sexta-feira, dezembro 07, 2007

Brasil, um grande país

Comment on your post "Celso Amorim vai ao Timor-Leste na próxima semana":

O Brasil é um grande país do mundo. É o maior país de língua portuguesa do mundo e o maior país católico do mundo. É um grande país tropical, produtor de café e de madeiras nobres. A língua, a religião, a natureza do clima são tudo afinidades com Timor.

Tão importante como as relações com Portugal, as relações de Timor Leste com o Brasil são decisivas para que as opções dos timorenses de serem um país independente e de língua oficial portuguesa (o que está ligado) vinguem no mundo actual (o que me parece que não é ainda seguro - não é seguro que o país não se torne mais ou menos a medio prazo novamente um protectorado de um dos grandes países vizinhos...).

É decisivo o apoio brasileiro na área da educação (alfabetização e ensino superior) e na área da cultura como a televisão (as novelas brasileiras da globo deviam passar na tvtl)no combate à pobreza, no petróleo, no café, e na (outra)agricultura tropical... A vasta experiência brasileira pode servir imensamente a economia timorense e a independência nacional.As afinidades entre os povos (e para quem conhece ambos) são enormes, e era bom que os timorenses descobrissem isso.

Na novela "O Bem Amado" com Odorico Paraguaçu e Zeca Diabo poderiam ser personagens timorenses...Essa novela deveria passar na TVTL (que é um instrumento fundamental para consolidar a identidade nacional leste timorense).

ACORDO SECRETO DITOU INVASÃO DE TIMOR

JN 16-11-07

A integração de Timor-Leste na Indonésia foi acordada secretamente em Washington, em 1963, pelos EUA, Austrália, Reino Unido e Nova Zelândia, revela uma investigação de um académico da Universidade Nova de Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, Moisés Silva Fernandes diz ter analisado documentos que mostram que altos responsáveis norte-amercanos, britânicos, australianos e neo-zelandeses tiveram dois encontros em 1963, onde "chegaram a acordo sobre a incorporação", numa política de apaziguamento" face à Indonésia".

O investigador diz que a Indonésia teve conhecimento destes encontros, de que Portugal nunca soube.

Um telegrama, remetido a 13 de Fevereiro em 1963 pela embaixada australiana em Washington para o seu ministro dos Negócios Estrangeiros em Camberra, dava conta do acordo entre as partes. "Todos concordámos que, mais tarde ou mais cedo, a Indonésia vai apoderar-se da parte portuguesa da ilha e todos à volta da mesa tornaram bem claro que os seus governos não estavam preparados para envolver forças militares para evitar esta situação".

Noutro documento, também encontrado no Arquivo Nacional da Austrália e escrito pelo embaixador da Austrália em Jacarta para o seu primeiro-ministro, a 7 de Março, lê-se que "devemos ao mesmo tempo convencer os indonésios de que não teremos objecções a uma eventual incorporação (...) desde que venha a ocorrer através do uso de meios aceitáveis".
O acordo, afirma o académico, surge numa altura em que "a Holanda estava fortemente pressionada a ceder a Papua Nova-Guiné Ocidental à Indonésia" e havia ainda o "problema da Papua Nova-Guiné Oriental, que era uma colónia australiana e que poderia ser reclamada pela Indonésia".

A Indonésia invadiu Timor-Leste 12 anos depois, perante o silêncio das potências ocidentais. O investigador vai revelar hoje as suas conclusões num seminário na Universidade de Oxford e, posteriormente, na revista de estudos internacionais "South European Society & Politics".

RR lança campanha de Natal

Agência Ecclesia
sexta-feira, 7 Dezembro 2007

“Nascer em Timor” é o nome da Campanha de Natal da Renascença deste ano de 2008. Até dia 6 de Janeiro os ouvintes da Renascença vão ser convidados a ajudar, com os seus donativos, a equipar a primeira Maternidade-Escola em Timor-Leste.

A construção da Maternidade-Escola partiu de uma ideia do Patriarcado de Lisboa e que tem vindo a tornar-se realidade através da Fundação Mater-Timor. Neste momento o edifício já se encontra de pé. No entanto, para que comece a funcionar o mais cedo são necessários equipamentos.

