sexta-feira, janeiro 18, 2008

Timor-Leste: "Reinado sentiu-se traído", diz Alkatiri

Declarações do ex-primeiro-ministro

PÚBLICO
17.01.2008 - 09h37

O major fugitivo Alfredo Reinado "sentiu-se traído e quer que os seus mandantes assumam também as suas responsabilidades", afirmou hoje à Lusa o secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, .

"Alfredo Reinado veio dizer agora aquilo que nós sabíamos que tinha existido", declarou Mari Alkatiri numa entrevista à Lusa sobre a situação política em Timor-Leste.

Questionado sobre a aproximação recente de posições entre Alfredo Reinado e a Fretilin - de grande inimizade, durante e depois da crise de 2006, até uma convergência objectiva de posições contra Xanana Gusmão -, o ex-primeiro-ministro considerou-a "natural".

"Sempre dissemos que houve conspiração e que houve golpe", explicou Mari Alkatiri sobre as acusações feitas pelo major Alfredo Reinado na última entrevista conhecida.

Numa gravação vídeo que circula em Díli desde o início de Janeiro, divulgada em vários círculos afectos à Fretilin, o ex-comandante da Polícia Militar acusa o actual primeiro-ministro, Xanana Gusmão, de ser o responsável pela crise de 2006.

"Reinado vem dizê-lo porque ele foi parte do golpe", afirmou Mari Alkatiri à Lusa.

"Agora o que ele quer é que os seus mandantes assumam também as suas responsabilidades, uma vez que ele tem que ir para a justiça", acrescentou o líder da Fretilin.

Sobre a credibilidade atribuída hoje pela Fretilin a Alfredo Reinado, Mari Alkatiri respondeu que "Reinado é tão credível como (foi Vicente da Conceição) 'Railós'", operacional da crise de 2006, apoiante das campanhas de José Ramos-Horta e de Xanana Gusmão em 2007 e detido em Outubro pelas autoridades timorenses.

"Eu sempre disse, desde o início, que não se devia deixar crescer uma cobra", respondeu Mari Alkatiri quando questionado pela Lusa sobre se Alfredo Reinado representa algum perigo.

"Alfredo Reinado é hoje mais perigoso", sublinhou Mari Alkatiri.

"Ele conseguiu o apoio dos peticionários (das Forças Armadas), ou pelo menos de parte deles, e tem o apoio de uma parte da juventude", referiu.

"Há uma certa camada da juventude que está a buscar novos heróis, tendo em consideração o descrédito dos velhos heróis, de Xanana fundamentalmente", considerou Mari Alkatiri.

"Esses jovens pensam em Reinado. Felizmente, não é a maioria dos jovens. Mas ainda é um grupo significativo", acrescentou o secretário-geral da Fretilin.

Mari Alkatiri chefiou o primeiro governo depois da independência de Timor-Leste, até ser levado a demitir-se em Junho de 2006, na sequência da crise política e militar.

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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