sexta-feira, maio 02, 2008

Government Thanks Church For Rebel Surrender

DILI (UCAN) -- The government of Timor Leste, or East Timor, has thanked the Church after a Catholic priest negotiated the surrender of rebels who allegedly attacked President Jose Ramos-Horta.

The government offered its thanks to Father Adrianus Ola, who facilitated the surrender of former army lieutenant Gastao Salsinha and 11 followers on April 29. Father Ola is parish priest at Our Lady of Lourdes Church in Ermera district, 75 kilometers southeast of Dili, where the rebels were hiding.

Salsinha and his men are believed to have carried out separate early morning ambushes on Feb. 11 against Horta and Prime Minister Alexandre "Xanana" Gusmao. While Gusmao was not hurt in the attack on his motorcade, Horta was seriously wounded and had to be flown to Darwin, Australia, for surgery. He returned to East Timor on April 17.

Salsinha was said to be the right-hand man of Alfredo Reinado, the rebel leader and former police major who was killed leading the attack on Horta. The motives for the attacks remain unclear.

Father Ola, 40, said it took four days of negotiations with the rebels to get them to turn themselves in. "I kept telling them, 'You have to surrender and solve your problems,'" he told reporters in Dili. "Their problems can only be solved among the Timorese."

The priest said Timor Leste's people had been badly affected by these former soldiers and their rift with the government, and it was time to bring this to an end.

Violence wracked Dili and other parts of the country over a split in the military in 2006 along regional lines, pitting "easterners"
against "westerners." More than 100,000 capital-area residents fled their homes and tens of thousands still remain in refugee camps, afraid to return home.

"I'm so proud that finally the rebels want to collaborate with the state and face justice, and I hope this will be the end of everything," Father Ola told reporters.

In a meeting at the presidential palace after the surrender, Ramos-Horta, who nearly died in the attack at his residence, personally forgave the rebels. "As a human, as a Christian, I pardon you, but as president, as a citizen, you should be taken to court to face justice," he told the men. "You have to explain to the people:
Who sent you, who supported you, who gave you the money, the weapons and uniforms, and who made the plan?"

Marcelo Caetano, the rebel whom the president said had shot him, cried and kissed the president's hand.

"I am happy our sons returned to Dili and surrendered their weapons," Caetano told reporters, weeping. "The truth will be established by the court."

In an interview with the military, Salsinha reportedly apologized to the people of East Timor "who suffered during the crisis and many of whom are still living in refugee camps." He said he and his men were ready to face justice.

The president thanked the Church and the people of Ermera. "I would like to thank the Church, especially the Ermera parish priest who has made an effort with his people to bring stability to this country."

The head of the Justice and Peace Commission of Dili diocese, Father Cyrus Banque, told UCA News on Apr. 29 that the surrender of the rebels is very important to the people, because the government can end military operations against them and people can return to their normal activities.

"This is a crucial moment of peace for this country. Now the situation will normalize and the refugees will no longer be afraid to go home," the Filipino Claretian missioner said.

As news of the surrender spread, refugees around Dili expressed optimism. Julio Orani, 29, who lives with his wife and five children in the Cional refugee camp, told UCA News this was a good omen for peace. "I will see the progress over the next two or three weeks, and if nothing happens then I will go home," he said on April 29.

Timor Leste, a former Portuguese colony that Indonesia occupied 1975-99, has struggled with political turmoil and violence since it formally emerged as an independent nation in 2002. Foreign troops currently help maintain security.

END

Tradução:

Governo agradece à igreja a rendição dos amotinados

DILI (UCAN) -- O governo de Timor-Leste agradeceu à igreja depois dum padre católico ter negociado a rendição de amotinados que alegadamente atacaram o Presidente José Ramos-Horta.

O governo ofereceu os seus agradecimentos ao Padre Adriano Ola, que facilitou a rendição do antigo Tenente das Forças Armadas Gastão Salsinha e 11 seguidores em 29 de Abril. O Padre Ola é o padre da paróquia da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes no distrito de Ermera, 75 quilómetros a sudeste de Dili, onde os amotinados estavam escondidos.

