domingo, maio 06, 2007

Comunicado de Imprensa

Francisco Guterres Lu Olo for President
"Serei Presidente de todos e para todos"

6 de Maio de 2007

Convocámos a presente conferência de Imprensa para falar uma última
vez sobre a escolha que o Povo Timorense tem que fazer na próxima
quarta-feira quando votar.

O meu adversario apresenta-se como o defensor dos pobres, e ataca a
FRETILIN por não ter feito nada pelos pobres e vulneráveis. A minha
resposta é simples: Peço aos eleitores para verificarem as evidências.

Na semana passada, o Ministro da Agricultura, Florestas e Pescas,
Estanislau da Silva, um líder da FRETILIN, autorizou o primeiro
pagamento aos sucos do Fundo de Desenvolvimento Comunitário.

Cada suco de Timor-Leste vai receber uma assistência financeira de 10
000.00 USD.

Este programa foi iniciado pelo Governo do Dr. Mari Alkatiri para
implementar a política da FRETILIN. Foi aprovado por unanimidade pelo
Parlamento Nacional, do qual eu sou Presidente.

Este dinheiro vai para as pessoas, para desenvolver projectos
deAgricultura sustentados.

Só foi possivel disponibilizar este dinheiro no Orçamento deste ano
por causa do fundo do petróleo. Este dinheiro está a ser distribuído
pelos próprios canais institucionais e não atirado aleatoriamente como
se se tratasse de um presente dos ricos para os pobres. O
desenvolvimento é um direito do povo. Isto não é caridade, como por
exemplo, distribuir cobertores oferecidos por países estrangeiros.
Isto é transferir fundos legal e constitucionalmente, de acordo com os
direitos que o nosso povo tem, de acordo com a Constituição aprovada
pela Assembleia Constituinte. Isto são recursos do povo a voltarem
outra vez para o povo. Isto é " ukun rasik an" - foi por isso que
lutámos nas montanhas, na frente clandestina e na frente diplomática.
Isto é realmente verdadeiro nacionalismo, verdadeira independência.

Que outras evidências gostaria que os eleitores considerassem quando
fizerem a sua escolha na próxima quarta-feira?

Mencionei o Fundo do Petróleo. Sem a FRETILIN, Timor-Leste não teria
fundo do petróleo. Peço aos eleitores para não trocarem o trabalho de
cinco anos para assegurar a soberania Maubere, o nosso futuro Maubere,
por promessas vazias, de pessoas que ainda não deram provas.

Estes são tempos de insegurança. Eu peço aos eleitores para confiarem
em mim, tendo em conta o meu passado desde 1975.

Eu quero que os eleitores considerem os direitos e necessidades dos
mais vulneráveis. Quem, como Presidente, fará o melhor trabalho para
os veteranos, mulheres e jovens?

O programa da FRETILIN é bom. Fizémos leis e estabelecemos políticas
para trazer recursos para esses grupos.

Mas tomaremos novas iniciativas.

Ontem, no parque Borja da Costa, eu estabeleci um compromisso. Eu
disse que, como Presidente da República, dedicarei o meu tempo a
trabalhar em favor das classes mais desfavorecidas que perderam
membros da sua família, as viúvas, os filhos e filhas dos homens e
mulheres que morreram pela nossa independência. Eu estou a falar dos
mais desfavorecidos que ainda não foram reconhecidos.
Fizémos de facto leis para dar assistência aos veteranos das FALINTIL
e da Frente Clandestina. Mas temos também que melhorar a ajuda às
viúvas, aos filhos e às filhas daqueles que morreram.

Eu devotarei o meu tempo a estabelecer mecanismos para ajudar essas pessoas.
Em particular o Gabinete para as Mulheres e Juventude irá trabalhar
nestes assuntos.

Eu farei tudo para que tenham um Presidente com quem as pessoas possam
conversar. Eu prometo que irei encontrar-me regularmente com os
membros da comuidade. Eu estarei atento aos vossos pontos de vista e
necessidades. Eu irei efectuar visitas regulares aos locais para
verificar se o Plano de Desenvolvimento Nacional e o Orçamento do
Estado estão a ser aplicados de forma correcta. Eu serei o vosso
defensor perante os outros órgãos de soberania, o Parlamento e o
Governo.

Eu serei um Presidente de todos e para todos.

Muito Obrigado. Desejo a todos um democrático, seguro e pacífico acto eleitoral.

Viva Timor-Leste.

For more information contact:
Harold Moucho (Lu Olo's political adviser) (+670) 723 0048 (Dili)
Jose Manuel Fernandes (Lu Olo's official election representative)
(+670) 734 2174 (Dili)

Fretilin Accuses Ramos Horta of Vote-Buying

SBS - Special Broadcasting Service (Australia) - May 5, 2007 -transcript-

East Timor's ruling party Fretilin has accused the favourite in next week's presidential elections, Jose Ramos Horta, of buying votes. Campaigning for the second round of the poll is becoming increasingly acrimonious. And as SBS correspondent Brian Thomson reports, the Australian-led International Security Force is in Fretilin's sights. The campaign for the second round of the presidential elections on Wednesday is drawing to a close and the political temperature is rising.

Fretilin, for so long the dominant party here, has been accused of countless irregularities. Now it's turning the tables. It says it has evidence that Jose Ramos Horta has been buying votes.

