quarta-feira, fevereiro 13, 2008

More from the corral

Blog Dili-gence
Random observations from an English speaking foreigner in Dili, Timor-Leste

11.02.08

Posted in Uncategorized at 5:26 pm by Squatter

I received an email this afternoon from a mate who is the de-facto head of the Dili surf life saving club. This is the 3rd person I know who was in the area at the time but this one is a bit closer to the bone. In fact, TS has had the nervous shits all day - I can understand why. He writes :
“I went out for my morning exercise at 0630, and got to the intersection to The President’s house when it all went pear shaped.

I had turned up the road for the hill ride, stopped and started when I heard the gunfire. There was a vehicle straddling the road, some rubbish as well, and I could see what looked like uniformed personnel running around the area. Lots of gunfire, then three rounds went off just beside me, but in the bush. I was still about 400 metres from the house so hopefully they were only shooting quail and not me. But I don’t think so. It was still around dawn, so I couldn’t see exactly what the vehicle was, but it looked familiar.

I turned back, and headed east, and bumped into the President who was with two of his guards. One was on the road, the other with the President on the beach. All this was about 6.40am.
I stopped them and told them what had happened … he said no to the offer of a ride, saying it should be OK.


When I was riding back I saw one person dressed in military outfit … running along the road at full speed (towards the statue) unarmed. Not sure what was happening there. No firearms.
I passed the roundabout (pretty quickly!) looking up the road (the sun was well and truly up by then) and saw some uniformed people with guns outside the entry to the Presidents house. I kept going until I met up with a UN Police vehicle about 300 metres from the turnoff and on the way back to Dili. Soon after there were police, military, GNR ambulance heading our way. I briefed one of the senior people with what I had seen and waited in the area as it was getting a little scary with low flying army and police vehicles. Another 10 to 15 minutes and the ambulances came back - so it would have been about a half an hour max from when I saw the president to when the ambulances arrived on the scene.


I don’t know if there were two volley’s of firing - I spoke to a guy near Caz Bar on the way back from the ride … and he had indicated that they heard gun shots, and before I caught up with the President.”

My old mate FOS over at xananarepublic.blogspot.com also has his acquaintances down the eastern end of town and all I can suggest is you read what his take is. So if Radio Timor-Leste is correct and Alfredo really was staying at the President’s place, which group of people dressed as soldiers attempted to simultaneously (give or take 5 minutes) take out Alfredo, the President and the Prime Minister who lives some 10 kms away.

Usually, the unconfirmed stories are about 90% correct but that 10% error can affect conclusions by 100%. Some local media were reporting that the President had died which everyone seems to agree is not the case. It is rarely straightforward here.

Tradução:

Mais do currall

Blog Dili-gence

Observações aleatórias dum estrangeiro de língua Inglesa em Dili, Timor-Leste
11.02.08


Postado em Uncategorized às 5:26 pm por Squatter

Recebi um email esta tarde dum amigo que é o responsável de-facto da vida de surf de Dili. Esta é a terceira pessoa que conheço que estava na área na altura mas esta estava um pouco mais perto do osso. De facto, TS tem andado com nervosismo todo o dia – posso perceber porquê. Escreve ele :“Saí para os meus exercícios da manhã às 0630, e cheguei ao cruzamento para a casa do Presidente quando tudo aconteceu.

Tinha virado para a estrada para a subida do monte, parei e comecei quando ouvi os tiros. Estava um veículo atravessado na estrada, também algum lixo, e consegui ver o que parecia pessoal em uniforme a correr à volta da área. Muitos tiros, depois disparam três rajadas mesmo ao meu lado, mas no mato. Estava ainda a cerca de 400 metros da casa por isso tive esperança que estivessem apenas a disparar a codornizes e não a mim. Mas não penso isso. Era ainda o nascer do dia, por isso não pude ver exactamente como era o veículo, mas parecia familiar.

Voltei para trás, para o leste e tropecei no Presidente que estava com dois dos seus guarda-costas. Um estava na estrada, o outro com o Presidente na prais. Tudo isto por volta das 6.40 am.Parei-os e contei-lhes o que tinha acontecido … ele disse não à oferta duma boleia, dizendo que tudo devia estar OK.

Quando voltava de volta vi uma pessoa vestida com roupa militar … a correr pela estrada a grande velocidade (em direcção à estátua) desarmado. Não tive a certeza do que estava a acontecer lá. Nenhuma arma de fogo.Passei a rotunda (bastante depressa!) olhando a estrada em frente (então o sol já estava bem levantado) e vi algumas pessoas com uniformes com armas no exterior da casa do Presidente. Continuei até que encontrei um veículo da polícia da ONU a cerca de 300 metros da rotunda e a voltar para Dili. Em breve havia polícias, militares, a ambulância da GNR na nossa direcção. Informei uma das pessoas de topo do que tinha visto e esperei na área dado que estava a ficar um tanto assustado com os voos baixos das forças armadas e os veículos da polícia. Mais outros 10 a 15 minutos e as ambulâncias regressaram – assim deveria ser cerca de meia hora no máximo desde quando vi o presidente até quando as ambulâncias chegaram ao local.

Não sei se houve duas salvas de tiros – falei com um tipo perto do Caz Bar no regresso do passeio … e ele indicou que tinham ouvido tiros, antes de eu ter encontrado o Presidente.”

O meu velho amigo FOS na xananarepublic.blogspot.com tem tembém os seus conhecimentos lá na parte leste da cidade e tudo o que sugiro é que leiam o que diz. Assim se Radio Timor-Leste está correcto e Alfredo estava realmente hospedado no local do Presidente, que grupo de pessoas vestidas como soldados tentaram simultaneamente (mais ou menos 5 minutos) apanhar Alfredo, o Presidente e o Primeiro-Ministro que vive a cerca de 10 kms de distância.

Geralmente, as histórias não confirmadas são cerca de 90% correctas mas aqueles 10% de erro podem afectar as conclusões a 100%. Alguns media locais estavam a dizer que o Presidente tinha morrido com o que toda a gente parece concordar não ser o caso. Aqui as coisas raramente são claras.

ALKATIRI EXIGE DEMISSÕES

Portugal Diário
13.02.2008

Dos secretários de Estado da Defesa e da Segurança por terem falhado quanto à garantia da segurança do presidente e do primeiro-ministro.

A FRETILIN, o maior partido no parlamento timorense, mas na oposição, exigiu esta terça-feira a demissão dos secretários de Estado da Defesa, Júlio Tomás Pinto, e da Segurança, Francisco Guterres, disse à Lusa fonte partidária.

A fundamentar a exigência, a FRETILIN apontou o facto daqueles dois governantes terem falhado quanto à garantia da segurança do Presidente, José Ramos-Horta, e do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Na mesma sessão parlamentar, a FRETILIN defendeu a formação de uma Comissão Internacional de Inquérito "para investigar com transparência e independência" os acontecimentos de segunda-feira.

Antes, em declarações à Lusa, o secretário-geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, tinha já referido que o seu partido iria defender no parlamento uma investigação à actuação das forças internacionais em Timor-Leste e "exigir responsabilidades ao governo". A pasta da Defesa é acumulada pelo chefe do executivo, Xanana Gusmão.

O ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri ecoou preocupações do comandante das forças armadas timorenses, Taur Matan Ruak, que também exigiu essa investigação criticando, em declarações à Lusa, a actuação das forças internacionais no terreno.

MAIS ATAQUES EM PREPARAÇÃO

13.02.2008
Sara Marques/Portugal Diário


GNR tem informações de que o grupo de Reinado está armado e prepara-se para atacar Dili. Militares reforçaram patrulhas e protecção pessoal. Durante a noite, a capital esteve deserta. «As pessoas têm medo».

«Calma, muito calma», assim foi a noite em Dili após os ataques ao Presidente Ramos-Horta e o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, disse ao PortugalDiário o capitão Martinho, da GNR, que está em missão em Timor.

Mas toda esta calma pode ser apenas o anteceder de novos ataques. Segundo o responsável da GNR, «o grupo do major Reinado anda armado e há informações de que está a preparar-se para novos ataques em Dili».

