sábado, agosto 11, 2007

Grupos de jovens manifestaram-se em Viqueque e Baucau

Protestos contra novo Governo de Timor-Leste causam a morte a uma criança
Público, 11.08.2007 - 14h24 Reuters

Grupos de jovens armados incendiaram várias casas em Viqueque e Baucau, em protesto contra a nomeação do novo primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana. Num orfanato de Baucau, várias raparigas foram violadas, incluindo uma menina de doze anos. Em Viqueque, uma criança morreu durante os ataques que já estão a ser investigados pela polícia.

Segundo informou hoje Basilio Maria Ximenes, responsável pelo orfanato salesiano Don Bosco, na região Este de Baucau, uma multidão vandalizou e destruiu a escola primária daquele orfanato, destinado a crianças pobres. Várias alunas foram abusadas sexualmente, incluindo uma menina de doze anos, disse Ximenes.

Pedro Belo, chefe da polícia de Baucau, diz que já destacou uma equipa para investigar o sucedido e deter os responsáveis.

Em Viqueque, uma criança morreu durante os ataques, informou um porta-voz do Governo, Hermenegildo Pereira. Esta é a primeira morte conhecida desde o início desta onda de violência, na semana passada. Tudo começou quando o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta ter nomeado uma coligação liderada por Xanana Gusmão para governar.

A decisão de Ramos-Horta desencadeou protestos violentos de simpatizantes do antigo partido no Governo, Fretilin, que chama a si o direito de governar depois de ter conseguido a maioria dos votos nas eleições de 30 de Junho. A Fretilin considera a decisão de Ramos-Horta inconstitucional e apelou a um boicote ao novo Governo, que tomou posse na quarta-feira.

De momento estão em Timor-Leste três mil polícias e soldados estrangeiros para ajudar a restaurar a ordem.

“O primeiro-ministro Xanana Gusmão está muito desiludido com esta situação, na qual uma criança morreu, e com o que aconteceu ontem à noite no convento salesiano”, comentou Hermenegildo Pereira. “Isto envergonha-nos enquanto nação soberana que professa o cristianismo”.

As Nações Unidas afirmam que desde o início da violência já foram incendiadas 142 casas em Viqueque e Baucau. A polícia da ONU deteve quatro pessoas em Baucau. Anteontem em Díli, foram detidas outras 17.

Wannabe pumpkin farmer becomes E Timor's PM

ABC News

Posted Wed Aug 8, 2007 2:04pm AEST
Updated Wed Aug 8, 2007 2:16pm AEST

Story: Violence continues after Gusmao named as PM Related Story: Violence erupts as E Timor Govt announced Xanana Gusmao, the guerrilla fighter who shepherded East Timor to independence and was its reluctant president, has been sworn in as the tiny nation's new Prime Minister.

The grey-bearded and energetic 61-year-old has always insisted he has no passion for politics and would prefer to be farming pumpkins, but since East Timor's independence in 2002 he has never been out of the limelight.

Mr Gusmao stepped down after five years as president in May, having earlier this year set up a new political party aimed at wresting power from Mari Alkatiri, his long-time political foe, in June elections.

His National Congress for the Reconstruction of East Timor (CNRT) won 18 seats in the impoverished nation's 65-seat Parliament, trailing Dr Alkatiri's Fretilin party - of which he was once a member - by three seats.

But by tapping in to general disillusionment with Fretilin in the wake of deadly violence that blighted Dili in April and May last year, he cobbled together a coalition of parties that controls 37 seats in the Parliament.

President Jose Ramos Horta, who replaced Mr Gusmao in separate May elections, used his constitutional authority to rule that the coalition could form a government, as the law was unclear on who should lead under such a scenario.

Yesterday's decision evoked riots in East Timor's two biggest cities and a sharp protest from Fretilin, which will fight the decision in court.


Incarnations

The prime ministership is just the latest in a series of political incarnations for Mr Gusmao.

He was instrumental in East Timor's independence struggle, beginning with peaceful campaigning against Portuguese colonialists.

Indonesia's 1975 invasion saw him take to the hills to fight the occupiers, leaving behind his wife and children to become a guerrilla leader in a move that would cement his popularity for years to come.

The rebels, despite limited resources, managed to stretch Indonesia's military with small-scale attacks across East Timor.

But in 1992, Mr Gusmao was captured, accused of subversion and jailed. He continued to direct the resistance movement from behind bars in Jakarta, where he also painted and wrote poetry, earning him the sobriquet of the "poet warrior".

During his incarceration, Mr Gusmao began corresponding with the Australian who would become his second wife, aid worker Kirsty Sword, with whom he now has three children.

The downfall of Indonesian dictator Suharto ushered in a new era of democracy for Indonesia and saw Mr Gusmao freed in 1999, hours after his compatriots voted for independence in a United Nations-administered referendum.

He received a hero's welcome on his triumphant return to the capital, Dili.


Reluctance

Mr Gusmao has always publicly insisted he did not want to be president but pressure from colleagues led him to run for the post in 2002.

"I always said I would like to be a pumpkin farmer. It is still my dream," he said last year, before deadly unrest rocked Dili's streets.

"I never, ever wanted to be President."

Nevertheless, he continues to wield strong political influence.

Mr Gusmao threatened to resign last year during the unrest, which saw at least 37 people killed when factions of the military and police waged battles that degenerated into gang warfare. It was the worst violence since East Timor's formal independence in 2002.

His stance pushed Dr Alkatiri to step down but he did not emerge untarnished from the events himself, being accused of inflaming some of the violence with a long speech he gave amid the turmoil.

And despite his enduring popularity, there is some question about his ability to handle the demanding position.

"Few outside CNRT think that he would make a good Prime Minister because of his impatience with detail, among other things," the International Crisis Group said in a report earlier this year.

The think tank said Mr Gusmao's party had a poorly developed structure, no policies and little more going for it than its leader's charisma.

Após a nomeação de Xanana Gusmão

Violência e detenções em Timor
Correio da Manhã, 11/08/07

Os incidentes violentos que ocorreram em Timor-Leste após a nomeação de Xanana Gusmão para o cargo de primeiro-ministro resultaram na destruição de mais de cem casas nos distritos de Viqueque e Baucau, leste do país, segundo o porta-voz a polícia da ONU. Kudma Mascarenhas acrescentou que número ainda não determinado de pessoas abandonaram as suas casas, refugiando-se nas montanhas. Mais de 50 detenções foram efectuadas em Baucau pela Polícia Nacional de Timor-Leste e UNPOL.