JOSE TEIXEIRA, ENERGY MINISTER: Money was distributed and that people received money to vote for and others to mobilise in the first round of the ballot on April 9. The visual recording shows two voters testifying that the candidate Ramos Horta personally handed out money in return for votes.

Mr Ramos Horta has denied the claim. But he is not the only one under attack. The Fretilin leadership has accused the Australian-led International Security Force of taking sides in this campaign. It says it lied when it claimed that weapons were found recently in a Fretilin convoy. Now it's accusing the ISF of attempting to inflame tensions by leaving weaponry and ammunition lying in the streets.

MARI ALKATIRI, FORMER FRETILIN PM: (TRANSLATOR) Why was this weapon lying on the ground? Was it a trap? We don't know.

The Australian Army has refused to respond directly to the allegations but it has released a statement. It concedes that a rifle did fall from a vehicle but it says it was recovered immediately with the assistance of members of the public. As for the allegations of bias, it says it is here at the invitation of the Government of East Timor, and it does not take sides. But that's not how Dr Mari Alkatiri sees it. Whipping up the crowds in Dili today, he railed against the ISF.

He said the crowd was so small because oppressive security had prevented people from coming.

He says it's become a feature of the campaign. The foreign soldiers do have widespread support here, but it's clear that Fretilin is becoming increasingly hostile to their presence.

In East Timor, Brian Thomson, World News Australia.

Termina a campanha eleitoral para o segundo turno no Timor-Leste

EFE – 6 Maio 2007 - 05:51

Díli - A campanha para o segundo turno das eleições presidenciais terminou hoje no Timor-Leste, país que em 9 de maio deverá escolher entre José Ramos Horta, atual primeiro-ministro, e Francisco Guterres, candidato da governamental Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).

O fim da campanha foi protagonizado por Ramos Horta, que reuniu milhares de simpatizantes em Díli, a capital, enquanto Guterres realizou no sábado seu último ato eleitoral.

Ambos se transformaram nos dois únicos candidatos em disputa por serem os mais votados no primeiro turno, realizado em abril, mas sem que nenhum alcançasse mais de 50% dos votos, o necessário para ser declarado vencedor.

A campanha do segundo turno foi marcada por fortes acusações entre os dois candidatos, no passado unidos na luta contra o invasor indonésio.

Guterres pediu nesta semana a Ramos Horta que declarasse seu patrimônio, enquanto o primeiro-ministro acusou o candidato do Fretilin de comprar muitos de seus votos no primeiro turno. Além disso, Ramos Horta assegurou que Guterres e o Fretilin, partido que liderou a luta pela independência e que domina o arco parlamentar, recorreram às ameaças e às intimidações para conseguir votos.

Apesar de Guterres ter obtido a vitória no primeiro turno com uma pequena vantagem sobre Ramos Horta, os analistas prevêem agora um triunfo do primeiro-ministro graças ao apoio de cinco dos candidatos eliminados então.

No entanto, Guterres se agarra à forte presença do Fretilin nas áreas rurais do país.
As presidenciais precedem as eleições legislativas de 30 de junho, quando será escolhido o novo primeiro-ministro, e os dois processos são considerados fundamentais para a consolidação democrática do Timor-Leste.

Aritmética Pode Virar A Favor De Lu-Olo

Blog Timor Loro Sa’e Nação – 5 de Maio 2007
por: Malae Belu

Num universo de quase 523 mil eleitores recenseados votaram somente 395.127 cidadãos timorenses, nas eleições para a presidência da república, segundo informação do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral de Timor-Leste. Também, segundo este organismo, a abstenção rondou 24.5%, correspondendo a cerca de 127 mil eleitores que optaram por não participar no acto eleitoral – significando que quase um quarto dos eleitores timorenses não votaram.

A possibilidade de Ramos Horta cativar os abstencionistas não tem parecido visível nesta segunda volta das eleições e se algum dos candidatos o tem feito não restam dúvidas de que o trabalho e as intenções vão direitinhos para Lu-Olo e para a organização da Fretilin. Ramos Horta parece estar a contar com o ovo no cu da galinha, que é como quem diz: isto já está ganho e o resto é cantigas… Mas poderá não ser tão fácil quanto possa parecer.

Lu-Olo tem possibilidades aritméticas provavelmente superiores às do seu antagonista, se quisermos tomar em consideração umas dezenas de milhares de abstencionistas nestas eleições, que anteriormente votaram – sendo que a maior parte das abstenções provêm de eleitores da Fretilin, assim como certamente irá recuperar votos, entregues a Lasama e outros, de eleitores que não vêem com bons olhos José Ramos Horta.

Conseguir vencer Horta nesta recta final, não será tão impossível quanto querem fazer crer os “matemáticos” que desesperam por entregar o país de bandeja ao governo australiano e aos insaciáveis sugadores do petróleo do Mar de Timor e do Suai. Horta sabe perfeitamente que a aritmética não lhe é tão favorável quanto querem fazer crer. Horta, refugiando-se em atitudes picuinhas e queixinhas procura encontrar sempre razões para denunciar as “ilegalidades” cometidas pelos elementos da campanha de Olo, contando para isso com a ajuda dos militares australianos – que não estão cá para outra coisa – assim como de toda a “nata” da UN, começando por Athul Khare e acabando nos funcionários anglófonos que descaradamente fazem campanha a seu favor.