Esta Maternidade-Escola servirá para acolher grávidas cujos partos se prevêem difíceis. Terá um serviço ambulatório para a detecção destes casos e prestará assistência a partos em casa nas regiões de Díli e Baucau. Paralelamente irá servir para formar e apoiar técnicos de saúde locais.

Mais de 15 mil quilómetros separam duas realidades muito distintas. Enquanto Portugal tem uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas do mundo, Timor-Leste tem uma das taxas mais altas de mortalidade materna e infantil.

A campanha decorrerá entre os dias 6 de Dezembro e 6 de Janeiro de 2008.

Os donativos podem ser entregues em qualquer agência do BES na conta “Natal Renascença” ou em qualquer terminal Multibanco através da opção “pagamento de serviços”, preenchendo os campos “entidade” e “referência” com o número 7.


Mais informações em www.rr.pt

7 de Dezembro - Governo

Dili, 7 de Dezembro de 2007

Decorreram hoje em Baucau e Dili, cerimónias de condecoração de cerca de 1600 Combatentes da Libertação Nacional.


Republica Democrática de Timor-Leste
Gabinete do Primeiro-Ministro

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
Comissão de Homenagem, Supervisão do Registo e Recursos

Informação
Dili, 7 de Dezembro de 2007

Decorreram hoje, dia 7 de Dezembro de 2007 - trinta e dois anos passados sobre o dia da invasão indonésia e da consequente anexação de Timor - cerimónias de condecoração de cerca de 1600 Combatentes da Libertação Nacional.

As cerimónias foram realizadas em Dili e Baucau, com a entrega dos títulos honoríficos da Ordem a Guerrilha e das Ordens Funu Nain e Falintil, respectivamente.

Ao abrigo da Lei e da Constituição, a atribuição de condecorações constitui uma competência do Presidente da República, que se fez representar, na Escola nº 1 de Baucau Vila, pelo Presidente do Parlamento Nacional, Dr. Fernando Lassama.

Nessa cerimónia, estiveram ainda presentes o Vice Primeiro-Ministro, os Ministros da Educação e da Saúde e o Secretário de Estado dos Veteranos. A apoiar o representante oficial do Presidente da República estiveram Veteranos e Quadros da Resistência, como L7, Alin Laek, Saila Fila, Renan Selak. O Major Mau Buti e Tenente-Coronel Sabika, representaram o Estado-Maior General das F-FDTL.

A Cerimónia de Dili contou com o alto patrocínio do Presidente da República e foi realizada em simultâneo com a comemoração do 2º aniversário do Arquivo & Museu da Resistência Timorense, projecto levado a cabo em parceria com a Fundação Mário Soares.

O Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão e o Chefe do Estado-Maior das F-FDTL Taur Matan Ruak, apoiaram o Presidente Ramos-Horta na entrega de condecorações a Ex-Combatentes da Frente Armada.

+FIM+

Timor-Leste's Roadmap for Recovery

Asian Analysis is brought to you by Asean Focus Group in cooperation with the Faculty of Asian Studies at The Australian National University.

Asean Focus Group (www.aseanfocus.com) is one of the Asia Pacific region's leading corporate advisory firms specialising in M&A, regional representation and direct investments.

The Australian National University (www.anu.edu.au/asianstudies/) is one of Australia's leading research and teaching universities with globally recognised Asian expertise and experience.

Timor-Leste – December 2007

Timor-Leste's Roadmap for Recovery

In November 2007, Timor's newly-elected government released its roadmap for the rebuilding of the nation in the wake of the 2006 crisis which displaced 15 per cent of the population and transformed Timor's political landscape in the most significant manner since independence. The current Alliance of Parliamentary Majority (AMP) government, led by resistance leader Kay Rala Xanana Gusmao and comprising of a coalition of political bedfellows, were elected under a constitutional shadow and inherited a country marked by political and civil unrest.

