quinta-feira, dezembro 06, 2007

Arrogant, imperialist bully bites the dust

The Guardian 5 December, 2007
Editorial

There is nothing like a severe defeat to bring out the critics. That is what is happening to John Howard as he sinks slowly into the shadows of politics. That Howard’s policies and his attitude to others played a major role in the overthrow of the Coalition government is beyond dispute.

However, it is not only domestic critics who have lined up, one after another, to vent their criticisms.

The Sydney Morning Herald (28/11/07) reports the Indonesian mass media as joining the list of vehement critics. The media there has branded Howard as a "white imperialist", a "condescending big brother", "a puppet of the US" and "a leader with an inflated sense of self-importance". Even aid money sent to Indonesia in the recent period was seen as being "insincere" on the part of the Australian government.

Australia’s largest Embassy is being built in Jakarta. Yes, Indonesia is important to Australia but what is the need for Australia’s biggest Embassy to be located there? Are not India, China and Japan even more important to Australia in their different ways?

Is Australia’s diplomatic activity intended to pull Indonesia away from its Asian neighbours and its ASEAN membership? Is Indonesia also seen as (hopefully) providing the US and Australia with military bases at some time in the future which would enable those two powers to control the very important trade route between the Far East and Europe, America and the African continent? This trade route through the Lombok Straits is also vital to both China and Japan and other Asian countries.

When Indonesia, earlier this year, decided to buy advanced Russian fighter planes rather than Australia’s choice of the US Hornet there was much criticism of Indonesia. The ABC, at that time, ran a program that showed Australian Hornets invading Indonesian airspace and actually bombing an Indonesian air force base in Java. It is certain that Indonesian authorities watching this program would have regarded it as an indication of the Australian government’s real intentions.

If the Indonesian authorities have such a view of Australia under Howard, other Asian governments would have come to similar conclusions.

The Australian government displayed its imperialist arrogance in Foreign Minister Alexander Downer’s treatment of Mari Alkatiri, the former East Timor Prime Minister, at the time of negotiations over oil rights in the seas between Australia and this new Asian state. Downer treated Mari Alkatiri as a puppy dog to be insulted, stood over and pushed to one side — which the government’s intervention in East Timor was intended to do. Their action was a blatant interference in the sovereignty and independence of East Timor.

Closer to home a similar attitude has been displayed towards a number of the small Pacific Island states such as in the Solomon Islands where an Australian occupation force is still on the ground. The Australian government tried to force the government of PNG to accept a similar occupation but they refused.

There is a big struggle at the present time between those governments which subscribe to non-interference in the internal affairs of other states and work for the settlement of disputes between countries by negotiation and the imperialist powers which continue to pursue force, occupation, boycotts and other such means to install governments of their choice.

The war against Iraq and Afghanistan are two clear examples of this policy of force. In other countries where the imperialist powers are no longer in a position that they can just march in and appoint who-ever they like, other tactics are being used. Subversion, sabotage of the economy, assassination of leaders unacceptable to the US (and Australia and Britain), huge payments to prop up opposition figures and so on. The policy of the US towards Venezuela is a classic example of the use of subversion and assassination threats.

A different approach is expected from the newly installed Rudd Government, but will it change the fundamentals or will the same basic policies be pursued with only small changes in the crudities of Howard and Downer in the past?

Tradução:

Tirano arrogante, imperialista morde o pó

The Guardian 5 Dezembro, 2007
Editorial

Não há nada como uma grande derrota para saltarem os críticos. É o que está a acontecer a John Howard enquanto se afunda nas sombras políticas. Que as políticas de Howard e as suas atitudes com os outros tiveram um grande papel no derrube do governo da coligação ninguém disputa.

Contudo, não foram apenas os críticos domésticos que surgiram, um atrás de outro, a expressar as suas críticas.