Depois dos ataques deste domingo, o contingente português reforçou as patrulhas e as medidas de protecção. Agora, os militares da GNR deslocam-se em veículos blindados e com coletes à prova de bala reforçados.

«É uma questão táctica», explicou o responsável. «Temos que estar preparados para uma ameaça armada. Já não estamos a lidar com manifestações, jovens a atirar pedras e a manutenção da ordem pública», adiantou. Ainda assim, os homens de Reinado não causaram mais nenhum problema deste os ataques de domingo.

Para a GNR, «este é mais um momento da missão, nem sequer o mais importante», mas não escondem a satisfação de terem sido fundamentais para salvar a vida do presidente timorense.
Esta noite, Dili foi uma cidade deserta. «Foi anunciado um recolher obrigatório, mas ainda não está em vigor. Alguns não saíram por achar que não podiam, outros, por medo», afirmou o responsável.

O capitão Martinho diz que a população está dividida. «Uns estão felizes por o major Reinado ter morrido, mas os que o apoiavam, não estão claro». Esta manhã, a capital de Timor recuperou alguma normalidade.

As pessoas foram trabalhar, mas os atentados não foram esquecidos e o estado de saúde do presidente é tema de muitas conversas. Além disso, muitos responsáveis timorenses criticam o tempo que demorou até chegar ajuda para Ramos-Horta e recordam que este ataque era previsível.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Wednesday, 13 February 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL News Coverage
No coverage.


RTL News Coverage

Civil society expresses sadness: Civil society groups have expressed sadness over the assassination attempts on President Jose Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmão. The Director of the National Forum of Non Government Organizations (FONGTIL), Maria Angelina Sarmento, said that the both the State and Alfredo Reinado’s group had no patience to peacefully resolve the problems. “It’s sad because we had been in a process to solve the problems, but the State and Alfredo Reinado had no patience to participate in this process,” said Ms. Sarmento on Tuesday (12/2). Ms. Sarmento also urged the government to further investigate the causes of the incident.

PDHJ to monitor ‘State of Emergency’: The General Provedor of Human Rights and Justice (PDHJ) has declared that he will monitor the implementation of the ‘State of Emergency.’ The PDHJ will accept any report or complaint from the community related to human rights violations.


* * *


Print News converge


UN failure causes Horta shootings: The Commander of F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak, has said that the attack against President Jose Ramos-Horta, led by Alfredo Reinado, was caused by a failure of the United Nations to detect the movements of the armed group. The Brigadier General questioned why the United Nations did not provide adequate security for the President. He further claimed that according to the UN mandate, it was the responsibility of the UN Police and the PNTL to provide security for the President, not F-FDTL. “They (UNPol and PNTL) have limited capacity to prevent and take actions against threats to the nation,” said the Brigadier General. “F-FDTL is asking the UN to conduct an international investigation to determine the lines of responsibility for incidents occurring on Monday.” (DN)

TMR asks Salsinha to show himself: The Commander of F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak, has made an appeal to former F-FDTL member Gastao Salsinha to show himself and to contribute to the process of dialogue started by the government. “We are asking for support from the community and the media to help persuade Salsinha to come out from hiding,” said the Brigadier General. “I would also like to congratulate the 71 members of the petitioners’ group who have proved their bravery in coming to Dili to participate in the dialogue. We would encourage other petitioners to come and join these members.” (DN)

TMR asks UN to investigate ISF and UNPol: The Commander of F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak, has asked the United Nations to conduct an international investigation into the International Stabilization Forces (ISF) and the United Nations Police regarding their role in the recent attacks on the President and Prime Minster. “Even though F-FDTL was providing security at the President’s residence, ultimate responsibility for security goes to the UN Police and PNTL,” said the Brigadier General. He also said that ISF and UNPol had insufficient capacity to prevent the attacks. (DN)

Fretilin demands Security and Defence resignations: Two Fretilin Members of Parliament, Arsenio Bano and Estanislau Aleixo da Silva, have demanded the resignations of the State Secretary of Security, Francisco Guterres, and the State Secretary of Defence, Juilo Thomas Pinto, claiming that the offices of these men failed to detect or prevent the attacks on the President and the Prime Minister. “They both bear a great responsibility for these incidents that have shocked the nations,” said Mr Bano. “For the past two years, the international forces have accompanied these (Alfredo’s) armed groups. Why then did they allow the group to come down? And given that there was an hour difference between the initial attack on the President and on the later attack to the Prime Minster, why was there no extra security provided to the PM?” (DN)

Horta’s family criticizes UNPol: A family member of President Jose Ramos-Horta, Joao Carrascalao, has strongly criticized the work of the United Nations Police claiming that because they failed to provide maximum security to the President, an opportunity was provided for the armed group to attack the President. Mr Carrascalao also said that if the President died as a result of the attacks, the responsibility for his death would fall upon the UN Police. (DN)

Explanation demanded from MPs who met with Alfredo: A Fretilin Member of Parliament, Domingos Sarmento, has demanded an explanation from the three MPs who met with Alfredo Reinado in Ermera on 6 February. “I want to know who told them to meet Alfredo. The President of the National Parliament? Or any other Political leaders? Or anyone else? And what was the objective and agenda of the meeting?” asked Mr Sarmento. (DN)

UN Secretary-General condemns attack on Horta: The Untied Nations Secretary-General Ban Ki-moon has strongly condemned the assassination attempts on President Jose Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmao. The Secretary-Gernal has appealed to the public to remain calm and to not engage in violent activities. (DN and STL)

Horta in coma, but stable: President Jose Ramos-Horta is in a stable condition, despite having slipped into a coma, said the Managing Director of the Royal Darwin Hospital, Len Notaras. Dr Notaras said that the bullets had been removed from Horta’s body. The doctor also said that Horta would remain in intensive care until tomorrow. “He is lucky to be alive,” said the doctor. (TP)

F-FDTL demands international investigation: The Commander of F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak, is demanding that the United Nations conduct an international investigation into the causes of the attacks on the President and Prime Minster. “We demand the UN to conduct an immediate international investigation to identity how these attacks could have happened. We make this demand because the security of Timor-Leste was under the responsibility of internationals,” said the Brigadier General. “UNPol and PNTL were the ones responsible for the personal security of Ramos-Horta.” (TP)

Australian forces arrive in TL; Japan to send bodyguards: The Brigadier General of the International Stabilization Forces, James Baker, has said that additional Australian forces have arrived in Timor-Leste to strengthen security during the nation’s State of Emergency. The State of Emergency was declared following attacks made on President Jose Ramos-Horta and Prime Minster Xanana Gusmao. Approximately 340 troops have arrived. An additional contingent of 70 Australian police also arrived in Dili yesterday.

The Government of Japan is planning on sending bodyguards to Timor-Leste. The bodyguards will be sent upon request from the Government of Timor-Leste. (TP)

NP approves ‘State of Emergency’: The National Parliament approved on Monday a decree vesting Acting President Vicente Guterres with powers to declare a State of Emergency following attacks made on President Jose Ramos-Horta and Prime Minster Xanana Gusmao. “A curfew will be imposed on the capital, Dili, from 8pm to 6am,” said Mr Guterres. “This State of Emergency will start from Monday 11 February, at 10am.” (TP)

Fernando: No plans to attack PR and PM: The National Parliament member Fernando Gusmao, has declared that the meeting between three MPs from PSD, PD and ASDT and Alfredo Reinado’s group had nothing to do with the attacks on President Jose Ramos-Horta and Prime Minster Xanana Gusmao. Mr Gusmao said that the MPs were sent by their parties to meet with Alfredo in order to help find a solution to the problems of Alfredo and the petitioners. (TP)

Horta calls TMR for help: President Jose Ramos-Horta had called F-FDTL Brigadier General Taur Matan Ruak asking for help after he had been shot Monday morning, said an unnamed source. The Brigadier General confirmed that the had a missed call from the President and that he had tried to call him back. (TP)