Em Díli, foram feitas 17 detenções, todas relacionadas com apedrejamentos de viaturas civis e da ONU e confrontos entre grupos de jovens rivais. A Unicef receia que a violência ponha em causa o ano escolar, formalmente em curso desde o passado dia 6. Os incidentes em Timor estão relacionados com o impasse que rodeou a designação do primeiro-ministro, Xanana Gusmão. A Fretilin, vencedora das legislativas de 30 de Junho mas sem obter maioria absoluta, rejeitou e denunciou a escolha de Xanana como traduzindo um “golpe de Estado constitucional”.

Milhares de timorenses deslocados devido à violência que se seguiu à posse de Xanana Gusmão

Público, 11.08.2007
Jorge Heitor

Aumentou durante os últimos dias o problema das populações deslocadas em Timor-Leste, com mais alguns milhares de cidadãos a terem de se juntar aos cerca de 100.000 que já eram referenciados antes de o antigo Presidente Xanana Gusmão ter sido convidado a formar Governo com base na Aliança com Maioria Parlamentar (AMP), uma congregação de quatro partidos adversários da Fretilin.

Milhares de pessoas foram escorraçadas das suas casas pela violência e tiveram de procurar alojamento temporário em esquadras e em igrejas, declarou fonte policial timorense ontem citada pela imprensa australiana.

Grupos de agitadores incendiaram ou destruíram perto de 200 residências no distrito de Viqueque, obrigando a população a fugir para as montanhas, disse ontem à Reuters o comandante da polícia local, José de Carvalho.

A fundação de direitos humanos HAK, criada em 1997 por jovens intelectuais timorenses, pediu ao novo Governo que restaure a lei e a ordem, para que "o povo não continue a ser vítima das divergências entre os seus dirigentes".

Enquanto isto, o líder da bancada parlamentar da Fretilin, Aniceto Lopes, deu uma conferência de imprensa em que afirmou que "os senhores da AMP estão afectados pela loucura do poder, naquilo que ele tem de mais mesquinho e reles". E apostrofou em especial a atitude da ministra da Justiça, Lúcia Lobato, ao ter atrasado a saída para a Malásia do avião fretado em que viajava um antigo ministro do Interior (aliás seu tio), que fora libertado da pena que estava a cumprir a fim de ir ao estrangeiro receber assistência médica especializada. Rogério Lobato, antigo vice-presidente da Fretilin, "está seriamente doente", disse Aniceto Lopes, citando uma junta de três médicos que considerou essencial um acompanhamento clínico com recursos inexistentes em Díli.

The United Nations strongly condemns attack on UN convoy in Baucau

UNMIT

Dili, August 11 2007 - The Special Representative of the Secretary-General for Timor-Leste has strongly condemned those behind an attack on a UN convoy travelling from Baucau to Viqueque.

The ambush on three UN vehicles was perpetrated by a group of people between the villages of Fatumaka and Gariuai. Personnel travelling in the convoy included four UNPol officers, two national police of Timor-Leste (PNTL) officers, an UNPol language assistant, two national staff members and an NGO worker.

During the incident, which involved stone throwing and reported gunshots at UN vehicles, one UNPol vehicle was also set ablaze by the criminal elements. There were no injuries.

SRSG Atul Khare has insisted that the perpetrators be brought to justice, and condemned all those involved in the incident including those who may have inspired it.

Mr Khare recalled that the United Nations and the international community are here to assist the Timorese people, and, having been through difficult times before in this country, will not be deterred by a few criminal elements who by their ill-considered actions are trying to tarnish the good name of the majority of Timorese.

UNPol continues to work with the Government, the F-FDTL and ISF to restore law and order in the area.

However, UNPol also recommends that members of the public should not travel on the road between Baucau and Viqueque till further notice.

Tumultos Anti-ANZAC alastram em Timor-Leste

AUTOR: Blog READING THE MAPS
Traduzido por Alexandre Leite (http://tlaxcala.es/pp.asp?reference=3562&lg=po)

Houve tumultos nas duas maiores cidades de Timor-Leste, quando os opositores do novo Primeiro-Ministro Xanana Gusmão enfrentaram a polícia e os soldados da Anzac [Forças armadas da Austrália e Nova Zelândia]. O partido de Gusmão, o Congresso Nacional para a Reconstrução Timorense (CNRT), obteve apenas 22% dos votos nas eleições parlamentares do mês passado, ficando atrás da sua rival Fretilin. Gusmão conseguiu tomar o poder nesta semana devido a uma intervenção do seu aliado, Presidente José Ramos-Horta, que invocou uma cláusula da Constituição de Timor-Leste que lhe deu o poder para decretar o governo.

Os activistas da Fretilin ficaram indignados pela acção de Horta, insistindo que o seu partido tem o direito de formar uma administração porque teve o maior número de votos e o maior número de lugares no parlamento. O líder da Fretilin, e antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, disse ao jornal Sydney Morning Herald que “As pessoas estão realmente frustradas… elas votaram na Fretilin, na esperança que a Fretilin governasse o país e, de repente, com uma forma de interpretação da constituição, o segundo partido foi convidado [a formar governo].”

A agitação começou depois de protestos na capital Dili e na cidade da zona leste Baucau, quando confrontados com a polícia e soldados da Austrália e da Nova Zelândia. Recusando as ordens de dispersão, os manifestantes, que entoavam “Abaixo John Howard! [Primeiro-Ministro da Austrália]” e empunhavam cartazes denunciando Horta como uma marioneta australiana, construíram barricadas com pneus a arder e lançaram pedras à polícia e aos soldados. As tropas australianas abriram fogo depois de alguns jovens terem partido as janelas dos seus veículos perto do campo de refugiados pró-Fretilin de Comoro, nas redondezas de Dili. O campo tem sido um foco de protestos anti-ocupação desde que as tropas australianas mataram dois dos seus residentes a 22 de Fevereiro. A embaixada australiana foi atingida por pedras, e em Baucau um edifício associado à ONU foi incendiado. Os manifestantes atacaram veículos armados da Nova Zelândia em ambas as cidades.

Não é surpreendente que os manifestantes tenham decidido exprimir a sua raiva contra o governo ilegítimo de Gusmão, atacando as forças e propriedades da Anzac. Já há mais de um ano que a administração de John Howard tem vindo a interferir de forma flagrante nos assuntos timorenses em nome dos seus aliados Gusmão e Horta. No primeiro semestre de 2006, o governo de Howard fez uma campanha para desestabilizar o governo de Alkatiri, da Fretilin, dividindo as forças armadas e a polícia, financiando manifestações anti-seculares da poderosa Igreja Católica do país, e espalhando os medos anti-muçulmanos e anti-comunistas contra Alkatiri. O resultado foi uma onda de violência que foi usada para pressionar a Fretilin a concordar com o envio de uma ‘força de manutenção de paz’ da Anzac com soldados e polícia.