Acredita-se que Salsinha e os seus homens desencadearam emboscadas separadas no princípio da manhã de 11 de Fevereiro contra Horta e o Primeiro-Ministro Alexandre "Xanana" Gusmão. Enquanto Gusmão saíu ileso do ataque à sua caravana, Horta ficou ferido com gravidade e teve de ser aerotransportado para Darwin, Austrália, para cirurgia. Ele regressou a Timor-Leste em 17 de Abril.

Foi dito que Salsinha era o braço direito de Alfredo Reinado, o líder amotinado e antigo major da polícia que foi morto a liderar o ataque a Horta. Mantém-se obscuras os motivos para os ataques.

O Padre Ola, de 40 anos, disse que demorou quatro dias de negociações com os amotinados para os levar a renderem-se. "Continuei a dizer-lhes, 'Têm de se entregar e resolver os problemas,'" disse aos repórteres em Dili. "Os problemas apenas se podem resolver entre os Timorenses."

O padre disse que o povo de Timor-Leste tinha sido muito mal afectado por estes antigos soldados e pela sua luta com o governo, e que era tempo de pôr fim a isto.

A violência destruiu Dili e outras partes do país durante a divisão das forças militarem em 2006 ao longo de linhas regionais, colocando os do “leste” contra os do “oeste." Mais de 100,000 residentes na área da capital fugiram das suas casas e dezenas de milhares mantém-se ainda em campos de deslocados, com medo de voltar a casa.

"Estou tão orgulhoso por finalmente os amotinados quererem colaborar com o Estado e enfrentar a justiça, e espero que isto seja o fim de tudo," disse o Padre Ola aos repórteres.

Num encontro no palácio presidencial depois da rendição, Ramos-Horta, que quase morreu no ataque à sua residência, perdoou pessoalmente aos amotinados. "Como humano, como cristão, perdoo-lhes, mas como presidente, como cidadão, devem ser levados ao tribunal para enfrentarem a justiça," disse aos homens. "Têm de explicar ao povo: Quem é que os enviou, quem é que os apoiou, quem é que vos deu dinheiro, ar armas e os uniformes, e quem é que fez o plano?"

Marcelo Caetano, o amotinado que o presidente disse que o baleou, chorou e beijou as mãos do presidente.

"Estou feliz por os nossos filhos voltarem a Dili e entregarem as armas," disse Caetano aos repórteres,chorando. "A verdade será estabelecida pelo tribunal."

Numa entrevista com os militares, segundo relatos Salsinha pediu desculpa ao povo de Timor-Leste "que sofreu durante a crise e muitos deles estão ainda a viver em campos de deslocados." Disse que ele e os seus homens estavam prontos para enfrentar a justiça.

O presidente agradeceu à igreja e ao povo de Ermera. "Gostaria de agradecer à Igreja, especialmente ao padre da paróquia de Ermera que fez um esforço com o seu povo para trazer estabilidade ao país."

O responsável da Comissão da Justiça e Paz da diocese de Dili, Padre Cyrus Banque, disse à UCA News em 29 de Abril que a rendição dos amotinados é muito importante para o povo, porque o governo pode pôr fim às operações militares contra eles e o povo pode voltar às suas actividades normais.

"Este é um momento crucial da paz deste país. Agora a situação vai normalizar e os deslocados deixarão de ter medo de voltar a casa," disse o missionário Filipino Claretian.

Quando as notícias da rendição se espalharam, deslocados à volta de Dili expressaram optimismo. Julio Orani, 29 anos, que vive com a mulher e cinco filhos no campo de deslocados de Cional, disse à UCA News que este é um bom presságio para a paz. "Verei o progresso nas duas ou três próximas semanas, e se nada acontecer irei para casa," disse ele em 19 de Abril.

Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa que a Indonésia ocupou de 1975-99, tem lutado com turbilhão político e a violência desde que emergiu formalmente como nação independente em 2002. Tropas estrangeiras ajudam correntemente a manter a segurança.

FIM

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Governo agradece à igreja a rendição dos amotinados
DILI (UCAN) -- O governo de Timor-Leste agradeceu à igreja depois dum padre católico ter negociado a rendição de amotinados que alegadamente atacaram o Presidente José Ramos-Horta.

