honra, o Nobel da Paz não foi capaz de mais do que uma cópia de uma mensagem que já lá constava: "Reconheço que não conheço a história do Café Martinho da Arcada, mas plagio o meu querido amigo professor Cavaco Silva no que ele disse sobre esta casa." E lá se atirou a dois cafés e a um pastel de nata, fazendo tempo para a cerimónia na CML.

Juntou-se então à comitiva o embaixador de Portugal em Timor- -Leste, João Ramos Pinto.

Pelo meio, elogiou o empenhamento da câmara na reconstrução do seu país. Em Díli , disse, há uma rua Cidade de Lisboa e um Largo João Soares. Só lamentou que a autarquia não tenha terminado ainda uma obra a seu cargo: a construção da residência oficial do Presidente da República de Timor-Leste.

1 comentário:

aeloy disse...

No meu blog refiro a recepção de ontem e a notícia de relevo de hoje.
(www.signos.blogspot.com)
A memória não se deve esquecer nem ser submersa por "irmandades".
Saudações
António Eloy

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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