terça-feira, fevereiro 27, 2007

Chefe força internacional diz que única opção... (ACTUALIZADA)

Díli, 27 Fev (Lusa) - O comandante das Forças de Estabilização Internacionais estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro Mal Rerden, disse hoje à Agência Lusa que a rendição é a única opção que resta ao major rebelde timorense Alfredo Reinado.

"Só lhe resta a rendição", disse Rerden, numa entrevista na capital timorense, à mesma hora que tropas australianas montavam o cerco a um grupo de seguidores de Reinado, entre os quais estará o próprio oficial rebelde, na cidade de Same, no sul do país.

Em declarações à Lusa, o brigadeiro Mal Rerden sublinhou que "Reinado é claramente uma figura significativa nesta situação".

"Alfredo Reinado esteve envolvido na crise de 2006 e continua a ser um indivíduo importante. Acho que o Governo teve uma decisão corajosa em tentar uma solução pacífica", afirmou.

Na entrevista, o brigadeiro australiano recusou fornecer pormenores operacionais e manifestou compreensão pela atitude do Governo timorense perante a crise.

O assalto às três esquadras policiais em Timor-leste, no último fim-de-semana, pelos amotinados foi "o primeiro ataque contra alvos do Estado feito pelo major Reinado", disse Rerden para acrescentar que entende "a cautela e a paciência com que o Governo timorense lidou com esta crise".

"É preciso construir a confiança das pessoas para as eleições, até porque há pessoas em Timor-Leste que têm fé na violência", considerou o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), afirmando haver um "compromisso muito grande" do Governo de Camberra com o novo país.

Quanto às opções que as ISF têm neste momento, Rerden considera que são "muito claras".

"Apoiámos a opção do Governo timorense por negociações em diferentes encontros; na eventualidade de os acontecimentos saírem desse quadro, temos, como sempre numa situação militar, de compreender o ambiente, recolhendo informações sobre as circunstâncias", disse.

Questionado se as ISF estão operacionalmente prontas para avançar, o brigadeiro afirmou que "são capazes de lidar com todas as situações de segurança e m Timor-Leste e continuam a apoiar o Governo timorense em todas as circunstâncias".

Sobre uma eventual participação das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste na captura de Reinado, Rerden disse apenas que "cabe ao Governo timorense decidir algum envolvimento das F-FDTL".

O brigadeiro Mal Rerden indicou ainda à Lusa que o Chefe de Estado-Maior timorense, Taur Matan Ruak, teve de repensar a sua estratégia no caso que envolve o Major Alfredo Reinado.

"Ele tem uma boa estratégia para o caso major Reinado". No entanto, "as circunstâncias eram tais que o brigadeiro general Ruak precisou de recuar um pouco na sua participação directa nas negociações", afirmou.

Quanto à missão das forças de defesa australianas em Timor-Leste, Rerden disse que "de Camberra as instruções estratégicas são muito claras: apoiar o Governo timorense e as Nações Unidas".

"É também da nossa responsabilidade sermos neutrais e imparciais em todas as nossas acções", acrescentou.

O brigadeiro insistiu ainda na preocupação em garantir um ambiente seguro para a realização das eleições, tanto presidenciais, marcadas para 09 de Abri l próximo, como legislativas, ainda sem data marcada.

"Estamos também em Timor-Leste para manter a estabilidade e providenciar condições de segurança que permitam ao povo timorense resolver as suas diferenças pacífica e democraticamente", afirmou.

Rerden disse ainda que "é difícil perceber qual o apoio" que Reinado tem do povo.

"Eu não acho que tenha muitos seguidores. Acho que ele gosta de dizer que tem, mas não sei se o povo tem a mesma percepção".


A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o Presidente timorense, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.

Hoje, soldados australianos cercaram na cidade de Same elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.

As ISF estão a conduzir operações em todos os 13 distritos do país, tendo em vários deles as operações sido reforçadas em apoio ao recenseamento eleitoral.

Elementos vão passar a estar em permanência em Lospalos (leste) e em Gleno e Ainaro (Centro).

Além desta mobilização permanente, as ISF farão patrulhas nos distritos de Aileu, Maubisse, Manatuto, Liquiçá, Viqueque e Maliana através de veículos ou de helicóptero.

PRM/MCL-Lusa/Fim

Portugal preocupado e segue desenvolvimentos com atenção - MNE

Lisboa, 27 Fev (Lusa) - Portugal está a seguir "atentamente" e com "pre ocupação" os últimos desenvolvimentos em Timor-Leste, afirmou hoje o ministro do s Negócios Estrangeiros, que manifestou a "certeza firme" de que a maturidade do s políticos timorenses acabará por "prevalecer".

Numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo paraguaio, Ruben Ramirez Lascano, Luís Amado lembrou que as autoridades timorenses estão a agir em colaboração com as Nações Unidas para a normalização da situação.

"Em relação aos últimos desenvolvimentos, as autoridades timorenses estão a agir em colaboração com a ONU para normalizar a situação, sendo este mesmo o desejo de Portugal, isto é, que a situação seja normalizada", disse o ministro, manifestando "a certeza firme que a maturidade dos dirigentes timorenses prevalecerá".

"No quadro das Nações Unidas, Portugal tem acompanhado atentamente o processo de decisão para a criação de condições de segurança efectiva e para a organização do próximo acto eleitoral", as presidenciais de 09 de Abril próximo, acrescentou.

A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o presidente Xanana Gusmão a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.

Hoje, soldados australianos cercaram na cidade de Same elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.

JSD/PAL-Lusa/Fim

Timor-Leste dá às forças Australianas ordem para caça aos amotinados

(Tradução da Margarida)

ABC – Quinta-feira, Fevereiro 27, 2007. 0:00am (AEDT)

O Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão, autorizou a força de estabilização internacional liderada pelos Australianos para caçarem o desertor das forças armadas major Alfredo Reinaido.

Num discurso na rádio e televisão nacional, em Tétum, a língua local, o Presidente Gusmão descreveu ontem os assaltos do grupo de Alfredo Reinado a postos da polícia na fronteira como uma estupidez.

Disse que os homens de Reinado têm agora mais 25 armas.

O Presidente Gusmão disse que tinham sido feitos todos os esforços para evitar que as autoridades de Timor-Leste tentassem uma solução militar para o que chamou 'o problema de Alfredo'.

Contudo disse que Reinado agora tinha ultrapassado todas as marcas.

O Presidente disse que se tinha encontrado com o Primeiro-Ministro, o representante especial da ONU e o Brigadeiro Australiano Mel Rerden.

Disse que o Governo Timorense tinha autorizado as forças internacionais dirigirem uma operação para capturar Reinado.

O Presidente Gusmão apelou ao povo para não reagir com emoção em relação a Reinado como (se fosse) um herói, mas que em contrapartida cooperasse com a operação militar.

NOTA DE RODAPÉ:

Para não reagirem como se Reinado fosse um herói? Só é herói na cabeça de Xanana e na cabeça de mais meia-dúzia de lunáticos...

Camberra desaconselha australianos a visitar o país

Lisboa, 27 Fev (Lusa) - O governo australiano desaconselhou hoje os seus cidadãos a deslocarem-se a Timor-Leste dado a existência de uma situação de segurança "volátil" e ao risco de confrontos "violentos".

A recomendação está contida num relatório do Ministério dos Negócios Estrangeiros australiano, que alerta que aquelas duas premissas são extensivas a todo o território timorense e não apenas a Díli, a capital.

No documento, a que a Agência Lusa teve acesso, o governo da Austrália adverte que a situação de insegurança "pode deteriorar-se rapidamente", adiantando que há um aumento de hostilidade em relação aos cidadãos e aos interesses australianos em Timor-Leste.

"(Se tiverem de ir a Timor-Leste) terão de ser extremamente cuidadosos. Os australianos que se encontrem actualmente em Timor-Leste e que estejam preocupados com a sua segurança devem considerar a possibilidade de deixar o país se for seguro fazê-lo", lê-se no documento.
Camberra lembrou que quarta-feira vão decorrer em Díli os funerais de dois timorenses vítimas dos confrontos com militares australianos, o que poderá levar a manifestações e desencadear acções violentas direccionadas para interesses da Austrália no país, incluindo a própria embaixada na capital timorense.

"Os australianos devem ser extremamente cuidadosos e devem evitar o cortejo fúnebre e, se decidirem permanecer em Timor-Leste devem evitar também qualquer saída desnecessária, em particular á noite", acrescenta-se no documento.

O alerta australiano surge na sequência do aumento da tensão e instabilidade social e militar em Timor-Leste, onde se têm registado vários incidentes com grupos armados, actos de violência e de vandalismo e assaltos à mão armada.

A situação agravou-se na sequência do ataque perpetrado pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.

Hoje, soldados australianos cercaram, na cidade de Same, elementos suspeitas de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.

JSD-Lusa/Fim

Ramos-Horta pede ajuda a Bambang para capturar major Reinado

Lisboa, 27 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste pediu domingo ao presidente da Indonésia para ajudar a capturar o major Alfredo Reinado e os seus homens, revela na sua edição de hoje o diário indonésio Jakarta Post.

Segundo aquele diário, José Ramos-Horta pediu também a Susilo Bambang Yudhoyono que, no caso de o major ser capturado em território indonésio, nomeadamente na parte ocidental da ilha, seja entregue às autoridades timorenses.

Citando Dino Patti Djalal, porta-voz da Presidência indonésia, o Jakarta Post indicou que as autoridades locais decidiram encerrar a fronteira com Timor-Leste, mas só depois de um pedido nesse sentido feito por Díli.

A rápida resposta da presidência indonésia foi, segundo o Jakarta Post, "muito bem aceite" pelas autoridades timorenses, que, porém, sublinharam a necessidade de Bambang "ir mais longe" nas suas medidas, entre elas o reforço militar da fronteira entre os dois países.

"Para demonstrar o empenho sério da Indonésia na ajuda ao desenvolvimento do jovem país, o Exército indonésio deve tornar pública uma declaração de que (as autoridades de Jacarta) não vão permitir a entrada no país de fugitivos vindos de Timor-Leste e que vão colaborar totalmente (com Díli) na captura do militar dissidente", escreve o jornal.

Segundo o Jakarta Post, o pedido de Ramos-Horta é "muito natural", dado que os militares rebeldes poderão atravessar a fronteira com a Indonésia.

Frequentemente, cidadãos de Timor-Leste tentam atravessar a fronteira "pelas mais variadas razões", entre elas a procura de alimentos e o evitar retaliações.

"O pedido do primeiro-ministro Ramos-Horta tem subjacente uma mensagem mais séria, sobretudo ao Exército (indonésio). Não é impossível que elementos do próprio Exército, incapazes de aceitar o embaraçosa derrota indonésia na votação que garantiu a independência timorense, em 1999, queiram ainda dar uma lição ao governo de Timor-Leste", escreve o jornal.

"Se os rebeldes atravessaram a fronteira, poderão ser usados para criar problemas ao governo de Ramos-Horta pelos que ainda têm rancor a Timor-Leste", acrescenta o Jakarta Post.