O governo ofereceu os seus agradecimentos ao Padre Adriano Ola, que facilitou a rendição do antigo Tenente das Forças Armadas Gastão Salsinha e 11 seguidores em 29 de Abril. O Padre Ola é o padre da paróquia da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes no distrito de Ermera, 75 quilómetros a sudeste de Dili, onde os amotinados estavam escondidos.

Acredita-se que Salsinha e os seus homens desencadearam emboscadas separadas no princípio da manhã de 11 de Fevereiro contra Horta e o Primeiro-Ministro Alexandre "Xanana" Gusmão. Enquanto Gusmão saíu ileso do ataque à sua caravana, Horta ficou ferido com gravidade e teve de ser aerotransportado para Darwin, Austrália, para cirurgia. Ele regressou a Timor-Leste em 17 de Abril.

Foi dito que Salsinha era o braço direito de Alfredo Reinado, o líder amotinado e antigo major da polícia que foi morto a liderar o ataque a Horta. Mantém-se obscuras os motivos para os ataques.

O Padre Ola, de 40 anos, disse que demorou quatro dias de negociações com os amotinados para os levar a renderem-se. "Continuei a dizer-lhes, 'Têm de se entregar e resolver os problemas,'" disse aos repórteres em Dili. "Os problemas apenas se podem resolver entre os Timorenses."

O padre disse que o povo de Timor-Leste tinha sido muito mal afectado por estes antigos soldados e pela sua luta com o governo, e que era tempo de pôr fim a isto.

A violência destruiu Dili e outras partes do país durante a divisão das forças militarem em 2006 ao longo de linhas regionais, colocando os do “leste” contra os do “oeste." Mais de 100,000 residentes na área da capital fugiram das suas casas e dezenas de milhares mantém-se ainda em campos de deslocados, com medo de voltar a casa.

"Estou tão orgulhoso por finalmente os amotinados quererem colaborar com o Estado e enfrentar a justiça, e espero que isto seja o fim de tudo," disse o Padre Ola aos repórteres.

Num encontro no palácio presidencial depois da rendição, Ramos-Horta, que quase morreu no ataque à sua residência, perdoou pessoalmente aos amotinados. "Como humano, como cristão, perdoo-lhes, mas como presidente, como cidadão, devem ser levados ao tribunal para enfrentarem a justiça," disse aos homens. "Têm de explicar ao povo: Quem é que os enviou, quem é que os apoiou, quem é que vos deu dinheiro, ar armas e os uniformes, e quem é que fez o plano?"

Marcelo Caetano, o amotinado que o presidente disse que o baleou, chorou e beijou as mãos do presidente.

"Estou feliz por os nossos filhos voltarem a Dili e entregarem as armas," disse Caetano aos repórteres,chorando. "A verdade será estabelecida pelo tribunal."

Numa entrevista com os militares, segundo relatos Salsinha pediu desculpa ao povo de Timor-Leste "que sofreu durante a crise e muitos deles estão ainda a viver em campos de deslocados." Disse que ele e os seus homens estavam prontos para enfrentar a justiça.

O presidente agradeceu à igreja e ao povo de Ermera. "Gostaria de agradecer à Igreja, especialmente ao padre da paróquia de Ermera que fez um esforço com o seu povo para trazer estabilidade ao país."

O responsável da Comissão da Justiça e Paz da diocese de Dili, Padre Cyrus Banque, disse à UCA News em 29 de Abril que a rendição dos amotinados é muito importante para o povo, porque o governo pode pôr fim às operações militares contra eles e o povo pode voltar às suas actividades normais.

"Este é um momento crucial da paz deste país. Agora a situação vai normalizar e os deslocados deixarão de ter medo de voltar a casa," disse o missionário Filipino Claretian.

Quando as notícias da rendição se espalharam, deslocados à volta de Dili expressaram optimismo. Julio Orani, 29 anos, que vive com a mulher e cinco filhos no campo de deslocados de Cional, disse à UCA News que este é um bom presságio para a paz. "Verei o progresso nas duas ou três próximas semanas, e se nada acontecer irei para casa," disse ele em 19 de Abril.

Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa que a Indonésia ocupou de 1975-99, tem lutado com turbilhão político e a violência desde que emergiu formalmente como nação independente em 2002. Tropas estrangeiras ajudam correntemente a manter a segurança.

FIM

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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