Having ended the former Fretilin government's monopoly on power under circumstances in which the Constitution was interpreted by President Jose Ramos-Horta in favour of Gusmao, the AMP Government is looking for quick runs on the board. Rumours abound that Fretilin will mount a challenge to the legitimacy of the Government and attempt to force fresh elections in early 2008. The National Recovery Strategy, Hamutuk Hari'i Futuru, ("Building a Future Together") is therefore a bid for political legitimacy and moral authority. But it is an ambitious agenda and does not differ greatly from previous initiatives under the Fretilin Government - many of which failed. What will make this initiative more successful?

The objectives of the National Recovery Strategy rely heavily on the state framework but notably border on quasi nation-building. The document identifies five convergent areas as integral for recovery: (1) the return and resettlement of the internally displaced population; (2) social welfare support (including food security, health and education) for vulnerable groups; (3) stabilisation of the security situation, including the resolution of the Petitioner '561' and Major Alfredo Reinado (who has recently adopted the Petitioners' cause) crises; (4) economic development; and (5) building trust between the people and the government and strengthening communities at conflict.

Central to the success of the National Recovery Strategy - and its greatest weakness - is the whole-of-government approach. Government ministries are allocated one or more of the objectives with the Office of the Vice Prime Minister responsible for overall coordination. On paper it makes sense but as the former Fretilin Government and former Prime Minister and current President Ramos-Horta know only too well, without political will, it could very easily verge on the insurmountable. Garnering political will amongst a coalition of agendas could prove impossible rendering the National Recovery Strategy, like so many previous initiatives, moot.

Implementation of the roadmap is vital to the future stability of Timor-Leste but the National Recovery Strategy gives no indication of addressing two vital components for long-term peace building. Land and property rights are omitted despite being critical elements of a sustainable and fair return and resettlement programme for internally displaced and the wider community; and the inclusion of traditional reconciliation methods such as Nahe Biti ('stretching the mat') within the broader efforts to resolve the 2006 political crisis. What Timor-Leste desperately needs from its political leadership is the galvanisation of a national identity built on more solid foundations than the state apparatus.

With some of the crisis protagonists currently in government, the question of political will again rears its increasingly ugly head. At best, the National Recovery Strategy is an ambitious agenda which will keep humanitarian issues at the fore and the international community content. At its unintended worst, it is pure political rhetoric that will further frustrate an already disenfranchised populace.


WATCHPOINT: Can the Gusmao Government maintain cohesion and post-election political will sufficiently to implement the National Recovery Strategy and affect actual change?

Anna Powles
Editor, Asian Analysis
Doctoral Scholar
Australian National University

Tradução:

Mapa para a recuperação de Timor-Leste

Análise Asiática é trazida pelo Asean Focus Group em cooperação com a Faculdade de Estudos Asiáticos da Universidade Nacional Australiana.

Asean Focus Group (www.aseanfocus.com) é uma das firmas de consultadoria líder da região da Ásia Pacífico especializadas em M&A, representação regional e investimentos directos.

A Universidade Nacional Australiana (www.anu.edu.au/asianstudies/) é uma das universidades da Austrália líder de investigação e ensino com experiência globalmente reconhecida e perita em assuntos Asiáticos.

Timor-Leste – Dezembro 2007

Mapa para a recuperação de Timor-Leste

Em Novembro de 2007, o recentemente eleito governo de Timor publicou o seu mapa para a reconstrução da nação no aparecimento da crise de 2006 que deslocou 15 por cento da população e transformou a paisagem política de Timor do modo mais significativo desde a independência. O corrente governo da Aliança da Maioria Parlamentar (AMP) liderado pelo líder da resistência Kay Rala Xanana Gusmão e composto por uma coligação de colegas de cama políticos, foi eleito sob uma sombra constitucional e herdou um país marcado por desassossego político e civil.