Alfredo Reinado liderou uma sangrenta rebelião em Abril de 2006, após ter retirado ao Exército timorense 600 dos 1.400 efectivos das Forças Armadas.

O incidente desencadeou uma segunda onda de refugiados, após a de 1999, quando soldados indonésios e milícias timorenses "incendiaram" o país após a maioria da população local ter votado pela independência.

O jornal adianta, porém, que é também do "interesse" da Indonésia que Timor-Leste recupere a ordem e segurança.

"A este respeito, ao ajudar Ramos-Horta a capturar Reinado, Bambang estará a cumprir a parte indonésia de todo o processo. Mas, ao mesmo tempo, terá de assegurar que o esforço não seja interpretado como uma tentativa para interferir nos assuntos internos de Timor- Leste", conclui o Jakarta Post.

JSD-Lusa/Fim

Chefe força internacional diz que única opção de Reinado é rendição

Díli, 27 Fev (Lusa) - O comandante das Forças de Estabilização Internacionais estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro Mal Rerden, disse hoje à Lusa que a rendição é a única opção que resta ao major rebelde timorense Alfredo Reinado.

"Só lhe resta a rendição", disse Rerden, numa entrevista na capital timorense, à mesma hora que tropas australianas montavam o cerco a um grupo de seguidores de Reinado, entre os quais estará o próprio oficial rebelde, na cidade de Same, no sul do país.

Na entrevista, o brigadeiro australiano recusou fornecer pormenores operacionais e mostrou compreensão pela atitude do governo timorense perante a crise.

O assalto às três esquadras policiais em Timor-leste, no último fim-de-semana, pelos amotinados foi "o primeiro ataque contra alvos do Estado feito pelo major Reinado", disse Rerden para acrescentar que entende "a cautela e a paciência com que o governo timorense lidou com esta crise".

"É preciso construir a confiança das pessoas, para as eleições, até porque há pessoas em Timor-Leste que têm fé na violência", defendeu o comandante das Forças de Estabilização Internacionais, afirmando haver um "compromisso muito grande" do governo de Camberra com o novo país.

PRM/LAS Lusa/Fim

Deputado independente assegura que Reinado não se entrega

TSF – 27 de Fevereiro 07

O deputado independente timorense Leandro Isaac garantiu que o major Alfredo Reinado não se vai entregar às forças australianas. Xanana Gusmão autorizou na segunda-feira uma operação de captura ao major rebelde, acção que está a ser levada a cabo pelos australianos.

O deputado independente timorense Leandro Isaac assegura que o major Alfredo Reinado, que se encontra entrincheirado no antigo posto do administrador português, em Same, no Interior Sul do país, não se vai render às forças australianas.

Ouvido pela TSF, o parlamentar, que está a acompanhar o major revoltoso, afirmou que o povo está com Alfredo Reinado, uma razão que justifica o facto de o major não estar na disposição de se entregar às forças que estão envolvida na operação de captura deste militar, acção autorizada na segunda-feira pelo presidente Xanana Gusmão.

«O povo é a primeira resistência que está à frente do major Alfredo. Ele vai resistir até à última e tem armas e outros meios tradicionais que o povo lhe dá. Com todos estes meios vamos responder ao gigante australiano», explicou o parlamentar.

Leandro Isaac considerou que tudo é possível em relação à possibilidade de poderem vir a existir confrontos e que esta situação poderá eventualmente resultar numa situação de guerra civil.

Esta terça-feira, cinco professores portugueses que se encontravam em Same saíram da zona sem problemas na companhia de elementos da Polícia da ONU, após terem recebido ordens para abandonar o local.

Em declarações à agência Lusa, este deputado explicou que Alfredo Isaac está acompanhado de «muitos peticionários», declarações feitas num dia em que cerca de 150 habitantes de Same desfilaram pela rua principal da cidade, gritando palavras de apoio ao major revoltoso.

As forças australianas que integram as Forças de Estabilização Internacionais montaram um cordão de segurança em volta de Same, não podendo ninguém entrar ou sair da cidade, a não ser com a autorização do governo timorense.

Na segunda-feira, Xanana Gusmão tinha afirmado que Alfredo Reinado, que se evadiu de cadeia de Becora em finais de Agosto, «tinha passado dos limites», após ter «feito a estupidez» de assaltar três postos da Polícia de Fronteira, no distrito de Maliana, no domingo.

Estes assaltos renderam ao grupo liderado por Alfredo Reinado, militar que é acusado de «tentativa de revolução para derrubar o Estado» e de posse de armas de guerra, 25 armas e vários uniformes.

Transcrição da entrevista telefónica da TSF a Leandro Isaac:

Leandro Issac: Terá mesmo de resistir porque o Povo está com ele. E o Povo é a primeira resistência que está à frente do major Alfredo. Portanto, ele vai resistir até ao último, até ao último.

TSF: Tem armas para isso? Tem meios?

LI: Tem, claro. Tem meios, tem armas, tem algumas armas. E tem outros meios adicionais [palavra pouco perceptível. Poderá ser: tradicionais] que é o Povo que lhe dá, lhe oferece. E, pronto, com todos esses meios nós vamos responder ao gigante australiano.

TSF: Acha provável que possam ocorrer confrontos brevemente?

LI: Tudo é possível, tudo é possível, dentro de minutos ou de horas. Tudo é possível.

TSF: Portanto, o major Reinado não se vai entregar.

LI: Não. Nunca. Impossível isto. Impossível porque o Povo não vai deixar.

TSF: Que consequências pode ter na sua opinião?

LI: Guerra Civil. Guerra Civil.

NOTA DE RODAPÉ:

O que a TSF se esqueceu de dizer, ou não sabe, é que o deputado "independente" foi constituído arguido, para responder sobre o seu envolvimento ao ataque armado a casa do General Matan Ruak no dia 24 de Maio do ano passado, em plena crise. Deixou-se filmar nesse dia exibindo armas de guerra, perto da casa do General Matan Ruak, onde se encontravam os filhos deste último sozinhos com uma empregada.

Em relação aos 150 "apoiantes" de Reinado que se manifestaram hoje a seu favor em Díli, basta recordar os milhares de manifestantes no comício da FRETILIN em Same no passado dia 10 de Fevereiro... o tal povo que Leandro Isaac reclama apoiar Reinado.

(ver mais fotografias)

Alfredo Reinado disposto a morrer mas não se rende - Leandro Isaac (ACTUALIZADA)

Macau, China, 27 Fev (Lusa) - O major timorense Alfredo Reinado está ce rcado e "disposto a morrer" mas "não se vai render" disse hoje à Agência Lusa o deputado independente Leandro Isaac que se encontra em Same, no interior sul de Timor-leste.

"Estamos todos cercados, as mulheres e as crianças fugiram para o mato e o major Alfredo está a organizar a vigilância e defesa de Same, mas está disposto a morrer e não se vai render", disse Leandro Isaac, contactado telefonicamente a partir de Macau.

O deputado, que garante que Alfredo Reinado "tem o apoio do povo de Sam e" reforçou a ideia da determinação de luta do major rebelde sublinhando que "rendição é uma palavra que não existe no vocabulário de Alfredo Reinado".

"Render-se nunca!", afirmou, ao salientar que Alfredo Reinado "tem um compromisso com o povo de Timor-Leste e que não vai pedir clemência a ninguém a bem da soberania do país".
Leandro Isaac explicou também que a situação em Same "é calma" mas todo s "estão preparados para não dormir" para estarem preparadas para um eventual ataque das forças australianas, que cercaram a cidade.

Sobre a actuação das forças australianas, Leandro Isaac disse estarem a "desrespeitar a Constituição timorense" porque, explicou, "não há nenhuma lei que permita a limitação de movimentos que está a ser imposta".

"Aquilo que os australianos estão a fazer é uma violação da nossa Constituição e não podemos aceitar uma coisa destas", disse, acrescentando que o "povo está preparado para tudo".

O cerco a Alfredo Reinado, que fugiu da cadeia de Becora, em Díli, no final de Agosto do ano passado, e se refugiou nas montanhas de Timor-leste, é o resultado das declarações do Presidente timorense, Xanana Gusmão, que autorizou uma operação para capturar o major rebelde.

A decisão do chefe de Estado timorense surge depois do major e do seu grupo de revoltosos terem assaltado três postos da Polícia de Fronteira no sudoeste do país.

Alfredo Reinado é acusado de "tentativa de revolução para derrubar o Estado" e de posse de armas de guerra.

Já o advogado Luís Mendonça de Freitas, um dos defensores de Alfredo Reinado, contactado pela Lusa em Macau, considerou que a tentativa de captura do major pela força "é um erro" e "terá consequências imprevisíveis".

"Sou contra qualquer solução de força e o caminho para este caso é uma negociação com o major Alfredo Reinado", sustentou.

As declarações do advogado foram feitas antes de ser conhecido que o major Alfredo Reinado se encontra cercado em Same (interior Sul do país) por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

Mendonça de Freitas, radicado em Macau e também um dos advogados do ex-ministro timorense Rogério Lobato, considera que a "única via para a solução do caso é o diálogo e a tentativa de convencimento de Alfredo Reinado das vantagens de se apresentar e de colaborar com a Justiça".

"Ou o caso de resolve pela via da negociação ou então a alternativa é terrível e imprevisível", alertou o advogado, que garante não ter falado com o major nas últimas semanas.

Mendonça de Freitas sublinhou ainda que qualquer tentativa de força lançada pelas autoridades "não vai ajudar a Justiça de Timor-Leste nem à clarificação dos problemas, inclusive os problemas políticos do país".

JCS/PRM-Lusa/Fim

Reinado attacks aimed at stopping elections

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN


Media Release 27 February 2007

Timor-Leste (East Timor) army mutineers led by Major Alfredo Reinado have attacked police stations in order to spread panic and stop elections from going ahead, a spokesperson for Timor-Leste’s governing party Fretilin said today.

Fretilin spokesperson in Sydney Sahe Da Silva said Reinado’s attacks on the police posts appeared to be part of an orchestrated attempt to create an atmosphere of instability and terror, in order to prevent the holding of elections.

“The longer Reinado and his men remain free, the more instability and fear they will create,” Mr Da Silva said.

“With Reinado roaming around the countryside creating havoc, some opponents of Fretilin will seize on this as an excuse to argue that elections should be postponed.

“Our opponents are worried that we still command majority support in the countryside, as shown by a series of highly successful election rallies in several districts over the last few weeks.”

The presidential election is due on April 9 and parliamentary elections around mid-year.
Mr Da Silva said it is critical that United Nations and Australian forces, who have taken responsibility for security in Timor-Leste, provide adequate protection for leaders and activists of Fretilin, particularly in areas west of Dili.

“The lives of Fretilin leaders and activists are now under serious threat from Reinado and his gang,” Mr Da Silva said.

Speaking in Dili today, Fretilin General Secretary Mari Alkatiri called for the immediate recapture of Reinado and welcomed President Xanana Gusmao’s televised statement last night also calling on the Australian military to arrest Reinado.