Aussies “Fabricam Acontecimentos” Contra A Fretilin

Correm neste momento "rumores" em Dili sobre um acontecimento passado no distrito de Ermera relacionado com uma deslocação do ministro da justiça e do vice-ministro do interior em que tropas australianas os abordaram e concluíram que nas suas viaturas existia armamento e cerca de três mil dólares em dinheiro. A ocorrência disso não passou e os militares nada mais fizeram, nada mais puderam fazer – por ser perfeitamente legal, membros do governo deslocarem-se acompanhados de seguranças devidamente armados e terem dinheiro.

No entanto, houve o "cuidado", por parte dos militares australianos, de divulgarem o facto, empolando-o, na tentativa de, mais uma vez, “fabricarem acontecimentos” que possam denegrir a Fretilin, o seu candidato presidencial e oferecer vantagens a Ramos Horta.

Na verdade, para quem está esclarecido e tem possibilidades para o fazer, estas atoardas acabam por ter efeitos contrários aos pretendidos e contribuírem ainda mais – se isso fosse preciso – para nos certificarmos de que Ramos Horta não é um candidato timorense à Presidência da República, mas sim um candidato australiano à Presidência Timorense e controle do país.

Nem é o caso de… no melhor pano cair a nódoa, porque só não sabe quem Horta é se não quiser!

A verdade é que Ramos Horta e seus apoiantes estão a ver a “boa vidinha” andar para trás e mal será – para todos nós – que entrem em desespero, pois nessa altura os “casos e rumores" vão-se multiplicar, a agitação e violência também.
Não se esqueçam dos Reinados!

Premiê do Timor não tem idéias próprias, acusa antecessor

Lusa Brasil – 05-05-2007 10:50:08

Díli, 05 Mai (Lusa) - O primeiro-ministro do Timor Leste, José Ramos Horta, que também concorre à Presidência do país em segundo turno marcado para o próximo dia 9, foi neste sábado criticado por adversários da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), no último grande ato de campanha desse partido para as presidenciais.

Na capital Díli, cerca de 300 pessoas estiveram no Parque da Independência para uma confraternização com o candidato Francisco Guterres "Lu Olo", também presidente do Parlamento.

O ex-premiê Mari Alkatiri (esquerda) foi o primeiro a discursar no evento da Fretilin, e previu um cenário político nebuloso para o Timor em caso de vitória da Ramos Horta para presidente. "Não acredito que o Timor Leste entre num beco sem saída, porque há sempre uma saída. O que pode ser é um país adiado por cinco ou dez anos. Ramos Horta é uma pessoa que não tem idéias próprias, não tem idéias sistematizadas", e que "hoje diz uma coisa, amanhã fala outra", afirmou Alkatiri. "Se o presidente for Ramos Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão (atual presidente), o país vai, sem dúvida, enveredar por um caminho de desenvolvimento que será insustentável, o que significa que daqui a 20 anos teremos uma nação completamente em ruínas", completou.

Oposição forte

Alkatiri, que deixou o Executivo timorense durante a crise político-militar de abril e maio do ano passado, disse também que o caminho de um governo de unidade nacional não é a melhor solução para o Timor, porque "não há democracia que sobreviva sem oposição".
Entre as críticas, Alkatiri disse também que o atual premiê timorense "já demonstrou não ter capacidade de gerenciar os interesses do Estado". "Quem, como primeiro-ministro, e com os poderes todos que tem, não conseguiu resolver os problemas não é como presidente que vai conseguir", destacou.

Sobre denúncias de compra de votos por parte de Ramos Horta, Alkatiri reafirmou ter provas e revelou novos dados e mensagens de celular que reforçariam sua tese. "Há uma mensagem onde se prometia uma moto a um coordenador da Fretilin que conseguisse mobilizar pessoas para votar em Ramos Horta".

"Falsas promessas"

"Lu Olo" explicou, por sua vez, que Ramos Horta "tem enganado as pessoas e feito promessas que não são cumpridas".

Francisco Guterres "Lu Olo", que conquistou 112.666 votos no primeiro turno das presidenciais timorenses (27,89% do total), aproveitou também para criticar seu adversário pelas "falsas declarações e acusações que faz contra a Fretilin" e contra sua candidatura. "Votar em mim é sinônimo de votar para a estabilidade e para a paz e para a consolidação do Estado democrático", acrescentou.

Lu Olo apela ao povo para não acreditar em promessas vazias



Díli, 06 Mai (Lusa) - O candidato da Fretilin às presidenciais timorenses apelou hoje ao povo para "não trocar um trabalho de cinco anos" do seu partido pelas "promessas vazias de pessoas que não deram provas", referindo-se a José Ramos-Horta.

Sem mencionar uma única vez na sua declaração o nome do seu adversário na segunda volta das eleições presidenciais que são disputadas a 09 de Maio, Francisco Guterres "Lu Olo" quis sublinhar diferenças para o Nobel da Paz e criticou o facto de Ramos-Horta se apresentar "como defensor dos pobres" e atacar a "Fretilin por não ter feito nada pelos pobres e vulneráveis".

"Peço aos eleitores para verificarem as evidências", afirmou "Lu Olo" para depois acrescentar que o actual chefe do Governo em exercício, Estanislau da Silva [Ramos-Horta regressa ao lugar de primeiro-ministro na segunda-feira], aprovou um pacote de assistência financeira para cada aldeia no valor de 10.000 dólares americanos.

