sábado, março 29, 2008

Falta definição a regras de actuação de missão da ONU e das forças internacionais - MNE Luís Amado

Lisboa, 28 Mar (Lusa) - O chefe da diplomacia portuguesa manifestou-se hoje preocupado e inquieto, em entrevista à Rádio Renascença, com a falta de definição das regras de actuação da missão da ONU e das forças internacionais presentes em Timor-Leste.

Em declarações feitas na Eslovénia, à margem do Conselho Informal dos chefes da diplomacia da União Europeia, Luís Amado salientou que já em 2006, em Nova Iorque, aquando da formação da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT), Portugal manifestou as suas dúvidas.

Nesse sentido, Luís Amado afirmou que desde o início que a UNMIT oferece motivos de preocupação e inquietação, em grande parte pela definição pouco clara das regras de actuação no terreno.

"É sempre difícil quando temos missões com mandatos muito abertos, com regras de empenhamento muito pouco clarificadas e, em particular, quando a missão tem as características que tem em Timor. Dada a natureza da operação militar e a natureza da operação de segurança, é natural que problemas surjam e que críticas ocorram", sustentou.

Contudo, os problemas acontecem "em todas as missões e em todos os teatros", acrescentou.

O ministro comentava a recente entrevista que o presidente timorense, José Ramos-Horta, deu também à Rádio Renascença, em que denunciou "graves falhas de segurança" por parte das forças internacionais, que deveriam ter reagido imediatamente ao ataque à sua residência, a 11 de Fevereiro.

No atentado, José Ramos-Horta foi gravemente ferido a tiro, junto da sua residência em Díli.

Na mesma entrevista, em Darwin, Austrália - onde convalesce da frustrada tentativa de homicídio -, José Ramos-Horta considerou ter havido falhas na segurança quer da parte da Polícia das Nações Unidas (UNPOL) quer das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), constituídas por efectivos militares da Austrália e da Nova Zelândia.

"Alguma coisa aconteceu de errado, todos nós reconhecemos isso. Ainda hoje o meu colega irlandês, que esteve em Timor uma semana depois desses acontecimentos, manifestava a sua estranheza pela forma como os acontecimentos tinham ocorrido. É natural que todos nós nos inquietemos sobre como pôde acontecer o que aconteceu em Timor-Leste, no quadro de uma missão tutelada pelas Nações Unidas", frisou Luís Amado na entrevista à Rádio Renascença.


EL.
Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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