“This decision to push for Reinado’s recapture should have been taken a long time ago, but at least it has finally been taken,” Dr Alkatiri said.

Dr Alkatiri said Reinado’s arrest would not only improve the security situation but also help to reveal the true causes of the crisis in Timor-Leste and identify the people behind the crisis.
Reinado and his heavily armed group attacked two police stations and stole more than 25 weapons in the western districts of Timor-Leste on Sunday 25 February.

Mr Da Silva, a Sydney-based lawyer, said his sources in Dili report the Reinado group’s attack on the police station at Tunubibi in the Maliana district was launched at midday and involved between 8-9 men, whilst the attack on the police station at Salele in Cova Lima district took place in the evening and involved up to 18 men.

“Despite the presence of more than 1000 UN police and approximately 800 Australian and other military personnel in Timor-Leste, Reinado was allowed to escape from his cantonment area in Ermera where Australian forces were supposed to have set up road blocks to control his movements,” Mr Da Silva said.

“This is the second time in six months that the Australian-trained Reinado has been allowed to escape from under the noses of Australian troops.”

Reinado is a former military police chief who spent several years in Australia and trained at the Australian Defence Academy in Canberra in 2005.

He is wanted for murder after leading an attack on troops loyal to the government in which several people were killed and injured on May 23 last year. This attack led to further violence which resulted in the dispatch of Australian troops to Timor-Leste and the overthrow of then Prime Minister Alkatiri.

Reinado was arrested on July 27 last year after Portuguese police discovered he and his men were occupying houses across the street from Australian military headquarters in Dili.
“Reinado led a mass breakout from prison in Dili last August but despite his fugitive status he has been in close and friendly contact with Australian troops ever since,” Mr Da Silva said.


He pointed out that Reinado was even photographed with a rocket launcher of the same type as those stolen from the Australian Army.

“As some Australian newspaper reports indicated, the photograph was taken last November, about the time Reinado attended a seminar in the presence of Australian troops.

“This charade has gone on for too long, and Reinado must now be recaptured and brought to trial,” Mr Da Silva said.

O favorito... da imprensa australiana.

Ramos-Horta viewed as favourite for ETimor's presidential poll
Nelson Da Cruz

Dili, February 26 (AFP) - East Timor's Prime Minister Jose Ramos-Horta, a Nobel laureate popular at home and feted abroad, was seen Monday as favourite to win the country's April presidential poll after declaring his candidacy.

Many East Timorese think none of the other candidates in the poll can rival Ramos-Horta's domestic standing or international stature.

He chose to make his announcement Sunday in Laga, a very poor region in the east, rather than the capital, Dili, in line with his populist approach.

Antonio Ximenes, a legislator for the Christian Democrat Union Party, said Ramos-Horta's role in East Timor's struggle for freedom, and his international profile, gave him an edge over rivals.

"All candidates have a chance to win, but Ramos-Horta has his advantage as a Nobel Peace Prize winner and as a figure of the national struggle for 24 years. He is also well known internationally," Ximenes said.

He added that he personally wanted the prime minister to become president.

The premier shared the 1996 Nobel Peace Prize with Carlos Felipe Ximenes Belo for their efforts to bring peace to impoverished East Timor.

Neighbouring Indonesia had occupied the country from 1975 to 1999 and was accused of causing conflict through oppression.

The 57-year-old Ramos-Horta, who for years was the exiled spokesman of the East Timorese resistance movement, is an elegant polyglot who typically sports a five o'clock shadow and wears bow ties.

The former journalist spent 24 years in exile, including a decade in New York where he discovered a passion for cinema and traditional jazz but also became familiar with the workings of the United Nations.

He returned home after East Timor gained independence.

He said during his candidacy announcement that he had dedicated his whole life to East Timor, or Timor-Leste, as it is officially known.

"The Timorese people and the international community know me and I know well my well-loved land, from one end to the other," he said.

The ruling party, Fretilin, said last week that its candidate would be the speaker of parliament, Fransico Guterres Lu-Olo, but even Fretilin MP Faustino da Costa conceded Ramos-Horta could win. (Lu'Olo, o candidato da FRETILIN que anunciou a sua candidatura ANTES de Ramos-Horta)

Ramos-Horta is a founding member of Fretilin but left in 1988.

Mariano Soares, an unemployed youth in Dili, said the Nobel laureate was a strong candidate. "Compared to the others Ramos-Horta is certainly superior. He is a public figure, an international figure, a democrat who has the spirit of development in him," Soares said.

Ramos-Horta's candidacy has been backed by the United Democratic National Struggle for Timor-Leste, a small party led by Cornelio Gama, who is a former commander of Fretilin's armed wing.

The premier himself appeared confident Sunday, but insisted he had never looked for positions of power. "Lately I have been asked from all levels of society to present myself as a candidate for the upcoming presidential elections," he said in his speech.

Last year Ramos-Horta became prime minister, replacing Mari Alkatiri, who resigned in June 2006 after mounting public pressure in the wake of widespread unrest in the country in April and May.

He said he took the role only because East Timor was "in a crisis and our institutions were on the way to disintegration and our people were suffering."

Ramos-Horta did not elaborate on his campaign platform but said a president must be a mediator encouraging dialogue and harmony.

East Timor's incumbent president, Xanana Gusmao, remains popular but has decided not to stand again to spend more time with his family and give others the chance to become president.

Other candidates for the April 9 poll so far include Kota party legislator Manuael Tilman and lawyer Lucia Lobato for the Socialist Democrat Party.

Francisco Xavier do Amaral, from the Timorese Social-Democrat Association, and Avelino Coelho, for the Socialist Party of Timor, have also said they will stand.

Dos leitores - Tradução da Margarida

Comentário sobre a sua postagem "E Timor gives Aust forces go-ahead for rebel manhu...":

Vamos esperar para ver o que sai disto. Provavelmente é uma outra sessão de conversa dura a que se segue nada. As eleições estão perto e o PR precisava de mostrar um bocadito de força e que não tem nada com Alfredo (sim, de certeza!).Na próxima semana irão apelar a negociações com "Alfredo".

Alfredo Reinado disposto a morrer mas não se rende

Diário Digital/Lusa 27-02-2007 12:30:32

O major Alfredo Reinado está cercado e «disposto a morrer» mas «não se vai render» disse hoje à agência Lusa o deputado independente Leandro Isaac que se encontra em Same, no interior sul de Timor-leste. «Estamos todos cercados, as mulheres e as crianças fugiram para o mato e o major Alfredo está a organizar a vigilância e defesa de Same mas está disposto a morrer e não se vai render», disse Leandro Isaac, contactado telefonicamente a partir de Macau.

O deputado, que garante que Alfredo Reinado «tem o apoio do povo de Same» reforçou a ideia da determinação de luta do major Rebelde sublinhando que «rendição é uma palavra que não existe no vocabulário de Alfredo Reinado».

NOTA DE RODAPÉ:

A população de Same NÃO está com Alfredo Reinado. Existem populares atrás da posição dos militares australianos que querem controlar que ninguém sai ou entra na vila.

Miséria Nacional

JORNAL NACIONAL SEMANÁRIO
http://www.semanario.tp/administracao.htm
João Porventura

Basta ler “O Príncipe”, essa obra maior de Maquiavel, para se saber como se reina na anarquia sem que os reinados percebam!

É uma miséria nacional aquilo a que se assiste em Díli. A grande ofensiva australiana está em marcha e parece ter vindo para ficar. A violência subiu de tom. Qual a razão de tamanho desespero? Porquê, para justificar a saída às ruas de Díli dos mais vergonhosos esforços do país vizinho, a Austrália? Sempre que se chegam à frente é para provocarem piores situações do que as resolverem. Estamos bem recordados da pressa tida para entrarem no nosso país apoiados por uma carta “verde” assinada pelo antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, para dominarem a segurança e no país e eles assim se mantém sem estarem sob a “batuta” das Nações Unidas. A Austrália está em Timor-Leste a assumir um reinado de desgraça. E a forma, basta ler “O Príncipe”, essa obra maior de Maquiavel, para se saber como se reina na anarquia sem que os reinados percebam! Não defendemos a expulsão de tropas estrangeiras amigas, defendemos sim a retirada imediata dos soldados australianos e seus chefes cujo exército se tem mostrado inoperante, ineficiente por negligência e absoluta coincidência com o escalar da violência. O exército australiano parece ser, em definitivo – até basta ler a imprensa australiana-, um motor contra a FRETILIN, contra um partido político cuja legitimidade nacional é indesmentível.

Os australianos mataram mais um timorense. Desde que entraram muitos mais morreram pela notória e afirmada falta de vontade dos australianos em verdadeiramente ajudarem os timorenses nesta crise. Quem legitima a morte a tiro dentro de uma tenda de um nacional do nosso país? A pergunta que fica é que respostas e justificações nos dão para esta morte? Será a filosofia da “perfídia”? Ser duro, aniquilar todos para protegermos o nosso poder exterminando os que podem representar poder ao poder? Saberão os australianos e os seus amigos cá dentro que a única coisa que não se vence numa guerra é a dignidade humana assente em convicções profundas? Acharão os australianos que matando mais um dos nossos que mostram o poder do gigante vizinho? Timor jamais se curvará aos ocupantes tenham eles ou não cartas de autorização sejam elas de que forem. A hora é de unir o país e dizer basta em definitivo. Aqueles que desejam o poder do país têm de se sujeitar à sabedoria popular em escrutínio geral e secreto. A inviabialização das eleições é o que mais agrada a quem nos quer ocupar e que já para cá foi trazido. Este cenário que aqui se vive está em qualquer livro que relata ou exemplifica estratégias de ocupação de um país. O nosso tem o azar de ter muitos maus filhos cujo sentido de Pátria e de povo ficou longe nas sequelas de 24 anos de jogos de poder e de sedução.

A vida de um Povo não se pode dedicar ao protagonismo dos seus líderes fora do trilho do bem servir.

Esta morte no aeroporto não tem desculpa e não é justificável! Os militares australianos devem sair de Timor-Leste. Falharam no objectivo declarado internacionalmente, mas não estarão a falhar no cumprimento da agenda que para cá os trouxe. Por muito que tentem vender outra verdade esta é aquela que eles deixam nas ruas da nossa capital.

Timor-Leste perdeu a soberania e a independência, perdeu inclusivamente a razão. Reparem como surge a violência nos pontos de distribuição e de venda de arroz. Estamos recordados da intervenção da Igreja Católica sobre a matéria através do Padre Domingos Soares? Afinal o que se passa aqui? Vamos continuar a fazer de conta que nada passa? Que é tudo inocente e natural? No Vaticano ninguém diz nada? Onde estão os Bispos cá da terra? Concordantes, com a crescente instabilidade nacional? Tipo: não interessa de onde vem? Os Padres têm sempre razão? Não é papel da Igreja ser um moderador neutral em nome da Paz? Ou estamos de volta à Igreja do Papa Alexandre?