O Sydney Morning Herald (28/11/07) relata que os media de massa Indonésios se juntaram à lista dos críticos veementes. Os media lá têm rotulado Howard como um " imperialista branco", ou um "condescendente irmão mais velho ", "uma marioneta dos USA" e "um líder com um sentido de auto-importância inflacionado ". Mesmo dinheiro de ajuda enviado para Indonésia num período recente tem sido visto como "hipócrito" da parte do governo Australiano.

A maior embaixada da Austrália está a ser construída em Jacarta. Sim, a Indonésia é importante para a Austrália mas qual é a necessidade para a maior embaixada da Austrália estar localizada lá? Não são a Índia, China e Japão ainda mais importantes para a Austrália de maneiras diferentes?

Tem a actividade diplomática da Austrália a intenção de fazer sair a Indonésia dos seus vizinhos Asiáticos e de ser membro da ASEAN? Está a Indonésia também a ser vista como (esperançadamente) abastecedora da Austrália e dos USA com bases militares algures no futuro o que capacitariam esses dois poderes a controlarem a muito importante rota comercial entre o Oriente Distante e a Europa, América e o continente Africano? Esta rota comercial através do Estreito de Lombok é também vital para ambas China e Japão e outros países Asiáticos.

Quando a Indonésia, no princípio deste ano, decidiu comprar aviões de combate modernos Russos em vez da escolha da Austrália dos Hornet dos USA houve muitas críticas contra a Indonésia. A ABC, nessa altura, passou um programa que mostrava os Hornets Australianos a invadirem o espaço aéreo Indonésio e mesmo a bombardearem a base da força aérea Indonésia em Java. De certeza que as autoridades Indonésias que viram este programa o teriam encarado como uma indicação das verdadeiras intenções do governo Australiano.

Se as autoridades Indonésias têm uma tal opinião da Austrália sob Howard, outros governos Asiáticos terão chegado a conclusões similares.

O governo Australiano mostrou a sua arrogância imperialista no tratamento de Mari Alkatiri, o antigo Primeiro-Ministro de Timor-Leste, pelo Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer, na altura das negociações sobre os direitos do petróleo no mar entre a Austrália e este novo Estado Asiático. Downer tratou Mari Alkatiri como um cachorro a que se insulta, pisa, e põe-se de lado — que foi o que a intervenção do governo em Timor-Leste teve a intenção de fazer. A acção deles foi uma interferência descarada na soberania e independência de Timor-Leste.

Mais perto de casa, tem sido mostrada uma atitude similar em relação a uma série de pequenos Estados das Ilhas do Pacífico como Ilhas Salomão onde está ainda no terreno uma força de ocupação Australiana. O governo Australiano tentou forçar o governo da PNG a aceitar uma ocupação similar mas eles recusaram.

Presentemente há uma grande luta entre esses governos que subscreveram a não-interferência nos assuntos internos de outros Estados e o trabalho para a resolução de conflitos entre países por negociação e os poderes imperialistas que continuam a preserverar na força, ocupação, boicotes e outros meios para instalar governos da sua escolha.

As guerras contra o Iraque e o Afeganistão são dois exemplos claros desta política de força. Noutros países onde os poderes imperialistas já não estão mais na posição em que podem simplesmente entrar e nomear quem bem entendam, estão a ser usadas outras tácticas. Subversão, sabotagem da economia, assassínios de líderes inaceitáveis para os USA (e Austrália e Grã-Bretanha), enormes pagamentos para levantar figuras da oposição, etc. A política dos USA em relação à Venezuela é um exemplo clássico do uso da subversão e de ameaças de assassínio.

É esperada uma abordagem diferente do acabado de instalar Governo Rudd, mas mudará os fundamentais ou prosseguirá as políticas básicas com apenas pequenas mudanças nas imbecilidades de Howard e Downer no passado?

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Tirano arrogante, imperialista morde o pó
The Guardian 5 Dezembro, 2007
Editorial

Não há nada como uma grande derrota para saltarem os críticos. É o que está a acontecer a John Howard enquanto se afunda nas sombras políticas. Que as políticas de Howard e as suas atitudes com os outros tiveram um grande papel no derrube do governo da coligação ninguém disputa.