Bodies of Alfredo and Leopoldino taken for autopsies: The Dili National Hospital Director, Antonio Caleres Junior confirmed that the bodies of Alfredo Reinado and Leopoldino had been to the hospital to receive autopsies. (TP)

TMR: UNPol work is weak: The Commander of F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak, has said that attacks against President Jose Ramos-Horta and Prime Minster Xanana Gusmao expose the weakness of the United Nations Police as they failed to provide adequate security. The Brigadier General is blaming UNPol for the attacks, claiming that as the security of the country was under their leadership, they should have been able to prevent the attacks. “As per the mandate, F-FDTL was responsible only for the security of the President’s residence. But UNPol and PNTL were responsible for the personal security of the President,” said the Brigadier General. (STL)

Youths urged to respect State of Emergency: The Acting President Vicente Guterres has appealed to all youths to remain calm, to stay in their homes, and to avoid rumors and other provocations that would contribute to de-stabilizing the security situation. “You are not allowed to hold meetings or demonstrations during the next two days,” said Mr Guterres to the youths. (STL)

USA condemns attack on PR and PM: The Untied States Government has strongly condemned yesterday’s violent attacks on the President and the Prime Minster. The US Ambassador to Timor-Leste Hans Klamm said: “We give our deepest condolences to the families of the victims of yesterday’s attack and wish the President a speedy recovery.” (STL)

Shootings disputed: The PD Member of Parliament Teresa de Carvalho said that President Jose Ramos-Horta was shot five minutes after Alfredo Reinado had been shot dead. “There is a big question mark over who was really doing the shootings,” said Ms Carvalho. Ms Carvalho also said it was the responsibility of UNPol and ISF to control the movements of the petitioners and Alfredo’s group. (STL)

General Prosecutor and UNMIT sign MOU: The General Prosecutor of Timor-Leste Longuinhos Monteiro and the Deputy Special Representative of the Secretary-General, Finn Reske-Nielsen, have signed a Memorandum of Understanding to re-open pending cases from the Serious Crimes unit. (STL)

Horta needs three days to stabilize: The Minister of Health Nelson Martins, confirmed that President Jose Ramos-Horta requires three days after his surgery to stabilize. (STL)

Portugal concorda com inquérito internacional e está disposto a participar - MNE Luís Amado

Lisboa, 13 Fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, apoiou hoje a criação de uma comissão de inquérito internacional para investigar os atentados em Timor-Leste e afirmou a disponibilidade de Portugal participar nessa investigação.

"A ideia de uma comissão de inquérito internacional parece-me muito importante, fundamental, pois o que se passou em Díli, do ponto de vista dos interesses de um pequeno Estado em formação, tem de ser avaliado até às últimas consequências e devidamente investigado", disse Luís Amado.

O chefe da diplomacia portuguesa falava aos jornalistas na Assembleia da República no final de uma audição na Comissão de Negócios Estrangeiros, centrada na questão do Kosovo.

O presidente interino de Timor-Leste, Fernando "La Sama" de Araújo, anunciou hoje que vai ordenar a constituição de uma comissão internacional para investigar os atentados de segunda-feira, em Díli, contra o chefe de Estado e o primeiro-ministro timorenses.

"Falei em Lisboa com o comandante-geral da GNR, força que possui uma unidade de investigação para estes casos, a quem pedi apoio", disse Fernando "La Sama" de Araújo à Agência Lusa no avião que o transportou de Bali para Díli.

Luís Amado disse não ter conhecimento da formalização de um pedido nesse sentido a Portugal, mas salientou que quando isso acontecer, o governo português o "apreciará e avaliará" à luz do princípio de apoio ao Estado timorense.

"Estamos sempre abertos à participação de qualquer sector ou instituição portuguesa para apoiar as instituições timorenses no esforço que fazem para dar estabilidade e viabilidade ao seu país", acrescentou.

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse hoje que Portugal está disposto a enviar uma unidade de investigação criminal da GNR para Timor-Leste, mas referiu que já tinha debatido essa questão com as autoridades timorenses durante a visita que efectuou a Díli em Janeiro, ou seja, antes dos atentados de segunda-feira contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.

José Ramos-Horta foi ferido a tiro segunda-feira na sua residência, nos arredores de Díli, num ataque em que morreu o major Alfredo Reinado, e menos de uma hora depois, Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada, quando se dirigia da sua residência para a capital timorense.

Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o parlamento timorense decretou na segunda-feira o estado de sítio, em todo o país, durante dois dias, que hoje foi prolongado por mais 10 dias, até 23 de Fevereiro.



MDR/CMP

Lusa/Fim

Prorrogado o estado de sítio por 10 dias

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
Gabinete de Imprensa
_________________________

Dili, 13 de Fevereiro de 2008


O Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão propôs hoje ao Presidente da República interino a prorrogação do estado de sítio em função da análise elaborada pelos serviços competentes do Estado e com o objectivo de continuar a assegurar a segurança e ordem pública.

Esta medida excepcional – para vigorar até ao próximo dia 23 de Fevereiro – não põe em causa os direitos fundamentais dos cidadãos, nem suspende os princípios constitucionais da Nação, mas impõe medidas mínimas de caracter excepcional, como sejam a proibição de manifestação e reunião e o recolher obrigatório entre as 8:00 pm e as 06:00 am,

Esta situação pode ser reduzida ou até cancelada se entretanto forem reunidas as condições de segurança.

O Chefe do Governo congratula-se com a forma pacífica e ordeira com que a população tem acolhido a situação extraordinária resultante da imposição do estado de sítio.
A população compreendeu que numa altura em que principais Órgãos de Estado foram postos em causa, o Governo não poderia ter outra alternativa senão propôr ao Presidente da República interino a imposição desta medida extraordinária.

O Governo verifica com satisfação que o quotidiano dos cidadãos não foi fortemente afectado pelos graves atentados da passada segunda-feira e é com orgulho no Povo de Timor-Leste que o Executivo regista que o comércio privado e as instituições do Estado não deixaram de funcionar.

O Primeiro-Ministro apela aos jovens que respeitem a memória de Alfredo Reinado e contribuam para a paz e estabilidade social de acordo, aliás, com a mensagem que lhe foi transmitida pessoalmente pelo tio e pai adoptivo de Reinado, o Conselheiro de Estado Vitor Alves, com quem manteve hoje um encontro no Palácio do Governo.

O Governo acompanha em permanência, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros Zacarias da Costa, que se encontra em Darwin, a evolução do estado de saúde do Presidente da República e dirige uma palavra de particular apreço aos profissionais de saúde do Royal Darwin Hospital que têm sido inexcedíveis nos cuidados prestados ao Dr. Ramos-Horta.


+FIM+

Fernando "La Sama" Araújo assume presidência interina e vai criar comissão internacional de investigação

Díli, 13 Fev (Lusa) - O presidente do Parlamento timorense, Fernando "La Sama" de Araújo, vai assumir nas próximas horas a presidência interina do país e ordenar a constituição de uma comissão internacional para investigar os atentados de segunda-feira.

Em declarações hoje à agência Lusa no avião que o transportou de Bali para Díli, Fernando "La Sama" de Araújo disse que pretende que a GNR faça parte dessa comissão.

"Falei em Lisboa com o comandante-geral da GNR, força que possui uma unidade de investigação para estes casos, a quem pedi apoio", acrescentou.

Fernando "La Sama" classificou também o acto do grupo de Alfredo Reinado como uma "tentativa de golpe de Estado muito grave que tem de ser investigada profundamente" e é por isso que "vai convidar especialistas internacionais" como portugueses, ingleses, indonésios e filipinos.

Independentemente da investigação, "La Sama" considerou que o "diálogo acabou" e que os rebeldes que possuem armas "têm de entregar as armas e renderem-se".

Questionado se dará ordens às forças internacionais para prender os rebeldes, Fernando "La Sama" disse apenas : "sim" porque perante o que aconteceu "não há mais diálogo, não há mais aproximações e o Estado vai dar ordens".

Constitucionalmente, Fernando "La Sama" de Araújo é o substituto legal do presidente timorense, Ramos Horta, que se encontra hospitalizado em Darwin, Austrália, na sequência do atentado de que foi alvo segunda-feira em Díli.