Estamos a escrever a vergonha nacional a cada dia que passa. As gerações vindouras estão a ser ameaçadas na sua existência. Maldito petróleo, maldito Mar de Timor! E que azar ter vizinhos expansionistas mais interessados na subjugação do que no desenvolvimento sustentado no respeito entre os povos.

Estamos já no abismo, diria estarmos quase no ponto de não retorno. Maquiavel esse visionista das realidades políticas concretas. Não se evita o conflito maior provocando conflitos mais pequenos, o grande acabará sempre por provir e vingar.

Perdemos um rumo que nos levava pela rotatividade democrática a outros modelos de gestão nacional que surgiriam da prática da democracia. Mas não, o assalto ao poder nacional, iniciado em Abril de 2006 parece não estar ainda terminado. Lamentamos que assim seja pois as bases da confiança internacional, caíram por terra e o nosso país hoje só já interessa a alguns falantes de língua inglesa que estão “com a mão no mel” – alguns destes até falam uma das duas língua oficiais.

Violência

A forma como nos utlimos dias tem vindo a aumentar o clima e ambiente de violência na capital faz-nos pensar uma vez mais sobre o papel de quem veio para Timor-Leste supostamente para garantir a ordem e estabilidade nacional. Mas não. Está tudo ao contrário. Resta saber até quando o Povo vai aguentar com as provocações da Austrália por terras nossas. Disseram-me um dia na Austrália que este país não quer democracias sólidas à sua volta. A Austrália só pode reinar na Oceania se tiver uma cintura de protectorados. Papua Nova Guiné, as Fiji, as ilhas Salomão, não interessam organizados aos australianos. Mas Timor-Leste também não. Sobretudo, se a ordem política for a que eles mesmo ajudaram a combater em 1975: a FRETILIN. A Austrália tem um ódio de estimação à FRETILIN. Cá dentro temos políticos fundadores da FRETILIN que parece odiarem a FRETILIN. Então como fica esta história de ódios? Parece-nos muito simples. Um ódio pelo poder que representa na região. Malfadado país.

Presidenciais

Estamos em acreditar que a candidatura de Ramos-Horta conta que Lúcia Lobato, Manuel Tilman, José Avelino, entre outros desistam das suas e o apoiem a si mesmo para o Palácio das Cinzas. Parece ser este um cenário com alguma razão, mas não queremos acreditar que o PST apoie Ramos-Horta hoje ou amanhã – tem convicções políticas de qualidade raras por cá.

Lúcia Lobato

É forte e tem o apoio do histórico Mário Carrascalão que emergerá durante a campanha - se se realizar…*. Mário Carrascalão é respeitado e amado por muita gente que o recorda como um bom irmão. Lúcia vai lucrar com esse capital de simpatia e respeito do seu presidente de Partido. Por outro lado, Lúcia Lobato, jamais dará a José Ramos Horta esse prazer. Aliás, parece que o PSD não é daqueles que têm memória histórica curta daí não perdoar incumprimentos para consigo. Assim lá se vai o apoio ao cidadão Ramos-Horta.

Ramos-Horta, presidente?

Nem tudo são favas contadas. Logo estaríamos a dizer que os outros não prestam. A Ramos Horta há o reconhecimento internacional pois é hábil a mexer-se nos corredores aqui e acolá. Joga com a comunicação social e fez uma boa gestão da sua imagem junto dos media internacionais. Porém, não tem experiência de Povo. Não passou 24 anos de arma na mão a defender a soberania do país cá dentro. Fê-lo lá fora com muitos outros irmãos de luta pela libertação. Teve um papel importante na estratégia lá fora, mas não foi o único, mas era o que mais se metia à frente da câmara de televisão e que mais jantava com os jornalistas – cumpriu bem o seu papel a esse nível. Mas os internacionais seus amigos não votam… quem vota é o Povo e esse decidirá em quem vai votar – se o deixarem exercer esse desígnio maior da democracia. Portanto, hábil como é sabe bem que não será uma luta fácil. Estará na memória de Horta a derrota que um dia Manuel Carrascalão lhe infligiu na Constituinte.

Horta tem o apoio de Xanana Gusmão e dos Bispos. Outra coisa não seria de esperar. Mas, não tem o apoio da FRETILIN, do PSD, da UDT, do PD, da ASDT, do PST, do KOTA, dos Trabalhistas, do Partido Nacionalista entre outros. Como vai Horta recuperar a confiança destes partidos políticos? Parece demasiadamente sozinho nesta corrida…

Lu'olo

Representa a luta armada de 24 anos de morte, dor e acreditar. Representa 24 anos de dedicação ao valor Pátria. Quando alguns só já usavam a palavra Timor para se servirem, num jantar e terem uns Escudos, dólares americanos ou australianos, nos bolsos para gastar…, ali no mato, nas montanhas resistentes do nosso país estavam homens simples movidos pela força da vitória. Pela força de se ser razão. Esta é a mais valia de Lu'olo na corrida às presidenciais. Fá-lo como democrata e não como salvador, fá-lo como patriota. Só tem um problema: pouco jeito para falar para as câmaras.

Major Reinado e peticionários cercados, professores portugueses bem

Díli, 27 Fev (Lusa) - Os cinco professores portugueses que se encontravam em Same, cidade onde o major Reinado e apoiantes estão cercados por tropas australianas, estão bem e saíram da zona sem problemas, disse à Lusa um dos elementos do grupo.

De acordo a com a mesma fonte, os professores portugueses receberam ordem para abandonar a zona, interior sul do país, às 15:00 locais (06:00 em Lisboa), e foram acompanhados pela Polícia das Nações Unidas.

O major Alfredo Reinado está entrincheirado no antigo posto do administrador português, situado numa colina no meio da cidade de Same, segundo habitantes da cidade que também foram obrigados a deixar o local.

Reinado, que está acompanhado por "muitos, muitos, muitos peticionários", segundo o deputado independente Isaac Leandro, está "fortemente armado", de acordo com um dos habitantes.
Cerca das 10:00 locais (01:00 em Lisboa) perto de 150 habitantes de Same desfilaram pela rua principal da cidade, gritando palavras de apoio ao major Alfredo Reinado.

Reinado está cercado em Same (interior Sul do país) por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) O pessoal civil das Nações Unidas foi "aconselhado a não permanecer na área", segundo uma fonte da missão internacional, e os professores portugueses saíram do distrito antes do cerco das ISF.

"Estamos à beira de uma guerra civil", declarou Leandro Isaac a partir de Same, onde "por acaso" se encontra cercado pelas ISF juntamente com Alfredo Reinado e, disse, "Há dez minutos, um oficial de ligação australiano deu um ultimato ao major Alfredo para se render", acrescentou Leandro Isaac durante o curto contacto telefónico com a Lusa, pouco depois das 15:00 locais (06:00 em Lisboa).

As ISF montaram um cordão de segurança em redor de Same e "ninguém pode entrar nem sair, a não ser que tenha um «bonna fide» do Governo timorense", explicou à Lusa uma fonte oficial das forças australianas.

Segunda-feira à noite, o Presidente Xanana Gusmão anunciou que autorizara uma operação de captura de Alfredo Reinado, depois de o major fugitivo ter "feito a estupidez" de assaltar três postos de Polícia de Fronteira no domingo.

Os assaltos, no distrito contíguo de Maliana (Sudoeste), renderam a Reinado e ao seu grupo 25 armas e uniformes.

"Reinado passou dos limites", declarou o Presidente da República na sua comunicação ao país.
"Fizemos todo o possível para evitar uma solução militar" para o problema de Alfredo Reinado, explicou o chefe de Estado.

"Fizemos todo o possível para ajudar a resolver o problema através de meios pacíficos", acrescentou o Presidente.

"O Alfredo sempre tentou aproveitar essa situação para manipular", acusou Xanana Gusmão, "e não é consistente com as suas ideias".

Por decisão de todos os órgãos de soberania timorenses, o caso do major Reinado, acusado de posse ilegal de material de guerra e de tentativa de "revolução contra o Estado", estava a ser resolvido por um processo negocial com o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro.

PRM/JPA-Lusa/Fim

Xanana ordena captura do major Alfredo Reinado

DN
27.02.07

Armando Rafael

O Presidente timorense revelou ontem ter autorizado a captura do major Alfredo Reinado, o antigo comandante da Polícia Militar (PM) que ganhou um protagonismo inesperado durante a crise que Timor-Leste viveu em meados do ano passado.

As declarações de Xanana Gusmão foram feitas menos de um dia depois de um grupo liderado por Reinado ter assaltado três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, apropriando-se das respectivas armas e munições. Por sinal diferentes daquelas a que o ex-comandante da PM está habituado, uma vez que o armamento das forças armadas (F-FDTL) é distinto daquele que é utilizado pela polícia timorense (PNTL).

"Reinado passou dos limites", frisou Xanana, numa declaração em tétum, posteriormente divulgada pela televisão. "Fizemos o possível para evitar uma solução militar", acrescentou o Presidente, sublinhando que Alfredo Reinado aproveitou todos os contactos com as autoridades para as tentar manipular.

Na sua declaração, Xanana adiantou ainda ter autorizado as Forças de Estabilização Internacionais (ISF), compostas essencialmente por australianos, a capturarem Reinado, que há uns meses foi detido em Díli no âmbito de uma operação da GNR para depois ser entregue às forças de Camberra, que terão colaborado depois na sua evasão.

Sem que até ao momento se tenha percebido as razões deste comportamento das forças australianas, cujo comandante chegou a avistar-se com Reinado, quando ele já estava a monte.

O que terá mudado, entretanto, para que Reinado tenha deixado de ser útil, ao ponto de a Indonésia se ter também apressado a fechar a fronteira?

Será que a sua utilidade se esgotou no momento em que o líder da Fretilin, Mari Alkatiri, deixou de ser primeiro-ministro, como Reinado defendia?

Provavelmente, sim. Mas o facto é que a protecção da Austrália e do próprio Xanana só se tornaram visíveis depois da queda de Alkatiri. Ao ponto de o procurador-geral da República , Longuinhos Monteiro, ter tentado ainda há pouco chegar a um acordo com o ex-comandante da PM. Para escândalo de quem só se apercebeu depois. Como o general Taur Matan Ruak, que comanda as F-FDTL, e que terá exigido a sua captura, recusando colaborar na detenção de elementos relacionados com a violência que se sente em Díli.

O que pressupõe que a captura de Reinado pode estar por horas, restando apenas saber se ele será capturado vivo .

Talvez seja verdade. Para o próprio... que não estava à espera?...

Timor: captura de Reinado terá «consequências imprevisíveis»

A tentativa de captura Alfredo Reinado pela força «é um erro» e «terá consequências imprevisíveis» disse hoje à agência Lusa o advogado do major rebelde, Luís Mendonça de Freitas.

«Sou contra qualquer solução de força e o caminho para este caso é uma negociação com o major Alfredo Reinado», sustentou.

As declarações do advogado foram feitas antes de ser conhecido que o major Alfredo Reinado se encontra cercado em Same (interior Sul do país) por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

O deputado independente Leandro Isaac, que «por acaso» se encontra cercado pelas ISF juntamente com Alfredo Reinado, considerou que se está à beira de uma guerra civil.