Howard usou as forças de segurança para garantir a demissão de Alkatiri e colocar Horta no seu lugar como Primeiro-Ministro provisório. Em resposta, Horta elogiou profusamente a política externa australiana e norte-americana e assumiu uma atitude muito mais conciliadora com os planos de expansão da exploração australiana de campos de petróleo na Timor Gap. Mas a estabilidade política e social mostrou-se difícil de ser restaurada, e em Fevereiro e Março últimos a agitação atingiu Dili, na resposta à morte de civis timorenses por tropas Anzac que tinham sido mobilizadas contra os inimigos de Horta. Durante as eleições presidenciais e parlamentares deste ano, as tropas Anzac foram várias vezes utilizadas para enfrentar os opositores a Horta e Gusmão, da Fretilin. Quando John Howard visitou Dili no final de Julho para dar o seu apoio ao governo de Gusmão, defrontou-se com protestantes que exigiam o fim da presença da Anzac no seu país. Os novos tumultos em Dili e Baucau mostram simplesmente quão alargada se tornou a oposição à ocupação.

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Fonte: http://readingthemaps.blogspot.com/2007/08/down-with-john-howard-anti-anzac-riots.html

Artigo original publicado a 8 de Agosto de 2007.

Aust commander says violence controlled in E Timor

ABC News
11.08.2007

Posted 5 hours 35 minutes ago
Updated 5 hours 27 minutes ago

Audio: Worst of the violence done: Australian defence forces in East Timor (AM) Security forces in East Timor believe they have brought the worst of the recent violence under control, but there has been significant damage to buildings and homes.

United Nations (UN) police are still assessing the scale of destruction in the country's east, where angry mobs have burned hundreds of homes, destroyed schools and set up roadblocks.

Anecdotal reports suggest villagers have fled their homes and Australian forces commander Brigadier John Hutcheson says extra troops have been sent to the east.

"Most activities they have done whilst they've been across there is assist in opening the roads up, and [removing] the burnt tyres and some of the logs that have been cut across the roads," he said.

"They've assisted in putting out some of the fires and they've also obviously assisted in calming down some of the demonstrations."

Brigadier Hutcheson says he is now confident the country will remain calm for the near future.

Um regime fabricado na Austrália

Tradução da Margarida:

WSWS - 10 Agosto 2007

Gusmão nomeado primeiro-ministro de Timor-Leste
Por Richard Phillips

Protestos e desordens iradas irromperam esta semana em Timor-Leste depois de o Presidente José Ramos-Horta ter nomeado Xanana Gusmão primeiro-ministro. O gabinete de 12 membros de Gusmão inclui José Luís Guterres como vice-primeiro-ministro. Guterres desafiou o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkitiri para a liderança da Fretilin no ano passado lidera agora uma facção em saída da organização.

Mais de 70 pessoas oram presas durante os protestos, principalmente na capital Dili e em Baucau, na Segunda e Terça-feira. Tropas Australianas e polícia das Nações Unidas dispararam centenas de granadas de gás lacrimogénio e de balas de borracha durante os confrontos de rua.

Alguns manifestantes cantavam “Abaixo John Howard” e exigiam um governo da Fretilin, enquanto começam a aparecer cartazes nos campos de deslocados de Dili a acusar Ramos-Horta de ser uma marioneta dos governos Australianos e dos USA.

A Fretilin declarou imediatamente que o governo é “inconstitucional” e ameaçou derrubar a nomeação de Gusmão por meios legais. De acordo com a constituição de Timor-Leste, à Fretilin, que ganhou 21 lugares nas eleições de Junho e é o maior partido no parlamento de 65 membros, deve ser dada a primeira oportunidade para formar governo.
O CNRT de Gusmão, que ganhou 18 lugares nas eleições nacionais, afirmou, contudo, que tinha o direito de governar depois de ter formado uma aliança pós-eleitoral com a ASDT o PD. Isto deu ao bloco 37 lugares no parlamento.

Depois de negociações falhadas que envolveram a Fretilin e a coligação do CNRT, as conversas não resultaram ao fim do mês Ramos-Horta nomeou Gusmão em 6 de Agosto, primeiro-ministro.

O governo de Howard felicitou imediatamente o novo governo mas deixou claro que as quase 1,000 tropas do contingente de Canberra e os polícias permanecerão no país numa base de longo prazo. O Departamento do Estado dos USA emitiu uma declaração saudando as “eleições legislativas e presidenciais pacíficas, livres, e correctas”, ao mesmo tempo que Washington disse que assistirá Gusmão em “responder aos desafios em frente”.

O regime de Gusmão não o resultado de um processo eleitoral “livre e correcto” mas o resultado final da campanha política do governo de Howard contra o antigo governo da Fretilin que estava no poder em Timor-Leste desde a independência formal em 2002.

Canberra assegurou a parte de leão dos substanciais recursos offshore de gás petróleo d Timor-Leste no Mar de Timor, e tem intervido sistematicamente para bloquear qualquer desafio à sua dominação política e económica da pequena nação .

Quando Alkitiri e a antiga administração liderada pela Fretilin, que temporariamente tentou assegurar apoio económico e diplomático da China e Portugal, forçou algumas concessões da Austrália durante novas negociações sobre os recursos de gás no princípio do ano passado , Canberra reagiu com fúria.

Em Maio de 2006, o governo de Howard apoderou-se dos motins que irromperam em Dili como pretexto para enviar barcos da armada e tropas para o país para “restaurar a calma”. Ajudados e amimados pelos media Australianos, Horta, Gusmão e o clero de Timor-Leste, Canberra lançou uma campanha de truques sujos contra o Primeiro-Ministro Alkitiri para forçar a sua resignação como primeiro-ministro e mina o governo da Fretilin (ver “HHowAAustralia orchestrated ‘regime change’ in East Timor”).

Enquanto o governo Australiano dissimuladamente afirma que não teve nenhuma influência na nomeação do governo do CNRT de Gusmão, no final do mês passado e no meio deste braço de ferro pós-eleitoral, Howard subitamente visitou Timor-Leste e encontrou-se com Ramos-Horta.
O primeiro-ministro Australiano disse aos jornalistas que planeava também encontrar-se com Gusmão, descrevendo-o como o “provavelmente próximo primeiro-ministro”. Declarou também que as tropas Australianas se manterão em Timor-Leste por tanto tempo quanto Canberra entender.

Regime instável

Ramos-Horta e Gusmão são lambe-botas experimentados e testados do imperialismo Australiano. Mas mantém-se preocupações no seio da elite governamental Australiana sobre se o frágil novo governo pode conter as crescentes tensões sociais e políticas causadas pelo aprofundamento da pobreza, desemprego e oposição popular à dominação económica da Austrália.

Antecipando uma reacção explosiva à nomeação de Gusmão , Ramos-Horta encontrou-se com responsáveis da PNTL e das F-FDTL uma semana antes do anúncio do novo governo.

