quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Timor: GNR é a única força que respeita os timorenses dos campos de Deslocados

Jornal Digital
Deslocados querem a retirada dos militares australianos

2008-02-20 08:25:02

Díli - «Os australianos devem partir de Timor» declararam à PNN José da Costa Gusmão e Carlitos da Silva «chefe» do Campo de Deslocados do Aeroporto, situado às portas de Díli, que conta com mais de 4600 habitantes. A GNR portuguesa é a única força que respeita os timorenses, afirmam os mesmos responsáveis.

A tensão entre os Deslocados timorenses do Campo do Aeroporto e as forças australianas disparou em 2007 quando um blindado do exército australiano da «Stabilisation Force» em Timor Leste entrou no Campo, 23 de Março de 2007, depois de ter destruído a barreira de limite do recinto, abrindo fogo contra os deslocados provocando a morte de dois residentes e ferindo gravemente um terceiro. A 31 de Outubro, do mesmo ano, um novo incidente é denunciado pelos Deslocados que afirmam que os militares australianos abriram fogo, sem razão aparente, ferindo gravemente um residente.

Os dois incidentes provocaram um mal-estar entre os Deslocados e as forças autralianas presentes em Timor Leste, composta por 1200 militares, dos quais 200 da Nova Zelândia, e 70 polícias.

Gestos obscenos e sinais com a mão de ameaça de «cortarem cabeças» são constantes das forças autralianas quando patrulham os campos confirmaram os refugiados à PNN. Durante a noite alguns blindados australianos circundam os campos, tal como confirmaram os jornalistas da PNN, enquanto helicópteros das mesmas forças sobrevoam continuamente a capital Díli.

«Se os australianos tentarem entrar aqui vamos os receber com pedras» disse um jovem timorense do mesmo campo. «Os únicos militares que são bem vindos são os GNR de Portugal» afirma o chefe do campo que considera os portugueses como os únicos que respeitam os timorenses. «Quando temos problemas só queremos a GNR» prossegue o mesmo responsável perante sinais de concordância de vários jovens.

Os responsáveis do Campo do Aeroporto não compreendem a razão que impede o Governo timorense de abrir um inquérito sobre a morte dos dois Deslocados. «Escrevemos ao Governo e à ONU» confirma Carlitos da Silva «chefe» do Campo do Aeroporto e coordenador dos 53 campos de Deslocados em torno Díli, «mas ninguém respondeu», lamenta.

Contactado pela PNN o Major Pyke, relações publicas da força militar australiana em Timor, afirmou desconhecer os incidentes e minimizou as declarações dos Deslocados. O mesmo militar declarou que existem excelentes relações entre os Governos australiano e timorense e lembrou que o Governo timorense após os atentados contra o Presidente Ramos Horta e o primeiro ministro, Xanana Gusmão, o executivo timorense solicitou um reforço da presença australiana em Timor-Leste.

Uma decisão que não agrada aos Deslocados que temem os excessos das forças australianas.

Os campos de Deslocados em Timor-Leste surgem em 2006 com os conflitos entre o exército timorense e as forças do Major Alfredo Reinaldo, abatido a 11 Fevereiro quando com cerca de 25 militares fiéis tentou eliminar Ramos Horta na sua residência. Segundo elementos fornecidos por Carlitos da Silva mais de 66 mil Deslocados estão distribuídos em 53 Campos.

Rui Neumann

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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