O causídico, radicado em Macau e também um dos advogados do ex- ministro Rogério Lobato, é defensor da tese de que a «única via para a solução do caso é o diálogo e a tentativa de convencimento de Alfredo Reinado das vantagens de se apresentar e de colaborar com a Justiça».

«Ou o caso de resolve pela via da negociação ou então a alternativa é terrível e imprevisível», alertou Mendonça de Freitas que garante não ter falado com o major nas últimas semanas.

O advogado sublinhou ainda que qualquer tentativa de força lançada pelas autoridades «não vai ajudar a Justiça de Timor-Leste nem à clarificação dos problemas, inclusive os problemas políticos, do país».

Xanana Gusmão autorizou segunda-feira a realização de uma operação para a captura de Alfredo Reinado, evadido da cadeia de Becora desde finais de Agosto quando cumpria prisão preventiva por alegada posse de armas de guerra.

A decisão do Chefe de Estado timorense surge depois do major e do seu grupo de revoltosos terem assaltado três postos da Polícia de Fronteira no sudoeste do país.

Além da posse de armas de guerra, Alfredo Reinado tem sobre si acusações de «tentativa de revolução para derrubar o Estado».

Diário Digital / Lusa
27-02-2007 7:56:55

Major Reinado e peticionários cercados pelas ISF

Diário Digital / Lusa 27-02-2007 7:55:45

O major Alfredo Reinado está cercado em Same (interior Sul do país) por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), afirmou hoje à Lusa por telefone o deputado independente Leandro Isaac.

O pessoal civil das Nações Unidas foi «aconselhado a não permanecer na área», segundo uma fonte da missão internacional, e os professores portugueses saíram do distrito antes do cerco das ISF.

«Estamos à beira de uma guerra civil», declarou Leandro Isaac a partir de Same, onde «por acaso» se encontra cercado pelas ISF juntamente com Alfredo Reinado e, disse, «muitos, muitos, muitos peticionários».

«Há dez minutos, um oficial de ligação australiano deu um ultimato ao major Alfredo para se render», acrescentou Leandro Isaac durante o curto contacto telefónico com a Lusa, pouco depois das 15:00 locais (06:00 em Lisboa).

As ISF montaram um cordão de segurança em redor de Same e «ninguém pode entrar nem sair, a não ser que tenha um “bonna fide” do Governo timorense», explicou à Lusa uma fonte oficial das forças australianas.

Segunda-feira à noite, o Presidente Xanana Gusmão anunciou que autorizara uma operação de captura de Alfredo Reinado, depois de o major fugitivo ter «feito a estupidez» de assaltar três postos de Polícia de Fronteira no domingo.

Os assaltos, no distrito contíguo de Maliana (Sudoeste), renderam a Reinado e ao seu grupo 25 armas e uniformes.

«Reinado passou dos limites», declarou o Presidente da República na sua comunicação ao país.
«Fizemos todo o possível para evitar uma solução militar» para o problema de Alfredo Reinado, explicou o chefe de Estado.

«Fizemos todo o possível para ajudar a resolver o problema através de meios pacíficos», acrescentou o Presidente.

«O Alfredo sempre tentou aproveitar essa situação para manipular», acusou Xanana Gusmão, «e não é consistente com as suas ideias».

Por decisão de todos os órgãos de soberania timorenses, o caso do major Reinado, acusado de posse ilegal de material de guerra e de tentativa de «revolução contra o Estado», estava a ser resolvido por um processo negocial com o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro.

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Ataque do major Reinado motiva caça ao homem":

Faz bem a Drª Pascoela em nos alertar, pois a situação em Timor-Leste é sem dúvida preocupante. Eu diria mais: é muito grave.

Mas o pior são alguns espíritos porventura bem-intencionados, dentro e fora do País, que se recusam a ver a evidência. O fascínio pelo mito chamado Xanana é muito forte, ao ponto de esses seus admiradores acharem correctas algumas decisões arbitrárias que não aprovariam em nenhum outro país do mundo. Esses simplórios, sem o saberem, são o melhor instrumento daqueles, maliciosos, que se escondem na penumbra e exploram a sua ingenuidade. Na imprensa, nas universidades, nas ruas, nos fóruns da internet, etc, dizem exactamente aquilo que se espera que digam e são veículos de frases feitas, mentiras, meias-verdades ou slogans repetidos mil vezes para entrarem bem no ouvido.

O estado hipnótico em que se encontram impede-os de analisarem fria e objectivamente o que se está passando. A morte de dois cidadãos timorenses inocentes às mãos de um exército estrangeiro que supostamente devia protegê-los e em vez disso serve de guarda pretoriana aos inimigos da democracia e da independência de Timor-Leste é encarada com tanta naturalidade que ninguém parece importar-se com isso. E se alguém insistir em obter uma reacção, há até quem invoque o velho e gasto bode expiatório da culpa de Alaktiri e do seu Governo, que já não convence ninguém, agora que sabemos por experiência própria qual foi a alternativa que lhe sucedeu: apesar da boa vontade de alguns ministros, sérios, a situação piorou com o actual Governo.

É grave que Timor-Leste esteja refém de um novo exército ocupante, que dita as leis em país alheio. É grave que o exercício da Justiça dependa do poder discricionário de um Presidente, como dependia a vida dos gladiadores do polegar dos imperadores romanos.

É grave que um Presidente, já obcecado com o próximo 2º acto da sua tragicomédia, não seja capaz de assumir as suas responsabilidades quando diz que Reinado passou dos limites.

Não era esse o seu entendimento quando tomava chá com o foragido e lhe escrevia bilhetes, nem quando tentou impedir a GNR de proceder à sua detenção. Não era esse o seu entendimento quando os seus amigos australianos deixaram fugir Reinado da prisão, arranjando assim uma maneira airosa para sair do embaraço da sua detenção. Não era esse o seu entendimento quando o Procurador e seu amigo Longuinhos Monteiro assinava acordos com o foragido, passando por cima das leis de Timor-Leste.

Há muito que Reinado passou dos limites. E ao fazê-lo, pôs a nu as limitações do Xanana político, que não é a mesma pessoa que o Xanana combatente. O segundo foi capaz de derrotar um exército 300 vezes mais poderoso.

Mas o primeiro sucumbe à fraqueza e à falta de carácter perante o mínimo obstáculo, confundindo autoridade com eufemismos como "reconciliação" e outros, que repete maquinalmente.

Há muito tempo, por isso, que tanta gente pedia a captura de Reinado! Há muito tempo que ninguém percebia porque é que o comandante australiano dizia não ter ordens para capturá-lo e porque é que as suas forças confraternizavam com ele. Há muito tempo que ninguém percebia porque é que um foragido à Justiça podia participar numa conferência, ao lado de um ministro e porque é que era transportado num helicóptero australiano cada vez que queriam falar com ele, para além das vénias e da passadeira vermelha que lhe estendiam.

Será que o Presidente Xanana não sabia disto tudo? Não achava ele na altura que os limites já haviam sido ultrapassados há muito? Ou teria estado ausente... em que planeta?

O seu orgulho e narcisismo impedem-no de assumir as responsabilidades e pedir desculpas públicas pelos erros que cometeu. A sua esposa, que há não muito tempo jurava que Reinado não era nenhum criminoso, agora está prudentemente calada. O silêncio às vezes é muito esclarecedor.

A incoerência de Xanana é confrangedora, quando obriga um primeiro-ministro a demitir-se, escandalizado com uma acusação falsa de armas distribuídas, e fica impávido e sereno quando um energúmeno assalta um posto de polícia de verdade e rouba armas de verdade. Ainda para mais quando esse personagem era, até há pouco tempo, seu protegido.

A sua política de tapinhas nas costas e paninhos quentes levou a este descalabro. Há muito tempo que Reinado passou dos limites. Mas o Xanana político também. Dos limites e de prazo de validade.

Alfredo Reinado em Same com peticionários e ...Leandro Isaac

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem ""Reinado passou dos limites", declara Presidente X...":

Como é possivel um Presidente da repúlica autorizar a captura de quem quer que seja???

Então não existem Tribunais em Timor???

Ou será que Xanana deixou a boca fugir para a verdade e agora já vai autorizar o seu "empregado" Longuinhos Monteiro, que dizem é Procurador Geral a fazer de conta que caça o homem???

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "E Timor gives Aust forces go-ahead for rebel manhu...":

We'll wait and see what comes of this. It is probably another session of tough talk followed by no action. The elections are close and the PR needed to show a bit of force and that he has nothing to do with Alfredo (yeah right).

Next week they will call for negotiations with "Alfredo".

Ex-PM enaltece a sua saída como um 'serviço público'

The Japan Times
Domingo, Fevereiro. 25, 2007

UM HOMEM DO TOPO FALA

Por JEFF KINGSTON
Especial para o The Japan Times

O primeiro-ministro removido recebeu-me no sem amplo complexo onde conheci o seu filho e filha, embos em casa dos seus estudos no estrangeiro e os seus enlameados, esquivos cachorros que rapidamente sujaram o meu melhor algodão.

Antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri

A imagem nos media de Mari Alkatiri é de um homem não sorridente, severo e distante; isto é bem melhor do que a maioria das pessoas comuns dizem dele. Em pessoa ele é educado, articulado e informal. De modo tranquilizador abriu a nossa conversa dizendo que devo ter ouvido rumores acerca da corrupção, escorregadiços negócios de petróleo, armação de esquadrões de ataque e outras semelhantes. Mas que não era altura de uma confissão.

Alkatiri vê a sua resignação em Junho de 2006 como um tipo de serviço público, dizendo que a sua contenção face a um "golpe inconstitucional que visava destruir a Fretilin e a mim" evitou mais violência. Falou de uma conspiração orquestrada pelos media Australianos para o desacreditar e espalhar alegações falsas. Sugeriu que a sua posição negociadora potente sobre a divisão dos rendimentos da energia com a Austrália pode ter azedado Canberra com ele.

Alkatiri acusa a Igreja Católica por ter fomentado protestos contra ele, em parte porque é um Muçulmano de origem Yemenita. Diz que a Igreja estava zangada com a sua decisão de 2005 de acabar com o ensino da religião em escolas do Estado.

De acordo com Alkatiri, os seus opositores não têm força suficiente para derrotar a Fretilin nas eleições, assim estão a manipular a Igreja, grupos de veteranos e a pressão estrangeira ao mesmo tempo que estimulam a violência nas ruas. Nega todas as alegações contra ele, mas acusa-se de "não sorrir mais " – e de não conter com mais eficácia a "desinformação."

Por deixar o seu cargo ele sente que expôs a conspiração e (que) ganhou a confiança da população. Diz, "se tivesse decidido actuar teria prevalecido, mas isso teria significado mais sangue derramado e toda a gente me teria acusado. Resignei e assim toda a gente pode ver por si própria quem é quem, e o que é o que é."

Em relação à sua briga pública com o carismático e popular Presidente Xanana Gusmão, Alkatiri diz que se conteve de responder aos numerosos ataques públicos contra e Fretilin e ele próprio, porque não quis desencadear mais violência pública.