Ramos-Horta disse ao comandante da PTNL Afonso de Jesus que a polícia tinha de “permanecer neutra” enquanto o comandante F-FDTL Brigadeiro Taur Matan Ruak disse aos media estar ponto para “seguir as instrucções dadas pelo líder que dirigir esta nação”.

Ao mesmo tempo o Brigadeiro Australiano John Hutcheson substituiu o Brigadeiro Mal Rerden como responsável da chamada Força Internacional de Estabilização em Timor-Leste.

Hutcheson tem relações próximas com as forças militares Timorenses e serviu no país como “conselheiro de defesa” em 2001. Mais significativamente, liderou a componente militar da Missão d Assistência Regional da Austrália para as Ilhas Salomão (RAMSI), que tomou o controlo das maiores instituições do país —polícia, tribunais, prisões, media e departamento da defesa — em 2003.

Os media Australianas previsivelmente responderam ao novo governo e ao rebentar dos motins com louvores a Ramos-Horta e Gusmão como “democratas” e “amados lutadores da liberdade”, combinados com denúncias da Fretilin e Alkitiri.

Greg Sheridan, editor de política estrangeira do jornal de Murdoch, Australian, emitiu um ultimato à Fretilin, declarando que tinha de decidir se era “uma milícia armada ou um partido político respeitável ”. Isto exigia que a organização aceitasse o novo governo e disciplinasse os seus apoiantes descontentes, escreveu .

Do mesmo modo, um editorial no Sydney Morning Herald,descaradamente acusou a Fretilin de se a “maior fonte de instabilidade” no país. “Devemos tentar assegurar que Timor-Leste não se torna noutra Ilha Salomão, ou Papua Nova Guiné. A Austrália não precisa de outro Estado falhado como vizinho.”

A etiqueta “Estado falhado” tem-se tornado o pretexto para cada acção de agressão política e militar pela Austrália em Timor-Leste e no Pacífico do Sul na última década .

Isto foi ainda mais sublinhado pelo Ministro dos Estrangeiros Downer num discurso de fundo sobre política estrangeira em Canberra na Quarta-feira à noite. Downer especificamente nomeou a China e Taiwan como os rivais maiores na região e enfatizou que a Austrália não hesitará em montar mais intervenções militares para manter a sua dominação .

Afirmou que o aumento da presença da China e a sua competição com Taiwan como dadora no Pacífico do Sul, estava a minar as tentativas Australianas para estabelecer “boa governação” — uma frase de código para submissão política dos governos do Pacífico do Sul e Timor-Leste aos ditames Australianos.

Downer denunciou também os que criticam as violações Australianas da soberania nacional na região. O “grito d soberania”, declarou, estava a ser usado como uma “cortina de fumo” para “distrair a atenção de comportamentos corruptos e ilegais”.

A intimidação neo-colonial de Canberra sublinha ainda mais as questões em jogo para o governo Australiano e para os seus apoiantes dos grandes negócios.

Quando s intensifica a competição entre poderes regionais para recursos valiosos e posições estratégicas, o imperialismo Australiano não pode tolerar nenhuma tentativa por nenhuma secção das elites no poder em Timor-Leste e no Pacífico do Sudoeste em desenvolver alternativas económicas e alianças políticas .
Enquanto a Fretilin e Alkitiri continuam a denunciar Ramos-Horta e Gusmão, não têm nenhumas diferenças fundamentais com o novo regime. Como tal, têm trabalhado para bloquear e dissipar qualquer oposição de massas que ameace sair fora do controlo oficial. Alkitiri recuou ao tentar acomodar-se ele próprio com o CNRT, oferecendo apoiar Gusmão como primeiro-ministro se ele formasse um governo de coligação com a Fretilin.

No poder desde 2002, a Fretilin manteve um regime pró-negócios, implementando os ditames do Fundo Monetário Internacional e o mesmo tipo de programa de mercado livre como os abraçados por Ramos-Horta e Gusmão. Não tem nenhuma solução progressiva para os imensos problemas sociais que arruínam Timor-Leste,um dos países mais pobres no mundo, onde quase metade da população vive abaixo da linha de pobreza. Seis anos depois da chamada “independência”, o rendimento médio é d 55 US cêntimos por dia, o desemprego é de 40 por cento e a expectativa de vida está abaixo dos 57 anos de idade.

Que Estado para Timor?

Portugal Diário – 2007/08/09 - 16:13
Luísa Melo

A democracia não coloca no poder quem perdeu as eleições. E depois há outra vez violência nas ruas. E se não está nas ruas está latente. Este jovem Estado de Timor, a ser um Estado, é um Estado de Sítio.

Um mês e meio em Timor-Leste não deu para perceber quase nada de um país que continua à procura, ele próprio, de se perceber. É certo que foi em 2001, quando todas as esperanças eram válidas, quando acreditar era o caminho desejado e nem queríamos ouvir alguns alertas nem algumas atitudes que não conseguíamos entender, mas explicávamos tão-somente que se tratava de uma cultura diferente.

Sim, de facto, há coisas muito diferentes. E se os relatos de sobrevivência, de luta, de morte, de como se ultrapassa a morte de muitos filhos crianças, bebés até, me impressionaram e me marcaram, outros factos também se colaram na memória, no (des)entendimento: que as catanas, por exemplo, não servem só para apanhar fruta e que se usam por dá cá aquela palha, transformando a vida numa coisa com muito pouco valor; que as mulheres são as primeiras a acordar e as primeiras a deitarem-se e são elas, novas e velhas, que, vergadas pelo peso, quase com a cabeça a tocar nos joelhos, transportam todas as cargas possíveis sob o olhar vigilante dos maridos.

Podia falar de muitas outras coisas sobre as mulheres timorenses, podia falar até de uma alta autoridade timorense que, incomodado com as perguntas de uma jornalista, lhe respondeu que ela devia estar em casa a lavar a louça... Sim, podia falar muita coisa, mas seria sempre um olhar ocidental sobre um país do outro lado do mundo, ainda que tenha sido português, ainda que falem português (alguns), ainda que estejam lá muitos portugueses.

Quem está de fora tem, muitas vezes, dificuldades em conter as lágrimas ao ouvir o que viveram, ao perceber como vivem, mas quem lida com tudo na pele até se esquece do que isso é. Choram as mulheres. Que conseguem sempre encontrá-las no fundo da alma. Choram porque não vislumbram solução para um Timor de paz. Se, no início de 2001, já depois do referendo e com a chegada dos primeiros militares portugueses ao território, se queriam esquecer as lágrimas e o olhar vago as substituía, em 2007, elas voltam a saltar. Há esperança? Ou melhor, há esperança para além das orações católicas e fervorosas?