Tendo terminado o monopólio do poder do antigo governo da Fretilin sob circunstâncias na qual a Constituição foi interpretada pelo Presidente José Ramos-Horta a favor de Gusmão, o governo da MP está à procura de saídas rápidas. Abundam rumores de que a Fretilin montará um desafio à legitimidade do Governo e que tentará forçar a novas eleições no início de 2008. A Estratégia de Recuperação Nacional, Hamutuk Hari'i Futuru, ("Construir juntos um futuro") é por isso uma tentativa para (obter) legitimidade política e autoridade moral. Mas é uma agenda ambiciosa e não difere por aí além das iniciativas anteriores sob o Governo da Fretilin – muitas das quais falharam. O que é que fará com que esta iniciativa tenha mais sucesso?

Os objectivos da Estratégia de Recuperação Nacional apoiam-se fortemente na moldura estatal mas extraordinariamente chegam quase a uma construção de nação. O documento identifica cinco areas convergentes como integrais para a recuperação: (1) o regresso e o assentamento dos deslocados; (2) apoio de assistência social (incluindo segurança alimentar, saúde e educação) para grupos vulneráveis; (3) estabilização da situação da segurança, incluindo a resolução das crises dos '561' peticionários e do Major Alfredo Reinado (que recentemente adoptou a causa dos peticionários); (4) desenvolvimento económico; e (5) construir confiança entre o povo e o governo e reforçar comunidades em conflito.

Central para o sucesso da Estratégia de Recuperação Nacional – e a sua maior fraqueza – é a abordagem de governo total. A ministérios do Governo foram alocados um ou mais dos objectivos ficando o Gabinete do Vice-Primeiro-Ministro responsável pela coordenação geral. No papel isto faz sentido mas como sabe demasiadamente bem Ramos-Horta, antigo ministro do Governo da Fretilin, antigo Primeiro-Ministro e actual Presidente, sem vontade política pode facilmente tornar-se insuperável. Juntar vontade política no meio de uma coligação de agendas pode provar ser impossível tornando controversa a Estratégia de Recuperação Nacional, como aconteceu a tantas iniciativas anteriores.

É vital para a estabilidade futura de Timor-Leste a implementação do mapa mas a Estratégia de Recuperação Nacional não dá nenhuma indicação de responder a duas componentes vitais para a construção da paz a longo prazo. Direitos de terra e de propriedade são omitidos apesar de serem elementos críticos para um programa sustentável e justo de regresso e assentamento dos deslocados e da comunidade mais alargada; e a inclusão de métodos tradicionais de reconciliação tais como o Nahe Biti ('esticar o tapete') no seio de esforços mais alargados para resolver a crise política de 2006. O que Timor-Leste precisa desesperadamente da sua liderança política é a galvanização de uma identidade nacional construída em fundações mais sólidas do que no aparelho do Estado.

Com alguns dos protagonistas da crise correntemente no governo, a questão da vontade política levantará novamente a sua cada vez mais feia cabeça. No melhor dos casos a Estratégia de Recuperação Nacional é uma agenda ambiciosa que colocará à frente questões humanitárias e deixará contente a comunidade internacional. No caso pior, é pura retórica política que ainda frustrará mais uma população já sem direitos civis.


PONTO A OBSERVAR: Pode o Governo de Gusmão manter a coesão e a vontade política pós-eleitoral o tempo suficiente para implementar a Estratégia de Recuperação Nacional e efectuar mudanças reais?

Anna Powles
Editor, Asian Analysis
Doctoral Scholar
Australian National University

Dos Leitores

H. Correia has left a new comment on your post "The politics of State rice distribution by the AMP...":


Calma, meus amigos.

Isto são as medidas da "tasqueforce" do PR Ramos Horta contra a pobreza...

How best to help our poor neighbours

The Age
Daniel Flitton
December 7, 2007


A roar of applause greeted Kevin Rudd's promise during the election campaign. Most of the Labor faithful in the audience were probably cheering the first part of his statement, getting Australia out of Iraq. This leaves one glaring question still to be answered. What does the new Prime Minister plan to do with those Australian troops, closer to home?

Rudd likely wants Australian forces to play a greater role in bolstering small, fragile countries in Australia's neighbourhood.

Take East Timor or the Solomon Islands, for instance, where Australia already has more than 900 soldiers deployed. Add the threat of further political breakdown in Papua New Guinea or Fiji, and the region looks very shaky indeed — it's often called an "arc of instability", slicing across Australia's north.