"Este dinheiro vai para as pessoas, para desenvolver projectos de agricultura sustentados", disse "Lu Olo" ao salientar que "só foi possível disponibilizar este dinheiro no Orçamento deste ano por causa do fundo do Petróleo que tem actualmente 1.200 milhões de dólares norte-americanos segundo elementos da Fretilin.

Francisco Guterres "Lu Olo" acrescentou também que o "desenvolvimento é um direito do povo" e disse que a distribuição do dinheiro pelas aldeias (sucos) "não é caridade como, por exemplo, distribuir cobertores oferecidos por países estrangeiros", mas sim "transferir fundos legal e constitucionalmente de acordo com os direitos que o povo tem".

O candidato disse também que Timor-Leste não teria fundo do petróleo sem o seu partido e prometeu "ouvir" o povo e trabalhar em favor dos mais desfavorecidos se for eleito chefe de Estado. "Fizemos leis para dar assistência aos veteranos das Falintil e da Frente Clandestina, mas temos também que melhorar ajuda às viúvas, aos filhos e às filhas daqueles que morreram", afirmou o candidato.

Instado a explicar a razão do fundo de petróleo existir e continuarem a verificar-se problemas na sociedade timorense como o desemprego, ausência de infra-estruturas e desenvolvimento, o candidato considerou que tem sido desenvolvido algum trabalho, mas admitiu haver ainda muito por fazer.

Após a saída de "Lu Olo" da conferência de imprensa, a Fretilin emitiu ainda um comunicado do representante do candidato, José Fernandes, onde são acusadas as forças internacionais de estabilização estacionadas em Timor-Leste de terem "interrompido dois comícios da Fretilin" de apoio ao candidato presidencial.

"Os militares australianos agiram de forma brutal e de maneira intimidatória contra os nossos apoiantes", disse José Fernandes ao salientar que durante os dois comícios, a 03 de Maio em Ainaro e a 05 de Maio em Díli, foram utilizados helicópteros, tanques de guerra e forças armadas.

A campanha da segunda volta das presidenciais termina hoje estando agendada a votação para quarta-feira 09 de Maio e a tomada de posse do novo chefe de Estado, que irá suceder da Xanana Gusmão, para 20 de Maio
JCS-Lusa/fim

Perfis dos candidatos presidenciais, "Lu Olo" e Ramos-Horta

Díli, 06 Mai (Lusa) - O presidente do Parlamento, candidato da Fretilin, e o primeiro-ministro, candidato independente apoiado por cinco dos seis "derrotados" na primeira volta, são os dois adversários na segunda volta das eleições presidenciais timorenses que se realizam a 09 de Maio.
O sucessor do Presidente Xanana Gusmão será empossado a 20 de Maio, seis semanas antes das eleições legislativas marcadas para 30 de Junho. Os perfis dos dois candidatos, pela ordem em que aparecem no boletim de voto.

Francisco Guterres "Lu Olo" - 53 anos, natural de Ossú, Viqueque, na costa sul. Presidente do Parlamento Nacional.

Quando a Indonésia invadiu Timor-Leste em 1975, Francisco Guterres "decidiu fugir para o mato, onde viria a juntar-se ao pelotão comandado por Lino Olokassa, no Monte Perdido - Ossú", segundo a nota biográfica oficial do candidato presidencial.

Em Julho de 1976, Francisco Guterres foi nomeado vice-secretário da zona costeira Leste, em Matebian.

Nas duas décadas seguintes, ocupou diferentes cargos na resistência armada timorense, passando "mais de vinte anos sem entrar numa cidade ou vila", conforme refere o documentário "Nascimento de uma Nação" da cadeia ABC.

Em 1997, "Lu Olo" assumiu o cargo de secretário da Comissão Directiva da Fretilin, após a morte de Konis Santana.
No mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional da Resistência Timorense, onde "Lu Olo" ocupou vários cargos.

Francisco Guterres foi eleito presidente da Fretilin no primeiro congresso do partido, em Julho de 2001, e reeleito em Maio de 2006. Foi presidente da Assembleia Constituinte em 2001 e 2002.

"Como candidato da Fretilin, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passámos", declarou "Lu Olo" no seu manifesto de candidatura. Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana", dois líderes da Resistência que "Lu Olo" homenageou no seu comício de encerramento em Díli.

"Lu Olo" apresentou-se na campanha como "filho de gente humilde" e "católico praticante".
Na primeira volta, "Lu Olo" obteve 112.666 votos, ou 27,89 por cento.

O candidato do partido maioritário conta com o apoio de um dos outros sete candidatos presidenciais na primeira volta, Manuel Tilman, líder do Partido Kota (União dos Filhos Heróicos das Montanhas de Timor).

Manuel Tilman obteve 16.534 votos, ou 4,09 por cento, em sexto lugar no cômputo final da primeira volta.

José Ramos-Horta - 58 anos, nasceu em Díli.

Formado em Direito Internacional e membro fundador da ASDT e da Fretilin, partido que abandonou em 1989. Ramos-Horta é filho de um sargento português, natural da Figueira da Foz, deportado para Timor na sequência da Revolta dos Marinheiros em Lisboa contra o Estado Novo e a Guerra Civil Espanhola em 1936.