Uma vez que se encontrava em Portugal, numa visita a convite do seu homólogo português, Jaime Gama, Fernando "La Sama" de Araújo não pôde ser investido nas funções, tendo sido interinamente substituído por Vicente Guterres, vice-presidente do parlamento, que irá, assim, assumir o cargo de presidente interino do Parlamento Nacional.

Fernando "La Sama" considerou também que Timor-Leste, como "Nação Nova, nunca tinha pensado muito nas questões protocolares e de segurança mas que o acidente de segunda-feira vai obrigar a repensar a situação.

"Sentimos que não é necessário. O povo ainda está a sofrer e não queremos entrar na vida rígida do protocolo, mas depois do que aconteceu temos de montar um sistema para dar segurança à soberania do Estado", disse.

Sobre Alfredo Reinado, que nas presidencias de 2006 declarou o seu apoio a "La Sama", o mesmo responsável disse apenas "desconhecer" as razões que levaram o major rebelde a querer a sua vitória e explicou que "apenas uma vez no ano 2000 em Maubisse" se encontrou com Reinado.

Relativamente aos peticionários e ao envolvimento de Alfredo Reinado na defesa dos alegados direitos dos antigos militares, Fernando "La Sama" sustentou que o major "nunca fez nada nem deu qualquer contribuição, apenas clamou nas montanhas", mas quando as principais figuras do Estado o chamaram para ele conversar e encontrar uma solução para o assunto "ele não apareceu".

José Ramos Horta foi ferido a tiro segunda-feira, na sua residência em Díli, num ataque em que morreu o major Alfredo Reinado, e menos de uma hora depois, Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada quando se dirigia da sua residência para a capital.

Depois de operado no hospital militar australiano em Díli, Ramos-Horta foi transferido para o Royal Hospital de Darwin, Norte da Austrália, cujo director, Len Notaras, manifestou confiança na recuperação completa do presidente timorense.

Ramos Horta foi hoje submetido a terceira intervenção cirúrgica para retirada de alguns fragmentos de bala alojados no corpo.

Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o até agora presidente interino, Vicente Guterres, decretou o estado de sítio por 48 horas, tendo sido já pedido o prolongamento da situação por mais uma semana.



JCS/PRM

Onze testemunhas ouvidas, emitidos quatro mandados de captura

Díli, 14 Fev (Lusa) - O comandante interino da Polícia da ONU (UNPol) em Timor-Leste afirmou hoje que duas equipas de investigação aos ataques de segunda-feira interrogaram 11 testemunhas e que foram emitidos quatro mandados de captura relacionados com o duplo atentado.

As duas equipas de investigação, que integram elementos da polícia das Nações Unidas e da Polícia Nacional de Timor-Leste, recolheram também "vários documentos e apreenderam vários cartões SIM", declarou o comandante interino da UNPol, Hermanprit Singh.

Atul Khare, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas em Timor-Leste, considerou, na mesma conferência de imprensa em Díli, que a chegada ao país de um contingente australiano que inclui elementos da polícia "vai contribuir decerto para o progresso da investigação".

Alfredo Reinado liderou segunda-feira um ataque contra a residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, em que o major fugitivo acabou por morrer, juntamente com um dos seus homens.

Logo depois, um grupo alegadamente liderado pelo lugar-tenente de Alfredo Reinado, Gastão Salsinha, atacou a coluna de viaturas em que seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Ferido a tiro no ataque, Ramos-Horta foi ainda operado no hospital militar australiano em Díli, tendo sido depois transferido para o Royal Hospital de Darwin, Norte da Austrália, onde hoje foi submetido a outra intervenção cirúrgica, a terceira desde o atentado.

Phil Carson, chefe da equipa de cirurgiões, disse que o presidente timorense está a recuperar "bastante bem" e que apesar de permanecer em estado grave, mas estável, poderá recuperar "sem problemas funcionais" no prazo de seis meses.

"Se tudo correr bem, em duas semanas começará a poder movimentar-se e antecipamos seis semanas para se sentir melhor e seis meses para ter ultrapassado totalmente o seu ferimento", sublinhou.

Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o presidente interino, Vicente Guterres, decretou o estado de sítio por 48 horas, que hoje deverá ser prolongado por mais uma semana, a pedido do governo.



PRM/ASP

Lusa/Fim

Chefe de missão da ONU concorda com comissão internacional de inquérito

Díli, 13 Fev (Lusa) - O chefe da missão da ONU em Timor-Leste, Atul Khare, afirmou hoje em Díli que será a favor de uma comissão internacional de inquérito aos ataques de segunda-feira "se as autoridades timorenses fizerem esse pedido".

"Eu, como pessoa que sempre defendeu a transparência e a responsabilização, sempre fui, em todas as circunstâncias, a favor de uma comissão internacional independente de inquérito", declarou Atul Khare, na sua primeira conferência desde os atentados contra o presidente e primeiro-ministro timorenses, que ocorreram quando estava em Nova Iorque, Estados Unidos.

"No entanto, em vez de pedirmos uma comissão de inquérito nova aos incidentes de segunda-feira, que eu também apoio, podemos implementar até ao fim as recomendações da Comissão Independente Especial de Inquérito" aos acontecimentos de 2006, referiu.

"Embora tenha havido progresso, ainda há muitas recomendações que precisam de ser aplicadas e devia haver esforços renovados para a sua concretização completa", acrescentou o chefe da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT).

"Penso que todos temos uma responsabilidade pela paz e pela estabilidade e prosperidade neste país", respondeu Atul Khare quando questionado sobre as acusações de que as forças internacionais presentes no país não impediram o duplo ataque contra titulares do Estado timorense.

O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior General das Forças de Defesa de Timor-Leste, afirmou terça-feira que tinha informações que apontavam para a realização do atentado e pediu a responsabilização das forças internacionais.

"Não comento as declarações de outras pessoas", disse, a esse propósito, Atul Khare.

O chefe da missão internacional afirmou que o esquema de segurança à residência do Presidente da República e a segurança pessoal durante o exercício matinal do chefe de Estado correspondem àquilo que foi pedido por José Ramos-Horta.

"O Presidente quis que a segurança nesses dois casos fosse feita por militares timorenses e nós respeitámos essa indicação porque Timor-Leste é um Estado soberano", explicou Atul Khare.

O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas chegou a Nova Iorque sábado passado, para acompanhar a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Timor-Leste.

Atul Khare soube do duplo ataque contra o Presidente da República e o primeiro-ministro timorenses cerca das 18:00 de domingo (23:00 em Lisboa e 08:00 de segunda-feira em Díli).

"Um país não é definido pelo facto de haver ou não uma crise, mas pela resposta que dá perante uma crise", afirmou Atul Khare.

O chefe da UNMIT considerou os ataques contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão "um teste sério" para o país.

"No entanto, o primeiro relatório é muito bom. O povo manteve-se calmo. O Governo timorense reagiu de maneira sóbria", frisou.

O grupo que estava com Alfredo Reinado, o militar fugitivo que liderou e morreu no ataque à casa do Presidente da República, "é uma ameaça", disse ainda.

Atul Khare recordou as reacções do Conselho de Segurança e afirmou que o embaixador da África do Sul na ONU considerou "uma ironia" que o ataque de Alfredo Reinado tenha sido contra alguém que "procurou resolver o problema pela via do diálogo".



PRM/JCS

Lusa/Fim

Corpo de rebelde timorense é velado na casa de pai adotivo

Dili, 13 fev (Lusa) - O caixão com o corpo do major Alfredo Reinado foi transportado nesta quarta-feira, sob escolta da Guarda Nacional Republicana (GNR, a polícia portuguesa que atua em Timor Leste) para a casa de seu pai de criação, Vitor Alves, em Dili, onde se encontram centenas de pessoas.

Simultaneamente, foi transportado para a mesma casa o caixão com o corpo de Leonardo - um membro do grupo de Reinado que também foi morto durante o ataque à residência do presidente timorense, José Ramos Horta.

