domingo, abril 27, 2008

Iminente a rendição do rebelde timorense Gastão Salsinha

Público, 26.04.2008
Jorge Heitor

Presidente Ramos-Horta desmentiu no Parlamento que tivesse agendado para sua casa, no dia em que foi atacado, qualquer encontro com o major Reinado

É possível que as autoridades timorenses possam anunciar hoje a rendição do antigo tenente Gastão Salsinha, que era tido como o líder do grupo que andava a monte desde Fevereiro e que ontem concordou uma vez mais render-se, se bem que não tenha de imediato entregue as armas, declarou ao PÚBLICO um responsável do gabinete de imprensa da Presidência da República, contactado pelo telefone.

Também os correspondentes da Lusa e da Antena Um referiram contactos entre Salsinha e representantes da Procuradoria-Geral e de outras entidades, na região de Gleno, distrito de Ermera, o único onde actualmente prevalece o estado de excepção decretado em todo o país depois do atentado de há dois meses e meio em que ficou gravemente ferido o Presidente, José Ramos-Horta.

O ambiente geral em Timor-Leste é hoje bem melhor e mais calmo do que há alguns meses, antes dos incidentes de 11 de Fevereiro, reconheceu ao PÚBLICO Maria Ângela Carrascalão, chefe de gabinete do secretário de Estado da Defesa, segundo a qual os militares e polícias timorenses saíram prestigiados das recentes provações.

Ao discursar esta semana no Parlamento, Ramos-Horta disse que "sem a intervenção divina e a sabedoria e dedicação dos médicos e enfermeiros em Díli e Darwin" não teria sobrevivido ao atentado, a propósito do qual três homens foram detidos na Indonésia, para onde entretanto teriam fugido: "Deus quis que eu continue a fazer uso de todas as minhas modestas faculdades para continuar a minha obra modesta em prol deste nosso povo e em prol da Humanidade".

O Presidente insistiu em que naquela data esteve na fronteira entre a vida e a morte; e que nessa altura ouviu "uma voz muito clara" a dizer para os que o tentavam matar: "Larguem-no, ele não fez mal a ninguém." E acredita que "era uma voz de comando, a voz de Deus".

O chefe de Estado felicitou o presidente do Parlamento, Fernando Araújo, "Lasama", pelo modo como interinamente o substituiu, tendo agradecido a todos os que acompanharam a evolução do seu estado, referindo em especial o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o Papa Bento XVI.

Por outro lado, procurando desfazer certas teses que vieram a público, sublinhou que no dia 11 de Fevereiro não tinha nenhum encontro marcado, na sua residência, com o major rebelde Alfredo Reinado, que acabou por seu morto nesse local, algum tempo antes de ele próprio ter sido alvejado a tiro, "pelas costas, do lado direito", e caído na estrada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parlamentarios amigos da Justica, averiguem bem se realmente houve um encontro marcado na casa do Presidente ou nao? porque tudo leva a crer que o Saudoso Major tinha a confianca no Ramos Horta e o facto de ele perguntar pelo presidente quando entrou em casa, armado com o mapa do lugar, da a entender que ele esperava ver o Presidente. Surprendeu-se nao encontrar ali o presidente. muita coisa cheira a peixe mas a verdade...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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