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Fretilin, após a declaração unilateral de independência de 1975, viveu no exílio em Portugal, na Austrália e nos Estados Unidos da América. Distinguido com o Prémio Nobel da Paz, com o bispo D. Xímenes Belo, em 1996, regressou a Timor após a consulta popular de 1999.

Chefe da diplomacia da RDTL desde 2002, assumiu o cargo de primeiro-ministro na sequência da demissão de Mari Alkatiri, em Junho de 2006. "Não faço oposição à Fretilin, nunca o fiz e não vou fazer", garante o primeiro-ministro", garante.

Candidata-se à Presidência sem o apoio da Fretilin. "Felizmente, não devo grandes favores a nenhum partido político. Não estou comprometido com ninguém. Apenas com este povo".
José Ramos-Horta é o candidato mais conhecido internacionalmente. Já disse várias vezes que a crise política e militar de 2006 o desviou de um processo adiantado de angariação de apoios para ser secretário-geral das Nações Unidas.

Foi no estrangeiro, diz, que terá reunido apoios e "pressões" para se apresentar a estas presidenciais, sobretudo na deslocação a Nova Iorque para o Conselho de Segurança de 12 de Fevereiro.

"Quer o I Governo Constitucional, quer o II, beneficiaram de apoios através de mim", sublinha ao falar das suas amizades "em Washington, em Nova Iorque, em Berlim, em Camberra, em Jacarta".

Internamente, o candidato sem partido apareceu ao lado de um veterano da luta, Cornélio Gama, aliás "L7", e do seu partido UNDERTIM (União Nacional Democrática da Resistência Timorense) e do movimento religioso Sagrada Família.
Outros partidos e cisões apoiaram José Ramos- Horta na primeira volta das presidenciais, como o grupo Mudança da Fretilin e o Partido Milénio Democrático.

Do programa de José Ramos-Horta constam várias medidas directamente dirigidas à Igreja católica, supostamente um dos seus apoios eleitorais: desde a inclusão de referências mais explícitas a Deus na Constituição, ou a atribuição de um subsídio anual de dez milhões de dólares a instituições religiosas, ou, a nível dos símbolos, o lançamento da campanha vestido com uma camisa estampada com Jesus Cristo.

Na segunda volta, cinco dos candidatos presidenciais das eleições de 09 de Abril apoiam expressamente José Ramos-Horta: Fernando "Lassama" de Araújo, do Partido Democrático, Francisco Xavier do Amaral, da Associação Social Democrática Timorense, Lúcia Lobato, do Partido Social Democrata, Avelino Coelho, do Partido Socialista de Timor, e João Carrascalão, da União Democrática Timorense.

Em conjunto, estes cinco candidatos representaram 186.639 votos, ou 68,02 por cento.
PRM/PSP-Lusa/fim

Nervosismo nos últimos dias da campanha eleitoral em Timor

Diário de Notícias, 06/05/07

LUÍS NAVES

A campanha eleitoral das presidenciais em Timor-Leste entrou na recta final. O candidato apoiado pela Fretilin, Francisco Guterres "Lu-Olo", realizou ontem o último comício em Díli e acusou o seu rival na segunda volta, José Ramos-Horta, de contar com apoio das forças internacionais estacionadas no país e de não defender os recursos energéticos.

Na véspera, "Lu-Olo", que ficou à frente na primeira ronda, com quase 28%, acusara o primeiro-ministro Ramos Horta de compra de votos. A votação realiza-se na quarta-feira.

No comício de ontem, que reuniu 300 pessoas no Parque da Independência (segundo a Lusa), o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, lançou duras críticas a Ramos-Horta e ao presidente Xanana Gusmão, que poderá tentar chefiar um futuro governo: "Não tenho dúvida de que se o presidente for Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, este país vai enveredar por um caminho de desenvolvimento insustentável, o que significa que daqui a 20 anos, teremos um país completamente em ruínas", disse o ex-governante.

Alkatiri foi vítima da grave crise política do ano passado, que motivou a intervenção de forças internacionais lideradas pelos australianos e provocou a queda do seu executivo. Segundo a Fretilin, o candidato rival tem apoio da força internacional (que não consegue deter o major Alfredo Reinado, o homem que esteve na origem da crise de 2006). Outra acusação é dirigida aos rendimentos de Ramos-Horta, que o primeiro-ministro recusa divulgar, alegando não ser exigência constitucional.

Foi o Governo de Alkatiri que negociou com a Austrália a partilha do petróleo no offshore ao largo de Timor. Isso valeu algumas centenas de milhões de dólares para a antiga colónia portuguesa, mas garantiu também pouca simpatia de Camberra pelos dirigentes da Fretilin. Os media australianos, aliás, têm centrado a cobertura da segunda volta sobretudo em José Ramos-Horta.

É difícil avaliar até que ponto será importante, nesta campanha, a discussão em torno da soberania timorense dos recursos petrolíferos, nomeadamente a decisão sobre o local onde será processado o gás natural do offshore conhecido por Greater Sunrise, com duas opções: Austrália ou Timor-Leste. Lu-Olo defende uma companhia nacional para explorar o gás natural do país e processamento do offshore em Timor. O primeiro-ministro quer deixar a decisão para o Banco Mundial.

A Fretilin acusou igualmente Ramos-Horta de estar a comprar votos, mas ainda não forneceu as provas que diz possuir, nomeadamente testemunhos de pessoas aliciadas. Os apoiantes de Ramos-Horta negam todas as acusações. O primeiro-ministro tem o mandato suspenso e está em acções de campanha fora da capital.