O funeral do major Alfredo Reinado está marcado para quinta-feira, em Dili, e o corpo, "provavelmente, será enterrado no quintal da casa do seu pai adotivo", anunciou nesta quarta-feira aos jornalistas o chefe da missão da ONU em Timor Leste, Atul Khare.
Horas antes da confirmação da data do funeral do rebelde responsável pelo levante de 2006, Vítor Alves havia dito à Lusa não saber onde seria o funeral devido a informações de que havia um grupo pretendia raptar o corpo do major.

"Recebemos essas ameaças de raptar o cadáver de pessoas que querem impedir que o Alfredo Reinado seja enterrado, não sei por quê", disse, então, o pai de criação de Reinado.###

E Timor called off hunt for Reinado: Smith

ABC News – Tue, 12 Feb 2008

Foreign Minister Stephen Smith says the East Timorese leadership asked Australian forces to stop looking for rebel leader Alfredo Reinado about nine months ago, because they wanted negotiations to take place.

East Timor President Jose Ramos-Horta was shot yesterday morning in an attack at his home in the capital Dili. He remains in a very serious but stable condition.

There was also an attempted attack on Prime Minister Xanama Gusamo, but he managed to escape unharmed.
Fugitive rebel leader and former army major Alfredo Reinado - who was widely seen as a major destabilising force in East Timor for the past 18 months - was killed in the gun battle outside the presidential home.

Mr Smith says he is not prepared to comment on whether calling off the search was a mistake, because it was a decision for East Timor, not the stabilisation forces.
"As I've said earlier, I'm not proposing to reflect on that decision, but it's something that over time the East Timorese Government, the Australian Government, the international stablisations forces and the United Nations will no doubt reflect on," he said.

Mr Smith had a private meeting with his East Timorese counterpart Zacarias Da Costa at Darwin Royal Hospital this afternoon, where Mr Ramos-Horta is in a serious, but stable condition.

Mr da Costa says he does not think it was a mistake to stop searching for Reinado and he does not regret allowing the rebel leader to remain free, because it was hoped a political solution could be negotiated.
"President Horta together with Prime Minister Xanana have decided that the best way is to engage in dialogue," he said.

"I don't think it was a wrong decision, unfortunately the outcome was different to what we imagined, but I think it was a good decision."

Mr da Costa says the men responsible for the attack are being pursued by police and will be prosecuted.

"We know where they are and I'm sure sooner or later we'll get close to them," he said.
Mr Smith says it is up to East Timor to decide how to deal with the rebels.
"The sensible thing is to hand over their arms and give themselves in," he said.

InquiryMeanwhile, Deputy Prime Minister Jose Luis Guterres has demanded a full inquiry into yesterday's attacks.

Police investigations have already begun into who orchestrated the separate attacks on Mr Ramos-Horta and Mr Gusamo and there are also allegations that UN police left Mr Ramos-Horta bleeding on the road for half-an-hour, before going to his aid.

Mr Guterres says there is no clear motive as to why rebel forces might shoot the President, but he has speculated they may have wanted to bring down the Government to force an early election.

He is demanding an independent commission of inquiry to establish the truth.
Mr Gutteres says he does not believe the attempted assassination will lead to widespread violence.

"The situation in Dili remains calm, as well as in other parts of East Timor," he said.

"The Government institutions related to defence and security are working very closely with the ISF, as well as United Nations police in order to stabilise the country."

Earlier, Mr Smith told a press conference at the hospital that the HMAS Perth is now anchored off Dili and more Australian troops will be in East Timor within 24 hours.

He said Australia was standing by East Timor and more Australian troops and federal police would be on the ground in East Timor by tomorrow.

Mr da Costa thanked the Australian Government and staff at Royal Darwin Hospital for their support and for their speedy response to East Timor's crisis.

Mr Smith would not be drawn on the rules governing the latest troop deployment, but is urging the rebels responsible for yesterday's attack on President Jose Ramos-Horta to give themselves up.

Prime Minister Kevin Rudd has warned that Australia's commitment in East Timor may need to be further adjusted as developments unfold.

Mr Rudd told Parliament the situation in East Timor is currently calm but things could change quickly.

"This however is a very fluid environment and all of us in this Parliament, who've observed the throws of the emergence of this new democracy since the independence ballot some years ago, know how volatile things can become," he said.
"It will therefore require our continued efforts and attention to respond to security developments as they unfold."

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ABC/AFP - Tue, 12 Feb 2008

UN defends Ramos-Horta response time

As the first additional Australian troops arrive in the capital Dili, the United Nations in East Timor has presented evidence to reject claims its officers left President Jose Ramos-Horta bleeding on the road after he was shot in an attempted assassination yesterday morning.
Planes carrying up to 200 troops and 70 police to help bolster security on the ground started arriving during the evening (Australian time).

The navy ship HMAS Perth had already docked in Dili Harbour.

The UN has come under attack for allegedly leaving Mr Ramos-Horta lying in agony for more than 30 minutes after being shot two or three times in the upper body.

Mr Ramos-Horta lost at least eight litres of blood before being evacuated to Royal Darwin hospital where he was in a serious but stable condition on Tuesday.

But a senior UN official says police records show UN officers received the first call of the shooting at 6:59am (local time).

He says police arrived at 7:15am, the President was found near a fence at 7:23am and was in an ambulance two minutes later.

Investigations have established there were 10 assailants involved in the attack, including rebel leader Alfredo Reinado, who was shot dead.

Hard questionsMeanwhile East Timor's military chief has demanded an explanation as to how renegade soldiers were able to reach the homes of the nation's two top leaders to launch the assassination attempts.

Brigadier General Taur Matan Ruak said that the military was only responsible for security within the perimeters of President Jose Ramos-Horta's residence, while national police and UN police had jurisdiction for his personal security.

"Given the big number of international forces present in Timor-Leste, in particular in Dili, how is it possible that vehicles transporting armed people have entered the city and executed an approach to the residences of the President and Prime Minister without having been detected?" Brig-Gen Ruak said in a statement he read out at the military headquarters.

"There has been a lack of capacity shown by the international forces who have the primary responsibility for security within Timor-Leste, to foresee, react and prevent these events," he said.

Meanwhile the wife of East Timor's Prime Minister Xanana Gusmao says armed men surrounded her family's home during yesterday's assasination attempt on her husband.
Prime Minister Gusmao was unhurt when his car was fired upon in a separate attack to the one that seriously wounded President Ramos-Horta.

Mr Gusmao's Australian-born wife Kirsty Sword Gusmao was at home with her children yesterday morning when the attacks occured.

"It was a great sort of panic and confusion and I got the children dressed as quickly as I could and had them lie under the bed, all the while, unsure of exactly how many men we were talking about," she said.

"We only had a very small security contingent."###

Timor-Leste: "Muito satisfeitos com progressos" de Ramos-Horta - fonte hospitalar

12 de Fevereiro de 2008, 23:48 Darwin, Austrália, 13 Fev (Lusa) - O presidente timorense José Ramos-Horta permanece em estado "grave mas estável", com sinais positivos que levam a equipa médica que o acompanha a estar "muito satisfeita" com o progresso, disse á Lusa fonte do Royal Darwin Hospital.

"O presidente continua estável, em estado grave mas estável", disse uma fonte do hospital, contactada pela Lusa em Darwin.

A mesma fonte precisou que José Ramos-Horta deverá ser submetido ainda durante a manhã de quinta-feira, hora local em Darwin, a uma nova intervenção cirúrgica."Regressará ao bloco operatório ainda durante a manhã de hoje, nas próximas três ou quatro horas", afirmou a fonte, contactada às 09:00 locais da manhã de quinta-feira, 11:30 de quarta-feira em Lisboa.
A operação, explicou, servirá para continuar o tratamento aos ferimentos de bala e para retirar estilhaços que ainda permanecem no corpo e que a equipa médica preferiu não retirar na operação a que foi sujeito pouco tempo depois de chegar a Darwin, na tarde de segunda-feira.
Rosa Carrascalão, irmã do presidente timorense, contou ao início do dia de hoje à Lusa que a situação do seu irmão inspira optimismo, transmitido pelos médicos, e que o presidente timorense continua "estável".