Xanana Gusmão personificava essa esperança, essa união do povo, a força de vontade de ultrapassar a ocupação indonésia e, uma vez auto-determinados, avançarem para o bem-estar e para a felicidade dos timorenses.

Mas isso de ser feliz, lá como cá, tem muito que se lhe diga. E a pessoa que antes era um símbolo de união é hoje um factor de divisão. De ex-Presidente da República passou a primeiro-ministro.

Talvez o que sempre desejou. Mas não ganhou as eleições. A maioria dos timorenses queria outro primeiro-ministro. Não é assim a democracia. A democracia não coloca no poder quem perdeu as eleições.

E depois a violência. Outra vez a violência nas ruas. E se não está nas ruas está latente. Este jovem Estado de Timor, a ser um Estado, é um Estado de Sítio.

Officer becomes UN's top cop

The Australian – August 10, 2007
Mark Dodd

One of the nation's most highly regarded police officers, Andrew Hughes, is to become the UN's top cop.

His two-year appointment as police adviser to the world body's Department of Peace Keeping Operations begins next month. The prestigious appointment caps a glowing 30-year career with the Australian Federal Police.

Assistant Commissioner Hughes will be in charge of co-ordinating police involvement in UN peace efforts but he will also be charged with overseeing procedures and improving standards among UN police. The AFP is deployed on UN missions in East Timor and Solomon Islands. Its international profile will be boosted next year when a 1200-strong force to serve in overseas trouble spots reaches full strength.

AFP Commissioner Mick Keelty said Mr Hughes's appointment reflected his high standing within the international law enforcement community. "Andy is a very experienced police officer and I'm very happy for him," he said.

"He has served with distinction and his 3 1/2-year tenure as commissioner of the Fijian police demonstrated his commitment to principled law enforcement."

Mr Hughes is probably best known by Australians for being hounded out of Suva by Fiji's military rulers last year because of his no-nonsense approach to upholding law and order.

Australia has had several army officers serving in senior UN posts but few police.

Mr Hughes is the first Australian police officer to hold the top UN job.

His police career began in the ACT in 1977 and he has since risen to international levels of policing, specialising in investigations management. In the mid-1990s, Mr Hughes was based in London as the AFP's liaison officer.

He became an AFP assistant commissioner in 2000 and was given the task of overseeing major national and international operations before transferring to ACT policing at the end of 2001 as deputy chief police officer.

Between 2000 and 2002, he also served as a member of the Interpol executive committee. He moved to Fiji on secondment in 2003 - an appointment that was terminated following the military coup of December 5, last year.

Mr Hughes is married with four sons.

NOTA DE RODAPÉ:

Das Fiji para Timor-Leste. Cada vez mais parecenças...

Virtuosa Lúcia só pecou por obediência ao demente!

Blog Timor Lorosae Nação – 9 de Agosto de 2007
por: Gonçalo Tilman Gusmão

Iniciativa não foi da ministra mas de Xanana

Contrariando a minha grande e querida amiga Ana Loro Metan, assim como muitos dos amigos que nos lêem, decidi aqui vir manifestar a minha opinião sobre o triste incidente relacionado com a atitude rocambolesca e vingativa – própria de seres menores, irracionais e desumanos – da imberbe ministra dita da Justiça, Lúcia Lobato.

Meus amigos, isto é mesmo prepotência e mesquinhez eivada de vinganças primárias de indivíduos praticantes da pior cultura indonésia que durante décadas prevaleceu no nosso país e, tudo indica, ainda prevalece.

Poderá Ana Loro Metan saber de muitas das virtudes de Lúcia Lobato. Poderá Lúcia Lobato ter tido todas as virtudes referidas… mas estou certo de que não tarda que Ana se “atire” a Lúcia nas prosas que aqui continuará a partilhar connosco. Não ponho dúvidas sobre a opinião de Ana em relação à jovem que conheceu mas já ponho muitas dúvidas em relação a quem é actualmente Lúcia Lobato. Certamente que uma pessoa muito diferente da que Ana conheceu.

Garanto-vos que sei que a iniciativa de todos estes incidentes não partiu de Lúcia mas sim de superiores seus. Não é por acaso que os deputados da Fretilin referem que ela agiu deste modo para agradar aos chefes – por certo que sabem muito mais que eu. Desde quando Xanana Gusmão admitiu que um subordinado seu lhe dissesse que não? Poderá fazê-lo… mas sofrerá as consequências mais tarde ou mais cedo, logo que possível.

Aquilo que se passou foi a prova de que este governo vai fazer “correr sangue” aos adversários.

Essa é a vontade do chefe, da mentalidade doentia do chefe. Iremos assistir a cenas de perseguição muito tristes e prejudicais para a implementação da democracia neste nosso país que tem um PR que não quis crer no evidente: nomeou o pior primeiro-ministro que podia. O despotismo instalou-se no Poder pela mão de Xanana Gusmão e de todos os “sim-senhor-ministro” que tudo farão para lhe agradar.

As depurações na Administração Pública estão a começar já hoje, as perseguições políticas vão começar a ser tão flagrantes que Horta vai arrepender-se muito rapidamente da enorme asneira que cometeu ao empossar este IV Governo Constitucional. Todos teremos oportunidade de nos apercebermos disso, infelizmente.

A posse dos ministros-funcionários

Blog Página Um – 9 de Agosto de 2007
António Veríssimo

Em Timor-Leste aconteceu o previsto e o imprevisto mas voltou a ser provado que o governo de Xanana Gusmão, agora empossado, vai conseguir pôr aquele país a ferro-e-fogo ainda mais de que aquilo que já está.

Era completamente previsível que Horta tomaria a decisão favorável ao planeado anteriormente com Xanana - ele próprio chegou a referir numa entrevista, sobre Xanana, que "ele é um bom homem" e dará "um bom primeiro-ministro".

Mais palavras para quê?

. O acordo era trocarem de funções e assim aconteceu, independentemente de Xanana como Presidente da República ter sido um incompetente, um golpista para continuar no Poder ao serviço de algo que ele persegue obstinadamente mas que indicia ser alheio aos interesses dos timorenses sem escola, sem casa, sem emprego, sem saúde mas com um estatuto sub-humano que muitos procuram conseguir que desconheçamos ou ignoremos.

Verdade seja dita que existiram erros de palmatória cometidos por parte do governo Fretilin... mas que foram agravados pelo golpe de estado de Xanana, um golpe a que chamam crise de 2006 mas que começou muito antes e onde a retrógrada Igreja Timorense com os seus anafados bispos teve um papel preponderante.

Como PR, na altura, ele só tinha de saber que fazer para minimizar o que pudesse considerar errado por parte do governo Fretilin e aguardar por eleições para então procurar forçar a que fosse corrigido o que estava errado.