Interroga-se, contudo, se Gusmão pensa ainda que fez a escolha certa em forçá-lo a sair do poder ao ameaçar resignar. Na sua opinião, a crise acabou em derrota para o presidente, cuja reputação sofreu. Ao mesmo tempo que admite que pode não ter gerido bem a crise militar, Alkatiri aponta que em qualquer país os amotinados são tratados com dureza. Disz, "Xanana favorece sempre a tolerância e as negociações, mas tal abordagem tem limites."

Reflectindo sobre os eventos de 2006, falou de "falhas colectivas da liderança," e disse que a "crise artificial do leste e oeste" fez o país regredir vários anos no desenvolvimento das instituições democráticas, direitos humanos e a aplicação da lei.

No princípio de Fevereiro, Alkatiri foi inocentado de alegações de que esteve envolvido numa transferência de armas para um esquadrão de ataque. Antes disso, quando lhe perguntei sobre os seus problemas legais, disse, "estou totalmente ciente de que vou ganhar." Ecoando a opinião consensual, observou sem ironia, "O sistema de justiça é a parte mais fraca das instituições do nosso governo."

Na sua opinião, a maior ameaça para os direitos humanos é a pobreza, e responder a isso deve ser a prioridade do governo. O influxo dos rendimentos das exportações de energia e a criação de um Fundo do Mar de Timor para guardar o dinheiro para as gerações futuras, fá-lo optimista sobre as possibilidades em Timor-Leste.

Em relação ao Japão, Alkatiri expressou agradecimentos pela sua assistência generosa mas disse, "Não é fácil trabalhar com eles. Têm as suas ideias e programas próprios e é difícil negociar com eles. Apoiam muito as infra-estruturas, projectos de electricidade e de saúde, mas estes são sempre caros."

Olhando para a frente disse, "Xanana e eu temos de trabalhar juntos para criar as condições para (haver) eleições pacíficas. Ambos precisamos de reconhecer os nossos erros. Tenho mantido um perfil baixo e não tenho criticado Xanana porque quero acalmar as coisas e pedi tolerância à Fretilin."

Confessando que será difícil resistir a pressões de dentro do seu partido, a Fretilin, para se candidatar à re-eleição, assinalou a sua disponibilidade, "pela minha própria dignidade e defesa."

Dos leitores

Jaska deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Ataque do major Reinado motiva caça ao homem":

Caça a um homem bem armado e municiado, inclusivé com armas anti-carro como o LAW, mais do que capaz de destruir um M113 Australiano.Referência sobre os LAW do Reinado (FAS):
http://www.fas.org/man/dod-101/sys/land/m72.htm

***

Referências sobre a HK33:

http://www.hkpro.com/HK33.htm
http://www.hkpro.com/HK33.htm

E Timor gives Aust forces go-ahead for rebel manhunt

ABC – Tuesday, February 27, 2007. 0:00am (AEDT)

East Timor's President, Xanana Gusmao, has authorised the Australian-led international stabilisation force to hunt down renegade army major Alfredo Reinaido.

In a national television and radio address in the local Tetum language, President Gusmao described yesterday's raids by Alfredo Reinaido's group on police border posts as stupidity.

He said Reinaido's men now had another 25 weapons.

President Gusmao said every effort had been made to prevent the East Timor authorities from having to seek a military solution to what he called 'the Alfredo problem'.

However he said Reinaido had now stepped over the mark.

The President said he had met with the Prime Minister, the United Nations special representative and the Australian Brigadier, Mel Rerden.

He said the East Timorese Government had authorised the international forces to conduct an operation to capture Reinaido.

President Gusmao appealed to his people not to react with emotion and regard Reinaido as a hero, but instead to co-operate with the military operation.

TIMOR-LESTE "DANÇA RITMO DO BAILE REINADO"!

26/02/2007 GMT 9

timor-lorosae-nacao @ 20:48
por: Malae Belu

REINADO DÁ “CARTAS” E ASSALTA POSTO FRONTEIRIÇO

Considerando a anormalidade, tudo parece normal em Timor-Leste e os louricos continuam a cantar na pacatez das montanhas rasgadas pelas ribeiras que teimam em desaguar no imenso oceano. Também normal é a vida em Dili, capital desta República dos Xananas, apesar das agitações, violências praticadas por bons, maus e vilões, uns fardados outros não.

Ontem foi confirmado que o renegado Reinado assaltou um posto da PNLT em Tonubibe, Maliana, perto da fronteira com a Indonésia, tendo invadido o posto acompanhado por mais oito homens do seu grupo, fortemente armados, levando cerca de vinte armas automáticas daquele posto fronteiriço assim como de outro situado no Suai. Em declarações feitas por Reinado “tudo aconteceu pacificamente”.

Aquilo que se pergunta é o que poderiam ter feito meia-dúzia de homens das PNLT perante os homens de Reinado fortemente armados, sendo a resposta óbvia: absolutamente nada!

O armamento que foi posto á disposição de Reinado é superior ao usado pela polícia timorense, o número de homens que actuaram nesta operação também era superior e o elemento surpresa foi determinante. Até porque não existem ordens oficiais para que Reinado seja detido devido á protecção especialíssima que lhe é dada pelas individualidades “superiores” de Timor-Leste!

SÓLIDOS APOIOS Á FRETILIN CAUSAM DESASSOSSEGO

Reinado sempre pôde contar com a “benevolência" do Presidente Xanana, do primeiro-ministro Horta, do Procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro e até do beneplácito da Igreja Romana… pelo menos. Porque assim é, nunca explicaram convenientemente ou com uma razoabilidade que justifique a protecção posta á disposição de Reinado e dos seus homens.

Muito menos os responsáveis do exército australiano implantado em Timor-Leste diz coisa com coisa, preferindo divagar desde que permitiu a fuga de Reinado e dos mais de cinquenta homens do grupo, da prisão de Becora em Agosto de 2006. Tudo aconteceu por acaso.

Tudo tem acontecido por acaso, querem fazer-nos querer, insistindo em passarem um atestado de insanidade mental aos observadores nacionais e internacionais que acompanham a novela Reinado e o golpe de estado que não resultou conforme o planeado e de acordo com as ambições dos seus mentores, por demais conhecidos e auto-denunciados.

A acção “guerrilheira” de Reinado comprova o “desassossego” dos que tudo têm feito para aniquilar a Fretilin e que estão uma vez mais a concluir que fizeram o golpe de estado para quase nada ao verificarem a continuação da implantação e apoio da população àquele partido, facto também comprovado pelas aderências aos últimos comícios eleitorais pela Fretilin realizados em várias cidades e localidades do país.

Há´vários meses que no Timor Lorosae Nação a análise dos acontecimentos timorenses tem sido posta nestes termos e a previsibilidade destas e outras acções foram referidas, apontando intenções e responsáveis que para vários observadores não passaram despercebidos.

PORCA POLÍTICA DOS AMIGOS DE REINADO

Quem lucra com as acções desestabilizadoras do Grupo Reinado não é a República Democrática de Timor-Leste. Aqueles que lucram são os que tudo fazem e fizeram para afastar a Fretilin das decisões do país. Sabemos da “antipatia” manifestada pelo governo Howard e sabemos das posições de pura chantagem assumidas pelo Presidente Xanana Gusmão para que Mari Alkatiri se demitisse da chefia do governo timorense em meados de 2006. Sabemos do empenho do Presidente para provocar a aniquilação política da Fretilin. Em política, aquilo que parece… quase sempre é!

O somatório de todos estes acontecimentos, desde o início de 2006, não permite que se tirem outras conclusões, nem com muito boa vontade! Alfredo Reinado, ao inaugurar as acções de guerrilha, atesta o previsto por muitos observadores e comprova o conluio que desde sempre com ele existiu por parte de responsáveis políticos timorenses, australianos e os militares desse país que acorreram em força para “ajudar o país vizinho amigo” já lá vão dez meses.

Não se pense que as acções Reinado agora inauguradas um pouco mais a sério vão terminar, que os australianos vão capturá-lo (vivo!), porque ainda agora o triste espectáculo começou.

A remota possibilidade de os inimigos da República Democrática de Timor-Leste recuarem nas suas acções desestabilizadoras e desactivarem Reinado irá ter por consequência a sua morte – porque o renegado sabe demais – e não passará de uma conveniente acção de cosmética, outro ou outros ocuparão o seu lugar em momento oportuno.

Costuma-se dizer que a política é porca e não há dúvida, senão repare-se quanto Timor-Leste tem sofrido por via de interesses mesquinhos dos grandes países seus vizinhos! Tudo por causa da porca da política!

Dos leitores

Jaska deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Ataque do major Reinado motiva caça ao homem":

O meu comentário: se o desertor do ex-Major Reinado se foi abastecer de armas de guerra, foi porque quer fazer a guerra.Não havendo vontade política para o fazer entregar-se (o que implicaria seguir-lhe o rasto e cercá-lo com forças militares motivadas e treinadas, dado que se encontra bem armado e municiado), esse menino -que deve estar a preparar alguma para as elições- vai continuar a gozar com o Estado de Direito em Timor-Leste...

Interrogação: será que o papel dos militares Australianos nos últimos meses tem sido o de o acompanhar para o controlar, ou para dissuadir as FALINTIL de o cercar e fazê-lo render-se?

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem ""Reinado passou dos limites", declara Presidente X...":

Esse senhor Reinado há muito que passou dos limites.

Mas a responsabilidade política do que se está a passar é também do Presidente Xanana e de Ramos Horta. Eles têm que ser politicamente responsabilizados pelos erros políticos que vêem cometendo desde Abril/Maio de 2006. Onde devia ter havia firmeza houve diálogo ilimitado. Onde devia ter sido imposto o respeito pela autoridade, pela ordem e pela lei (e então sim, dialogar) foi permitido a anarquia e depois queriam dialogar... E, sem querer, admito (mas também com a arrogância de não saber), deram força e ânimo ao bandoleiro. E agora?

Ramos Horta ainda o outro dia dizia que o Procurador Geral da República Longuinhos Monteiro e Alfredo Reinado assinaram em Gleno um acordo explícito para resolver a situação!!! Que tamanha irresponsabilidade. Que erro tremendo! Constava do acordo o assalto ao posto da polícia de Maliana?

Todos nos lembramos da primeira dama esposa de Xanana a defender esse senhor Reinado na Austrália!! "Que ele foi o primeiro a denunciar as irregularidades que se passavam no exército". Ele vê-se o calibre do bandido!! Ele vê-se como Reinado é um militar disciplinado e cumpridor da lei e da ordem! Em que país do mundo isto aconteceria? Em Singapura? Na Austrália? Nos Estados Unidos da América? Nem pensar.

Nos países a sério os delinquentes são detidos e conservados na prisão e julgados num tribunal independente do poder político.

Em Timor nem são detidos, e os que estão detidos saem da prisão. E nada acontece... Não se assinam acordos com bandidos. É esta a estratégia que propõem para o país para se proporem ganhar as próximas eleições presidenciais e legislativas?!! Deus nos livre e guarde de tal parceria: Xanana e Ramos Horta. É a receita para o desastre! Mas que irresponsabilidade...