"Estive esta manhã com ele e continua estável. Ainda não está consciente e deverá ficar assim até à nova operação para limpar a ferida", afirmou."Mas os médicos estão optimistas", sublinhou a irmão do presidente de Timor-Leste.

José Ramos-Horta está hospitalizado desde segunda-feira no Royal Darwin Hospital, para onde foi transferido depois de ter sido submetido a uma primeira intervenção cirúrgica no hospital militar de campanha australiano em Díli, após ter sido ferido a tiro na sua residência.

Ainda na segunda-feira, o presidente timorense foi operado em Darwin e o director do hospital, Len Notaras, disse hoje à Lusa que José Ramos-Horta deverá conseguir recuperar plenamente, ainda que os seus ferimentos sejam "terríveis" e que os danos ao pulmão direito inspirem ainda alguns cuidados adicionais.

"O presidente continua numa condição muito séria mas estável. A noite correu bem e ele permaneceu estável", disse.

"Deve permanecer no ventilador pelo menos até quinta-feira e deve ser operado de novo na tarde de quarta-feira para mais trabalho nos ferimentos", afirmou.Notaras afirmou que apesar do prognóstico tem que haver cuidado extremo, em especial com o "ferimentos mais grave, no peito".
"O caso é muito grave, é um incidente que poderia ter-lhe tirado a vida. Felizmente recebeu bom tratamento desde logo, em Díli, apoiado por médicos daqui de Darwin que se mantiveram em contacto telefónico", afirmou.ASP-Lusa/Fim

Estado de sítio com recolher obrigatório prolongado por mais 10 dias (ACTUALIZADA)

Dili, 13 Fev( Lusa) - O Parlamento Nacional de Timor-Leste aprovou hoje o prolongamento do estado de sítio no país com recolher obrigatório por mais 10 dias, até 23 de Fevereiro.

Dos 44 deputados presentes, entre os 65 eleitos, 30 votaram a favor e 14 abstiveram-se.

Votaram a favor todas as bancadas parlamentares, excepto a Fretilin e o Partido de Unidade Nacional (PUN), que sustentaram a sua posição com a ausência de um relatório da situação no país após 48 horas de estado de sítio.

O estado de sítio tinha sido decretado segunda-feira, por um período de 48 horas, na sequência dos dois atentados contra o presidente timorense, José Ramos-Horta, que ficou ferido, e contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

Na justificação da proposta de prolongamento do estado de sítio - em forma de projecto-lei apresentado por Maria Paixão (deputada do PSD e vice-presidente do Parlamento Nacional) e Pedro da Costa (do Conselho Nacional de Reconstrução Timorense) - é sublinhado ser "imprescindível" manter a aplicação das medidas restritivas já que "existe uma concreta ameaça à ordem democrática" porque a maioria dos autores dos ataques escaparam, estão armados e circulam pelo território nacional.

Para Fernanda Borges, líder do PUN, que se absteve na votação, "não é preciso pôr em risco toda a população", já que, segundo argumentou, a "pouca preparação" das Forças de Segurança timorenses pode colocar em perigo os populares porque "a polícia tem mais poderes" e pode usá-los incorrectamente.

Na sequência do atentado, Ramos-Horta foi submetido a uma primeira operação no hospital de campanha australiano em Díli e mais duas no Royal Hospital de Darwin, Austrália, para onde foi transferido horas depois do ataque.

Durante a discussão do projecto-lei, o Parlamento Nacional autorizou o presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, a prolongar o estado de sítio no país a partir das 22:00 de hoje (13:00 em Lisboa).

Até às 22:00 de hoje, vigora ainda o estado de sítio aprovado anteriormente no parlamento.

"Não queremos que o Estado seja surpreendido outra vez", disse, em declarações à agência Lusa, o primeiro-ministro Xanana Gusmão no final da sessão parlamentar que aprovou o prolongamento do estado de sítio e ao justificar a proposta que fez para prolongar a actual situação.

O estado de sítio em vigor em todo o território nacional prolonga-se até às 06:00 do dia 23 de Fevereiro.



JCS/PRM

Lusa/Fim

Sampaio quer «esclarecimento cabal» de ataques

Jorge Sampaio pretende que os eventos que conduziram aos ataques contra o presidente e o primeiro-ministro timorenses. À TSF, o ex-Presidente da República mostrou-se esperançado no fim dos «mistérios» e «suposições» que se levantaram.

( 10:48 / 13 de Fevereiro 08 )




Jorge Sampaio pretende que haja um «esclarecimento cabal» dos acontecimentos que estiveram na origem dos ataques ao presidente e primeiro-ministro timorenses na segunda-feira.

Em declarações à TSF, o antigo Presidente da República ficou surpreso com as falhas dos serviços de informações que levaram a estes ataques e que este esclarecimento ponha fim às «suposições» que se levantaram desde então.

Referindo-se a Atul Khare, que classificou de «pessoa de talento», Sampaio manifestou a esperança de se possa apurar o que aconteceu e que «deixe de haver estes mistérios sobre pessoas em fuga, outros que não são apanhados e outros que são resguardados».

«É preciso que a reposição do mínimo dos mecanismos democráticos que permite um desenvolvimento que acho que é possível», frisou o ex-chefe de Estado português na antena da TSF.

Sampaio considerou ainda que os ataques de segunda-feira poderão colocar em causa o processo democrático em Timor-Leste e fazer arrastar uma crise da qual Jorge Sampaio fala desde 2006.

O actual enviado da ONU na luta contra a tuberculose lembrou que nessa altura já se tinha iniciado a revolta dos militares encabeçada por Alfredo Reinado, uma crise que Sampaio entende ainda não ter acabado.

«Apesar de ter havido eleições que toda a agente considerou sérias e correctas, pelo visto essa crise ainda não acabou e teve agora estes graves episódios que são seriamente comprometedores de um processo político que dava esperanças ao mundo de alguma maneira», acrescentou.

Jorge Sampaio recusou-se ainda a admitir o falhanço do Estado timorense, mostrando-se a favor de um reforço da diplomacia que contribua para o desenvolvimento económico de Timor-Leste.

O ex-Presidente considerou ainda que se não há emprego, saídas profissionais e estabilidade «é difícil que as receitas disponíveis da exploração de petróleo possam ser aplicadas no desenvolvimento interno e que a miséria que toca 40 por cento das pessoas possa ser minorada».

Timor deployment failed: army chief

The Sydney Morning Herald - February 12, 2008 - 7:19PM


East Timor's Army chief has blamed international security forces for failing to prevent assassination attempts on the country's top two leaders, branding them deficient.

Army commander Taur Matan Ruak called for a sweeping investigation into the failings of international forces, which include the Australian-led International Stabilisation Force (ISF).
The demand came as Australia sent in an additional 340 soldiers and police to help shore up security, boosting its presence in the country to more than 1,000 personnel.

Ruak said it was staggering that international forces had not detected the plot by rebels, who shot and injured President Jose Ramos-Horta and ambushed Prime Minister Xanana Gusmao near their homes in the capital, Dili, on Monday.

East Timor was entitled to answers, he said.

"Given the high number of international forces present in East Timor, in particular within the capital, how is it possible that vehicles transporting armed people have entered the city and executed an approach to the residences of the president ... and the prime minster without having been detected?" he said.
"There has been a lack of capacity shown by the international forces, who have primary responsibility for the security within East Timor to foresee, react and prevent these events."
Ruak also claimed there was "no immediate operation undertaken to detain" the rebels involved in Monday's attack, in which rebel leader Alfredo Reinado was shot dead by Ramos-Horta's security guards.

United Nations spokesperson Finn Reske-Nielsen said investigators had interviewed 11 people over the attack on Ramos-Horta, but no arrests had yet been made.

He said the investigation had been underway since Monday morning, and a preliminary report will be handed to East Timor's prosecutor-general on Wednesday.