But Rudd should take time to do some hard thinking about Australia's approach to the neighbourhood. We need to be open to the possibility that Australia's meddling — well intended, mostly, also occasionally selfserving — can actually do more harm than good.

In the election campaign, Rudd emphasised foreign policy challenges closer to home for two reasons.

First, the region's problems are real and urgent. Australians rightly feel pressure to respond. Many of these countries are poorly led. Entrenched corruption stifles economic growth. HIV/AIDS infections are growing at an alarming rate, especially in PNG, and this will add an even greater burden to already weak governments.

But Rudd's second reason for focusing on Australia's near neighbours was less generous minded. Put simply, the region offered the Labor leader a political fix.

By emphasising a growing crisis on our doorstep, Rudd built a political case for getting combat forces out of Iraq. He avoided the trap Mark Latham stumbled into as Labor leader in 2004 when he promised a quick withdrawal.

Latham's more direct argument, bringing Australian troops home simply because they had no business in the Middle East, left him open to the charge of putting Australia's treasured alliance with the United States at risk. Australians are angry about Iraq, yet they continue to hold the American alliance in high regard.

So, by contrast, Rudd used challenges in Australia's region as cover. He explained to both the Australian people and the White House his view that responsibility starts at home.

Rudd cleverly matched his own political agenda with the priorities he saw for Australia in the world — an aspiring political leader would hardly do otherwise. This helped shut down Iraq as an election issue.

Even so, Rudd should not now feel compelled to simply switch Australia's soldiers from the deserts of Iraq to the sandy beaches of the Pacific.

Rudd has a chance to reassess Australia's past engagement with the neighbourhood, particularly the existing commitments in the Solomon Islands and East Timor. He should draw a line under the previous government's policy and announce a review of these military deployments — a detailed report to examine the goals for each intervention. Such a review should ask the tough questions: what does Australia hope to achieve? How much will this cost? And how long are we willing to stay?

If Rudd merely allows these operations to drift on for months and years, his government will be responsible for whatever problems are bound to arise.

The reality is Australia can only play a significant role to assist the development of these small countries if it can work with genuine local partners.

Placing temporary Australian administrators in key posts or sending in the troops to stop a riot can help. But ultimately, local authorities must take responsibility.

What the region desperately needs is good leaders, people who understand how to navigate local problems but have a wider appreciation of their country's national interest — not the usual obsession with sectional interests, tribal interests or personal interests. Leadership is required in all realms, in politics, the public service, police and business.

But how to develop this? Bringing people to Australia for their education isn't always the answer. Those formative years are often the time people gain an understanding of their own community's problems and develop a passion to make a difference. Better that local schools are given support.

Rudd has appointed two senior politicians to assist his Minister for Foreign Affairs — a sensible move, given the broad scope of issues confronted in the portfolio. Tasmania's Duncan Kerr, as Parliamentary Secretary for Pacific Island Affairs, should be given the task of reviewing Australia's regional priorities.

A report must be open to concluding Australian troops are not part of the solution. Fragile states face enormous challenges. But the answer, for Australia, might seem the hardest of all — don't try to fix every problem.

Because over the long term, trying and failing might be worse.

Daniel Flitton is diplomatic editor.


This story was found at: http://www.theage.com.au/articles/2007/12/06/1196812919666.html

Tradução:

Como melhor ajudar os nossos pobres vizinhos

The Age
Daniel Flitton
Dezembro 7, 2007


Uma salva de aplausos saudou a promessa de Kevin Rudd durante a campanha eleitoral. A maioria dos fiéis do Labor na audiência estavam provavelmente a aplaudir a primeira parte da sua declaração, de tirar a Austrália para fora do Iraque. Isto deixa uma faiscante questão para ser respondida. O que é que o plano do novo Primeiro-Ministro tem sobre as tropas Australianas que estão mais perto de casa?

Provavelmente Rudd quer que as forças Australianas tenham um papel maior a fortificar pequenos e frágeis países na vizinhança da Austrália.