Politicamente Xanana e Ramos Horta são os responsáveis pelo que está agora a acontecer (pela fuga de Reinado da prisão em Agosto de 2006, pela tentativa de acordo em Gleno, pela intimidação de comícios políticos que foi impunemente permitida, pelo assalto à esquadra de polícia de Maliana, pela fuga de mais prisioneiros da cadeia, e Deus sabe o que ainda virá...).

Num país a sério isso era mais do que suficiente para pedir a demissão de Xanana e Ramos Horta. Mas como Timor-Leste é um país a brincar, o improvável acontece!

E o primeiro-ministro com cerca de oito meses no cargo, sai para se candidatar a presidente...

Mas Ramos-Horta é o ausente mesmo (não ia às reuniões do conselho de ministros quando era ministro dos negócios estrangeiros, passava longas temporadas no exterior, desde que é primeiro ministro já fez mais de meia dúzia de viagens ao exterior (em menos de oito meses... e agora quer ir para o palácio das cinzas:

Cinzas megator de Timor Leste, só se for!

Dos leitores

Jaska deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Alfredo Reinado em Same":

Malai Azul, apenas uma correcção. A HK33 não é uma pistola metralhadora, mas sim uma espingarda de assalto. Trata-se uma mecanicamente igual à G3 ainda em serviço nas Forças Armadas Portuguesas, excepto relativamente ao calibre, que é o 5.56 x 45 mm NATO (o da G3 é 7.62 x 51 mm).

Sendo a G3 uma arma difícil de disparar em modo automático (rajada) nas posições de pé e de joelhos devido ao recuo causado pela potência do cartucho 7.62, a HK33 não tem esse problema por usar o cartucho menos potente de 5.56mm.

É também uma arma não demasiado pesada (cerca de 4 kilos carregada). O ex-Major Reinado abasteceu-se assim de armas de guerra com uma cadência de fogo de 750 disparos por minuto, capaz de ser disparara em rajada em diferentes posições e com um peso razoável, o que a torna adequada a operações na selva e em áreas montanhosas.

Deslocados do Aeroporto Presidente Nicolau Lobato

(Tradução da Margarida)

A. Introdução

O corrente incidente violento no campo de deslocados do aeroporto presidente Nicolau Lobato, Dili, indicou que as tropas Australianas têm más intenções contra os deslocados e os Timorenses. Reagiram de forma exagerada ao pender e matar deslocados que se tornaram vítimas da crise política que ocorreu em Timor-Leste nestes 8 meses. As tropas Australianas capturaram deslocados do aeroporto de Comoro sem mostrar qualquer evidência que esses deslocados estavam a cometer crimes ou violência contra os seus colegas, ou mesmo contra tropas Australianas.

Exigimos que as tropas Australianas assumam a responsabilidade sobre os que foram mortos e outros que foram feridos quando provocaram uma acção militar, porque as tropas Australianas estavam a usar tanques e outros equipamentos de guerra para atacar e aterrorizar deslocados. Dois tanques entraram de assalto destruindo a porta da entrada e depois lançaram gás lacrimogéneo com armas automáticas contra civis como se estivessem numa batalha contra inimigos no campo de batalha.

Sobretudo estas atitudes são actos de provocação para criar instabilidade em Dili e o que é mais perigoso para prolongar esta crise política nos interesse das tropas Australianas em Timor-Leste.

B. Cronologia dos incidentes

Exactamente na Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2007, às 07.40 (Tempo deTimor-Leste) as tropas Australianas foram muito violentas e correram atrás de colegas nossos que estavam ainda à espera de transporte para ir para a escola, trabalho e alguns queriam ir ao hospital. Bloquearam os deslocados à frente da porta principal, então o Manuel Soares foi capturado e depois estenderam-no no chão e bateram-lhe com um bastão até ele começar a sangrar.

Os deslocados estavam chocados com estas atitudes de maus tratamentos das tropas Australianas. Por isso, alguns outros deslocados queriam vir e testemunhar (a favor) dos que estavam a ser arrastados pelas tropas Australianas.

Os deslocados do aeroporto que foram vítimas nesse incidente.

Os seus nomes são os seguintes.

1. Manuel do Carmo do Distrito de Baucau, Sub-Distrito Laga, violentamente preso pelas tropas Australianas em frente da porta do campo de deslocados, deitaram-no ao chão, bateram-lhe usando espingardas e ficou com o corpo todo ferido, puxaram-no também como um animal e depois atiraram-no para dentro de um veículo de patrulha Australiano.

2. Delfin Sarmento do Distrito de Viqueque, sub-distrito Uato-lari foi preso, mas escapou-se e não entrou no veículo Australiano, contudo as tropas Australianas tiraram a sua T-shirt do seu corpo.

3. Júlio da Siva e Viriato Soares, do Distrito de Viqueque sub-distrito Uato – Lari e Dilor estavam ambos for a e depois regressaram ao campo de deslocados e reagiram espontaneamente contra as tropas Australianas que assaltavam brutalmente no campo de deslocados na altura em que as tropas Australianas prenderam Manuel do Carmo.

Este incidente causou reacção forte nas pessoas que saíram das tendas, contra estas atitudes das tropas Australianas frente à porta da entrada.

As forças Australianas conduziram dois tanques para dentro atingindo a porta de barricada dos deslocados que ainda estava fechada o que inflamou a situação. As crianças, velhos e mulheres sofreram com o gás lacrimogéneo e resultaram duas pessoas seriamente feridos e dois outros foram mortos mesmo debaixo das tendas dos deslocados pelas tropas Australianas.

As tropas quiseram esconder o corpo do morto e pretender que ele tinha sido baleado fora do campo por isso puxaram-no do arame farpado e o seu cabelo ficou preso no arame farpado. Depois os soldados Australianos cobriram o corpo do morto com plásticos pretos e atiraram-no para um campo de milho.

Contudo, muitos dos deslocados estavam a ver e gritaram a eles, e depois trouxeram o morto de volta e puseram-no num veículo militar Australiano. Nomes completos dos que foram mortos e feridos:

1. Jacinto Soares

Do distrito de Viqueque, sub-distrito de Ossu, aldeia de Lia-ruka foi baleado até à morte no local por forças Australianas debaixo de tenda no campo de deslocados.

2. Antonio Dasi

Do Distrito de Baucau, sub-distrito, aldeia Wailili, baleado por tropas Australianas, no peito e no lao esquerdo do estômago no campo de deslocados, infelizmente morreu no dia seguinte no Hospital nacional Guido Valadares às 11.20 no Sábado 24 de Fevereiro de 2007.

3. Geraldo Guteres

Do distrito de Baucau, sub-distrito Venilale, aldeia Uai-Oli, baleado em ambos os joelhos que ficaram partidos.

4. Cris Lopes

Do distrito Lospalos, baleado na sua tenda com ferimentos pesados.

5. Julio da Silva

Do distrito Viqueque, sub-distrito Uato-Lari, baleado na anca, com ferimentos pesados

C. Exigências

Esta não é a primeira atitude brutal dos Australianos contra deslocados. Têm conduzido esforços e discriminação sistemáticos contra os Timorenses.

Devido aos factos acima descritos todos os deslocados do campo Presidente Nicolau Lobato eximem fortemente e urgem o governo da RDTL, a UNMIT e as forças internacionais em Timor-Leste a tomar as medidas necessárias baseadas na lei internacional que prevalece no mundo contra as forças que se seguem ;

1. Retirada imediata das tropas Australianas de Timor-Leste.

2. Requere-se que o soberano Estado da RDTL tome imediatamente medidas para tirar de imediato as forças Australianas de Timor-Leste.

3. Requere-se a soberania do Estado ao representante da força de segurança da ONU em Timor-Leste, atenção para a responsabilização do problema, porque ele foi morto debaixo de tendas da UNHCR.

4. Requere-se ao representante das forças da ONU em Timor-Leste para tomar a responsabilidade da família das vítimas e levar os autores das forças Australianas ao tribunal internacional.

5. Rejeitamos totalmente as notícias emitidas na TVTL, que a informação não foi nbaseada em factos que aconteceram no campo de deslocados de Comoro.

6. Rejeitamos totalmente a informação que as forças Australianas têm estado a emitir através de notícias na internet que disparámos Ambon-Arrow contra eles, o que é totalmente falso, para (assim) esconderem a sua má atitude sobre nós, inocentes deslocados.

7. Se as exigências anteriores não forem satisfeitas, todos nós os deslocados agiremos em Dili e em particular no Aeroporto Presidente Nicolau Lobato, Comoro, Dili.

8. Fazemos um apelo de simpatia a todos os Timorenses para darem o apoio necessário para a dignidade humana dos deslocados.

9. Exigir que o governo da RDTL e o representante da ONU cooperem estreitamente para servir os Timorenses.

10. Pedimos às forças da ONU para serem imparciais nas acções em Timor-Leste e não se envolverem com grupos ou partidos políticos.

COMITÉ ORGANIZADOR

1. Carlito da Silva.
2. Jose da Costa
3. Ilda Belo
4. Mateus da Costa Belo
5. Domingos R. Guterres
6. Jaime Soares
7. Serafim Albuquequer Belo
8. Denis Quintão
9. Diamantino da Cruz
10. Jose Pinto
11. Nuno Sares
( KORKA )
12. Vicente Da Silva
PSHT
13. Agustinho Da Silva
77
14. Afonso Pinto
MELATO
15. Alberto Costa
PANTAI KELAPA
16. Salvador A Gomes
IDPS FAROL
17. Julion Guterres
DESLOCADOS AEROPORTO DILI
18. Kiliberio Dos Santos
DESLOCADOS OBRIGADO BARAK
19. Rosito
DESLOCADOS HOSPITAL BIDAU
20 Luis Dos Santos Belo
DESLOCADOS SIONAL
21. Sebastion Zeca Ximenes
ALDEIA MORIS FOUN
22. Sergio da Silva Reis
ESTUDANTE

CC
1. Presidente RDTL
2. Presidente Parlamento
3. Primeiro-Ministro RDTL
4. Tribunal Recurso
5. Representante UNMIT.
6. Embaixador da Austrália
7. Diocese Dili e Baucau
8. Ministério da Segurança
9. Ministério do Interior
10. Ministério Transportes e Telecomunicações.
11. e etc.

Exigências CC para:

1 Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da RDTL.
2 International Humans Right.
3 International Human Right em Geneva, que está representado em Timor Leste
4 Presidente Provedor Direitos Humanus RDTL.
5 ATUL KHARE Responsável da UNMIT em Timor - Leste

Notícias - traduzidas pela Margarida

Eleição em Timor pode ser inundada pela violência
Australian - Fevereiro 26, 2007
Mark Dodd

O piorar da violência em Timor-Leste, incluindo o baleamento fatal de dois Timorenses por tropas Australianas, pode minar os planos para eleições presidenciais livres e justas dentro de cinco semanas, avisam diplomatas.