A alegação de apoio a um dos candidatos foi entretanto rejeitada pelo porta-voz das Forças de Estabilização Internacionais. A fonte garantiu que o contingente mantém uma "posição neutra e imparcial no processo" eleitoral. - Com Lusa

Diga-nos o que possui, Senhor Ramos Horta

Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente

FRETILIN

Comunicado de imprensa
6 Maio 2007


José Ramos Horta deve deixar de se esquivar de responder acerca dos beus bens pecuniários, disse hoje, José Manuel Fernandes, representante oficial do candidato presidencial da FRETILIN, Sr. Francisco Guterres Lu Olo.

"José Ramos Horta continua a não responder a importantes perguntas a ele dirigidas pelos representantes da sociedade civil e eleitores durante esta campanha eleitoral para que revele francamente todo o seu património", afirmou Fernandes.

"Lu Olo divulgou uma declaração detalhando todos os seus bens, mas Ramos Horta recusa-se a providenciar uma declaração por escrito justificando-se qua não o faz devido a ausência de legislação.

"É fácil fazer uma declaração por escrito e ele deve fazê-lo, tal como Lu Olo o fez".

"Lu Olo declarou há 12 dias atrás todo o seu património. Será que os bens pecuniários de Ramos Horta são tão extensivos e complicados que ele precisa de 12 dias para os descrever?

"Parece que Ramos Horta necessita de ser forçado por lei para ser transparente e honesto para com o seu povo".

Fernandes disse que, durante a luta pela independência, era crucial para as operações clandestinas da FRETILIN obter a confiança do povo.

"Nós conseguimos conquistar a confiança do nosso povo de tal forma que nunca fomos denunciados ao inimigo, inimigo esse com maiores poderes financeiros e bélicos. Lu Olo sobreviveu 24 anos na luta armada contando sempre com a confiança total do nosso povo."

"Um ambiente de total confiança foi construída entre pessoas – não porque o estado o exigia por lei".

"Apelo a Ramos Horta para que se comporte de uma maneira clara e transparente criando assim um precedente para os futuros candidatos na nossa jovem democracia.''

"Todas as vezes que é questionado acerca dos seus bens pecuniários, Ramos Horta distancia-se e fala de outros assuntos. Agora ele diz que só fará a declaração sobre os seus bens pecuniários se fôr regulamentada por lei , e se a auditoria fôr feita por uma autoridade reguladora".

"Esta é a prova evidente de total desconhecimento da função e natureza da declaração de bens pecuniários. Já vi declarações de bens pecuniários de outros países. Para dizer que é necessária auditoria é o mesmo que deitar fumo para os olhos".

Fernandes apontou como exemplo uma declaração de bens pecuniários do Governo Estatal de Vitória-Australia, de oficiais seniores do governo (cópia em anexo) que não exige auditoria.

Fernandes disse que Ramos Horta voltou a deitar fumo para os olhos ao insistir na mentira de que Lu Olo possuía uma "vila"em Ossu no valor de US$700,000.

"Qualquer pessoa que conheça a humilde casa da família de Lu Olo, concordará que é uma idiotice descrevê-la como sendo uma "vila".

"Não está pintada, não tem comodidades no interior , os quartos não tem portas e quanto às dimensões, é inferior a metade da luxuosa vila de Ramos Horta em Dili", afirmou Fernandes.


Para mas informações, contactar:
José Manuel Fernandes, Representante do candidato Lu Olo para as
eleições presidenciais, tel, (+670) 734 2174 (Dili)

Timorensemente correcto

Do Blog Bichos Carpinteiros:

Ontem a TSF, no seu noticiário das 12h, anunciou que um porta-voz da Fretilin acusava Ramos Horta de «comprar votos» na última campanha eleitoral e que teria videos comprovativos.

Tanto bastou para que aquela estação apresentasse uma entrevista com um responsável da campanha de Ramos Horta que explicou, com alguma candura, as pequenas ofertas que se podem fazer em situações dessas para mimar o eleitorado.

No fim a entrevistadora não resistiu e perguntou:«Mas o video pode ser manipulado?».

E lá veio a resposta óbvia...

posted by josé medeiros ferreira http://bichos-carpinteiros.blogspot.com/

Lu Olo anuncia medidas para proteger a soberania do petróleo

Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente

FRETILIN

Comunicado de imprensa
5 Maio 2007

O candidato presidencial da FRETILIN Francisco Guterres Lu Olo promoverá duas medidas para garantir que o povo de Timor-Leste obtenha o máximo de benefícios das reservas de gás e petróleo do país.

Lu Olo disse hoje que pretende que a exploração e o desenvolvimento do petróleo e do gás "onshore" sejam feitos por uma companhia nacional, e o gás proveniente do Greater Sunrise ("offshore") seja processado em Timor-Leste.

"Como presidente farei tudo que estiver ao meu alcance e de acordo com a constituição para assegurar que os recursos naturais de Timor-Leste sejam permanentemente explorados em benefício de Timor-Leste e do nosso povo", disse Lu Olo.

Lu Olo não concorda com o seu adversário Ramos Horta por ter afirmado que o gás do "Greater Sunrise" será ou não canalizado para Timor-Leste ou para a Austrália dependendo esta decisão do estudo por ele proposto ao Banco Mundial. Ramos Horta fez esta declaração numa conferência em que estiveram presentes os membros do governo, o presidente, os deputados e Timorenses da sociedade civil em Dili realizada no dia 13 de Abril de 2007(sexta-feira).