Em vez disso fomentou divisões e ódios que levaram a confrontos físicos e destruições com um saldo de dezenas de cadáveres e centenas de casas destruídas, a cerca de 200 mil refugiados/deslocados - dos quais ainda existem metade - a uma instabilidade latente por si instalada mas que da qual faz não ser o protagonista-mor.

Assim, o que legitimamente apetece perguntar é como será possível que um individuo que não olha a meios para atingir os seus fins poderá um ano e meio depois ter mudado tanto que agora será útil aos timorenses, ao país?

Quem poderá acreditar nisso?

Lúcia Lobato versus Rogério Lobato

Por responsabilidade do recem-empossado Governo de Xanana, ás dezenas de cadáveres atrás referidas, esteve ontem quase a somar-se mais um. Só por esta "estreia" governamental xananista deu para perceber que o respeito pela vida é coisa de que o "herói da farinha amparo" está isento.

Rogério Lobato, ex-ministro do governo de Mari Alkatiri, está a cumprir na prisão de Becora uma pena relativa a distribuição de armamento e assassinatos. Mas Lobato tem sérios problemas cardiacos que só em Kuala Lumpur, na Malásia, podem ser tratados - o que acontece frequentemente.

Por isso saber, o tribunal deu autorização para que se deslocasse à Malásia, caso contrário vai desta para os anjinhos, mas eis que quando o recluso já estava no avião, prestes a levantar voo, foram dadas instruções à torre de controle para que suspendesse as operações de descolagem. Quem o fez? Uma ministra da justiça desesperada por apresentar serviço. Uma ministra que obediente ao seu chefe de governo nem deixou que a tinta da sua assinatura secasse na declaração de juramento de posse pegando no telefone e agindo em desobediència a uma emanação dos tribunais e dos relatórios médicos, desumanamente.

Exercendo o Poder Absoluto do Chefe, à revelia dos preceitos democráticos e da obediência à Constituição que havia acabado de jurar cumprir, o ditador Xanana mostrou a sua "raça" segundos depois da posse.

Isto seria sintomático para Ramos Horta, enquanto PR, sobre aquilo que está a fazer a Timor-Leste mas não valerá de nada esperar que aconteçam correcções favoráveis ao exercício da democracia em Timor.

Horta está a provar que não passa de um mainato de Howard e do Tio Sam que em busca de alguma sustentabilidade para o país vai cedendo às pressões que cada vez mais o estão a pôr na rota daqueles a quem ele há muitos anos, na sua juventude, considerava vende-pátrias.
Quanto a Lúcia Lobato, a ministra-funcionária de Xanana, vale a importância acrescentar que é familiar do ex-ministro Rogério Lobato mas que nem isso a coibiu de ser servil ao chefe e não respeitar a separação entre o poder político-governativo e o poder-judicial. Uma lástima. No final, depois de tanto atropelo, tanto aparato, tiveram de se render à evidência e deixar o doente-recluso voar para os cuidados de saúde imprescindíveis na Malásia. com quase 24 horas de retenção.

Uma pergunta se impõe: se o coração de Rogério Lobato ali falhasse de quem seria a responsabilidade? Ou esse era o objectivo?

Outra pergunta: esta zelosa ministra-funcionária de Xanana como vai proceder com Alfredo Reinado? E com todos os outros da pandilha do chefe?

Pois é, aquilo a que se assistiu foi à posse dos ministros-funcionários de Xanana Gusmão, prontos a obedecer e exercer as vinganças e a mesquinhez doentia do chefe com o beneplácito de um Presidente da República - por troca de funções - a quem Nobel devia retirar o nobel!

A regime made in Australia

WSWS - 10 August 2007

Gusmao appointed East Timor’s prime minister
By Richard Phillips

Angry rioting and protests erupted in East Timor this week after President Jose Ramos-Horta appointed Xanana Gusmao as prime minister. Gusmao’s 12-member cabinet includes Jose Luis Guterres as deputy prime minister. Guterres challenged former Prime Minister Mari Alkitiri for the leadership of Fretilin last year and now heads a breakaway faction from the organisation.
More than 70 people were arrested during the protests, mainly in the capital Dili and Baucau, on Monday and Tuesday. Australian troops and United Nations police fired hundreds of tear-gas shells and rubber bullets during street clashes.

Some demonstrators chanted “Down with John Howard” and called for a Fretilin government, while banners accusing Ramos-Horta of being a puppet of the Australian and US governments began appearing in Dili refugee camps.

Fretilin immediately declared the government “unconstitutional” and threatened to have Gusmao’s appointment overturned by legal action. According to the East Timor constitution, Fretilin, which won 21 seats in the June elections and is the largest single party in the 65-member parliament, should have been given the first opportunity to form a government.
Gusmao’s National Congress for the Reconstruction of East Timor (CNRT), which won 18 seats in the national ballot, claimed, however, that it had the right to govern after it formed a post-election alliance with the Association of Timorese Democrats-Social Democrat Party (ASDT) and the Democratic Party (PD). This gave it a bloc of 37 parliamentary seats.

After protracted negotiations involving Fretilin and the CNRT coalition, the talks collapsed late last month and Ramos-Horta appointed Gusmao prime minister on August 6.

The Howard government immediately congratulated the new government but made clear that Canberra’s almost 1,000-strong contingent of troops and police would remain in the country on a long-term basis. The US State Department issued a statement hailing the “peaceful, free, and fair presidential and parliamentary elections”, while Washington said it would assist Gusmao in “meeting the challenges ahead”.

Gusmao’s regime is not the product of a “free and fair” electoral process but the end result of the Howard government’s political campaign against the former Fretilin government, which held power in East Timor since its formal independence in 2002.

Canberra has secured the lion’s share of East Timor’s substantial offshore gas and oil resources in the Timor Sea, and has systematically intervened to block any challenge to its political and economic domination of the tiny nation.

When Alkitiri and the former Fretilin-led administration, which tentatively attempted to secure economic and diplomatic support from China and Portugal, forced some concessions from Australia during new negotiations over gas resources early last year, Canberra reacted with fury.

In May 2006, the Howard government seized on rioting that erupted in Dili as the pretext for sending naval ships and troops to the country to “restore calm”. Aided and abetted by the Australian media, Horta, Gusmao and East Timor’s clergy, Canberra unleashed a dirty tricks campaign against Prime Minister Alkitiri to force his resignation as prime minister and undermine the Fretilin government (see “How Australia orchestrated ‘regime change’ in East Timor”).

While the Australian government disingenuously claims to have had no influence in the appointment of Gusmao’s CNRT government, late last month, and in the midst of the post-election arm-twisting, Howard suddenly visited East Timor and met with Ramos-Horta.
The Australian prime minister told journalists that he also planned to meet with Gusmao, describing him as the “likely next prime minister”. He also declared that Australian troops would remain in East Timor for as long as Canberra saw fit.