Peguem por exemplo em Timor-Leste ou nas Ilhas Salomão, onde a Austrália já tem mais de 900 soldados destacados. Acrescentem a ameaça de mais ruptura política na Papua Nova Guiné ou nas Fiji, e a região na verdade parece bastante instável — é muitas vezes chamada um "arco de instabilidade", distribuída através do norte da Austrália.

Mas Rudd devia tirar tempo para pensar bastante sobre a abordagem da Austrália à vizinhança. Precisamos de estar abertos à ideia de que a interferência da Austrália — bem intencionada, na maioria, algumas vezes também para se servir a ela própria — pode na verdade fazer mais mal do que bem.

Na campanha eleitoral, Rudd enfatizou desafios da política estrangeira mais perto de casa por duas razões.

Primeira, os problemas da região são reais e urgentes. Os Australianos com razão sentem pressão para responder. Muitos desses países são pobremente liderados. A corrupção entrincheirada impede o crescimento económico. Crescem as infecções com HIV/AIDS numa velocidade alarmante, especialmente na PNG, e isto acarreta ainda mais peso a governos já fracos.

Mas a segunda razão para Rudd se focar nos vizinhos próximos da Austrália tem intenções menos boas. Dito simplesmente, a região ofereceu ao líder do Labor uma saída política.

Ao enfatizar uma crise crescente ao pé da nossa porta, Rudd construiu um caso político para tirar as nossas forças de combate de fora do Iraque. Evitou a armadilha onde escorregou Mark Latham como líder do Labor em 2004 quando prometeu uma retirada rápida.

O argumento mais directo de Latham de trazer para casa as tropas Australianas simplesmente porque não tinham nada que estar no Médio Oriente, deixou-o exposto à acusação de pôr em risco a valiosa aliança da Austrália com os estados Unidos. Os Australianos estão zangados por causa do Iraque, contudo continuam a ter em alta estimas a aliança com os Americanos.

Assim, em contraste, Rudd usou os desafios da Austrália na região como disfarce. Explicou a ambos, ao povo Australiano e à Casa Branca que na sua opinião essa responsabilidade começa em casa.

Rudd inteligentemente combinou a sua própria agenda política com as prioridades para a Austrália no mundo— um líder político inspirado dificilmente podia fazer de outra maneira. Isto ajudou a encerrar o Iraque como questão eleitoral.

Mesmo assim, Rudd não se devia simplesmente sentir-se obrigado a mudar os soldados da Austrália das areias do deserto do Iraque para as areias das praias do Pacífico.

Rudd tem uma oportunidade para re-avaliar os engajamentos do passado da Austrália com a vizinhança, particularmente os compromissos existentes nas Ilhas Salomão e em Timor-Leste. Deve desenhar sob a política do governo anterior e anunciar uma revisão desses destacamentos militares — um relatório detalhado para examinar os objectivos para cada intervenção. Uma tal revisão devia responder às questões difíceis: o que é que a Austrália espera obter? Quanto é que isto custará? E durante quanto tempo queremos ficar?

Se Rudd meramente permite que essas operações se arrastem por meses e anos, o seu governo será responsável por quaisquer problemas que possam aparecer.

A realidade é que a Austrália apenas pode ter um papel significativo para assistir o desenvolvimento desses pequenos países se poder trabalhar com parceiros locais genuínos.

Colocar administradores Australianos temporários em cargos chave ou mandar tropas para parar um motim pode ajudar. Mas no fim, as autoridades locais têm de assumir a responsabilidade.

Do que a região precisa desesperadamente é de bons líderes, gente que saiba como dirigir os problemas locais mas que tenha uma mais alta consideração dos interesses nacionais do seu país — não a obsessão habitual com interesses sectoriais, interesses tribais ou interesses pessoais. É preciso liderança em todas as esferas, política, serviço público, polícia e negócios.

Mas como desenvolver isto? Levar as pessoas para a Austrália para serem educadas nem sempre é a resposta. Esses anos de formação são muitas vezes a altura de as pessoas ganharem um entendimento dos problemas da sua própria comunidade e de desenvolver uma paixão para fazerem a diferença. Melhor do que as escolas locais é dar apoio.