Lu Olo afirmou : Não concordo com este ponto de vista. Quem governa este país? Nós. A quem pertence a soberania deste país? Ao nosso povo. Que interesses deveremos salvaguardar? Os do noso povo.

"O Banco Mundial poderá providenciar ajuda técnica e financiamento, mas Timor-Leste como estado soberano decidirá o que fazer com a parte que nos pertence do Greater Sunrise. Eu porei sempre os interesses da nossa nação em primeiro lugar – foi para isso que lutámos árduamente, durante longos anos, pela independência".

Lu Olo disse que manifestou claramente a sua opinião ao governo de que a exploração e o desenvolvimento do petróleo e do gás "onshore" (em terra) deverão ser feitos por uma companhia petrolífera nacional.

"O governo tem vindo a informar-me sobre o projecto de lei para o estabelecimento de uma companhia petrolífera nacional, projecto este que já foi posto à consideração do público em geral. A criação desta companhia é também uma maneira de envolver investidores privados nacionais como accionistas..

"Criar uma companhia petrolífera nacional é uma maneira de garantir que exerçamos controle sobre os nossos recursos para o nosso povo. A outra maneira é controlarmos o processamento e uso dos recursos de modo a criar outras industrias e mais postos de trabalho. É também por isso que, como presidente, darei apoio total aos esforços do governo para trazer o gás do campo "Greater Sunrise" para o solo Timorense".

Lu Olo disse também que, como Presidente, iria sensibilizar o Parlamento para enquadrar as garantias e as medidas de transparência das leis do petróleo na Constitução da República, para salvaguardar a riqueza de Timor-Leste para as gerações futuras.

Lu Olo disse que a maioria parlamentar da FRETILIN e o Governo da FRETILIN fizeram todos os possíveis para assegurar que os recursos naturais, especialmente o petróleo, continuem sob o controlo do povo de Timor-Leste.

"A nossa Lei de Exploração do Petróleo foi aprovada sem nenhum voto contra e a Lei do Fundo de Petróleo foi aprovada unanimemente no Parlamento Nacional depois de terem sido sujeitas à consultas públicas" Isto indica que há consenso entre todos os partidos com assento no Parlamento e o povo em relação a estas leis. Prometo proteger o consenso alcançado nestas leis", afirmou.

„A Lei de Exploração de Petróleo de Timor-Leste foi amplamente aclamada por ser a mais moderna, mais transparente e progressiva lei no mundo, sendo coniderada "uma das melhores práticas a nível mundial"

"As leis salvarguardam direitos nacionais de propriedade e interesses nacionais providenciando garantias transparentes e apropriadas para o estabelecimento de uma Companhia Nacional de Petróleo (propriedade estatal ou mista) que participe em todas as operações de exploração

"Acompanhei de perto a elaboração das leis e o nosso concurso inaugural. O Governo manteve-me a mim e o parlamento sempre bem informados. Sei que o governo adjudicou contratos para exploração do petróleo no mar de Timor-Leste a companhias internacionais de grande reputação que participaram em concursos internacionais competitivos e transparentes''.

Timor:Forças Internacionais negam estar promover Ramos-Horta

Diário Digital/Lusa
05-05-2007 13:41:23

As Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estacionadas em Timor-Leste refutaram hoje estar a dar qualquer apoio à campanha de José Ramos-Horta em detrimento do candidato da Fretilin como acusa aquele partido político.

Em resposta a uma questão apresentada pela agência Lusa que deriva das acusações da Fretilin de que as forças internacionais, nomeadamente australianas, estariam na região leste do país a promover a candidatura de José Ramos-Horta em detrimento da de «Lu Olo», o porta-voz Ivan Benitez-Aguirre disse que as ISF «respeitam o processo democrático» de Timor e considera «inapropriado» qualquer comentário político.

«Respeitando a atenção que é dada ao processo eleitoral em Timor-Leste, as ISF não irão conceder qualquer entrevista durante a campanha eleitoral», refere, a resposta escrita, ao salientar também que os elementos daquela força «estão espalhados pelos vários distritos para apoiar o programa de segurança das eleições».

«As ISF mantêm uma posição neutral e imparcial neste processo e não fizeram nenhum comentário de apoio a qualquer candidato ou partido político», acrescenta a nota.

Relativamente a um caso em que a 28 de Abril em Ermera foi fiscalizada uma carrinha com 60 apoiantes da Fretilin onde foi encontrada uma arma artesanal e vários maços de dinheiro no valor global de cerca de cinco mil dólares e divididos com nomes de várias aldeias, as ISF recusaram qualquer comentário salientando que o caso está a ser investigado pela polícia das Nações Unidas pelo que «qualquer questão deverá ser dirigida àquela força».

Na sexta-feira, Mari Alkatiri negou numa conferência de imprensa que as forças internacionais tenham encontrado qualquer arma mas escusou-se a falar sobre o dinheiro.

A resposta de Ivan Benitez-Aguirre sustenta ainda que as ISF estão em Timor-Leste em resposta ao pedido de ajuda do Governo para apoio ao restabelecimento da paz e estabilidade no país e que é sua missão ajudar o Governo local e as Nações Unidas a «manter a estabilidade e assegurar um ambiente de segurança que permita aos timorenses resolver as suas diferenças de forma pacífica».