Unstable regime

Ramos-Horta and Gusmao are tried and tested stooges of Australian imperialism. But concerns remain within the Australian ruling elite as to whether the fragile new government can contain mounting social and political tensions produced by deepening poverty, unemployment and popular opposition to Australia’s economic domination.

Anticipating an explosive reaction to Gusmao’s appointment, Ramos-Horta met with heads of the East Timorese police (PNTL) and the local military (F-FDTL) a week before his announcement of the new government.

Ramos-Horta told PTNL commander Alfonso de Jesus that the police had to “remain neutral” while F-FDTL commander Brigadier Taur Matan Ruak told the media he was ready to “follow instructions given by the leaders who run this nation”.

At the same time Australian Army Brigadier John Hutcheson replaced Brigadier Mal Rerden as head of the so-called International Stabilisation Force in East Timor.

Hutcheson has close relations with the East Timorese military and served in the country as “defence advisor” in 2001. More significantly, he led the military component of Australia’s Regional Assistance Mission to the Solomon Islands (RAMSI), which took control of that country’s major institutions—the police, courts, prisons, media outlets and the finance department—in 2003.

The Australian media predictably responded to the new government and the outbreak of rioting with praise for Ramos-Horta and Gusmao as “democrats” and “beloved freedom fighters”, combined with denunciations of Fretilin and Alkitiri.

Greg Sheridan, foreign policy editor of Murdoch’s Australian newspaper, issued an ultimatum to Fretilin, declaring that it had to decide whether it was “an armed militia or a respectable political party”. This required the organisation to accept the new government and discipline its angry supporters, he wrote.

Likewise, an editorial in the Sydney Morning Herald, bluntly accused Fretilin of being the “greatest source of instability” in the country. “We must try to ensure that East Timor does not turn into another Solomon Islands, or Papua New Guinea. Australia does not need another failing state for a near neighbour.”

The “failing state” label has become the pretext for every act of political and military aggression by Australia in East Timor and the South Pacific over the past decade.

This was further underlined by Foreign Minister Downer in a major foreign policy speech in Canberra on Wednesday night. Downer specifically named China and Taiwan as major rivals in the region and emphasised that Australia would not hesitate to mount further military interventions to maintain its domination.

He claimed that China’s increasing presence, and its competition with Taiwan as an aid donor in the South Pacific, was undermining Australian attempts to establish “good governance”—a code phrase for political submission by governments in the South Pacific and East Timor to Australian dictates.

Downer also denounced those criticising Australian violations of national sovereignty in the region. The “cry of sovereignty”, he declared, was being used as a “smokescreen” to “distract attention from corrupt and illegal behaviour”.

Canberra’s neo-colonial bullying further underlines the issues at stake for the Australian government and its big business backers.

As competition intensifies between regional powers for valuable resources and strategic positions, Australian imperialism cannot tolerate any attempt by any section of the ruling elites in East Timor and the south west Pacific to develop alternative economic and political alliances.
While Fretilin and Alkitiri continue to denounce Ramos-Horta and Gusmao, they have no fundamental differences with the new regime. Like it, they have worked to block and dissipate any mass opposition that threatens to get out of official control. Alkitiri has bent over backwards trying to accommodate himself to the CNRT, offering to back Gusmao as prime minister if he formed a coalition government with Fretilin.

In power from 2002, Fretilin maintained a pro-business regime, implementing the dictates of the International Monetary Fund and the same sort of free market program as that espoused by Ramos-Horta and Gusmao. It has no progressive solution to the immense social problems wracking East Timor, one of the poorest countries in the world, where almost half the population lives below the poverty line. Six years after so-called “independence”, the average income is 55 US cents per day, unemployment is 40 percent and life expectancy under 57 years of age.

Distúrbios no Timor-Leste deixam pelo menos 42 feridos

EFE – 10 Agosto 2007

Díli - Pelo menos 42 pessoas ficaram feridas e 4 mil fugiram de suas casas devido aos distúrbios em Viqueque, cerca de 250 quilômetros ao leste de Díli, em protesto contra a nomeação como primeiro-ministro de Xanana Gusmão, informaram hoje fontes oficiais.

"De terça-feira até esta manhã, o hospital recebeu 42 feridos dos conflitos em Viqueque e Uatulary. Alguns foram embora depois de tratados, por razões de segurança. Agora só temos 18 internados", declarou à Efe a médica Odete Maria Ximenes, do Hospital de Viqueque.

O inspetor José de Carvalho confirmou que mais de 4 mil pessoas abandonaram a cidade. Pelo menos 600 casas foram destruídas e queimadas durante os distúrbios.

Segundo Carvalho, a violência na cidade tem um componente político, a nomeação de Gusmão, e outro sectário.

Os protestos são atribuídos a seguidores da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin). O partido foi o mais votado nas eleições legislativas de 30 de junho, mas não vai governar, como estipula a Constituição. Gusmão, com seu Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT), formou uma aliança que garantiu maioria no Parlamento.

"Os que fugiram de suas casas estão escondidos nos montes, na selva ou na igreja. Mas a igreja também se transformou em alvo, por isso pedimos proteção à força internacional de segurança e à Polícia da ONU", disse Carvalho.

Ele acrescentou que a Polícia deteve mais de 200 suspeitos nas últimas 48 horas.
O presidente timorense, José Ramos Horta, e o enviado especial do secretário-geral da ONU, Atuk Khare, devem visitar amanhã Baucau e Viqueque para tentar pacificar a população.

Timor: Indonésia felicita Xanana Gusmão

Diário Digital / Lusa
10-08-2007 16:10:00

As autoridades indonésias felicitaram hoje Xanana Gusmão o novo primeiro-ministro de Timor-Leste, cargo em que foi empossado na passada quarta-feira.

«O governo indonésio dá as boas-vindas a Xanana Gusmão», salientou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Kristiarto Legowo, numa comunicação à imprensa.

Na ocasião, referindo-se à violência que marcou a posse de Xanana, contestada pela Fretilin, que venceu as eleições legislativas de 30 de Junho mas sem obter maioria absoluta, Legowo salientou que o que se passa em Timor-Leste «são questões internas».

«Mas esperamos que o governo timorense possa rapidamente resolver os problemas», frisou.

Também o bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva, citado pela Agência Noticiosa Católica da Ásia (UCAN), saudou o compromisso assumido quarta-feira por Xanana Gusmão, em convidar a Igreja Católica a ajudar o seu governo a trabalhar em prol da paz e do desenvolvimento.

O bispo destacou ainda a promessa feita pelo novo primeiro-ministro timorense em ajudar financeiramente a Igreja Católica a prosseguir as suas actividades nos domínios da educação e da saúde.