Rudd nomeou dois políticos de topo para assistirem o seu Ministro dos Assuntos Estrangeiros — um gesto sensível, dado o largo espectro de questões confrontadas na pasta. A Duncan Kerr da Tasmânia, como Secretário Parlamentar para os Assuntos das Ilhas do Pacífico deve ser dada a tarefa de rever as prioridades regionais da Austrália.

O relatório deve deixar aberta a conclusão de as tropas Australianas não fazerem parte da solução. Estados frágeis enfrentam desafios enormes. Mas a resposta para a Austrália, deve ser a mais difícil de todas — não tentem resolver todos e cada problema.

Porque a longo prazo, tentar e falhar pode ser pior.

Daniel Flitton é editor diplomático.

Dos Leitores

H. Correia has left a new comment on your post "E o que se passou na realidade...":

Será que Ramos Horta vai apelidar também Cláudio Ximenes de "arrogante", "ignorante" e "colonial", como fez com Ivo Rosa?

Não se vai queixar de "falta de respeito"?

Ou, por o juíz do TR ser timorense, estará à procura de adjectivos mais "adequados"?

Pelo menos, este não pode ser mandado para "casa" pela Ministra da Justiça...

Infelizmente, a conclusão a que chegamos é que, em Timor, os verdadeiros pobres são os que estão no poder.

Mas esse tipo de pobreza não tem cura, nem com todo o dinheiro do mundo: é a pobreza de espírito.

Timor ainda tem 'desafios enormes', afirma missão da ONU

06-12-2007 19:46:15

Nova Iorque, 06 Dez (Lusa) - O Timor Leste se "recuperou bem da violenta crise" em que mergulhou em 2006, mas persistem ainda "desafios enormes a vencer", disse em Nova Iorque o chefe da missão enviada pelo Conselho de Segurança da ONU ao país asiático.

O embaixador da África do Sul, Dumisani Kumalo, liderou uma delegação com diplomatas da China, Congo, Indonésia, Rússia, Eslováquia e EUA, que entre 24 de novembro e 1º de dezembro visitou o Timor Leste para avaliar a situação local, a quatro meses do encerramento da atual missão das Nações Unidas.

"Os desafios da governança e o legado da violenta crise de 2006 e as suas conseqüências continuam a assombrar a liderança política do país e a afetar o povo timorense", afirmou o embaixador sul-africano na sua intervenção perante o Conselho de Segurança, citado em comunicado pela ONU na internet.

Durante a visita ao Timor Leste, a delegação das Nações Unidas contatou líderes timorenses, membros do governo e da oposição.

Panorama

Segundo Dumisani Kumalo, a situação de segurança no país asiático permanece calma e estável, embora frágil, devido às diferenças políticas entre os líderes timorenses, como na resolução da atual crise, a que se juntam o desemprego galopante e a pobreza.

A manutenção de cerca 100 mil desalojados distribuídos por 53 campos de acolhimento, majoritariamente instalados na capital Díli, também foi citada diplomata sul-africano como um dos desafios a vencer.

"A curto prazo, é crucial que o governo do Timor Leste, com o apoio das Nações Unidas e a comunidade internacional, trabalhe em conjunto para melhorar as condições de vida dos desalojados", afirmou.

"Apesar destes desafios, a delegação deixou o Timor Leste convencida que o país está na via para voltar a ser um país estável, pacífico e unido", disse Dumisani Kumalo.

O secretário-geral da ONU, Ban ki-Moon, visita o país asiático nos próximos dias 14 e 15, no âmbito da sua viagem ao continente asiático, tendo previsto encontros com os líderes políticos timorenses e uma intervenção perante o Parlamento, além de visitas a campos de refugiados.

Dos Leitores

H. Correia has left a new comment on your post "Requerimento Fretilin OE2008":


Para o poder instalado actualmente nos palácios de Dili, as leis são apenas pedaços de papel sem qualquer significado (excepto quando dá jeito).

Se a própria Constituição é tratada a pontapé, muito mais o Regimento do PN.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.