Contudo, não foram apenas os críticos domésticos que surgiram, um atrás de outro, a expressar as suas críticas.

O Sydney Morning Herald (28/11/07) relata que os media de massa Indonésios se juntaram à lista dos críticos veementes. Os media lá têm rotulado Howard como um " imperialista branco", ou um "condescendente irmão mais velho ", "uma marioneta dos USA" e "um líder com um sentido de auto-importância inflacionado ". Mesmo dinheiro de ajuda enviado para Indonésia num período recente tem sido visto como "hipócrito" da parte do governo Australiano.

A maior embaixada da Austrália está a ser construída em Jacarta. Sim, a Indonésia é importante para a Austrália mas qual é a necessidade para a maior embaixada da Austrália estar localizada lá? Não são a Índia, China e Japão ainda mais importantes para a Austrália de maneiras diferentes?

Tem a actividade diplomática da Austrália a intenção de fazer sair a Indonésia dos seus vizinhos Asiáticos e de ser membro da ASEAN? Está a Indonésia também a ser vista como (esperançadamente) abastecedora da Austrália e dos USA com bases militares algures no futuro o que capacitariam esses dois poderes a controlarem a muito importante rota comercial entre o Oriente Distante e a Europa, América e o continente Africano? Esta rota comercial através do Estreito de Lombok é também vital para ambas China e Japão e outros países Asiáticos.

Quando a Indonésia, no princípio deste ano, decidiu comprar aviões de combate modernos Russos em vez da escolha da Austrália dos Hornet dos USA houve muitas críticas contra a Indonésia. A ABC, nessa altura, passou um programa que mostrava os Hornets Australianos a invadirem o espaço aéreo Indonésio e mesmo a bombardearem a base da força aérea Indonésia em Java. De certeza que as autoridades Indonésias que viram este programa o teriam encarado como uma indicação das verdadeiras intenções do governo Australiano.

Se as autoridades Indonésias têm uma tal opinião da Austrália sob Howard, outros governos Asiáticos terão chegado a conclusões similares.

O governo Australiano mostrou a sua arrogância imperialista no tratamento de Mari Alkatiri, o antigo Primeiro-Ministro de Timor-Leste, pelo Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer, na altura das negociações sobre os direitos do petróleo no mar entre a Austrália e este novo Estado Asiático. Downer tratou Mari Alkatiri como um cachorro a que se insulta, pisa, e põe-se de lado — que foi o que a intervenção do governo em Timor-Leste teve a intenção de fazer. A acção deles foi uma interferência descarada na soberania e independência de Timor-Leste.

Mais perto de casa, tem sido mostrada uma atitude similar em relação a uma série de pequenos Estados das Ilhas do Pacífico como Ilhas Salomão onde está ainda no terreno uma força de ocupação Australiana. O governo Australiano tentou forçar o governo da PNG a aceitar uma ocupação similar mas eles recusaram.

Presentemente há uma grande luta entre esses governos que subscreveram a não-interferência nos assuntos internos de outros Estados e o trabalho para a resolução de conflitos entre países por negociação e os poderes imperialistas que continuam a preserverar na força, ocupação, boicotes e outros meios para instalar governos da sua escolha.

As guerras contra o Iraque e o Afeganistão são dois exemplos claros desta política de força. Noutros países onde os poderes imperialistas já não estão mais na posição em que podem simplesmente entrar e nomear quem bem entendam, estão a ser usadas outras tácticas. Subversão, sabotagem da economia, assassínios de líderes inaceitáveis para os USA (e Austrália e Grã-Bretanha), enormes pagamentos para levantar figuras da oposição, etc. A política dos USA em relação à Venezuela é um exemplo clássico do uso da subversão e de ameaças de assassínio.

É esperada uma abordagem diferente do acabado de instalar Governo Rudd, mas mudará os fundamentais ou prosseguirá as políticas básicas com apenas pequenas mudanças nas imbecilidades de Howard e Downer no passado?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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