Na última violência, dois Timorenses foram mortos e um outro ferido quando tropas Australianas em patrulha perto do aeroporto de Dili abriram fogo depois de terem sido atacadas por perturbadores armados com lanças de ferro.
O incidente, um retrocesso nos esforços para estabelecer a ordem na capital castigada por meses de violência de gangs, fogos postos e falta de lei criminosa, está a ser investigada pela Força de Defesa Australiana, a polícia da ONU e autoridades Timorenses.

Isso levou o Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer a descrever a situação corrente em Dili como "não boa ".

O recenseamento dos eleitores para as eleições presidenciais de 9 de Abril está incompleto, parcialmente por causa dos movimentos da população para fora da capital causada pela violência, disse ontem um diplomata de topo ocidental com base em Dili.

"A segurança fora de Dili geralmente está OK, mas na capital a história é diferente - é um problema sério e um oitavo da população vive lá," disse o analista de segurança.

O Primeiro-Ministro Interino José Ramos-Horta confirmou ontem que vai concorrer às presidenciais conforme previsto pelo The Australian.

Se for eleito, o Sr Ramos-Horta prometeu dedicar-se a restaurar a unidade nacional.
O Sr Ramos-Horta, um vencedor conjunto do Nobel da Paz pela resistência não-violenta à governação Indonésia, disse no seu discurso de candidatura que tinha passado "semanas de reflexão e hesitação" antes de decidir tentar o cargo, no meio da pior crise desde que a nação rompeu com Jacarta em 1999.
"Baixámos as armas depois da luta contra a ocupação, mas agora a nossa luta é pelo nosso futuro," disse ele, falando em Tétum a língua local. Nesta nova luta, cada cidadão Timorense tem a responsabilidade de servir o seu país. Por isso estou disponível para assumir a minha responsabilidade com o meu país."

O Presidente Xanana Gusmão não se recandidatará e sairá quando terminar o seu mandato corrente, um gesto esperado para abrir caminho para se tornar deputado nas eleições parlamentares mais tarde este ano.

Quatro outros candidatos confirmaram que concorrem à presidência.

***

11,000 apoiantes no Comício da Fretilin em Oecussi
www.timortruth.com

DILI, 26 Fevereiro de 2007

A FRETILIN realizou um comício pré-eleitoral de massas em 24 de Fevereiro de 2007 no distrito enclave de Oecussi-Ambeno na metade oeste da Ilha de Timor. No Comício participaram cerca de 11,000 apoiantes da FRETILIN que gritaram “Viva Fretilin! Viva Lu’Olo! e Viva Alkatiri!” quando chegou a delegação da Fretilin. A população total do distrito de Oecussi-Ambeno é ligeiramente abaixo de 60,000 people.

Este comício eclipsou o de Baucau realizado em 27 de Janeiro de 2007 como a maior reunião pública de Timor-Leste desde que os apoiantes da Fretilin realizaram uma contra-manifestação contra os conspiradores do golpe em Dili em Junho do ano passado.

O comício foi o primeiro realizado pela Fretilin desde que o presidente do partido e guerrilheiro que se tornou político, Francisco “Lu’Olo” Guterres, anunciou que vai concorrer às eleições para Presidente da República que se realizam em Abril.

Falando no seu regresso a Dili, Lu’Olo disse “O comício foi um sucesso e demonstra o grande apoio que a Fretilin tem em Oecussi. Nunca devemos esquecer as pessoas de Oecussi que tanto sofreram, como todos nós, durante a luta pela independência e que sempre quiseram fazer parte de um Timor-Leste independente apesar do seu isolamento”. Lu’Olo acrescentou que a enorme quantidade de gente que apareceu em Oecussi lhe deu confiança que ele tomou a decisão certa em concorrer para Presidente da República.

Lu’Olo, tendo passado todos os 24 anos da luta da independência nas montanhas e cujo slogan de campanha é “Serei o Presidente de todos e um Presidente para todos”, afirmou que “como Presidente trabalharei sem me cansar para reforçar a independência política e económica. Para fazer isso devemos reforçar as instituições do país, particularmente as do sistema judicial e também focar no desenvolvimento económico a nível das bases para que o nosso povo possa ser aliviado da pobreza abjecta”. Lu’Olo disse que como Presidente “Promoverei os interesses dos jovens e a igualdade das mulheres; trabalharei para proteger os idosos e as comunidades mais vulneráveis; e promoverei a habitação, os cuidados de saúde e as pensões para os veteranos da luta da independência”.

Lu’Olo desejou a todos os outros possíveis candidatos a melhor sorte e estava confiante que as eleições presidenciais serão pacíficas apesar do último pico de violência que resultou na morte de dois nacionais Timorenses que foram baleados por soldados Australianos. Uma investigação conjunta está a ser feita pela ONU, forças armadas Australianas e governo Timorense para apurar os factos e as circunstâncias que levaram à morte dos dois nacionais Timorenses.

As eleições presidenciais terão lugar em 9 de Abril de 2007, com vários políticos Timorenses, incluindo o corrente Primeiro-Ministro José Ramos Horta, que anunciaram a sua intenção de disputar as eleições. Conforme a Constituição, cada candidato precisará de obter o apoio de pelo menos 5000 eleitores para ser elegível.

Uma tradução em Inglês do anúncio de Lu’Olo’s da sua candidatura para Presidente da República, e ainda uma breve biografia estão disponíveis em www.timortruth.com.

(uma cópia curta do artigo com fotos está disponível em www.timortruth.com/press/FRETILIN_Oecussi_Rally_260207.pdf)

***

Timor-Leste procura ajuda da RI para capturar amotinados
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta telefonou ao Presidente Susilo Bambang Yudhoyono no Domingo à noite para pedir a assistência da Indonésia na captura dos membros de um grupo amotinado liderado pelo Lt. Cor. Alfredo Reinado caso tentem infiltrar-se em território Indonésio.

O porta-voz Presidencial Dino Patti Djalal disse que Ramos-Horta fez chegar ao Presidente Yudhoyono através dele que Reinado, que alegadamente tinha atacado um posto militar em Timor-Leste e roubado 17 espingardas tipo-AK, o que era uma grave preocupação para o governo de Timor-Leste.

"O Primeiro-Ministro Ramos-Horta pediu às TNI (forças militares Indonésias) na fronteira para assegurar que Reinado não a cruza. Temporariamente fechámos a nossa fronteira por causa deste pedido," disse Dino ao The Jakarta Post.

Disse que o governo e as forças militares Indonésias dariam a assistência pedida dada a compreensão bilateral há muito existente que a Indonésia assistirá Timor-Leste em questões de segurança ao longo da sua fronteira.

"Os comandantes de ambos os lados já têm mecanismos de cooperação ao longo da fronteira," disse Dino.

Reinado, um antigo chefe da polícia militar, foi acusado da violência que atingiu o país em Abril e Maio do ano passado. Uma estimativa de 100,000 pessoas foram deslocadas e pelo menos 20 mortas na violência que levou ao destacamento duma força internacional com 2,500 elementos.

Dili testemunhou uma série de protestos que evoluíram el violência alargada em Maio depois de 600 membros das forças militares do país com 1,400 homens terem sido despedidas. A violência emergiu de divisões entre tropes do leste e do oeste do país, que fez parte da Indonésia desde 1976 até a um referendo pela independência em 1999.

No fim de Maio, Reinado liderou um grupo de camaradas militares e de membros da polícia para as montanhas por detrás de Dili. O grupo recusou entregar as armas até o então primeiro-ministro, Mari Alkatiri, ter resignado do cargo.

Mais tarde foi preso na prisão Bécora em Dili com acusações de tentativa de homicídio e de violação da lei sobre armas depois de ter sido preso com outros 20 homens em Julho do ano passado sobre o papel que tiveram na violência que irrompeu em Dili e à volta de Dili em Abril e Maio.

Em Agosto do ano passado juntamente com mais de 50 presos, o líder amotinado fugiu da prisão.

Dino disse que o governo de Timor-Leste tinha tentado o seu melhor para mostrar condescendência com Reinado.

"Com a assistência das forças Australianas e da ONU, o governo de Timor-Leste conduzirá operações de segurança para encontrar Reinado," disse.

***

A "voz" dos amigos de Ramos-Horta já se ouve...

Voz da América - 25 Fevereiro 2007

José Ramos-Horta candadata-se à Presidência de Timor-Leste
Por Chad Bouchard, Jakarta

O Primeiro-Ministro José Ramos-Horta anunciou que concorrerá nas eleições presidenciais de Abril em Timor-Leste. Como relata Chad Bouchard para a VOA de Jacarta, o laureado do Nobel da Paz é esperado confrontar-se com intensa oposição política durante a corrida.

José Ramos-Horta disse num comício de apoiantes que o aplaudiam na sua cidade natal, Laga, no Domingo que vai tentar a presidência. (cerca de 500...)

Diz que tomou a decisão depois de semanas de reflexão e prometeu desenvolver uma campanha clara e transparente com base na reconciliação e ajuda aos pobres.

O Sr. Ramos-Horta é uma figura popular – ganhou um Nobel da Paz em 1996 por décadas de longa luta contra a governação Indonésia. O pequeno país tornou-se independente em 2002 – mas tem lutado economicamente e com violência recente.

O Sr. Ramos-Horta foi chamado para servir como primeiro-ministro em Julho para estabilizar a nação depois de um mal gerido motim militar ter desencadeado meses de lutes mortais por gangs, e ter revelado divisões que já há muito existiam entre os que apoiaram e os que opuseram a independência.

Uma força liderada pelos Australianos de mais de 2,500 tropas está a manter uma calma relativa, mas confrontos esporádicos na capital, Dili, têm clamado dúzias de vidas nos últimos meses.

O antigo primeiro-ministro, Mari Alkatiri – que fopi acusado mas legalmente inocentado das acusações que tinha causado o desassossego no ano passado – será uma força na corrida presidencial de 9 de Abril. O Sr. Alkatiri lidera a Fretilin – o partido político dominante em Timor-Leste.

O analista politico Robert Lowry, um antigo adjunto das forças armadas da Austrália na Indonésia, diz que o Sr. Ramos-Horta enfrenta oposição feroz da Fretilin. (que cv...)

"Bem, sabe, a Fretilin é muito intolerante com os partidos da oposição," diz Lowry. "E por isso pode esperar, seja quem for que concorra, pode esperar pelo menos um nível baixo de violência para intimidar os outros partidos e assegurar que não ganhem. " (propaganda suja... até agora os militantes da FRETILIN foram os únicos que foram atacados...)

O Sr. Ramos-Horta – que também serviu como ministro dos estrangeiros e da defesa – tinha laços antigos com a, ta principal organização da independência. Mas ele e o corrente Presidente Xanana Gusmão – o antigo líder dos rebeldes – seguiram mais políticas não-partidárias desde que estão no poder. (importa-se de repetir?)

É esperado que o Sr. Ramos-Horta anuncie formalmente a sua candidatura na Segunda-feira e vai fazer campanha contra outros oito candidatos.

sem mais comentários...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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