A segunda volta das eleições presidenciais timorenses disputam-se quarta-feira, 09 de Maio, entre os candidatos José Ramos-Horta e Francisco Guterres «Lu Olo».

Dos Leitores

Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "Fretilin acusa Ramos-Horta de comprar votos":

Acabei de ver no noticiário das 13 na RTP1 uma interessante peça com partes dos depoimentos que entregaram à CNE e fiquei a saber que às velhas o Horta dava arroz, aos velhos um ou dois dólares e que a um coordenador de distrito (salvo erro) prometeu uma mota!

A peça já está disponível também na Antena 1 mas só por Audio e não sei fazer a linkagem mas sugiro que a façam.

Ramos-Horta volta a ser o alvo das críticas da Fretilin

Diário Digital/Lusa
05-05-2007 13:26:33

O primeiro-ministro e candidato às presidenciais timorenses, José Ramos-Horta, foi hoje novamente o alvo principal das críticas da Fretilin na última grande acção de campanha do candidato do partido, «Lu Olo», em Díli.

Com cerca de 300 pessoas no Parque da Independência, o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri foi o primeiro orador da Fretilin a criticar o seu sucessor na chefia do Governo e considerou que se Ramos-Horta conquistar a presidência e Xanana Gusmão a chefia do Governo, Timor-Leste será um país adiado.

«Não acredito que Timor-Leste entre num beco sem saída porque há sempre uma saída. O que pode ser é um país adiado por cinco ou dez anos», afirmou Mari Alkatiri.

«Não tenho dúvida nenhuma que se o presidente for Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, este país vai enveredar por um caminho de desenvolvimento que será insustentável, o que significa que daqui a 20 anos teremos um país completamente em ruínas», disse.

Alkatiri, que abandonou o executivo timorense na crise política e militar de Abril e Maio de 2006, disse também que o caminho de um Governo de unidade nacional não é a melhor solução para Timor-Leste porque «não há democracia nenhuma que sobreviva sem oposição».

«Transformar o governo num mini parlamento é tornar o país ingovernável», afirmou ao questionar «quem faz oposição a quem se o governo é um mini parlamento?».

«Esse caminho é que é perigoso porque se há dois ou três partidos que se coligam e os outros fazem oposição é muito mais saudável do que ter todos no governo», considerou.

Na sua intervenção perante os apoiantes de «Lu Olo», Mari Alkatiri disse que José Ramos-Horta «é que é uma pessoa que não tem ideias próprias, não tem ideias sistematizadas» e que «hoje diz uma coisa, amanhã outra».

No rol de críticas, Alkatiri disse também que Ramos-Horta «já demonstrou não ter capacidade de gerir os interesses do Estado nestes últimos dez ou onze meses que esteve à frente do Executivo».

«Quem, como primeiro-ministro com os poderes todos que tem, não conseguiu resolver os problemas não é como presidente que vai conseguir», sublinhou.

Prosseguiu dizendo que o Prémio Nobel da Paz é também uma pessoa «sem grande solidez democrática», dando como exemplo a sua (de Ramos-Horta) intenção de «dar ordens ao Procurador», o que para Alkatiri demonstra a «sua vertente de ditador e de não estar preparado para ser presidente num Estado de Direito democrático».

Sobre a alegada compra de votos por parte de Ramos-Horta, Mari Alkatiri reafirmou ter provas e revelou novos dados e mensagens de telemóvel trocadas com o primeiro-ministro para quem reencaminhou um «sms onde se prometia uma moto a um coordenador da Fretilin que conseguisse mobilizar pessoas para votar em Ramos-Horta».

«O Ramos Horta reconheceu que a mensagem era dele e eu disse que tinha mais provas, mas que não queria fazer este tipo de acusações se ele não fizesse porque ele por tudo e por nada acusa a Fretilin de comprar votos, de comprar cartões de eleitor e de andar a intimidar as pessoas», afirmou.

Alkatiri reafirmou ainda a «intimidação» alegadamente feita pelas tropas australianas sobre as populações ao afirmarem que Ramos-Horta é melhor que «Lu Olo».

Ao dirigir-se aos seus apoiantes, «Lu Olo» explicou que Ramos-Horta «tem vindo a enganar as pessoas e a fazer promessas que não são cumpridas» e garante ter um compromisso que é para cumprir perante o povo.

Francisco Guterres «Lu Olo», que conquistou 112.666 votos na primeira volta correspondentes a 27,89%, aproveitou também para criticar o seu adversário pelas «falsas declarações e acusações que faz contra a Fretilin» e contra a sua candidatura que fazem uma campanha com «dignidade».

«Votar em mim é sinónimo de votar para a estabilidade e para a paz e para a consolidação do Estado democrático que queremos consolidar e defender a nossa soberania», disse.

«Lu Olo» afirmou também que Ramos-Horta e Xanana Gusmão «querem inverter posições» políticas, trocando de cadeiras de Estado e criticou as forças internacionais que actuam de forma deliberada para o prejudicar.

«Ainda outro dia em Ainaro as tropas australianas interferiram com ruído de helicóptero e depois tropas armadas no meio da população», disse, considerando ser uma clara «interferência» dos militares e acusando o seu adversário de ser solicitar essa interferência.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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