In Darwin - where Ramos-Horta is in serious condition after surgery for three gunshot wounds - Australian Foreign Minister Stephen Smith defended a decision by the Australian government last year to call off a manhunt for Reinado.

Reinado was among 600 mutinous soldiers dismissed by East Timor's government in 2006, triggering violence in which 37 people were killed and more than 150,000 people forced from their homes.

He was arrested and charged but escaped from prison later that year. Australian forces in East Timor last year botched a bid to arrest him.

Ramos-Horta later waived an arrest warrant for the rebel leader, deciding instead to seek face to face talks.

Smith said Australia was following the wishes of East Timor's government when it called off the hunt for Reinado.

"Almost nine months ago, the government of East Timor requested the International Stabilisation Force to desist from seeking to apprehend Reinado," he said.
"The East Timorese government and the president in particular thought that they could affect a negotiator-agreed solution or compromise.

"I don't want to reflect on whether that was a good thing or a bad thing, but obviously in light of events that will be one of the things the East Timorese government will reflect on."
Smith travelled to Darwin to meet with Ramos-Horta's family and his East Timorese counterpart, Zacharias da Costa, who said the decision to call off the hunt for Reinado "wasn't a wrong decision".

"Unfortunately, the outcome was different than what we imagined," da Costa said.
Prime Minister Gusmao has moved to scotch rumours that Reinado was lured to his death at Ramos-Horta's home with the promise of negotiations.

The president and Reinado had previously met for talks the government said were aimed at ending the rebellion peacefully.

"Some people have said that President Ramos-Horta had called Alfredo Reinado to come to Dili. But this is not true," Gusmao said in a statement.

"To put rest to the rumour that the president called Alfredo to kill him, I would like to reiterate that I was also ambushed and targeted. This shows that it was a planned operation from Alfredo."

As politicians weighed the wisdom of the decision to call off the hunt for Reinado, analysts also said security forces in East Timor had some questions to answer.

While national authorities are mandated to protect the president, some 3,000 international troops and UN police are on patrol in Dili.

"It is of course questionable how Reinado managed to make it all the way through Dili without anyone noticing, and indeed how long he had been in Dili," said Sophia Cason, a Dili-based analyst with the International Crisis Group.

Another key query that remains is how the rebels managed to melt back into the hills so easily in a nation under heavy guard.

Apart from the bodies of Reinado and another rebel, the other attackers have so far not been found.

In Dili on Tuesday, additional Australian troops began to help enforce a two-day state of emergency, which will remain in force until Wednesday night and includes an 8pm to 6am curfew and a ban on large gatherings.

"The C-130 aircraft are arriving by the hour. The troops will bolster forces already there," said a spokesman for Australian Defence Minister Joel Fitzgibbon.

The Australian warship, HMAS Perth, also arrived off the Dili coast to support the security operation.

Smith said East Timor's government was happy with the level of reinforcements Australia had sent to Dili.

"The response that I've had from Zacharias da Costa is that the East Timorese government is ... very pleased with the quick response to their request for assistance in troops and the police," he said.###

O filme de uma acção golpista

Público – 13.02.2008



O líder rebelde Alfredo Alves Reinado foi morto antes de o Presidente Ramos-Horta ser alvejado

Ao alvorecer de segunda-feira (domingo à noite em Lisboa), o chefe rebelde Alfredo Alves Reinado foi abatido a tiro, quando chefiava um comando que acabaria por ferir gravemente o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta. Os homens que dispararam contra este estariam a fugir da casa, depois de um tiroteio com os guardas e quando o seu chefe já jazia por terra, numa poça de sangue.

Segundo Lindsay Murdoch, do Sydney Morning Herald, Ramos-Horta regressara a casa, dos exercícios matinais na praia, depois de uma sobrinha de 17 anos lhe ter ligado para o telemóvel a dizer que a casa fora invadida por um grupo de homens, aviso esse que teria sido repetido por um diplomata estrangeiro.

Pelas 07h18 (22h18 de domingo em Lisboa) chegaram ao local duas unidades da polícia da ONU, que fora alertada para o que se estava a passar. E cinco minutos depois o Presidente estava numa ambulância, a caminho do hospital.

Cerca de uma hora depois do tiroteio na residência presidencial era o ataque à casa do primeiro-ministro Xanana Gusmão, cuja mulher, a australiana Kirsty Sword-Gusmão, vestiu rapidamente os filhos e os meteu debaixo da cama, segundo a própria contou à televisão pública do seu país (ABC). Mas nesse caso a reacção foi mais eficaz, ninguém tendo ficado ferido.

À tarde, já o primeiro-ministro australiano Kevin Rudd anunciava ter falado por duas vezes ao telefone com Xanana e outras duas com Kirsty, depois do que concordara aumentar o número de militares e de polícias destacados no país. À noite, depois da assistência inicial num hospital de campo que a Austrália tem em Díli, Ramos-Horta era transportado para a cidade australiana mais próxima, Darwin, a fim de ser operado ao pulmão direito.

Ontem à tarde já os reforços prometidos por Camberra estavam na capital timorense, incluindo um navio, para protecção aos soldados e polícias chegados por via aérea. E o ministro australiano dos Negócios Estrangeiros, Stephen Smith, recebia em Darwin o seu homólogo timorense, Zacarias da Costa, a fim de lhe garantir que ainda esta semana o primeiro-ministro Kevin Rudd irá a Díli. Entretanto, vigorava desde segunda-feira um recolher obrigatório das 22h00 às seis da manhã. J.H.
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Timor-Leste: Estado de Direito não funciona - Juiz português Ivo Rosa

12 de Fevereiro de 2008, 20:42

Lisboa, 12 Fev (Lusa) - Os órgãos de soberania timorenses não funcionam, pelo que é natural que o Estado de Direito seja posto em causa, considerou hoje em entrevista à TSF o juiz português Ivo Rosa, colocado em Timor-Leste ao serviço das Nações Unidas.

"Os órgãos de soberania não funcionam, e é natural que o Estado de Direito seja posto em causa", disse aquele magistrado.

Ivo Rosa emitiu em Maio de 2007 um mandado de captura do major rebelde Alfredo Reinado, considerado um dos responsáveis pelos atentados de segunda-feira contra os chefes de Estado e de governo timorenses.

No entanto, a ordem de detenção nunca foi cumprida, nem mesmo quando o juiz contactou as forças das Nações Unidas e a Força Internacional de Estabilização (ISF), liderada pela Austrália, para cumprirem a decisão judicial.

Para Ivo Rosa, o não cumprimento dessa ordem prova que o Estado de Direito não funciona em Timor-Leste.

Por outro lado, considerou ainda Ivo Rosa, caso Alfredo Reinado tivesse sido detido, o duplo atentado de segunda-feira contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão teria sido evitado.EL-Lusa/Fim

Sampaio quer ONU mais interventiva

Rádio Renascença – 12-02-2008 17:57
Jorge Sampaio afirma que Timor-Leste tem pela frente uma longa tarefa de reconciliação e integração social. Por isso, defende um papel mais interventivo da ONU.

Em declarações à Renascença, o ex-Presidente da República aponta dois motivos de instabilidade: o desemprego entre os jovens, que diz ter “consequências muito graves”, daí a necessidade de existir “uma economia mais desenvolvida”; e o conflito de gerações. “Algumas coisas não estão resolvidas ao nível do entendimento – há uma questão geracional”.

Sampaio fala de uma nova geração que tem de ingressar nos funcionamentos económicos, políticos e socais do país.

O actual alto representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações denuncia também a existência de países na ONU que impedem uma maior ajuda a Timor. “Eu penso que o mandato das Nações Unidas deve abranger este «nation-bulding» - no sentido de ajudar a construir um Estado. Há muita gente na ONU que se opõe determinantemente a isto. E é muito difícil arrancar uma resolução que vá nesse sentido”.