Relativamente à onda de violência verificada nos últimos dias, que segundo a Caritas australiana se estendeu a bens da própria igreja, o bispo de Díli vincou que «as disputas devem ser resolvidas pelas vias democráticas, não pela violência».

Timor-Leste: 110 casas destruídas em dois distritos

Diário Digital / Lusa
10-08-2007 11:14:00

Pelo menos 110 casas foram destruídas nas últimas 24 horas nos distritos de Viqueque e Baucau, leste de Timor-Leste, na sequência dos incidentes violentos iniciados esta semana em Díli, disse hoje à Lusa a porta-voz da polícia da ONU (UNPOL).

Kedma Mascarenhas acrescentou que número ainda não determinado de pessoas abandonaram as suas casas, refugiando-se nas montanhas.

«A situação está agora calma em Baucau e Díli. No caso da capital não há registo de incidentes desde quinta-feira de manhã (hora local)», precisou.

Embora tenha sido confirmada a destruição de 110 casas, a UNPOL dispõe de informações que apontam para a destruição, parcial ou total, de 142 casas, com os incidentes a serem marcados por bloqueios de estradas.

Além das mais de 50 detenções efectuadas quarta-feira em Baucau pela Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e UNPOL, a UNPOL reportou hoje a detenção de mais quatro indivíduos.
Em Díli, foram feitas 17 detenções, todas relacionadas com apedrejamentos de viaturas civis e das Nações Unidas e confrontos entre grupos de jovens rivais, em incidentes verificados sobretudo a coberto da noite.

Relativamente às pessoas que abandonaram as suas casas, Kedma Mascarenhas disse à Lusa que «por enquanto não há um número», mas adiantou que representantes das agências da ONU «viajam sábado de avião para Baucau, para fazerem uma avaliação da situação e contabilizarem o número real de refugiados».

Os incidentes em Timor-Leste estão relacionados com o impasse que rodeou a designação do primeiro-ministro.

A Fretilin, vencedora das legislativas de 30 de Junho mas sem obter maioria absoluta, rejeitou e denunciou a escolha de Xanana Gusmão como traduzindo um «golpe de Estado constitucional».

O Presidente José Ramos-Horta justificou a escolha de Xanana Gusmão, indicado por uma coligação pós-eleitoral liderada pelo CNRT, a que se juntaram mais três partidos minoritários.
Xanana Gsmão foi empossado quarta-feira no cargo de primeiro-ministro.

Entretanto, a UNICEF apelou à protecção das escolas, algumas das quais foram vandalizadas ou destruídas nesta mais recente onda de violência em Timor-Leste.

Em comunicado enviado à Lusa, a UNICEF receia que a violência ponha em causa o início do ano escolar, formalmente em curso desde o passado dia 06.

Timor-Leste: FRETILIN condena intervenção de ministra

Diário Digital / Lusa
10-08-2007 10:14:00

A FRETILIN criticou hoje a nova ministra da Justiça de Timor-Leste por ter impedido que o antigo ministro do Interior Rogério Lobato deixasse a prisão para ser operado ao coração na Malásia, acusando-a de interferir na justiça.

«No primeiro dia do novo governo há um grosseiro abuso do sistema judicial», acusou José Teixeira, deputado da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), acrescentando que, enquanto esteve no Governo, o partido nunca interferiu quando Rogério Lobato foi preso, julgado e condenado.

Rogério Lobato, que cumpre uma pena de sete anos e meio de prisão por envolvimento na distribuição de armas a civis em 2006, foi impedido quarta-feira de viajar de Díli para Kuala Lumpur, na Malásia, por ordem da nova ministra da Justiça, Lúcia Lobato.
A intervenção da nova ministra contrariou autorizações dadas anteriormente a Rogério Lobato pelo juiz do seu processo para se ausentar de Timor-Leste para ser operado ao coração na Malásia.

O antigo ministro do Interior, que há duas semana foi transferido da cadeia de Becora para o Hospital Nacional Guido Valadares por razões de saúde, acabou por viajar para Kuala Lumpur apenas na quinta-feira, depois de passar cerca de 24 horas no interior de um avião fretado estacionado no aeroporto internacional Nicolau Lobato.

Lúcia Lobato justificou a sua decisão com a falta de garantias de que Rogério Lobato regressa a Timor-Leste depois do tratamento.

A FRETILIN criticou também notícias de que a ordem do tribunal seria um «negócio» para permitir que Lobato fugisse do país.

«As notícias esqueceram o facto de ordem do tribunal ter sido emitida por um juiz, o mesmo juiz que condenou Lobato, depois de três médicos estrangeiros, incluindo um australiano, terem aconselhado a realização de uma intervenção cirúrgica ao coração que não se faz em Timor-Leste«, referiu José Teixeira.

O responsável da FRETILIN não tem dúvidas que Lobato vai voltar a Timor-Leste após o tratamento.

Nova Ministra da Justiça interfere com ordem do Tribunal

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Comunicado para os Media
10 Agosto 2007


A FRETILIN condenou hoje a acção da nova Ministra da Justiça de Timor Leste, Srª Lúcia Lobato, pela sua interferência na Quarta-feira à tarde (8 Agosto) no bloqueamento de uma ordem judicial que autorizava o antigo Ministro do Interior, preso, a ir à Malásia para uma operação cardíaca.

"A FRETILIN no governo nunca interferiu no sistema da justiça quando Rogério Lobato, uma figura de topo da FRETILIN, foi preso, julgado, sentenciado a sete anos e meio d prisão, e falhou em ganhar o recurso ," disse hoje o deputado da FRETILIN e advogado treinado na Austrália José Teixeira .

"Contudo no primeiro dia do novo governo, há um grande abuso do sistema judicial. O novo governo devia continuar as práticas do governo anterior de respeito estrito pela independência do sistema judicial," disse o Sr Teixeira.

"Condenamos também relatos dos media internacionais que esta ordem judicial foi um “negócio” para possibilitar que o Sr Lobato 'escapasse'. Esta alegação espúria continua a manipulação selvagem anti-FRETILIN nos media internacionais esta semana.

"Os relatos dos media negligenciam o facto de a ordem judicial que autoriza Lobato a sair foi entregue por um juiz, exactamente o mesmo juiz que anteriormente tinha condenado Lobato, depois de três médicos internacionais, incluindo um médico Australiano, ter aconselhado que ele precisava de uma operação ao coração que não é disponibilizada aqui em Timor-Leste.

"O Sr Lobato ´um preso sob jurisdição em Timor Leste e deve regressar depois da cirurgia ao coração," concluiu o Sr Teixeira .

Para mais informação, por favor contacte:

José Teixeira (+670) 728 7080, FRETILIN Media (+670) 733 5060 ou envie um email para fretilin.media@gmail.comwww.timortruth.com, www.fretilin-rdtl.blogspot.com

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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