Sampaio recorda a última visita de Estado efectiuda a Timor-Leste - em Fevereiro de 2006 – uma altura em que a situação no território já deixava perspectivar problemas graves. “Falando com várias personalidades, percebi que ia haver uma enorme confusão. Eu tive a premonição e escrevi ao então Secretário-geral das Nações Unidas a dizer: Atenção, isto vai ser muito difícil”. ###

ONU pede ao Governo de Díli que julgue os culpados

Público – 13.02.2008



O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou na segunda-feira à noite as tentativas de assassínio do Presidente e do primeiro-ministro de Timor-Leste, e pediu ao Governo de Xanana Gusmão que julgue os culpados.
A declaração condenatória foi lida, em nome do Conselho, pelo diplomata que este mês a ele preside, o embaixador panamiano Ricardo Alberto Arias, falando de um "acto odioso" e exortando todos os partidos timorenses a colaborarem com as autoridades para que este caso se deslinde.

O Conselho de Segurança pediu também a todos os cidadãos timorenses que se mantenham calmos e tudo façam para que a estabilidade predomine no país; para além de ter solicitado a todas as partes que resolvam as suas divergências por meios políticos e pacíficos, "no quadro das instituições democráticas".
Em Jacarta, o ministro indonésio dos Negócios Estrangeiros, Hasssan Wirayuda, afirmou por seu lado que o seu Governo estava preocupado com os acontecimentos de Díli. "Como vizinhos, esperamos que a segurança possa ser restaurada de imediato", disse Wirayuda, segundo o qual a Indonésia não tem planos para colocar tropas em Timor-Leste, uma vez que sente que a situação se encontra aí devidamente controlada pelos militares da Austrália e da Nova Zelândia, bem como pelas forças da ONU.

No entanto, o chefe do Estado-Maior do Exército indonésio, tenente-general Agustadi Sasongko Purnomo, afirmou que vai ser apertada a segurança em áreas ao longo da fronteira comum.

Entretanto, o ministro português da Administração Interna, Rui Pereira, disse ontem que é "prematuro" falar num reforço do contingente da GNR em Timor-Leste, considerando que tem de ser tomada uma decisão no âmbito das Nações Unidas. Rui Pereira elogiou a actuação da GNR em Timor-Leste, particularmente na operação de socorro, na segunda-feira, ao Presidente da República timorense, José Ramos-Horta.

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Público – 13.02.2008

Incompetência e inutilidade do aparato internacional
Pedro Bacelar de Vasconcelos*

Estes ataques directos a José Ramos-Horta e Xanana Gusmão desmontam todas as teorias da conspiração que têm sido urdidas desde Maio de 2006 e demonstram a insensatez da posição da Fretilin em não reconhecer a legitimidade e em persistir em declarar a inconstitucionalidade do Governo timorense, continuando a referir-se ao actual executivo chefiado por Xanana Gusmão como "Governo de facto".

Considero reconfortantes, porém, as declarações de repúdio proferidas por Mari Alkatiri [secretário-geral da Fretilin e antigo primeiro ministro] e por Lu-Olo [presidente da Fretilin e antigo presidente do Parlamento Nacional]. Mostram que há uma fronteira entre democracia e instituições do Estado, por um lado, e a acção de um grupo de rebeldes insensatos e criminosos. Só a psicologia poderá explicar este acto de loucura por parte de Reinado e (embora sem confirmação) de Salsinha, os quais, ao longo deste processo, que se iniciou ainda durante o Governo da Fretilin, têm sido tratados com infinita paciência.

Há muitos factos que carecem de esclarecimento, ainda, mas a facilidade com que Reinado e os seus homens chegaram à casa do Presidente indicia uma grande incompetência e a inutilidade do aparato militar internacional. Foram elementos das F-DTL [Forças de Defesa de Timor-Leste] que defenderam Ramos-Horta e foi a GNR - a quem Ramos-Horta terá ele próprio telefonado, segundo foi noticiado - quem salvou o Presidente, indo a sua casa e procedendo ao seu transporte, através do INEM, para o hospital [de campanha do contingente australiano]. Foi a GNR ainda quem colocou a família do primeiro-ministro a salvo.

*Professor de Direito Público, antigo conselheiro da ONU junto da presidência timorense

Caixa: "Há uma fronteira entre a democracia e a acção de um grupo de rebeldes insensatos e criminosos"

Anistia Internacional pede fim da impunidade no Timor Leste

12-02-2008 20:06:55


Lisboa, 12 fev (Lusa) - A Anistia Internacional pediu ao governo do Timor Leste e à comunidade internacional para aproveitarem o momento de crise no país asiático e tomarem medidas para eliminar a "cultura de impunidade".

Em comunicado divulgado em Lisboa, a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, afirma que "o ciclo de violência que está enfraquecendo o país vai continuar" se nada for feito.

A Anistia ressalta que a chegada de novos contingentes militares e policiais ao Timor Leste e a vigência do estado de emergência decretado pelo parlamento timorense, na seqüência do duplo atentado que atingiu o presidente José Ramos Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, poderá facilitar a ação.

"Os atentados de ontem [segunda-feira] são sintomáticos do desafio mais premente do país, a criação de instituições fortes para melhorar a segurança e reforçar o Estado de Direito", diz a entidade.

Medidas

"As tentativas de assassinato do presidente e do primeiro-ministro são uma conseqüência direta do fracasso contínuo do governo e da comunidade internacional em reconstruir com eficácia os sistemas criminal e de justiça civil", afirma o texto.

A diretora do programa Ásia/Pacífico da Anistia Internacional, Catherine Baber, afirmou que Alfredo Reinado, alvo de acusações e de um procedimento criminal pelo envolvimento na violência registrada em 2006, "nunca deveria ter sido mantido em liberdade, pois ameaçava a estabilidade do país".

"O governo timorense e a comunidade internacional devem entender este incidente desnecessário como uma chamada de atenção urgente para a necessidade de se fortalecerem as instituições chave do país", completou a diretora.

"Todos os que cometeram violações sabem que podem continuar a cometê-las sem que sejam punidos. A falta de confiança das populações locais nas instituições estatais, que deveriam garantir a justiça e segurança, sobretudo nas áreas policial, militar e judicial, tem de ser combatida e constitui um dos desafios mais urgentes", disse Baber.

ONU identifica suspeitos de atentados em Timor Leste

12/02/2008 - 23h21
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da Folha Online

A polícia da ONU em Timor Leste identificou os primeiros suspeitos dos atentados de segunda-feira contra o presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, informou a rádio australiana ABC.

Nenhum deles foi formalmente acusado, mas as forças de segurança internacionais estão interrogando 11 homens e aguardam o relatório do procurador-geral do país.

Ramos-Horta, 58, continua com a saúde é estável após ser baleado na região do estômago. O presidente foi atingido no pulmão direito, e embora consiga respirar sem a ajuda de aparelhos, continua ligado a eles e está em coma induzido.

O presidente está internado em um hospital da cidade australiana de Darwin, para onde foi levado após uma cirurgia de emergência em seu país.

Antes de ser operado pelos especialistas do Royal Darwin, o presidente de Timor Leste e Prêmio Nobel da Paz em 1996 foi submetido a uma primeira operação de emergência em Dili, imediatamente após ter sido atacado enquanto fazia exercícios físicos.

Um dos guarda-costas de Ramos-Horta ficou ferido e, além de Reinado, outros dois militares rebeldes morreram no tiroteio.

Segundo o ministro das Relações Exteriores australiano, Stephen Smith, que nesta terça se reuniu na cidade de Darwin com o chanceler timorense, Zacarias da Costa, cerca de vinte rebeldes, divididos em dois grupos de aproximadamente dez, teriam participado dos ataques contra Ramos Horta e Gusmão.

Na segunda-feira, o governo de Timor Leste declarou estado de exceção durante 48 horas em todo o país, incluindo o toque de recolher a partir das 20h (9h de Brasília).

Cerca de 1.600 policiais da ONU e mil soldados australianos participam das tarefas de busca dos vinte militares rebeldes que fugiram após atirarem em Ramos Horta perto de sua casa, e de tentar fazer uma emboscada ao comboio de veículos no qual estava Gusmão.

O líder dos amotinados, Alfredo Reinado, morreu no tiroteio com os seguranças de Ramos Horta, que levou ao menos dois tiros.

Com Efe

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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